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A CRISE DA VEZ NO PALMEIRAS SERVIU PARA ALGUMA COISA

Que o Palmeiras é uma máquina de crises todos já sabemos. Semana após semana, jogo após jogo, algo ou alguém gera um fato que se transforma em factóide, que por sua vez é alimentado com um show de desinformação e má vontade por parte de alguns (não todos) que deveriam levar ao público a informação melhor apurada.

Se as crises ainda servissem para mudar algo dentro do clube, tudo bem. Mas as bombas explodem, o factóide é gerado, os departamentos entram em conflito, a hierarquia é quebrada, mas absolutamente nada acontecia. Enquanto isso time definha.

A agressão ao volante João Vitor é condenável, como toda agressão.  Mas pelo menos dessa vez a nova crise serviu para algo – separar o joio do trigo.

Quem é joio e quem é trigo nessa história?

Oras, basta elencar os personagens principais de mais essa novela.

João Vitor é coadjuvante, apesar de ter sido o estopim da vez. Os protagonistas são o ex camisa 30 do time e o técnico Felipão.

Cabe todo tipo de julgamento sobre o trabalho de Scolari nesse seu retorno ao clube. Mas duvidar das boas intenções do velho Bigode, isso jamais. Não se pode dizer o mesmo do outrora Gladiador.

A crise institucional no Palmeiras é histórica, mas fechando a janela de fatos para os acontecimentos mais recentes, fica bem claro onde foi que toda essa situação degradante teve início – na vitória do Palmeiras por 5X0 contra o Avaí – bem típico do alviverde criar crise até quando se obtém um grande resultado em campo. Naquela noite o jogador que vestia a camisa 30 trouxe ao conhecimento do universo a proposta do Flamengo por seu futebol. Daquela noite em diante o que se viu foi um show de desrespeito a história do clube, sobretudo ao torcedor que o aclamou como ídolo, que fez uma festa poucas vezes vista para recebê-lo de volta.

Partiram dele quase que 100% das declarações e/ou situações que gerariam as convulsionais e semanais crises internas e externas.

A gota d água foi o motim proposto pelo jogador em “solidariedade” a João Vitor. Muito a calhar na véspera de um jogo contra o Flamengo, diga-se de passagem. Sugestão prontamente rechaçada por Felipão, este sabedor das conseqüências que sofreria o time e o clube.

Parece que a boleirada quase que em sua totalidade ficou ao lado do jogador num primeiro momento, exceto Marcos Assunção. Mas, de todo apoio ou desagravo recebido, um fato, uma situação, um posicionamento dentro do elenco deixa bem claro, pelo menos para mim, qual é o lado correto dessa história – a desaprovação do goleiro Marcos ao tal motim.

Declarar apoio a João Vitor e repudiar a violência é até sensato e plausível, mas lesar o clube é de uma indecência descomunal. Se o tal motim tivesse sido levado a sério, o W.O renderia ao Palmeiras a perda de 6 pontos. Isso o deixaria com 34 e o lançaria diretamente a briga contra o rebaixamento. Que grande ato de solidariedade tentou prestar o tal camisa 30, não?

A rota de colisão entre o atacante e Felipão gerou o afastamento do camisa 30 e o fortalecimento de Scolari dentro do clube e, pelo menos para mim, deve sim servir para reaproximar técnico e torcedor. As cobranças em relação a Felipão podem e devem ficar restritas a parte tática e técnica do time, aos resultados em campo. Jamais sobre sua conduta referente a instituição, a qual ele sempre buscou privilegiar em todas as suas posturas.

Referente a agressão ao volante, volto a dizer que sou contra e repudio, mas prefiro esperar o desenrolar dos próximos acontecimentos para chegar a uma conclusão. As imagens gravadas mostram uma agressão mútua, mas não quem iniciou a confusão. Que foi motivada pela situação do time, não resta dúvidas. Mas qual foi o estopim do atrito não se pode afirmar. Como também não se pode ser leviano, como vi ontem muita gente dentro e fora da imprensa sendo, de apontar A, B ou C como culpado.

O que se tira de positivo do ocorrido foi a postura do time em campo, horas após esse inferno interno. De time derrotado previamente, o Verdão fez frente a um Flamengo que poderia entrar na briga pelo título em caso de vitória, e só não saiu vencedor do duelo por mais um erro de arbitragem, que validou gol irregular dos donos da casa. De time que só tinha jogadas em bola parada com Marcos Assunção, o Palmeiras chegou ao seu gol em boa trama pelo meio, apresentou um jogo com variação de jogadas pelas pontas e com boas trocas de passes.

Que mais esse triste capítulo na história recente do clube sirva para colocar o time nos eixos e para reconquistar a confiança de seu torcedor. Por que pelo menos já serviu para mostrar quem é quem dentro do Palmeiras.

Veja os melhores momentos do jogo:
http://www.youtube.com/watch?v=p83k0PA1qvg

 

Cheers,