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BAYERN FINALIZA PESADELO ESPANHOL

Após a improvável queda do Barcelona frente ao Chelsea, o Bayern de Munique acabou com todas as expectativas ibéricas em relação à final da UEFA Champions League ao eliminar o Real Madrid no Estádio Santiago Bernabéu após resultado de 2×1 em 120 minutos de jogo (3×3 no agregado) e vitória por 3×1 nas penalidades.

Festa na volta do Bayern a Munique

E foi mais uma partida entre Madrid e Bayern digna da grandeza dos clubes.

A alegria merengue teve início logo aos 6 minutos de jogo com gol do artilheiro Cristiano Ronaldo de pênalti. O 1×0 parcial significava a classificação do Madrid naquele momento.

Mas havia muito jogo a ser jogado e aquilo que poderia parecer a ratificação de um triunfo, na verdade revelar-se-ia um perigosíssimo resultado para os anfitriões.

Sim, o 2×0 caro leitor. Sim, aquele surrado chavão do futebol: o resultado mais perigoso, enganador do esporte bretão. Sobretudo quando o perdedor parcial vencera em casa por 2×1.

Assim é a vida, do céu ao inferno em dois tempos. Se o 1×0 era o paraíso para o Real Madrid, o 2×1 era a salvação da lavoura para quem perdia por 2×0.

O segundo gol madridista viria com os pés de Cristiano Ronaldo novamente, aos 14 minutos de jogo.

Mas o Bayern, encurralado no corner do ringue, respiraria, e muito, com o gol de pênalti assinalado por Arjen Robben.

Placar de 2×1 que colocava a disputa em 180 minutos absolutamente empatada (3×3) não restando sequer os gols como visitante para resolver a peleja.

Assim se arrastou o jogo até o final de 90 minutos. Assim voltou a se arrastar em mais 30 minutos de prorrogação.

Não havia outra alternativa além das cobranças de tiro livre direto.

Se Lionel Messi fracassara na noite anterior, Cristiano Ronaldo falharia na sua noite, apesar da conversão no tempo regulamentar. Grande defesa de Manuel Neuer.

Na rodada seguinte de cobranças, o brasileiro Ricardo Kaká repetiria o estilo de cobrança de Ronaldo, mas com menos potência no chute, Neuer repetiria a defesa.

O pior dos mundos estava instalado para o Madrid, mas Toni Kroos e Philipp Lahm errariam suas cobranças recolocando os anfitriões na disputa.

O próximo a perder e ter seu dia de vilão seria Sergio Ramos que cobraria toscamente além do travessão, longe do gol.

Bastian Schweinsteiger converteu a cobrança final.

Tristeza de Barcelona que se repetia em Madri. Final inesperada entre Bayern e Chelsea.

Com isso, os bávaros terão oportunidade única de decidir o título mais importante da Europa em casa, na Allianz Arena de Munique. Algo inédito na história da UEFA Champions League do formato atual de disputa e que ocorrera somente em 1965 com a Internazionale que jogou e ganhou no Estádio San Siro de Milão contra o Benfica (placar final de 1×0 com gol do brasileiro Jair da Costa, ex-Portuguesa e Santos).

MOU: “ACABAMOS COM A ELIMINATÓRIA”

Real Madrid nas semifinais e Chelsea quase lá. Eis o balanço da rodada de abertura das quartas de final da UEFA Champions League hoje em Nicósia e Lisboa.

Karim Benzema

Os 3×0 do Madrid em Nicósia contra o APOEL tardaram a ser construídos. Os espanhóis não saíam do ferrolho dos cipriotas. Tudo isso até os 29 minutos do 2º tempo, quando Karim Benzema abriu o placar.

Estava aberta a porteira e o Madrid tratou de aproveitar.

Kaká, que viera do banco, ampliou aos 37 minutos e Benzema teve tempo de fechar o placar no final.

Resultado amplo na 1ª perna das quartas de final fora de casa que fizeram com que José  Mourinho abandonasse o protocolo padrão da pregação de respeito ao adversário até o fim no sentido de que tudo pode acontecer. Sem hipocrisia, Mourinho declarou: “tivemos que jogar bem para ganhar. Estivemos bem atrás ao evitar contragolpes, utilizamos bem a posse de bola e quando marcamos logo acabamos com a eliminatória”.

Mourinho ainda ressaltou as qualidades do APOEL ao lembrar as dificuldades do Madrid em marcar e o que os cipriotas haviam feito sem o poderio econômico de outras equipes.

Fato é que o Real Madrid está nas semifinais da UCL, a menos que alguém acredite que o APOEL possa fazer um 3×0 no Santiago Bernabéu e derrotar os donos da casa nas penalidades.

Fernando Torres jogou bem desta vez

Em Lisboa, Benfica e Chelsea fizeram duelo equilibrado onde prevaleceu a experiência dos jogadores do Chelsea para derrotar os anfitriões por 1×0 com gol de Salomon Kalou aos 30 minutos do 2º tempo.

A chave da vitória dos londrinos foi a boa atuação de jogadores até então contestados na temporada como o zagueiro David Luiz e o atacante Fernando Torres.

O Chelsea suportou pressão lusitana até o momento do gol, que foi suficiente para arrefecer o ímpeto do Benfica. Traduzindo: partida sob controle do Chelsea no final.

Se não se pode dizer que o Chelsea está classificado para as semifinais, pelo menos tudo está bem encaminhado para o jogo da volta em Stamford Bridge para um time cujo elenco é formado por um núcleo de jogadores que dão as cartas no clube e jogam apenas quando querem.

INTERNAZIONALE RENASCE COM RANIERI

Inter vence bem em Moscou

Diz o velho dito popular: rei morto, rei posto. Bom, o velho e sábio jargão pode ser aplicado à equipe da Internazionale. Mal foi exonerado Gian Piero Gasperini do comando técnico “nerazzuro”, eis que surge Claudio Ranieri.

 

Claudio Ranieri

E com Ranieri parece que tudo mudou na atmosfera interista.

 Em final de semana que teve os principais times da Europa atuando no sábado por causa da rodada vindoura da UEFA Champions League, a Inter venceu o Bologna fora de casa por 3×1 pelo campeonato italiano e emendou a mudança de fase com vitória sobre o CSKA Moscou por 3×2 também como visitante, já pelo grupo B da própria UCL.

 Jogando em Moscou, a Inter saiu na frente com gol do zagueiro Lúcio, ampliou com Giampaolo Pazzini, sofreu dois gols marcados por Alan Dzagoev (em falha do goleiro Júlio César) e Vagner Love e marcou o gol da vitória logo em seguida com Mauro Zarate que entrara no 2º tempo.

 Se a Inter havia jogado no incinerador seus três pontos iniciais em disputa contra o Trabzonspor em Milão, acabou de recuperá-los na sempre incômoda viagem para Moscou. Ponto para Ranieri que busca a confiança de Massimo Moratti e da torcida “nerazzura”.

 Na outra partida do grupo, o Trabzonspor recebeu o LOSC Lille e empatou em 1×1 e, surpreendentemente lidera com 4 pontos contra 3 de Inter e Lille e 1 do CSKA.

 

Franck Ribery contra a marcação do Manchester City

O FC Bayern de Munique passeou na Allianz Arena contra o Manchester City. Fez 2×0 e poderia ter feito outros gols. Mario Gomez foi o autor de ambos.

 Jogando com pleno domínio territorial, atacando com facilidade e com grande atuação de Franck Ribery e Bastian Schweinsteiger, os bávaros fizeram o goleiro do City, Joe Hart, trabalhar como nunca. Só que Hart sozinho não poderia parar o time alemão. Além do domínio, todos os rebotes dos chutes a gol eram alemães. Os ingleses pareciam dormentes em campo, não viram a cor da bola e foram incapazes de organizar jogadas de ataque. Vitória justa da equipe de Jupp Heynckes.

 Para piorar as coisas do lado do City, Carlos Tevez, escalado como reserva, recusou-se a ir a campo ao ser chamado pelo técnico Roberto Mancini. Resultado: a crise estourou no clube. Por um lado, o argentino insatisfeito por não ser utilizado como gostaria e desafiando seu treinador, por outro, Roberto Mancini afirmando que foi o fim da linha para o jogador. Imbróglio dos graves para o Manchester City. Eis o momento da chamada de Mancini e da recusa de Tevez.

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 A exemplo do Bayern, o Napoli recebeu o Villarreal e venceu também por 2×0.

 Em clima emocional, a equipe campanhola voltava a mandar um jogo de Champions League em seu estádio San Paolo. Marek Hamsik e Edinson Cavani de pênalti definiram o placar logo no 1º tempo.

 O Bayern lidera soberano o grupo A com 6 pontos, o Napoli fica com 4, Manchester City é a decepção com 1 e o Villarreal continua no zero.

 

Manchester United sofreu stress inesprado em Old Trafford

Surpresa no grupo C. O Manchester United vencia o FC Basel da Suíça por 2×0 com tranqüilidade em Old Trafford com dois gols em sequência de Danny Welbeck. Aí veio o 2º tempo e Alexander e Fabian Frei empataram também em dois gols seguidos e o stress tomou conta do experiente e desfalcado time de Alex Ferguson.

 Alexander Frei bateu pênalti aos 31 minutos e a surpresa tomou conta do Old Trafford. Virada no placar.

 O United se lançou ao ataque desesperadamente. Empatou na bacia das almas dos 45 minutos com Ashley Young e safou-se de derrota desastrosa em casa. Placar final de 3×3.

 Com o tropeço do United, o maior beneficiado foi o Benfica que foi a Bucareste, Romênia, e venceu o Otelul Galati por 1×0.

 Agora, na classificação, Basel e Benfica ficam com 4 pontos, Manchester United com apenas 2 e o Otelul Galati com zero. O Man U de Ferguson terá que correr mais que o previsto contra os campeões romenos para retornarem à disputa por vaga na próxima fase da Champions.

Real Madrid sem problemas frente ao Ajax

 Com grande atuação e gol de Ricardo Kaká, além de Cristiano Ronaldo e Karim Benzema, o Real Madrid venceu facilmente o AFC Ajax por 3×0 no Estádio Santiago Bernabéu. Jogo entre duas equipes que, em outros tempos, era um dos principais clássicos do futebol europeu.

 Kaká teve boa atuação e continua na luta pela recuperação técnica após sobreviver a inferno astral de lesões e cirurgias. O brasileiro foi substituído e elogiado no 2º tempo após José Mourinho e o resto do Bernabéu certificarem-se que a fatura estava ganha.

 Na França, o Olympique Lyon fez 2×0 no Dinamo Zagreb. Resultado garantido no 1º tempo que garantiu o 2º lugar dos franceses no grupo D com 4 pontos, deixando para trás Ajax (1 ponto) e Dinamo Zagreb (sem pontos). O Real Madrid lidera com 6 pontos sem dificuldades.

 Amanhã rola o complemento da rodada.

Chazinho de Coca – Kaká, Ronaldinho Gaucho….! Esse assunto tá cansando, mas dá muito pano pra manga.

O povo clama por Ronaldinho Gaucho na Copa. Dunga deposita suas esperanças em Kaká.
Se formos olhar pelo que os dois (não) fizeram ontem nos jogos de seus clubes, pelas oitavas de final da Champions League, a Copa do Mundo que se aproxima pode ser decepcionante para todos nós.

O Milan de Ronaldinho enfrentou o mais copeiros dos clubes europeus da atualidade, o Manchester United. E se o único craque do time italiano ficou preso na marcação do razoável coreano Park, o seu Milan só chegou até ali graças aos bons jogos praticados pelo camisa 80.

O Milan não é nem medíocre, é fraco mesmo. Huntelaar é uma espécie de Robert com grife. Pirlo não pratica o que dele se espera há tempos. Sobra então tudo nas costas do Gaucho. Se ele joga como o Gaucho de outrora, algo acontece. Se não joga, como ontem, então a diferença monstruosa entre o Milan e seus principais adversários fica evidente.

Logo no início do jogo o Milan quase abre o placar. De cabeça, ele, o Gaucho, quase balança as redes. Se aquele gol acontece, a marcação de Park certamente afrouxaria, Ronaldinho inflamaria a sua atuação e algo poderia ter acontecido de diferente.

Poderia é algo que soa como “se”. E “se” não joga. Mas e “se” Rooney não fosse o melhor jogador do mundo atualmente, possivelmente ele não teria feito o gol que fez na seqüência do perdido pelo Gaucho. Mas ele é, hoje, o grande atacante do mundo. E ele fez o gol. A vantagem do United que era grande, ficou enorme. O Milan que é um timinho, estremeceu e se apequenou ainda mais. O massacre era questão de tempo. E Rooney deu cabo de que ele acontecesse.

O Milan tem no seu comando um técnico inventado, como inventado também é o técnico da seleção brasileira. O que os difere são os números. Os de Dunga, apesar de tudo, são incontestáveis. Os de Leonardo são de dar pena.

O United joga, desde a saída de Cristiano Ronaldo, com Nani e Valencia espetados. São cracaços? Longe disso. Mas taticamente o United é perfeito. Trabalho de Alex Fergusson, potencializado pela fase irrepreensível de Rooney.

Rooney estará na Copa. Na Inglaterra ele não é a única estrela, mas divide as responsabilidades com jogadores do calibre de Gerrard, Lampard, entre outros. Se Rooney por um acaso não estiver bem em alguma partida, certamente algum desses outros estará.

Na seleção brasileira, se Kaká não estiver bem, como há tempos não vem estando, quem poderá cobrir a falta desse fator de desequilíbrio? Elano? Julio Batista? Poderá ser o Gaucho que fez o Milan chegar a um lugar onde sua qualidade não o credenciava. Poderá, mas não deverá ser. Dunga não quer.

O Real Madrid, do meia Kaká, também foi eliminado ontem. Não vergonhosamente como o Milan de Ronaldinho. Mas os investimentos de quase 700 milhões de reais feitos pelo time de Madri tornam a eliminação frente ao razoável Lyon, mais um capítulo triste na história recente do time. É a sexta eliminação consecutiva dos milionários da bola nas fases de oitavas de final. Pouco, muito pouco. Principalmente se for pensar que de todas as estrelas contratadas para brilhar nesse time, só Cristiano Ronaldo tem feito algo que mereça elogios. Kaká é constantemente vaiado pela torcida e massacrado pela imprensa local. Higuain é uma máquina de perder gols.

Mas o que nos interessa é Kaká. É Ronaldinho Gaucho.

O que quero dizer com tudo isso é que assim como Leonardo é um técnico novato no banco do Milan e depende muito mais dos lampejos de Ronaldinho para conseguir algum feito positivo, do que de alguma astúcia tática própria. Dunga também o é no banco da seleção. Astúcia tática ele já mostrou não ser o seu forte. Conta a favor os êxitos. Mas sabemos que não há brilho no futebol da seleção. A dependência de Kaká é enorme.

Se Kaká não fizer boa (as) jornada (as), o Gaucho que torna o Milan menos ridículo do que é, poderia fazer esse papel.

O que escrevo também serve de resposta para os “dunguistas”, que estão usando do jogo de ontem para cornetar Ronaldinho. Falta senso crítico a eles. Se Ronaldinho deve ser penitenciado por ontem, Kaká deve pela temporada toda. E em ambos os casos, a grande penitenciada será a seleção, que parece ser do Dunga, mas é brasileira.

Despeço-me do feroz, corneta ou não, ao som de Leonard Cohen – Hallelujah

Cheers,

La Mano de Dios – És tudo ilusión

És tudo ilusión

Semana passada, fiquei impressionado quando vi o Santiago Bernabéu com mais de 50 mil pessoas para receber Kaká. Ontem, caí da cadeira ao ver os 80 mil que receberam Cristiano Ronaldo.

Qual a razão de meu espanto? A expectativa que esses dois craques criaram naquelas pessoas foi algo que me assustou. Indo um pouco mais longe, a expectativa que o futebol vem criando nas pessoas deixa-me impressionado às vezes. Há torcedores que vêem no esporte a válvula de escape para todas suas frustrações no cotidiano, que encaram o jogo (e consequentemente a vitória) como o objetivo máximo de suas existências.

Torcedores que sentiram vontade de comparecer a um estádio num dia de semana para ver a chegada de um jogador de futebol e ouvir o discurso de pessoas que não têm nada a dizer realmente têm o clube na mais alta conta, alta até demais. Não foi nem para assistir a uma partida, esse sim um acontecimento digno de nota. É muita importância para um evento tão singelo.

O que esses 80 mil esperam de Cristiano Ronaldo e Kaká? E o que esses dois craques sentem quando percebem o que representam? Às vezes, vendo manifestações como essas, tendo a achar que o caráter lúdico do esporte está se perdendo a cada dia que passa. A coisa toda hoje não passa de um show. E, como todo show, é tudo ilusão.