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VITÓRIA HISTÓRICA QUE FAZ SORRIR

Com a disputa liquidada em apenas 45 minutos, o Real Madrid alcançou goleada histórica sobre o Bayern por 0x4 em Munique (0x5 no placar agregado) e desbancou a hegemonia dos bávaros na Europa em partida semifinal válida pela UEFA Champions League. Êxito madridista que teve como protagonistas Cristiano Ronaldo, com novo recorde, e como mentor o técnico italiano Carlo Ancelotti que deixou de lado a tradicional sisudez para abrir raro sorriso no final da partida.

cr7 e caO nível de expectativa para a partida de volta em Munique era redobrado após o modo como o Madrid havia vencido o Bayern em Madri por 1×0.

Se no Estádio Santiago Bernabéu os merengues não ousaram lutar contra a maior posse de bola bávara, defendendo-se com perfeição e contra-atacando com precisão cirúrgica, já na Allianz Arena a expectativa era de alguma repetição no desenrolar do jogo e a esperança por parte da torcida local de maior sucesso e eficiência ofensivos dos comandados de Josep Guardiola.

fcb 0-4 rmcf 4Surpreendentemente, não foi o que se viu no início da partida. Estava claro o nervosismo do Bayern que tinha menos posse de bola que o esperado e cometia faltas ríspidas. Definitivamente, algo não funcionava bem na engrenagem do time de Guardiola.

fcb 0-4 rmcf 3O Madrid de Ancelotti demonstrava toda a segurança e frieza necessárias para grandes jogos e selar a classificação era questão de tempo.

Pouco tempo por sinal. Logo aos 16 minutos, o zagueiro Sérgio Ramos fuzilaria de cabeça após cruzamento de Luka Modric e falha de marcação de Dante na área. Quando Manuel Neuer tomou conhecimento da trajetória da bola já era tarde, 0x1 Madrid.

Ramos teria seu dia de consagração ao marcar novamente no intervalo de 4 minutos, em novo lance pelo alto em lance de falta pela direita cobrada por Ángel Di María com participação de Pepe.

Os 0x2 parciais já quase que finalizavam a disputa. O Bayern mostrava-se nervoso demais e não ameaçava o gol de Iker Casillas.

fcb 0-4 rmcf 2Não bastasse a vantagem elástica, o momento de glória de Cristiano Ronaldo chegaria ainda na 1ª etapa ao marcar aos 34 minutos e tornar-se o maior goleador da UCL em uma temporada e superar Lionel Messi e José Altafini.

E na etapa final o Bayern bem que tentou colocar os ânimos no lugar sobretudo com a entrada de Mario Götze que deu novo sangue para o lado ofensivo da equipe local, entretanto não era dia do time alemão e as chances criadas foram improfícuas.

O Madrid continuava bem postado defensivamente com grandes atuações de Pepe, Sérgio Ramos, Fábio Coentrão e Daniel Carvajal.

No final, o coroamento total para o time espanhol com gol de falta através de tiro rasteiro de Cristiano Ronaldo. Momento que arrancou sorrisos até mesmo de Carlo Ancelotti que quase nunca demonstra qualquer tipo de emoção no banco de reservas.

A lamentar pelo lado do Madrid apenas o cartão amarelo de Xabi Alonso que o elimina da partida final única.

fcb 0-4 rmcfVitória histórica do Real Madrid que qualifica a equipe para a grande final de Lisboa em maio, e com ares de favoritismo dado o peso da camisa merengue. La décima se aproxima.

Cristiano Ronaldo também fez história ao superar Lionel Messi e José Altafini em gols marcados em uma edição do torneio europeu de clubes. O craque português chega a 16 gols na atual edição da UCL.

 

 

BUNDESLIGA 11×3 LIGA ESPAÑOLA

O Real Madrid bem que tentou e até conseguiu trazer emoção à sua série eliminatória contra o Borussia Dortmund, já o Barcelona sucumbiu de forma flagrante ao forte Bayern e os alemães liquidaram os espanhóis nas semifinais da UEFA Champions League. Sucesso da eficiência do poderoso time da Baviera e, principalmente, do time low budget sensação gerencial esportiva do momento, o Borussia Dortmund.

 

Real Madrid 2×0 Borussia Dortmund
Madri, Espanha

A missão madridista era mais tangível. Placar agregado em déficit de três gols (1×4) e a oportunidade de jogar em casa, no tradicional Estádio Santiago Bernabéu de Madri.
José Mourinho, talvez nos últimos suspiros no cargo de técnico do time, recuaria Sérgio Ramos para a zaga, ao lado de um de seus preferidos do elenco, o português Fábio Coentrão, visando resolver os problemas causados pela eficiente marcação pressão de saída de bola que Jürgen Klopp impôs ao Madrid em todos os confrontos entre as equipes na atual edição da UCL.

A partida acabou por apresentar características peculiares, já que o Real Madrid colocou fortíssima pressão sobre os alemães nas duas extremidades de tempo do jogo. Foram 15 minutos iniciais avassaladores com a torcida merengue urrando incessantemente a favor dos anfitriões e 10 minutos finais quase cataclísmicos para os visitantes.
Curiosamente, no restante da partida o Dortmund arrefeceu os ânimos da equipe local, levando consigo o ímpeto da torcida.
No predomínio madridista inicial, várias foram as chances desperdiçadas. Gonzalo Higuaín arrematou com defesa de Roman Weidenfeller. Na maior oportunidade e mais bela jogada, Mesut Özil concluiu incrivelmente para fora. Lance que causou reclamação de Cristiano Ronaldo por ter sido opção de passe em vez de conclusão do alemão Özil.
Cristiano Ronaldo demonstraria estar em noite apagada. Já Mario Götze sentiria lesão e seria substituído por Kevin Großkreutz.
Na 2ª etapa, o Dortmund teria suas chances de definir a partida. Robert Lewandowski teve grande oportunidade pela esquerda e Ilkay Gündogan teve chute incrivelmente defendido por Diego López.

José Mourinho partiu para as últimas cartadas ao promover a entrada de Ricardo Kaká no lugar de Fábio Coentrão, além de Sami Khedira no lugar de Xabi Alonso.
Aos 82 minutos de jogo, Karim Benzema abriria o placar após lançamento de Kaká para Özil que cruzou rasteiro para o francês concluir.
Verdadeiro incêndio tomou conta do Bernabéu quando Sergio Ramos afundou a bola para o gol alemão após jogada de Benzema.

O clima emocional envolveu o jogo quando o árbitro inglês Howard Webb decidiu acrescentar 6 minutos ao jogo. O Madrid pressionou, mas não conseguiu o gol da classificação.
Vaga para o Borussia Dortmund que alçou a condição de espécie de modelo de gerenciamento esportivo dentro do universo do futebol profissional europeu rodeado de cifras astronômicas entre os grandes clubes do Velho Continente.
Não é para menos. A equipe liderada dentro de campo pelo treinador Jürgen Klopp galgou etapas do sucesso de forma gradativa.
Inicialmente, a difícil missão da quebra de hegemonia do Bayern em território doméstico ao vencer a Bundesliga. Mas, os tropeços não cessaram por conta disso. Basta recordar a eliminação na fase de grupos amargada pelos aurinegros na edição anterior da UCL.

Os erros servem como experiência e como forma de não incorrer nos mesmos tropeços no futuro. Na atual temporada, o Dortmund praticamente abdicou da disputa do título alemão contra o poderoso Bayern para se concentrar no objetivo seguinte, a Europa.
Lição bem executada que pode soar óbvia, mas não assimilada por outros que vieram de caminhos tortuosos semelhantes que repetiram os erros. Leia-se Manchester City.
Estima-se que o time atual tenha sido montado com cerca de €38 milhões. Jogadores como Roman Weidenfeller, Lukasz Piszczek, Marcel Schmelzer, Sven Bender e Mario Götze chegaram a Dortmund a custo zero. Götze acaba de ser negociado para o rival Bayern por cerca de €37 milhões.
Outros atletas importantes vieram por valores que não fogem da faixa de €3 a €5 milhões. Estão nesse grupo Mats Hummels, Neven Subotic, Ilkay Gundogan e Jakob Blaszczykowski. Faixa de preço que indica diretrizes políticas e financeiras bem definidas.
A única grande exceção fica por conta de Marco Reus que custou €17,5 milhões aos cofres do clube pagos ao co-irmão Borussia Monchengladbach. Entretanto, Reus já é pretendido por gigantes da Premier League inglesa. Algo que pode trazer retorno financeiro em cima de investimento vultoso. Lembrando que transações envolvendo o Dortmund e o futebol inglês não são inéditas. O japonês Red Devil Shinji Kagawa foi campeão alemão vestindo as cores aurinegras.
Merece boas vindas o êxito do clube que escapa dos conceitos de altos orçamentos para formação de grandes equipes predominante entre os gigantes europeus. Se pode virar padrão, regra ou verdade absoluta? Nem tanto.

FC Barcelona 0x3 FC Bayern
Barcelona, Espanha

A missão já era inglória para o badalado Barcelona com placar agregado nos 4×0 para o Bayern.
E tudo piorou quando todos receberam notícia da ausência de Lionel Messi na equipe titular dos anfitriões.
Ainda assim, o Barcelona iniciou a partida com vontade e pensamento positivo. No entanto, as coisas ficariam claras para todos os mais de 95 mil presentes no Camp Nou, o time blaugrana seria incapaz de superar a forte marcação bávara.
Estava nítido, mais uma vez, a ausência de movimentação e precisão de passes de outrora. Tudo piorado com a falta do incisivo e vertical super craque Lionel Messi.

O Bayern levou a partida a banho-maria no 1º tempo e poucas emoções foram a tônica apenas com tentativas de chutes de longa distância por parte do Barça.
Na 2ª etapa, o Bayern “finalizou” o adversário com gol inaugural logo aos 48 minutos de jogo com jogada característica de Arjen Robben pela direita com direito a corte e chute cruzado colocado perfeito.
A partir daí, o público silenciou e o Barcelona não produziu mais quase nada.
Aos 72 minutos, Gerard Piqué, na tentativa de cortar cruzamento de Franck Ribery, fez autogol e, no final Thomas Muller transformou a derrota agregada do Barcelona em humilhação ao concluir de cabeça.
O ponto de interrogação ficou por conta do não aproveitamento de Lionel Messi que jogara contra o Athletic Bilbao pela Liga com golaço anotado.
As informações foram desencontradas. Messi estaria curado da lesão que contraíra na partida contra o Paris Saint Germain em Paris. Por outro lado, o argentino não estaria se sentindo bem e Tito Vilanova teria optado por aproveitá-lo somente em caso de chances reais de recuperação na série eliminatória. Situação que não trouxe alento ou resignação a muitos fãs.

Em defesa do Barcelona, as ausências, não somente de Messi, mas também de Carles Puyol e Javier Mascherano que desestabilizaram o sistema defensivo dos catalães, sobretudo contra equipe de ataque habilidoso, forte e alto como o Bayern.
O Bayern vai a Londres em busca do quinto título de Champions League, troféu que não volta a Munique desde a temporada 2000-2001. Ademais, os bávaros chegaram perto do título nas temporadas 2009-2010 (derrotados pela Internazionale) e 2011-2012 (derrotados em casa pelo Chelsea). Vice-campeonatos que aumentam a ansiedade dos fãs em busca do título europeu.

Diferentemente do Borussia Dortmund, o Bayern tem adotado a política de adquirir talentos revelados pelos clubes alemães da Bundesliga. È o caso de Dante e Mario Gómez, por exemplo, além do recém recrutado Mario Götze.
Trata-se de clube com maior poder de fogo financeiro que seus pares compatriotas, portanto, com maior vocação compradora.
Pelo fato de ter ganho a atual edição da Bundesliga com um pé nas costas (20 pontos de vantagem para o segundo colocado, o próprio Borussia Dortmund), o time da Baviera entra como favorito em Wembley.
A propósito, um pequeno aperitivo da grande final acontecerá no próximo sábado em partida válida pela 32ª rodada da própria Bundesliga quando o Borussia Dortmund recebe o Bayern no Signal Iduna Park de Dortmund.
De nebuloso no time do Bayern, a saída do técnico Jupp Heynckes. A versão inicial dava conta da aposentadoria do treinador, algo que o próprio Heynckes tratou de deixar em dúvida nas entrevistas coletivas de Barcelona. Estaria Jupp Heynckes sendo educadamente expurgado do comando técnico do Bayern em favor da vinda de Josep Guardiola? Em caso afirmativo, está disponível no mercado europeu do primeiro escalão um grande nome para treinador.

EURO – GRUPO C: CLÁSSICO LATINO ELETRIZANTE. CROÁCIA LÍDER.

ESPANHA 1×1 ITÁLIA

Gdansk, Polônia

Em grande partida inaugural do grupo B da Eurocopa, Espanha e Itália, os dois últimos campeões do mundo, empataram em 1×1 na PGE Arena de Gdansk, Polônia, em partida digna da tradição de ambos os países no mundo da bola.

 

Espanhóis e italianos disputaram com vontade partida inaugural do grupo C

O favoritismo era espanhol, afinal o time de Vicente Del Bosque, além de atual campeão do mundo é o atual campeão do Euro e tem como base estrutural o poderoso time do Barcelona.

Já na combalida Itália, em plena crise técnica e sob fogo cruzado proveniente dos escândalos de manipulação de resultados e apostas envolvendo jogadores, treinadores e dirigentes de futebol, o Calcioscomesse, o técnico Cesare Prandelli havia decidido por sistema de jogo cauteloso com três zagueiros para tentar parar a eficiência dos passes da Roja.

Surpreendentemente, os italianos tiveram desempenho ligeiramente superior aos adversários espanhóis no 1º tempo.

Com defesa instransponível, os italianos detiveram a tentativa dos espanhóis de envolver o adversário com grande trabalho de Daniele De Rossi no auxílio a Giorgio Chiellini, Leonardo Bonucci e Christian Maggio.

No ataque italiano, Antonio Cassano dava as cartas e Mario Balotelli, apesar da presença de área, fez faltas e se irritou em lances que comprometeram sua continuação na partida, já que foi advertido com cartão amarelo.

Outro grande duelo ficou reservado para os goleiros, Iker Casillas, que trabalharia um pouco mais nos primeiros 45 minutos, e Gianluigi Buffon.

Casillas faria algumas defesas importantes, com destaque para o cabeceio de Thiago Motta.

Final de 1º tempo com sensação de surpresa pelo bom futebol apresentado pelos italianos contra os campeões europeus e mundiais.

Já na 2ª etapa os espanhóis lembraram-se dos títulos que sustentam e impuseram-se sobre a Azzurra.

Surgia, em grande parte, o futebol de toques rápidos do Barça com auxílio de jogadores de peso como David Silva e Xabi Alonso. A Roja lembrou-se de finalizar mais.

Xavi começava a testar a reputação de Buffon.

A Itália só conseguiu levar perigo graças a falha de Sergio Ramos que perderia bola para Balotelli na ponta direita do ataque italiano. O siciliano teve verdadeiro corredor em direção ao gol para fazer, mas demorou demais para definir, permitindo a Sergio Ramos recuperar-se e roubar a bola de volta para a Espanha.

Seria a última participação do temperamental jogador do Manchester City, substituído preventivamente por Prandelli, antes que levasse cartão vermelho e comprometesse o jogo para seu time.

Quando os espanhóis já dominavam claramente a partida, Andrea Pirlo faz bela jogada e lança o atacante substituto Antonio Di Natale para concluir. Itália na frente.

Alegria azzurra que duraria apenas três minutos.

Se um lado tinha Pirlo na assistência, o outro tinha David Silva. O também citizen serviu Cesc Fábregas que concluiu.

Empate justo em Gdansk.

No restante do jogo, os espanhóis dominaram as ações.

Em nova oportunidade, o recém promovido ao jogo, Fernando Torres, teve oportunidade ao livrar-se de linha de impedimento italiana e tentar concluir, forçando Buffon a sair do gol e ganhar disputa com os pés.

No final, empate com sabor de alívio para a Itália e frustração para a Espanha, flagrantemente melhor em todo o 2º tempo.

 

IRLANDA 1×3 CROÁCIA

Poznan, Polônia

Em jogo equilibrado, a Croácia obtém importante vitória sobre a Irlanda que lhe dá a liderança parcial do grupo C.

 

Mario Mandzukic comemora e Giovanni Trapattoni reclama

Gols croatas em momentos pontuais e decisivos, além de defesa claudicante do time de Giovanni Trapattoni foram cruciais para a definição do resultado que colocam pressão sobre os favoritos espanhóis e italianos.

Se Trapattoni havia algum plano de jogo especial para enfrentar os croatas, tudo foi por água abaixo logo aos 3 minutos de jogo quando o atacante Mario Mandzukic abriu o placar em Poznan.

Os irlandeses até que reagiram bem ao empatar a partida aos 19 minutos com gol de Sean St. Ledger.

E “a sorte do irlandês” estava reinstaurada.

De fato, tudo caminhava bem até o final do 1º tempo. Mas, em sobra de bola, Nikica Jelavic, desmarcado, marca o segundo da Croácia.

Mais um gol sofrido pela Irlanda em momento chave da partida. Lá iam os irlandeses para começar do nada na 2ª etapa.

O problema é que, dessa vez, a sorte irlandesa não daria as caras na Polônia.

As oportunidades aconteceriam, porém, mal recomeçando o trabalho de reconstrução do time verde, veio o golpe de misericórdia dos croatas. E mais uma vez com Mandzukic após serviço de Ivan Perisic. Croácia 3×1 e água mais que gelada na cabeça dos irlandeses.

A torcida irlandesa reclamaria ainda de penalidade não anotada em cima de Gordon Schildenfeld.

Do outro lado, os croatas começaram a fazer o tempo passar de forma inteligente.

Vitória croata e liderança do grupo C.

BAYERN FINALIZA PESADELO ESPANHOL

Após a improvável queda do Barcelona frente ao Chelsea, o Bayern de Munique acabou com todas as expectativas ibéricas em relação à final da UEFA Champions League ao eliminar o Real Madrid no Estádio Santiago Bernabéu após resultado de 2×1 em 120 minutos de jogo (3×3 no agregado) e vitória por 3×1 nas penalidades.

Festa na volta do Bayern a Munique

E foi mais uma partida entre Madrid e Bayern digna da grandeza dos clubes.

A alegria merengue teve início logo aos 6 minutos de jogo com gol do artilheiro Cristiano Ronaldo de pênalti. O 1×0 parcial significava a classificação do Madrid naquele momento.

Mas havia muito jogo a ser jogado e aquilo que poderia parecer a ratificação de um triunfo, na verdade revelar-se-ia um perigosíssimo resultado para os anfitriões.

Sim, o 2×0 caro leitor. Sim, aquele surrado chavão do futebol: o resultado mais perigoso, enganador do esporte bretão. Sobretudo quando o perdedor parcial vencera em casa por 2×1.

Assim é a vida, do céu ao inferno em dois tempos. Se o 1×0 era o paraíso para o Real Madrid, o 2×1 era a salvação da lavoura para quem perdia por 2×0.

O segundo gol madridista viria com os pés de Cristiano Ronaldo novamente, aos 14 minutos de jogo.

Mas o Bayern, encurralado no corner do ringue, respiraria, e muito, com o gol de pênalti assinalado por Arjen Robben.

Placar de 2×1 que colocava a disputa em 180 minutos absolutamente empatada (3×3) não restando sequer os gols como visitante para resolver a peleja.

Assim se arrastou o jogo até o final de 90 minutos. Assim voltou a se arrastar em mais 30 minutos de prorrogação.

Não havia outra alternativa além das cobranças de tiro livre direto.

Se Lionel Messi fracassara na noite anterior, Cristiano Ronaldo falharia na sua noite, apesar da conversão no tempo regulamentar. Grande defesa de Manuel Neuer.

Na rodada seguinte de cobranças, o brasileiro Ricardo Kaká repetiria o estilo de cobrança de Ronaldo, mas com menos potência no chute, Neuer repetiria a defesa.

O pior dos mundos estava instalado para o Madrid, mas Toni Kroos e Philipp Lahm errariam suas cobranças recolocando os anfitriões na disputa.

O próximo a perder e ter seu dia de vilão seria Sergio Ramos que cobraria toscamente além do travessão, longe do gol.

Bastian Schweinsteiger converteu a cobrança final.

Tristeza de Barcelona que se repetia em Madri. Final inesperada entre Bayern e Chelsea.

Com isso, os bávaros terão oportunidade única de decidir o título mais importante da Europa em casa, na Allianz Arena de Munique. Algo inédito na história da UEFA Champions League do formato atual de disputa e que ocorrera somente em 1965 com a Internazionale que jogou e ganhou no Estádio San Siro de Milão contra o Benfica (placar final de 1×0 com gol do brasileiro Jair da Costa, ex-Portuguesa e Santos).

ESPANHÓIS A PERIGO?

Terminada a primeira perna das semifinais da UEFA Champions League e com ela levantam-se dúvidas, possivelmente com dose de exagero, a respeito do favoritismo da dupla espanhola para a grande final de Munique em maio próximo.

De qualquer forma, a empolgação dos rivais não é para menos, afinal as vitórias de Bayern Munique por 2×1 sobre o Real Madrid na Alemanha e de Chelsea por 1×0 sobre os campeões do Barcelona na Inglaterra jogam sobre as costas dos gigantes espanhóis a responsabilidade de vitórias em terras ibéricas.

 

Didier Drogba, o nome do jogo comemora o gol único

LA BESTIA NEGRA

Sim, ela deu as caras novamente, “la bestia negra”.

Mas afinal, por que e para quem tal alcunha tão incisiva?

Sim, caro leitor, trata-se do Bayern de Munique, e o apelido pegou em espanhol mesmo!

Tudo isso devido a tabu existente entre os bávaros e os merengues do Real Madrid.

Que tabu? Nada menos que dez jogos entre estes dois gigantes realizados em Munique com nove vitórias dos anfitriões alemães e um empate. Ou seja, o Real Madrid nunca venceu o Bayern em Munique lá pelas bandas germânicas.

O jogo desta terça-feira válido pela UCL foi o décimo da referida lista e mais uma vez o Bayern mostrou superioridade sobre o Madrid, colocando o time de José Mourinho em situação, senão delicada, preocupante para a volta no Santiago Bernabéu.

Bayern, la bestia negra, quer estragar a festa do Real Madrid

O Madrid até que começou melhor graças a erro de Bastian Schweinsteiger que cedeu a posse de bola para Angel Di Maria que tocou para Karim Benzema bater e forçar Manuel Neuer a fazer grande defesa, colocando a bola para escanteio.

Mas em seguida os anfitriões começaram a controlar as ações e o gol inaugural não tardaria com Franck Ribery após falha de Sergio Ramos que teria noite desastrosa na Alemanha.

O Madrid conseguiria o empate somente na 2ª etapa aos 7 minutos em boa troca de passes merengue rondando a entrada da área bávara até que Cristiano Ronaldo cruzou para Mesut Özil concluir.

A partir daí, o Madrid adotaria postura mais conservadora. Estratégia arriscada que provocaria pressão dos anfitriões até o último minuto.

E foi exatamente aos 44 minutos que veio o gol da vitória do Bayern em belíssima jogada de Philipp Lahm pela direita, deixando outra fraca figura da defesa madridista para trás, o português Fábio Coentrão, e cruzando para Mario Gomez fazer seu 12º gol na Champions atual.

Vitória bávara que trouxe à tona a mística do tabu sobre os madridistas em Munique, obrigando-os a vencer por 1×0 em casa na próxima quarta-feira.

Estadia blanca cujos prejuízos não ficaram somente no placar adverso, já que a delegação do clube teve três pares de chuteiras, duas de Cristiano Ronaldo e uma de Mesut Özil furtadas na Allianz Arena, além de uma camiseta também do artilheiro português. Evento que se tornou caso de polícia em Munique.

 

DROGBA PERFEITO

Em noite de gala do atacante Didier Drogba e má pontaria dos jogadores do Barcelona, o Chelsea conseguiu destronar parcialmente o supercampeão Barcelona no Estádio Stamford Bridge de Londres.

A proposta de jogo do Chelsea não diferiria muito daquela apresentada pelo Milan nas quartas de final para enfrentar os blaugranas: time fechado, congestionamento total na intermediária e na entrada de sua área e busca do contra-ataque, ou seja, o mais puro catenaccio italiano, afinal o técnico da equipe é Roberto Di Matteo.

Os primeiros exemplos de má pontaria dos catalães viriam logo no 1º tempo com Alexis Sanchez ao tentar encobrir Peter Cech e colocar no travessão.

O bombardeio barcelonista teria sequência com cabeceio de Lionel Messi entre outras jogadas, além de lance polêmico de possível penalidade de Gary Cahill em Andrés Iniesta.

Até que surgiria a sonhada chance do contra-ataque mortal para os anfitriões. Messi tentaria jogada individual sem sucesso, Ramires controlou, partiu pela esquerda e encontrou Drogba penetrando na área servindo o atacante em cruzamento rasteiro. Gol de Drogba e vantagem parcial dos azuis no intervalo.

 Os catalães produziriam 70% de posse de bola no 2º tempo, tamanhas eram as possibilidades de empate do Barça.

Xavi e Messi tentaram de falta. Alexis Sanchez perderia outro gol incrível na cara do gol.

No Chelsea, grandes atuações de Cahill e John Terry, ligados nas velozes trocas de passes do adversário na entrada da área.

No final, duas novas chances claríssimas para os campeões do mundo: Messi bate falta na cabeça de Carles Puyol que obriga Peter Cech a efetuar sensacional defesa. Em seguida, Pedro Rodriguez tem rebote para chutar cruzado e rasteiro na trave de Cech com direito a rebote para Sergio Busquets desperdiçar ao chutar alto para fora.

No final, 1×0 para o Chelsea. Vitória de raça dos azuis de Londres. Algo que fez lembrar declaração de Frank Lampard a respeito do time catalão: “temos um negócio inacabado com o Barcelona”. Frase que remete aos confrontos entre ambos pelas semifinais da UCL 2008/2009 quando, após empate em 0x0 no Camp Nou, o Barça classificou-se ao empatar por 1×1 em Londres em partida marcada por penalidades a favor dos ingleses não anotadas pela arbitragem.

Terá chegado a hora do troco? Muito difícil. O Chelsea terá que realizar nova partida defensiva perfeita, desta vez como visitante contra uma equipe que possui volume de jogo absurdamente alto. Fica difícil imaginar um Barcelona sem marcar gols em casa.

Fato que traz à tona a questão do risco da Europa ficar sem uma final espanhola em Munique.

Bom, se na chave Barcelona-Chelsea, o favoritismo permanece com os campeões, no outro lado da tebela a missão do Real Madrid é matematicamente mais fácil (vitória por 1×0 o classifica em 90 minutos), mas historicamente mais difícil, já que não à toa, o Bayern é a asa negra do Madrid, ou como ficou consagrado em toda a Europa, la bestia negra.

Correm muitos riscos os espanhóis na perna decisiva das semifinais?