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A FALACIOSA SITUAÇÃO DE PHILIPPE COUTINHO

Já são cinco e importantes partidas do Liverpool na temporada (3 pela EPL e 2 pelos playoffs da CL) e em nenhuma delas o time pode contar com Philippe Coutinho. Dores nas costas foram os motivos alegados pelo jogador que está em negociação para se transferir ao Barcelona.

No entanto, bastou Coutinho aterrissar no BR para participar dos preparativos para os jogos da seleção pelas eliminatórias que as dores sumiram. O jogador deve ser titular no time de Tite contra Equador e Colômbia. Um milagre?

Parece mesmo ser mais uma situação falaciosa dentro do futebol mercantilista que cada vez menos se mostra compromissado com palavras e acordos.

Philippe Coutinho renovou seu contrato com o Liverpool, por mais cinco temporadas, em janeiro desse ano. Seu novo vínculo, dizem, não estabelece valor pela rescisão contratual. O que abre espaço para que se façam valer as vontades das partes.

A do Liverpool é clara e notória pela permanência de seu principal jogador. Jogador e o clube espanhol caminham para o mesmo lado. E é legítimo que Coutinho queira mudar de ares, mas é vergonhosa a postura adotada.

Aliás, a triangulação Barcelona – CBF – Coutinho é toda errada e cheia de conversa pra boi dormir.

O clube catalão acabou de promover uma das novelas mais patéticas da história moderna do futebol ao não “aceitar” a perda de Neymar para o PSG. Clube e torcedores ficaram de beiço depois do jogador brasileiro escolher sair do “meu barça”, em uma modalidade de negociação que o clube espanhol está cansado de fazer com todos os outros clubes do mundo (acabou de fazer ao tirar Dembelé do Dortmund).

O técnico Tite, que outro dia justificou a convocação de Rodrigo Caio por conta de seu “fair play”, agora aceita numa boa essa condição bizarra de Philippe Coutinho.

Já Philippe Coutinho está abdicando de se tornar uma lenda viva em um clube gigante, com uma torcida que já quase o idolatra, em uma cidade que respira futebol, para se arriscar em outro gigante, mas onde certamente não terá o mesmo protagonismo, quiçá a mesma liberdade para ser o jogador que é na Inglaterra.

Direito dele, como já dito antes. A situação é que deixa tudo feio demais.

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A LIÇÃO DE CASA DE TITE

Há quem diga que o Corinthians de 2015 nada mais é de que a continuidade de um trabalho iniciado por Mano Menezes, que culminou no acesso à primeira fase da Copa Libertadores. Eu discordo.

Embora não dê pra culpar Mano totalmente, e nem tirar-lhe o mérito de uma razoável posição no campeonato brasileiro no último ano, sua segunda passagem pelo clube foi desastrosa. Havia sobre si e sobre seus comandados um ar de apatia, de “tanto faz”, de prazo de validade vencido.

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Posto isso, o Tite que retornou ao Timão para sua terceira vez como treinador não é o mesmo que deixou o clube antes da volta de Mano. Com a premissa de estudar, se atualizar (e uma ambição frustrada de chegar à Seleção), Adenor cumpriu o que prometeu. Estudou, conversou com treinadores renomados, visitou instalações, analisou treinamentos e táticas.

O significado e o resultado disso podem ser exemplificados na partida contra o São Paulo, na Arena Corinthians, pela Libertadores. Elias e Jadson, autores dos gols da partida, não são nem de longe os mesmos de 2014. O primeiro finalmente voltou a ser um jogador decisivo e importante dentro do esquema. Sabe-se lá por que, vinha jogando recuado. Agora voltou a ser o jogador que chega de surpresa, escapa da marcação e não desperdiça oportunidades. Jadson, que voltou à titularidade depois da saída de Lodeiro (que convenhamos, não se adaptou e não jogou uma só partida de destaque), parece ter ganho uma injeção de ânimo, e, dividindo o meio de campo com um Renato Augusto enfim livre das sucessivas lesões, vem ajudando a formar um time com bom toque de bola e inteligência. E ainda há Danilo, talvez o melhor reserva em atividade no futebol brasileiro. Curioso pensar que, em tempos em que é praxe o jogador de futebol chiar por estar no banco, nunca vimos Danilo reclamando de absolutamente nada. Isso poderia soar como menosprezo, apatia, não fosse o fato de que o meia é quase sempre certeiro e voluntarioso quando entra em campo.

Se você, caro leitor, pesquisar meus textos aqui neste espaço, frequentemente encontrará a expressão “dar a mão à palmatória”, referindo-se à necessidade de admitir as boas decisões de Tite, que culminaram em alguns títulos. Pois bem: eu, que era relutante quanto à volta do treinador, estendo minhas mãos novamente.

Um último apontamento: no jogo, nem foi necessário colocar Vagner Love em campo, e Guerrero pode até ter feito falta em algumas finalizações, mas o time não sentiu tanto esta ausência. Acho que seus empresários vão precisar caprichar na próxima proposta.

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Neste 19 de fevereiro, nosso ídolo Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira completaria 61 anos. Sempre vai faltar o Doutor.

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DIRETORIA ISOLADA E CRIATIVIDADE ZERO INTENSIFICAM FASE SONÍFERA CORINTIANA

E o Robin Hood do Brasileirão 2014 atacou mais uma vez esse domingo em Porto Alegre, bateu o vice Inter no novo Beira-rio ao sol das “15 horas” por 2 a 1, totalizando assim 20 pontos ganhos dos 24 disputados com os quatro primeiros colocados da competição. Não gosta de números? Pois é, eu também não, mas segure a paciência só um instante porque nesse caso a aritmética nos diz muito.

O Corinthians junto ao Cruzeiro é o time que menos perdeu no campeonato, 6 derrotas, porém tem o dobro de empates do líder, 10 enquanto a Raposa tem 5, foi responsável por um terço das derrotas cruzeirenses no Brasileiro. E dos 15 pontos disputados com os times presentes hoje na zona de rebaixamento, ganhou apenas 4, é forte contra os times de cima da tabela, mas fraco e improdutivo contra os times de baixo, o que vem sendo uma tradição corintiana de uns anos para cá.

Seria o Corinthians um time de alma tão caridosa, de um coração tão grande que nem cabe dentro do peito? Não. A questão é que não há padrão de jogo no alvinegro, o Corinthians hoje é um time sem um pingo de criatividade, existe um deserto entre Cássio e Guerrero, aliás, os dois maiores destaques do time nos últimos meses, mas o real problema do time é que ele não tem qualidade o suficiente, tanto técnica quanto tática, de propor o jogo, de dominar e ditar o ritmo, por isso sofre na mão de times ruins, porque criativamente é tão pífio (abraço Mauro Cezar) quanto esses times de campanhas fracas, o jogo se equilibra e na vontade, geralmente os times que lutam para saírem da zona de confusão (abraço Pofexô), acabam superando a equipe do Parque São Jorge. Já contra os melhores do campeonato a banda toca diferente porque o Corinthians tem a possibilidade de ser “malandro”, aceita ser agredido, dá espaço para o adversário, assim encontrando campo para jogar e criando chances, mesmo que escassas, de definir o jogo.

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Grande parte da torcida parece já ter escolhido o responsável por seu sono/raiva pós jogo corintiano, Mano Menezes, e já pede por seu pé na bunda. Não acho o Mano um técnico ruim apesar de ter um ódio brando pela escola gaúcha (brando graças ao Tite), na realidade acho Mano Menezes um dos técnicos mais ofensivos desse estilo e seu trabalho na seleção e no Corinthians da era Ronaldo me agradaram, porém ele precisa repensar sua carreira, fracassou nas 3 principais instituições futebolísticas brasileiras e já parece não ter muito o que oferecer ao mundo da bola, talvez seja o caso de se reciclar assim como fez o Tite anos atrás, penso que ares novos seriam interessantes ao gaúcho, mas não coloco o peso da má fase do Corinthians totalmente em suas costas.

Pois parte da culpa dessa fase sonífera corintiana deve recair sobre os ombros da diretoria, que deveria ter se atentado e atendido melhor os sinais claros de que o plantel precisava ser renovado e reforçado, trouxe Pato por uma fortuna que abalou os cofres e depois o cedeu gentilmente ao rival São Paulo, trouxe Lodeiro que já mostrava ineficiência e desagradava a torcida do Botafogo, tudo bem que deu azar no caso do Elias que parece ter esquecido o futebol dele em terras lusitanas e com as seguidas lesões do Valdívia corintiano, Renato Augusto, que em campo vem tendo atuações apagadas, mas não poderia jamais entregar à torcida corintiana um elenco tão fraco para a temporada.

Toda essa crise me parece consequência do crescente isolamento do presidente Mário Gobbi no clube que já não conta com o apoio de muita gente, inclusive gente que era ligada a ele, fato é que seu mandato vem chegando ao fim de forma melancólica, e sem o delegado no 5º andar do Parque São Jorge, a exclusão de Mano Menezes do comando da equipe é dada como certa. Só um milagre não deixaria Mano desempregado, me arrisco a dizer que só o título do Brasileirão 2014 já dado como certo para os lados de BH e distantes do alvinegro o fariam continuar no Corinthians. Mas isso é só um palpite, resta esperar até o fim do campeonato, são 9 rodadas até lá e o Corinthians enfrenta agora o fraco Vitória em Cuiabá, seguindo a lógica dessa temporada prevejo um jogo difícil e sonolento, mesmo sendo ele logo mais as 19h30, no elefante branco do Pantanal, com o 16º colocado da competição e o time que também parece ser um elefante branco, com muita pompa e pouca efetividade. É esperar para ver.

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O ‘VOLTA TITE’ SEM ‘VOLTA TITE’

Nunca fui defensor da demissão de um treinador antes da conclusão de um trabalho. Além do fato de gerar uma multa rescisória que onera os cofres do clube, tira a chance de colocar as coisas nos eixos, que é uma possibilidade em muitos casos. Foi assim quando, bancado pelo à época presidente Andres Sanchez, Tite foi mantido no cargo, mesmo após a vergonhosa e emblemática derrota para o Tolima na pré-Libertadores em 2011. Com a manutenção, o treinador foi capaz de trabalhar e lapidar uma equipe que ganhou quase tudo que disputou, tornando-o o treinador mais vitorioso da história do clube.

Não é o caso do Corinthians atual. O substituto e antecessor de Tite, Mano Menezes, vem fazendo uma campanha medíocre, em que o time alterna atuações que dão pro gasto e derrotas para times que não vêm fazendo campanhas exatamente primorosas.

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¯\_(ツ)_/¯

Exceção para o Atlético Mineiro, time que vem bem organizado por Levir Culpi, conforme bem observou João Paulo Tozo em sua postagem ‘Galo Doido’ (clique aqui para ler). Num jogo que parecia fadado a garantir o acesso do Corinthians às semifinais da Copa do Brasil, já que havia uma vantagem garantida no jogo de ida, em sua Arena, o alvinegro paulista caiu no Mineirão. Cometendo todos os erros possíveis, mesmo com a disposição e a luta de um extremamente dedicado Guerrero, que abriu o placar, e saiu de campo aos prantos, vendo os colegas cederem uma inacreditável derrota.

Sem citar individualmente os jogadores, há uma vulnerabilidade técnica impressionante no Corinthians. Isso se demonstra na repetitiva e nauseante forma de atuar sempre que abre o placar: o time recua todo, abdica de ir ao campo de ataque, e mesmo assim não consegue se defender como pensa que consegue.

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Seria mesmo o momento de pedir a volta de Tite?

Em meio às especulações acerca da continuidade de Mano à frente do time (a direção se apressou em avisar que nada muda, mas você acredita na palavra de dirigentes de futebol?), é natural que se recorra ao nome do treinador dos mais recentes sucessos do clube, que não trabalhou em lugar algum depois de sua saída, e sempre tem seu nome especulado por setores da imprensa e até por alguns torcedores, saudosos dos bons momentos de dois anos atrás.

Cabe lembrar, porém, que os últimos meses de trabalho de Tite pelo Corinthians não eram muito diferentes dos atuais e pífios momentos. Ainda que eu acredite e valorize muito seu trabalho, não gostaria que ele fosse pensado como única opção para ‘salvar’ o time. Até porque não há tempo para isso agora, nem acho que alguém possa fazer isso sem contar com uma reformulação do elenco que precisa ser iniciada muito em breve.

Pois bem, voltando ao que disse no primeiro parágrafo, refaço minha opinião a respeito da manutenção de Mano no comando, e não vejo mais como possa motivar esta equipe, muito diferente da unidade que havia anteriormente.

Então, caso a queda seja consumada, a possibilidade é que Sylvinho, ex-lateral esquerdo vencedor, e auxiliar técnico do clube, assuma o comando interinamente e conduza a equipe até o final do ano. Depois seria a hora de escolher um novo treinador. Como no título desta postagem, acho que não é hora de revival, levando em conta o desastre que foi este atual. Deixa Tite continuar estudando o futebol e vamos pensar em novos nomes. Sugestões?

P.S.: Será que o Mano vai dançar?[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=tlqSmgFEATs[/youtube]

PERTO DO FIM DE UM CICLO

Há os que dizem que Tite fará falta. Há os que dizem que Tite já vai tarde. Há os que não sabem o que dizer. Faço parte deste terceiro grupo.

Enrolei ao máximo para falar sobre a saída do vitorioso treinador, primeiro para não deixar que o sentimento pela situação do time falasse mais alto do que o reconhecimento pelos feitos de Adenor Leonardo Bacchi ao longo desta segunda passagem pelo Timão. E também para que a gratidão não falasse mais alto que a análise fria dos fatos.

Desde a minha estreia como colunista do Ferozes FC (já de início segurando a bucha que foi explicar a inexplicável passagem de Adriano pelo Parque São Jorge), só escrevi tendo Tite à frente do Corinthians. Se pegarem as minhas primeiras colunas, verão que muitas delas são de críticas ao estilo defensivo de Adenor. Só que ao final daquele ano, 2011, veio o primeiro e impressionante título sob o comando do treinador, o Campeonato Brasileiro. E veio a minha mão à palmatória. E veio o ano seguinte, a conquista inédita da Libertadores, invicta ainda. O bi-campeonato Mundial de Clubes. Entramos em 2013 confiantes. E com mais títulos. Mais um Campeonato Paulista. A Recopa, jogando bem contra o rival.

Só que o segundo semestre chegou, e com ele a acomodação, ou seja lá o que for. O time só funcionou defensivamente, algo que sempre funcionou mesmo. Do meio para frente, não teve nada a ser lembrado. Não acontecia nada. Ou melhor, ainda não acontece. Temos um recorde, mas este não é motivo de orgulho. Uma marca do Corinthians 2013: os empates.

E foi assim que Tite se despediu do Pacaembu, numa despedida que também foi do capitão Alessandro (outro que eu também critiquei do início ao final de sua passagem, mas que tenho de reconhecer que teve uma passagem vitoriosa junto aos grupos dos quais fez parte), remanescente do grupo formado para aquela arrancada que partiu da série B, ainda com Mano Menezes, e que culminou com a vitoriosa fase que durou até o primeiro semestre deste ano.

E já que eu citei Mano Menezes, que saiu quase incontestável e (provavelmente) volta contestado por alguns (eu incluso), fica a pergunta: até que ponto esta mudança representa uma ruptura nos métodos de trabalho do Corinthians? Talvez no modo passional, vibrante, de um treinador que torce mais. Muda radicalmente, dizem, por conta de uma reformulação, a começar por nomes como Emerson Sheik (com contrato recém-renovado e longe de sua melhor forma desde então), Danilo (que este ano não foi sombra do que foi em 2012) e Douglas (cuja segunda passagem foi pouco efetiva, com exceção de alguns bons momentos, e cuja relação com Mano está estremecida desde a sua convocação para a Seleção, quando ainda jogava no Grêmio). Devem ir embora também os injustificáveis Maldonado e Ibson, turistas no elenco, nada representativos em campo.

Como venho dizendo em textos pouco inspirados, representativos da situação do time este ano, não tinha mais como Tite continuar. Ao mesmo tempo em que a saída é tranquila, pelo fato de ser na forma de não-renovação de um contrato, ao invés de uma demissão sumária, também representa uma fase que custa a passar. Falta apenas um jogo, contra o já rebaixado Náutico, com quem o Corinthians só conseguiu empatar. E por mais que o fraquíssimo adversário não coloque medo em mais ninguém, o torcedor já não se ilude: o ano pode terminar em empate. Mais um.

Mas há um protocolo a ser seguido, e a gente segue. Entre vitórias e derrotas, o saldo ainda é positivo. Então valeu, Tite. Obrigado por ter feito parte deste time vencedor e por saber dimensionar o que representou esta época: maior que o profissional é o time. Boa sorte nos próximos trabalhos, e quem sabe, até um outro dia.

Ao possível novo treinador, nada além de um boa sorte, por enquanto. Começa uma nova fase para o Corinthians. Começa uma nova fase também para mim, um colunista que só analisou o trabalho de Tite. Que venha 2014.

Tite: adeus ou até breve?
Tite: adeus ou até breve?