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OS PROBLEMAS DO PALMEIRAS SÃO TÉCNICOS E TÉCNICO.

Mais do que o excesso de volantes, a principal causa da queda de rendimento alviverde é o mau momento técnico de algumas de suas peças – e sim, também culpa do Felipão.

O excesso de volantes do time é ilusório. Não há marcação no meio campo, pois há apenas segundos volantes.

Marcio Araujo é o que mais se aproxima de ser um 1º volante, mas além de não ser um marcador nato, está em péssimo momento técnico. Chico deveria ser esse homem, mas parece não contar com a confiança de Felipão. Exceto ele, no elenco tido como um showroom de volantes, não há verdadeiramente nenhum outro marcador.

Assunção não marca a própria sombra e na 2ª etapa cai drasticamente de rendimento. Vide o clássico contra o Corinthians, onde foi o destaque do time na 1ª etapa e no 2º apensas fez figuração, exatamente onde Paulinho atuou e decidiu o jogo. Se não há variação tática para sanar esse problema, a culpa é de quem arma o time. As peças que ele pediu dessa vez chegaram. Ao menos o próprio Felipão dizia estar satisfeito com o que lhe fora dado.

Com um meio sem pegada, a zaga fica exposta. Embora por baixo tenha dado conta do recado, pateticamente sofre com as bolas aéreas. Contra o Guarani foi um show de horrores e não fosse a grande atuação de Deola e o placar apontaria ainda mais essa fragilidade. Erro de posicionamento. Deficiência técnica? Talvez. Mas também falha de posicionamento. Coisas para o treinador solucionar.

O que vinha dando certo começou a degringolar. Principalmente ofensivamente, onde Maikon Leite vive um momento de tristeza técnica latente.

Nunca fora um primor, mas ao menos funcionava naquilo que tem de melhor, que é a velocidade. Hoje a bola tem sido sua inimiga e o faz tropeçar a todo instante. Não consegue acertar um único drible sem que escorregue diante do marcador, que lhe toma a bola sem grandes suadouros.

Os gols de Barcos rarearam de acordo com essa queda técnica de seus parceiros de ataque. Isolado, tem sido ele o armador das próprias jogadas, tendo que sair da área para tabelar com Daniel Carvalho.

Para ajudar Cicinho também caiu de produção. A sombra de Arthur que deveria ser um estimulo parece ter minado sua confiança. Sua força no apoio desapareceu e no lugar está um Cicinho afoito, que chega atrasado na marcação e não consegue mais compor o lado direito com a eficácia de antes.

Se falta marcação ao time e a manutenção de Cicinho se dava somente por sua força ofensiva, talvez seja hora de dar titularidade a Arthur, que tem maior condição defensiva e ainda aparece bem nas jogadas aéreas.

O sonhado lado direito com Cicinho e Wesley parece não ter vingado. Mais ainda agora com a contusão do meia.

Fechar o meio não significa lotar de segundos volantes, mas de repente ter um de contenção. Não isolar Daniel Carvalho na armação das jogadas. Valdívia está machucado, então tente Carmona. Patrick não é meia, não é 2º volante, não se sabe bem o que é. Deixe-o descobrir primeiro.

Para algumas posições há peças para mudar, em outras não. Mas cabe a Felipão dar jeito. O que não pode é achar que está normal um time que vinha tão bem de uma hora para outra tornar-se tão frágil e o treinador assistir passivamente sem buscar opções.

Deola; Arthur, Amaro, Henrique e Juninho; Chico, Assunção e Carmona; Daniel Carvalho, Vinicius e Barcos.

Um 4.3.3 com condição de virar 4.4.2 recuando Carvalho quando necessário ou Barcos saindo para espetar Carvalho ou Vinicius mais abertos. Sem invencionices, sem adaptação, cada um na sua.

Felipão fez de tudo para renovar com o garoto Vinicius, por que não usá-lo? Maikon Leite precisa de banco, precisa aprender a escolher suas chuteiras e a levantar a cabeça.

Não há ainda motivos para instalar uma crise. A derrota para o Guarani se construiu também no mérito do adversário. Bruno Mendes arrebentou. Centroavante ágil, inteligente e com muita maturidade para quem tem somente 17 anos. Jogou o Guarani como jogou o Palmeiras por muito tempo, tendo como arma mais forte as bolas paradas com o veterano Fumagalli.

No Palmeiras a máxima do “em casa de ferreiro o espeto é de pau” parece se aplicar.

Como já dito após a derrota para o Corinthians, nem tudo é 100% certo nem errado. Mas é 100% errado não ousar, não mudar, não trabalhar.

A CORRETA ESCOLHA DE TITE E A INVENCIBILIDADE DO PALMEIRAS

No primeiro semestre de 1999 o Palmeiras disputava paralelamente três competições: Libertadores, Copa do Brasil e Paulistão. Chegou as finais da Libertadores e Paulistão e semifinais da Copa do Brasil.

Enquanto foi possível Felipão escalou o time titular em todas as competições. Quando precisou priorizar, não teve dúvidas em escolher a Libertadores.

As finais da maior competição interclubes do mundo (ao lado da Champions) ocorreram exatamente entre as também finais do Paulistão.

A derrota por 1X0 no jogo de ida contra o Deportivo Cali ligou o sinal de alerta e para a 1ª partida da final do Paulistão Felipão mandou um time 100% reserva contra o fortíssimo Corinthians. Resultado: 3X0 Timão e a vaca palmeirense no Paulista foi para o brejo.

Na quarta-feira seguinte aconteceu a finalissima da Libertadores  e o Verdão venceu, com muito sufoco, o Deportivo Cali por 2X1, o que levou a partida para os pênaltis e então o alviverde conseguiu sua tão sonhada Libertadores. Depois, na partida de volta da final do Paulistão, time misto contra o Corinthians e um placar em 2X2 deixou claro que Felipão havia feito o certo. E não apenas por ter vencido a Libertadores, mas por ter priorizado o que de fato interessava ao clube e ao torcedor.

O que teria acrescentado ao clube vencer mais um entre tantos Paulistas e ficar com a sensação de que a Libertadores lhe escapou por entre os dedos?

O porquê dessa história toda?

Ontem no clássico contra o Santos Tite armou um Corinthians misto e acabou derrotado pelos donos da casa pelo placar mínimo, perdendo também uma longa invencibilidade. Um início de caça as bruxas teve início, isso porque Muricy escalou o Santos completo e venceu.

Venceu por 1X0, atuando mal, com um Neymar apagado e displicente, dando chances para o mistão corintiano conseguir algo melhor. Mistão e com dois jogadores a menos. Já que a inoperância de Adriano e Alex é de irritar até quem não torce pelo time.

“Ah, mas é clássico e a rivalidade pede que se escale o que tem de mais forte.”

Até a página 2 é assim mesmo que funciona. Mas com todo o respeito ao tri da Libertadores. O Corinthians é o maior rival do Santos, mas o inverso não ocorre. Fosse contra Palmeiras ou São Paulo e fatalmente o próprio torcedor alvinegro pediria a força máxima, o que não ocorreu contra o alvinegro praiano.

Tite tem o time nas mãos. Sabe com quem pode contar e até onde pode. Em termos de grupo hoje o Corinthians é o mais forte time do país. O Santos tem melhores individualidades, mas não tem um grupo coeso, começando só agora construir um sistema defensivo mais concreto.

O torcedor há de concordar comigo que o Peixe jogou 2011 inteiro vivendo da genialidade de Neymar e de lampejos de Ganso e cia, mas sofrendo com o excesso de gols sofridos. Quando encarou o Barcelona não viu a cor da bola. Se tivesse um sistema defensivo mais eficiente e a derrota poderia ter sido menos acachapante.

O Corinthians encara na quarta-feira o Nacional, o mais fraco time de sua chave na Libertadores. Precisa vencer e mostrar serviço, até por que quase levou chumbo na estréia. O Santos recebe nada mais do que o Inter, um adversário evidentemente mais forte do que o corintiano. E o Peixe vem de derrota na estréia.

A meu ver errou Muricy e não Tite nas escolhas do clássico de ontem. A vitória mínima e jogando mal convenceu alguém?  Se não vencer o Inter terá sido válida do que a vitória contra o Corinthians? Até em termos de álibi para os jogos da Libertadores Tite foi mais feliz do que Muricy e o próprio Muricy corrobora com essa opinião quando diz ter escalado o time titular apenas para agradar a torcida.

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A derrota corintiana serviu para tornar o Palmeiras o único invicto dos times paulistas. Ainda que o empate em 0X0 contra o São Caetano derrubou o time para a 3ª colocação.

Alguns dizem se tratar de uma invencibilidade inútil, no que não concordo.

Um time que quase caiu para a série B há menos de 5 meses acumula agora mais 15 jogos de invencibilidade. O ataque melhorou consideravelmente com as entradas de Daniel Carvalho e principalmente Barcos, além da nova função de Maikon Leite, caindo pelos dois flancos do campo. A bola parada de Marcos Assunção passou a ser “apenas” mais uma arma em meio ao repertório do time e as coisas podem ainda melhorar com a volta e Valdívia e contratação de Wesley.

Em termos de conjunto o Verdão ainda não é forte como o Corinthians. Ainda que hoje tenha mais opções, Felipão não conseguiria mandar um mistão num clássico contra o Santos, por exemplo.

Acumula já 5 empates no Paulistão, o que justifica sua classificação apesar de invicto. Por outro lado quando vence geralmente marca muitos gols. Tem tido poder de recuperação e já não se abala tanto quando sai atrás no placar.

É evidente a evolução nos últimos meses e é por isso que a invencibilidade, apesar da 3ª colocação, tem que ser comemorada pelo torcedor sim. O caminho percorrido está sendo o correto.

O 8 OU 80 DE ARNALDO TIRONE. E O PALMEIRAS TENTANDO RESSURGIR NO CENÁRIO.

Sejamos justos. Se em 2011 a administração de Arnaldo Tirone mereceu nota 0, nesse início de 2012 ele vem dando demonstrações de que quer tirar notas mais altas.

Se quando as coisas dão errado o culpamos, acho justo que quando começam a funcionar façamos o mesmo tipo de análise.

O surpreendente contrato com a Kia, a contratação de Barcos e agora a um passo de anunciar Wesley. Tem gente bancando que vem mais por aí, entre jogadores e mais patrocínios.

Em campo o time vem mostrando que pode voltar a brigar diretamente contra os rivais. No clássico contra o Santos, a lesão de Valdívia tinha tudo para ter sido lamentada ao final da partida. Não que não tenha sido. Mas a grata surpresa com o bom futebol de Daniel Carvalho, que substituiu Valdívia, além da força do time para conseguir a virada contra o campeão da Libertadores , ganharam mais destaque por parte de Felipão do que a perda de seu camisa 10.

Destaques individuais chamam a atenção também. Cicinho fez partida irrepreensível no aspecto ofensivo e sobretudo defensivo, quando teve que marcar “apenas” Neymar. Juninho também começa a se soltar pela esquerda e mostrar o bom futebol dos tempos de Figueirense. Se o ataque ainda peca na hora de finalizar, o meio campo cria inúmeras oportunidades, além de gerir um domínio de maior posse de bola.

Não é um time de futebol vistoso, mas mostra estar bastante competitivo. As chegadas dos tais “camarões” podem dar o que ainda falta ao time – condição de desequilibrar uma partida onde o time joga de igual para igual, como a de ontem.

Detalhe: Em 11 clássicos disputados no estádio Eduardo José Farah, em Prudente, o Palmeiras venceu 8 e empatou 3. Não conheceu ainda derrota na quente cidade do interior paulista.

Despeço-me da camaradagem ao som do Stone Roses – Made of Stone

 

 

Cheers,

A CRISE DA VEZ NO PALMEIRAS SERVIU PARA ALGUMA COISA

Que o Palmeiras é uma máquina de crises todos já sabemos. Semana após semana, jogo após jogo, algo ou alguém gera um fato que se transforma em factóide, que por sua vez é alimentado com um show de desinformação e má vontade por parte de alguns (não todos) que deveriam levar ao público a informação melhor apurada.

Se as crises ainda servissem para mudar algo dentro do clube, tudo bem. Mas as bombas explodem, o factóide é gerado, os departamentos entram em conflito, a hierarquia é quebrada, mas absolutamente nada acontecia. Enquanto isso time definha.

A agressão ao volante João Vitor é condenável, como toda agressão.  Mas pelo menos dessa vez a nova crise serviu para algo – separar o joio do trigo.

Quem é joio e quem é trigo nessa história?

Oras, basta elencar os personagens principais de mais essa novela.

João Vitor é coadjuvante, apesar de ter sido o estopim da vez. Os protagonistas são o ex camisa 30 do time e o técnico Felipão.

Cabe todo tipo de julgamento sobre o trabalho de Scolari nesse seu retorno ao clube. Mas duvidar das boas intenções do velho Bigode, isso jamais. Não se pode dizer o mesmo do outrora Gladiador.

A crise institucional no Palmeiras é histórica, mas fechando a janela de fatos para os acontecimentos mais recentes, fica bem claro onde foi que toda essa situação degradante teve início – na vitória do Palmeiras por 5X0 contra o Avaí – bem típico do alviverde criar crise até quando se obtém um grande resultado em campo. Naquela noite o jogador que vestia a camisa 30 trouxe ao conhecimento do universo a proposta do Flamengo por seu futebol. Daquela noite em diante o que se viu foi um show de desrespeito a história do clube, sobretudo ao torcedor que o aclamou como ídolo, que fez uma festa poucas vezes vista para recebê-lo de volta.

Partiram dele quase que 100% das declarações e/ou situações que gerariam as convulsionais e semanais crises internas e externas.

A gota d água foi o motim proposto pelo jogador em “solidariedade” a João Vitor. Muito a calhar na véspera de um jogo contra o Flamengo, diga-se de passagem. Sugestão prontamente rechaçada por Felipão, este sabedor das conseqüências que sofreria o time e o clube.

Parece que a boleirada quase que em sua totalidade ficou ao lado do jogador num primeiro momento, exceto Marcos Assunção. Mas, de todo apoio ou desagravo recebido, um fato, uma situação, um posicionamento dentro do elenco deixa bem claro, pelo menos para mim, qual é o lado correto dessa história – a desaprovação do goleiro Marcos ao tal motim.

Declarar apoio a João Vitor e repudiar a violência é até sensato e plausível, mas lesar o clube é de uma indecência descomunal. Se o tal motim tivesse sido levado a sério, o W.O renderia ao Palmeiras a perda de 6 pontos. Isso o deixaria com 34 e o lançaria diretamente a briga contra o rebaixamento. Que grande ato de solidariedade tentou prestar o tal camisa 30, não?

A rota de colisão entre o atacante e Felipão gerou o afastamento do camisa 30 e o fortalecimento de Scolari dentro do clube e, pelo menos para mim, deve sim servir para reaproximar técnico e torcedor. As cobranças em relação a Felipão podem e devem ficar restritas a parte tática e técnica do time, aos resultados em campo. Jamais sobre sua conduta referente a instituição, a qual ele sempre buscou privilegiar em todas as suas posturas.

Referente a agressão ao volante, volto a dizer que sou contra e repudio, mas prefiro esperar o desenrolar dos próximos acontecimentos para chegar a uma conclusão. As imagens gravadas mostram uma agressão mútua, mas não quem iniciou a confusão. Que foi motivada pela situação do time, não resta dúvidas. Mas qual foi o estopim do atrito não se pode afirmar. Como também não se pode ser leviano, como vi ontem muita gente dentro e fora da imprensa sendo, de apontar A, B ou C como culpado.

O que se tira de positivo do ocorrido foi a postura do time em campo, horas após esse inferno interno. De time derrotado previamente, o Verdão fez frente a um Flamengo que poderia entrar na briga pelo título em caso de vitória, e só não saiu vencedor do duelo por mais um erro de arbitragem, que validou gol irregular dos donos da casa. De time que só tinha jogadas em bola parada com Marcos Assunção, o Palmeiras chegou ao seu gol em boa trama pelo meio, apresentou um jogo com variação de jogadas pelas pontas e com boas trocas de passes.

Que mais esse triste capítulo na história recente do clube sirva para colocar o time nos eixos e para reconquistar a confiança de seu torcedor. Por que pelo menos já serviu para mostrar quem é quem dentro do Palmeiras.

Veja os melhores momentos do jogo:
http://www.youtube.com/watch?v=p83k0PA1qvg

 

Cheers,

TARDE DEMAIS

No clássico dos dois maiores campeões nacionais um tabu foi quebrado e uma crise foi instaurada. Do lado alvinegro além da sequência de 3 derrotas ser interrompida, o tabu de 7 jogos sem vitórias sobre o Palmeiras também já é coisa do passado. Do lado alviverde a má fase foi confirmada e o sonho da Libertadores está cada vez mais distante.

Apesar das poucas chances criadas o Santos saiu merecedor do resultado, já que mesmo com todas as limitações soube se defender e aproveitar o faro de gol do artilheiro Borges. O Palmeiras mal chegou a meta do goleiro Rafael a não ser no gol perdido por Fernandão pouco depois do gol alvinegro. Deola, o melhor jogador em campo, até reclamou da ”falta de fair play” de Léo no lance do gol, mas o sábio Felipão alegou a ingenuidade do seu time e  cravou que o time briga agora apenas por Sul-Americana.

Pra falar a verdade, a partida foi tão monótona que limitou minha criatividade e cada palavra pra compor esse post sai com um esforço descomunal. Portanto a brevidade do post já está esclarecida.

O que realmente importa pensar daqui pra frente é no planejamento e no time ideal para o Mundial de Clubes. Pois, infelizmente a vitória no clássico veio tarde demais e as pretensões no Campeonato Brasileiro nem existem mais, a não ser ”atrapalhar” a vida dos times da ponta da tabela como forma de teste para a competição mais esperada pelos santistas.

Para o jogo de quinta-feira contra o desesperado Atlético-MG, o Santos vai poder contar com Arouca e Edu Dracena voltando de suspensão e com o craque Neymar. Bom prenúncio para um time que precisa buscar motivação de onde não existe pra prosseguir firme e terminar com a honra de sempre mais um certame nacional.