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EURO – GRUPO C: A COMPREENSÍVEL REBELDIA DE BALOTELLI

CROÁCIA 0x1 ESPANHA

Gdansk, Polônia

 

Após goleada sobre a Irlanda, a Seleção Espanhola entrou em campo razoavelmente relaxada para pegar a Croácia.

Andres Iniesta luta contra marcação croata

E foi o que se viu em Gdansk, uma Espanha acomodada em campo, fazendo o mínimo necessário para levar o jogo em banho-maria.

A questão crucial envolvendo esse jogo era que seu resultado poderia selar o destino italiano na Eurocopa. De acordo com as combinações, sequer uma vitória italiana contra a Irlanda classificaria a Azzurra.

Na mesma linha, muito especulou-se a respeito de possível jogo direcionado por Espanha e Croácia de modo que as qualificassem juntas para a fase seguinte.

Com a chegada de notícias de Poznan informando sobre o primeiro gol italiano, a Croácia começava a ser enxotada do seleto grupo dos qualificados. Algo que transformou a atmosfera da partida.

Os croatas começaram a se lançar para o ataque e bem que tiveram suas oportunidades.

Não por acaso, a imprensa do país crucificaria o árbitro Wolfgang Stark por suposta duas penalidade não anotadas. Uma delas, pouco antes do gol salvador espanhol (salvador para espanhóis e…italianos, logicamente).

No final da partida, Jesus Navas faria o gol da vitória espanhola.

Classificação confirmada e, de quebra, levando a Itália consigo a tiracolo.

 

ITÁLIA 2×0 IRLANDA

Poznan, Polônia

Não foi tão simples para a Azzurra vencer os eliminados, porém lutadores irlandeses em Poznan, Polônia.

Bonucci cala Balotelli

A vitória era obrigatória para o time de Cesare Prandelli após dois empates contra Espanha e Croácia.

E, de fato, a Itália entrava em campo sem os três zagueiros de antes, conforme o clamor e as cornetas italianas demandavam.

O primeiro gol italiano foi retrato do que é praxe na Itália em competições como a Eurocopa. Andrea Pirlo bate escanteio na cabeça de Antonio Cassano que conclui a gol com a bola tocando o travessão e entrando por pouco, sem balançar as redes. Tudo à base de drama.

Na 2ª etapa, Prandelli colocaria Mario Balotelli em campo.

E o Citizen Mario faria belo gol de voleio após cruzamento e sob marcação cerrada.

Até aí tudo bem. Mas, eis que Balotelli polemizaria novamente ao gesticular e começar a gritar algo, segundo relatos, em inglês. Antes que se pudesse compreender o que e para quem dizia, eis que Leonardo Bonucci o calou ao tapar a boca do campeão inglês e falar algo em seu ouvido.

Vitória e classificação italianas concretizadas e ficaram os questionamentos. A quem Balotelli direcionou suas críticas? Aos torcedores que o insultaram nas partidas da Azzurra nesta Eurocopa? Ou ao técnico Cesare Prandelli que o colocara no banco de reservas contra a Irlanda?

Coisas de Mario Balotelli.

De qualquer forma, algo é certo: Balotelli não está sem razão. Ele pode até não ser nenhum super craque, mas é uma personalidade intensa dentro e fora de campo. Afinal, não deve ser fácil ter de suportar vaias por ignorância e críticas técnicas em tais situações.

Classificação:

A Espanha ficou com a primeira vaga ao somar 7 pontos. A Itália ficou com 5 pontos, a Croácia com 4 e a Irlanda terminou sem pontos.

SOBRE COMO SUPERAR O MAIS FORTE

E foi o que ocorreu nesta última semana, culminando com o empate heroico do Chelsea com o Barcelona no Estádio Camp Nou por 2×2 (3×2 para o Chelsea no agregado) nesta terça-feira: o gigante batido, e não somente uma vez, e não somente pelos londrinos, mas também pelo arquirrival Real Madrid.

Cena do filme Rocky IV: como vencer o mais forte?

Tentar explicar pode passar por algo como recorrer ao lugar comum de dizer que somente o futebol proporciona tal possibilidade. Evidente, não deixa de ser a mais pura verdade, afinal que outro esporte coletivo expõe a derrota de uma equipe mais forte? O basquete, o vôlei, o futebol americano? Muito mais improvável.

O que dizer então das bolas na trave e da penalidade máxima desperdiçada? Fato é que boa pontaria também faz parte dos fundamentos do futebol e, se não for bem executado, é dar sopa para o azar na certa.

Se na quarta-feira da semana passada, o Chelsea contou com toda a sorte do mundo para fazer o placar de 1×0 em Londres, o mesmo já não pode ser dito sobre a partida do último sábado contra o Real Madrid válida pela Liga espanhola quando os merengues se impuseram sobre os blaugranas por 2×1 também no Camp Nou.

Ali, o Madrid fez partida digna de um gigante contra os melhores do mundo, ainda que a posse de bola tivesse se mantido com os catalães na maior parte do tempo como de praxe. Os anfitriões conseguiram o gol inaugural com Sami Khedira logo aos 17 minutos de jogo, mantiveram o Barça em desvantagem até 70º minuto com Alexis Sanchez empatando. Contudo, três minutos depois, voltaram a desempatar em grande jogada entre Cristiano Ronaldo e Mesut Özil com gol do português.

E não foi somente o placar. O time de José Mourinho forçou os campeões do mundo a jogarem fora de suas características habituais: lançamentos em profundidade sem eficácia, tentativas de jogadas de linha de fundo não mais produtivas e jogo aéreo. Algo que, talvez aí resida alguma limitação deste time do Barcelona, os comandados de Josep Guardiola não gostam e não sabem fazer.

No final, vitória justa do Madrid.

E eis que o Barcelona chegava para a segunda perna da semifinal contra o Chelsea, equipe que possui um grupo de atletas cujo núcleo líder detém super poderes e goza da admiração do chefe e proprietário do clube, o bilionário russo Roman Abramovich.

Inesperada festa do Chelsea no Camp Nou

Tamanha força nas mãos de certos jogadores que, a exemplo do que haviam feito com Luiz Felipe Scolari em 2009, fizeram com que não hesitassem em boicotar o treinador português André Villas Boas. Algo que ficou escancarado nas oitavas-de-final da UCL quando os azuis perderam para o Napoli por 3×1 com Villas Boas no banco e, já sem o português persona non grata do citado grupo, como que num passe de mágica, jogaram muito em Londres para virar o placar agregado ao fazer 4×1 em Stamford Bridge.

Este Chelsea era sabedor, já no jogo de Londres, de que jogar no mano a mano com o Barcelona era suicídio, afinal, trancados na defesa, já deram sorte nesta mesma primeira partida.

A solução era repetir a dose e rezar.

Só que no banco dos azuis havia um italiano, Roberto Di Matteo, portanto alguém que, somente pela origem, poderia significar prenúncio de um velho e bom catenaccio.

E lá estava ele, o esquema tático do ferrolho, culturalmente tão admirado pelos italianos para tentar o quase impossível: frear o ímpeto do Barça.

Só que desta feita era um Barça levemente ferido que ia a campo para defender seu título europeu. Duas derrotas consecutivas na temporada, principalmente a última contra o bom Real Madrid de José Mourinho em Barcelona.

E lá foram eles para o jogo.

No Barcelona, a novidade era a ausência de Daniel Alves e a presença de Gerard Piqué ao lado de Carles Puyol com o auxílio de Javier Mascherano e Sergio Busquets como volantes.

Estratégia de Guardiola que se foi quando Piqué lesionou-se e foi substituído pelo brasileiro.

Perdas também no Chelsea com a distensão de Gary Cahill e a promoção de José Bosingwa.

O Barça forçava o jogo a seu estilo e o Chelsea se defendia como podia até os 34 minutos, quando houve a primeira falha defensiva de marcação e Isaac Cuenca teve tempo de cruzar para Busquets marcar.

Mais 3 minutos de jogo e outro sério revés para os ingleses. John Terry é flagrado golpeando Alexis Sanchez nas costas com o joelho e é expulso justamente.

Não bastassem os problemas, o possível golpe de misericórdia viria cinco minutos mais tarde quando Andrés Iniesta ampliou o placar.

A partir daí, a sensação geral era de que a fatura estava concluída, e seria com goleada do Barça.

Ledo engano.

Aos 45 minutos, Ramires recebe pela direita e encobre com maestria o goleiro Victor Valdez. 2×1 antes do final do 1º tempo que classificava o time inglês, apesar de todos os obstáculos.

O que se viu no 2º tempo foi um Chelsea extremamente defensivo e um Barcelona tentando penetrar de todas as formas a seu estilo que, naquele momento, mostrava-se insuficiente.

Aos 4 minutos, penalidade clara de Didier Drogba em Cesc Fábregas. Lionel Messi bateu e acertou a trave. Até os grandes craques têm seu dia de vilão.

 Petr Cech fazia seus milagres, rebatia bolas trabalhadas do Barça na conclusão final, tocava milagrosamente na bola evitando as redes e fazendo-a tocar na trave.

Mas não era dia do Barcelona que pressionara muito, ainda que não apresentasse o mesmo futebol vistoso na 2ª etapa.

E o gol de empate do Chelsea veio com o espanhol Fernando Torres, que entrara no decorrer do jogo. O criticadíssmo Torres recebeu lançamento, avançou livre, driblou Valdez e encerrou a disputa pela vaga.

Os 2×2 finais, sob todas as circunstâncias que o cercaram, pareciam roteiro clichê de Hollywood, como aqueles em que o mais fraco, desacreditado, sofre de todas as formas contra o gigante mais poderoso e, portanto, favoritíssimo, mas com superação vence no final para delírio geral.

Analogias hollywoodianas à parte, mudanças podem ocorrer na equipe catalã. Não se sabe o que será do técnico Josep Guardiola, que não tem contrato para a próxima temporada por ora. Ao mesmo tempo começam a surgir especulações na imprensa italiana de que Silvio Berlusconi estaria disposto a tê-lo na direção técnica do Milan, tendo como outra opção Fabio Capello para o cargo.

ESPANHÓIS A PERIGO?

Terminada a primeira perna das semifinais da UEFA Champions League e com ela levantam-se dúvidas, possivelmente com dose de exagero, a respeito do favoritismo da dupla espanhola para a grande final de Munique em maio próximo.

De qualquer forma, a empolgação dos rivais não é para menos, afinal as vitórias de Bayern Munique por 2×1 sobre o Real Madrid na Alemanha e de Chelsea por 1×0 sobre os campeões do Barcelona na Inglaterra jogam sobre as costas dos gigantes espanhóis a responsabilidade de vitórias em terras ibéricas.

 

Didier Drogba, o nome do jogo comemora o gol único

LA BESTIA NEGRA

Sim, ela deu as caras novamente, “la bestia negra”.

Mas afinal, por que e para quem tal alcunha tão incisiva?

Sim, caro leitor, trata-se do Bayern de Munique, e o apelido pegou em espanhol mesmo!

Tudo isso devido a tabu existente entre os bávaros e os merengues do Real Madrid.

Que tabu? Nada menos que dez jogos entre estes dois gigantes realizados em Munique com nove vitórias dos anfitriões alemães e um empate. Ou seja, o Real Madrid nunca venceu o Bayern em Munique lá pelas bandas germânicas.

O jogo desta terça-feira válido pela UCL foi o décimo da referida lista e mais uma vez o Bayern mostrou superioridade sobre o Madrid, colocando o time de José Mourinho em situação, senão delicada, preocupante para a volta no Santiago Bernabéu.

Bayern, la bestia negra, quer estragar a festa do Real Madrid

O Madrid até que começou melhor graças a erro de Bastian Schweinsteiger que cedeu a posse de bola para Angel Di Maria que tocou para Karim Benzema bater e forçar Manuel Neuer a fazer grande defesa, colocando a bola para escanteio.

Mas em seguida os anfitriões começaram a controlar as ações e o gol inaugural não tardaria com Franck Ribery após falha de Sergio Ramos que teria noite desastrosa na Alemanha.

O Madrid conseguiria o empate somente na 2ª etapa aos 7 minutos em boa troca de passes merengue rondando a entrada da área bávara até que Cristiano Ronaldo cruzou para Mesut Özil concluir.

A partir daí, o Madrid adotaria postura mais conservadora. Estratégia arriscada que provocaria pressão dos anfitriões até o último minuto.

E foi exatamente aos 44 minutos que veio o gol da vitória do Bayern em belíssima jogada de Philipp Lahm pela direita, deixando outra fraca figura da defesa madridista para trás, o português Fábio Coentrão, e cruzando para Mario Gomez fazer seu 12º gol na Champions atual.

Vitória bávara que trouxe à tona a mística do tabu sobre os madridistas em Munique, obrigando-os a vencer por 1×0 em casa na próxima quarta-feira.

Estadia blanca cujos prejuízos não ficaram somente no placar adverso, já que a delegação do clube teve três pares de chuteiras, duas de Cristiano Ronaldo e uma de Mesut Özil furtadas na Allianz Arena, além de uma camiseta também do artilheiro português. Evento que se tornou caso de polícia em Munique.

 

DROGBA PERFEITO

Em noite de gala do atacante Didier Drogba e má pontaria dos jogadores do Barcelona, o Chelsea conseguiu destronar parcialmente o supercampeão Barcelona no Estádio Stamford Bridge de Londres.

A proposta de jogo do Chelsea não diferiria muito daquela apresentada pelo Milan nas quartas de final para enfrentar os blaugranas: time fechado, congestionamento total na intermediária e na entrada de sua área e busca do contra-ataque, ou seja, o mais puro catenaccio italiano, afinal o técnico da equipe é Roberto Di Matteo.

Os primeiros exemplos de má pontaria dos catalães viriam logo no 1º tempo com Alexis Sanchez ao tentar encobrir Peter Cech e colocar no travessão.

O bombardeio barcelonista teria sequência com cabeceio de Lionel Messi entre outras jogadas, além de lance polêmico de possível penalidade de Gary Cahill em Andrés Iniesta.

Até que surgiria a sonhada chance do contra-ataque mortal para os anfitriões. Messi tentaria jogada individual sem sucesso, Ramires controlou, partiu pela esquerda e encontrou Drogba penetrando na área servindo o atacante em cruzamento rasteiro. Gol de Drogba e vantagem parcial dos azuis no intervalo.

 Os catalães produziriam 70% de posse de bola no 2º tempo, tamanhas eram as possibilidades de empate do Barça.

Xavi e Messi tentaram de falta. Alexis Sanchez perderia outro gol incrível na cara do gol.

No Chelsea, grandes atuações de Cahill e John Terry, ligados nas velozes trocas de passes do adversário na entrada da área.

No final, duas novas chances claríssimas para os campeões do mundo: Messi bate falta na cabeça de Carles Puyol que obriga Peter Cech a efetuar sensacional defesa. Em seguida, Pedro Rodriguez tem rebote para chutar cruzado e rasteiro na trave de Cech com direito a rebote para Sergio Busquets desperdiçar ao chutar alto para fora.

No final, 1×0 para o Chelsea. Vitória de raça dos azuis de Londres. Algo que fez lembrar declaração de Frank Lampard a respeito do time catalão: “temos um negócio inacabado com o Barcelona”. Frase que remete aos confrontos entre ambos pelas semifinais da UCL 2008/2009 quando, após empate em 0x0 no Camp Nou, o Barça classificou-se ao empatar por 1×1 em Londres em partida marcada por penalidades a favor dos ingleses não anotadas pela arbitragem.

Terá chegado a hora do troco? Muito difícil. O Chelsea terá que realizar nova partida defensiva perfeita, desta vez como visitante contra uma equipe que possui volume de jogo absurdamente alto. Fica difícil imaginar um Barcelona sem marcar gols em casa.

Fato que traz à tona a questão do risco da Europa ficar sem uma final espanhola em Munique.

Bom, se na chave Barcelona-Chelsea, o favoritismo permanece com os campeões, no outro lado da tebela a missão do Real Madrid é matematicamente mais fácil (vitória por 1×0 o classifica em 90 minutos), mas historicamente mais difícil, já que não à toa, o Bayern é a asa negra do Madrid, ou como ficou consagrado em toda a Europa, la bestia negra.

Correm muitos riscos os espanhóis na perna decisiva das semifinais?

O PÊNALTI DA DISCÓRDIA

Com mais futebol, volume de jogo, posse de bola e lance controvertido de penalidade máxima que talvez tenha alterado os rumos da partida, o Barcelona derrotou o Milan por 3×1 no Estádio Camp Nou nesta terça-feira e deu gigante passo para chegar a mais uma final de UEFA Champions League.

 

O lance capital do jogo. Pênalti?

Sim, final, pois em relação à semifinal vindoura, além de ser a quinta consecutiva do clube catalão, o adversário não parece assustar tanto assim como o Milan. Será?

Partida que contava com a volta de Cesc Fábregas no time titular escalado por Josep Guardiola em vez de Seydou Keita, como no jogo de ida em Milão. Mudança que significava mais ofensividade por parte dos anfitriões.

A partida começaria com o mesmo roteiro de San Siro: o Barça com maior posse de bola e o Milan atentamente observando a troca de passes catalã em verdadeiro exercício de paciência e concentração.

A primeira perfuração no ferrolho italiano ocorreria antes dos 10 minutos de jogo em jogada de Daniel Alves, passe de primeira de Fábregas que havia chamado a atenção de toda linha de zaga milanista que largou Lionel Messi e conclusão para fora do melhor do mundo.

Aos 10 minutos, o primeiro pênalti: bola roubada por Messi em falha de Philip Mexes. O argentino avançou, tocou, a bola foi interceptada por Luca Antonini, que ao ver Messi retornando de posição fora de jogo, correu desesperadamente até o argentino para corrigir o erro, mas cometeu penalidade. A dúvida ficou em suposto impedimento de Messi, mas como houve passe de Antonini, intencional ou não, o árbitro não pode ser criticado pela marcação.

Messi bateu no canto de Christian Abbiati e fez o primeiro.

Em seguida, o Milan fez o que deveria ter feito ao não desistir de sua proposta de jogo de marcar os anfitriões a todo custo.

O prêmio pela concentração milanista viria aos 32 minutos em boa jogada de Robinho que tocou para Zlatan Ibrahimovic que fez o pivô para Antonio Nocerino penetrar pela direita e bater na saída de Victor Valdéz.

Empate milanista que classificaria os visitantes. Era a pressão sobre os donos da casa que Massimiliano Allegri queria.

De fato, a partida encaminhar-se-ia para o intervalo com o 1×1, resultado que traria ingredientes de dramaticidade para a 2ª etapa, até que o árbitro holandês Bjorn Kuipers assinalou falta dentro da área de Alessandro Nesta em Sergio Busquets quando o italiano agarrava a camisa do espanhol. Tudo isso com Carles Puyol também empurrando Nesta quase que simultaneamente.

Marcação que causou surpresa até mesmo para os blaugranas, sem mencionar a revolta dos italianos.

Lance que fez com que Messi anotasse os 2×1 em Camp Nou. Lá estava o Barça novamente em vantagem, lá estava o Milan novamente tendo que buscar forças para recomeçar.

A disputa se encerrou aos 8 minutos do 2º tempo com lançamento perfeito de Messi para Andrés Iniesta concluir.

A questão referente ao segundo pênalti estava relacionada mais com o fato de a trajetória da partida ter sido alterada.

Uma virada de tempo em 1×1 daria mais competição e emoção à segunda etapa.

Significaria que o Milan teria vencido? Talvez, mas ainda assim com maior possibilidade para o “não” como resposta. Algo óbvio de se deduzir considerando a qualidade de ambas as equipes.

O que já foi exaustivamente dito e escrito deve ser repetido com o intuito de enfatizar caso haja qualquer sombra de dúvida: o Barcelona é o melhor time do mundo que possui em seus quadros o melhor jogador do mundo.

O Milan de Allegri, sabedor da dura realidade, adotou o velho e bom jogo italiano baseado no catenaccio, ou seja, o ferrolho, a mais pura retranca. Está no sangue do italiano, defender-se no futebol é uma arte. Só que isso não era suficiente. Era necessária maior qualidade na saída de bola milanista, algo que faltou. Somente Kevin Prince Boateng partia para cima quando detinha a posse de bola.

Contudo, funcionou em Milão. Poderia ter funcionado em Barcelona também, mas aí houve o pênalti marcado por Kuipers, dando outro desfecho para o jogo que teria sido muito melhor no 2º tempo em verdadeiro duelo de escolas de futebol. Quem teria vencido? Não dá para saber, apesar do favoritismo e superioridade do Barça.

Foi algo que disse Allegri na coletiva pós-jogo: “um pênalti nós os presenteamos, o árbitro os presenteou com outro.

No outro lado, festa em Barcelona pela quinta semifinal em sequência do time da cidade. Nada mal mesmo!

E a porteira está aberta para o Barça nas semifinais que agora enfrentará o Chelsea que derrotou o Benfica por 2×1 em Stamford Bridge nesta quarta-feira em boa atuação dos portugueses.

A questão é: o que este Chelsea de Roberto Di Matteo poderá fazer contra o todo-poderoso Barcelona? Não muito possivelmente.

Do outro lado da chave, o confronto Real Madrid x Bayern foi confirmado com nova vitória dos bávaros por 2×0 sobre o Olympique Marseille em Munique.

Já os comandados de José Mourinho se divertiram contra o APOEL e fizeram 5×2 no Estádio Santiago Bernabéu.

Tudo se encaminha para uma final entre Barcelona versus Bayern ou Real Madrid, mostrando o maior equilíbrio na chave bávaro-merengue.

 

 

O SEGUNDO MELHOR TIME DO MUNDO

Orgulho. Essa foi a palavra mais citada por jogadores e torcedores do Real Madrid após o empate por 2×2 com o Barcelona no Estádio Camp Nou nesta quarta-feira em partida de volta válida pelas quartas-de-final da Copa do Rei espanhola e que classificou os catalães.

José Mourinho pândego: no estacionamento do Camp Nou, encostado no carro do árbitro, esperando-o para soltar verbo

E não foi à toa tamanho orgulho. Seguramente foi a melhor exibição do Madrid contra o arquirrival na era Jose´Mourinho.

Exibição providencial, pois, mais do que nunca, o técnico português era questionado em Madri após a derrota por 2×1 na partida de ida.

O 1º tempo merengue foi exuberante, com a equipe sempre marcando sob pressão a saída de bola do Barça.

Cristiano Ronaldo, Gonzalo Higuaín e Mesut Özil construíram suas chances com algumas boas defesas de José Pinto Colorado (que substituía Victor Váldez, relegado ao banco).

O Madrid não marcou, o Barça tratou de fazê-lo. Em grande jogada de Lionel Messi, Pedro abriu o placar aos 43 minutos. Placar que foi ampliado por Daniel Alves em chute diagonal no ângulo, perfeito, sem chances para Iker Casillas. Castigo enorme para o Real Madrid, cujos jogadores saíram inconsolados de campo para o intervalo.

A valentia madridista ficou evidente na 2ª etapa. Com o placar agregrado já em 4×1, os comandados de Mourinho foram à luta. A marcação sob pressão na saída de bola continuava, o Barcelona tentava levar o jogo de forma burocrática até seu final. Os anfitriões sentiam a ausência de Andrés Iniesta, substituído por contusão.

Aos 53 minutos de jogo, Sergio Ramos marca gol legal de cabeça, mal anulado pelo árbitro Fernando Teixeira Vitienes. Revolta geral dos jogadores do Madrid.

Ainda assim, os “blancos” não desistiram.

Em jogada de Özil, Cristiano Ronaldo invadiu a área, driblou Colorado e fez o primeiro gol merengue.

4 minutos mais tarde, roubada de bola sobre Gerard Pique, Karim Benzema aplica lençol sobre Carles Puyol e fuzila para o gol. Era o empate do Madrid.

No final, a partida ficou mais truncada, com faltas e com Pepe, tentando se fazer de vítima, valorizando as cargas que sofria.

Quando Teixeira Vitienes encerrou a peleja, alguns madridistas dirigiram-se a ele. Tarde demais. Classificação justa do Barcelona, mas graças ao desempenho de Madri.

Já o Real Madrid mostrou ser possível derrotar o Barça melhor do mundo. Claro, não será prerrogativa destinada a todos os adversários, mas somente a uns poucos. Poucos como o Real Madrid, um senhor time, mas que teve a infelicidade de ser contemporâneo deste Barcelona que está escrevendo a história do futebol.

Este Madrid de Mourinho é, quase certamente, o segundo melhor time do mundo. Suspeita que poderá ser validada na fase eliminatória vindoura da UEFA Champions League.

 

VELOZES

  • Foi quase um discurso ensaiado pelos jogadores do Real Madrid nas entrevistas pós-jogo, e não era para menos, estavam todos orgulhosos do desempenho no Camp Nou. Tudo isso após semana conturbada com especulações de possível saída de Mourinho da direção técnica do clube merengue.
  • Perguntar não ofende: e se o Real Madrid vencer a Champions, além da Liga Espanhola, que vai bem obrigado? Mourinho será contestado e demitido? E mais, e se ele vencer e não quiser ficar? Bons empregos seguramente não lhe faltarão.
  • O gol anulado de Sergio Ramos, bem como sua expulsão posterior renderam após a partida. Iker Casillas confirmou à imprensa local que disse ao árbitro Vitienes na entrada dos vestiários: “Vá fazer festa com eles!”
  • E Sergio Ramos, protagonista da trama, jogou no Twitter: “Estou feliz que o clube apele pelo meu segundo cartão amarelo porque, apesar de alguns não pararem de rolar, nem o toquei.” Ramos havia sido expulso por segundo amarelo após falta sobre Sergio Busquets e alegou simulação do jogador.
  • Lesões no Barça: Andrés Iniesta sofreu ruptura do bíceps femural e Alexis Sánchez sofreu entorse de clavícula.
  • E Mourinho fez das suas também no pós-jogo. Após parabenizar o Barça pela classificação e afirmar que a vitória foi justa pelo que os “blaugranas” fizeram no jogo de ida, o português, segundo o periódico de Barcelona “Mundo Deportivo”, foi ao estacionamento do Estádio Camp Nou, teria aguardado o árbitro Vitienes e dito a ele: “Vai artista, como você gosta de f@#$% os profissionais!”
  • Festa na pequena cidade de Miranda de Ebro. O time local, o Mirandés, também classificou-se ao derrotar no placar agregado (pelo critério de gols fora de casa) o Espanyol por 2×1 em casa. Antes, o Espanyol vencera por 3×2 em virada incrível.
  • O Athletic Bilbao fez 1×0 no Mallorca e foi o outro classificado.
  • Agora falta a decisão entre Valencia e Levante. Tudo a favor do Valencia após vitória por 4×1 na partida de ida.
  • Na bota, a Copa Itália teve prosseguimento com a Juventus despachando a Roma por 3×0 no Juventus Stadium de Turim. O destaque ficou para a atuação de gala de Alessandro Del Piero, veterano ídolo juventino.
  • Já o Chievo Verona recebeu o Siena e se deu mal. Vitória por 1×0 dos visitantes.
  • Em outro clássico italiano, o Napoli recebeu a embalada Internazionale. Se tudo vai bem na Série A com as 7 vitórias em sequência, os “nerazzurri“ sentiram porque o time de Walter Mazzarri é a sensação italiana da temporada. Vitória napolitana por 2×0 com gols de Edinson Cavani.
  • Na Carling Cup inglesa o Manchester City enfrentou o Liverpool. Empate de 2×2 em jogo polêmico, já que o árbitro marcou pênalti de Micah Richards em toque de mão. Foi um daqueles lances difíceis e interpretativos que dividem as opiniões. Fato é que um dos gols do Liverpool (convertido por Steven Gerrard) veio deste lance. Com isso, o Liverpool avançou no placar agregado (3×2). Polêmica lançada.
  • Na outra decisão, mais emoção. O Cardiff City recebeu o Crystal Palace. Fez 1×0, igualou o agregado (1×1) e foi necessária a decisão por penalidades. Vitória dos galeses por 3×1 para delírio da torcida local.
  • Com isso, final da Carling Cup definida: Cardiff City x Liverpool em Wembley.

 

Encerrando o giro internacional, nada como encerrar com aqueles que, para muitos, são considerados os “inventores” do rock alternativo. Anunciaram o fim das atividades, mas todos sabem que, por uma grana extra para garantir a aposentadoria, eles podem se reunir para um novo tour mundial. Claro, é o REM, com “All the Best” do álbum de sugestivo nome “Collapse into now” de 2011. Confira.

http://www.youtube.com/watch?v=ayb1uoeYrgo