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O VELHO ESTILO FELIPÃO

Vencedor, Luiz Felipe Scolari, agora em sua segunda passagem à frente da Seleção Brasileira, vêm provando a cada partida que sua estrela ainda brilha forte. Não como o futebol de sua equipe, que demanda reparos, mas foi suficiente para chegar a mais uma final de Copa.

Antes de começar, é sempre bom lembrarmos que Felipão chegou ao comando técnico do time da CBF por manobra de seu atual presidente, vossa senhoria, José Maria Márin. Em 23 de novembro do ano passado, o Zé Medalha, de maneira inesperada, simplesmente sacou Mano Menezes – que na época fazia um bom trabalho -, para colocar em seu lugar um treinador que tivesse a simpatia do público, com o único objetivo tirar de suas costas a responsabilidade em caso de um iminente fracasso na Copa-14.

Felipão foi o nome escolhido. No pensamento de Márin, devido ao atual cenário cercado de incertezas na qual vivia (e ainda vive!) o futebol brasileiro, nada melhor seria do que um cara experiente, tarimbado, que aguentasse a pressão da imprensa e, principalmente, da exigente torcida. Felipão chegou quietinho (até porque meses antes havia sido peça fundamental no segundo rebaixamento do Palmeiras para a segunda divisão), prometendo dar continuidade ao bom trabalho deixado por seu antecessor. Entretanto, o gaúcho fez uma ressalva: iria impor seu estilo, gostassem ou não. Para muitos, já ultrapassado. Para ele, de resultado.

Após alguns tropeços em amistosos frente a grandes seleções e uma chuva de críticas da opinião pública, Felipão resistiu, com a teimosia de sempre, e hoje, enfim, temos um time. Ao menos, competitivo. Mas não pronto.

Na semifinal de ontem, no Mineirão, diante do bravo Uruguai, a vitória veio à duras penas, como era de se esperar. Ao modo do treinador: sofrida, com requintes de sorte e com uma estrela enorme. Estrela que iluminou Paulinho – o artilheiro dos gols pontuais, o volante que faz gols! A estrela que iluminou e vem iluminando Neymar, o único craque do time, que ontem não brilhou, mas foi decisivo. Estrela que voltou a iluminar o goleiro Júlio César, vilão de 2010, e hoje herói, na defesa crucial do pênalti cobrado por Forlán.

Fato é que a Seleção de Felipão, em busca da sexta estrela, hoje tem a sua cara. Simples, com pouco brilho, mas com muita raça. O futebol pragmático se faz novamente presente. E isso é perigoso. Afinal, este esporte em geral evoluiu. Felipão não. Sua filosofia fez sucesso em 2002, mas quem garante que fará agora? Em meio a tudo isso, o Brasil conseguiu chegar à mais uma decisão. Para a surpresa de muitos, com um ótimo aproveitamento. Quatro vitórias em quatro jogos. E duas batendo seleções campeãs do mundo – Itália e Uruguai.

Domingo, no “Maracanã”, acontecerá a final do torneio da FIFA. Tudo indica que teremos o aguardado Brasil x Espanha. Caso ocorra mesmo este duelo, ganhando ou não, a impressão é que estamos no rumo certo. Mas ainda não fazendo o certo. Que Felipão mude. Que deixe um pouco de lado a teimosia e melhore alguns fundamentos básicos para o bom funcionamento do time. Que aprenda com a Espanha. Que novas ideias tomem a cabeça do velho Bigode. Que o Brasil, jovem na idade de seus jogadores, deixe o velho futebol e acolha o novo. O moderno.

A grande verdade é que a Copa das Confederações da FIFA tem pouca importância. Na maioria das vezes, ela sempre engana. Aliás, tem nos enganado bastante nos últimos anos, pois todas as vezes em que fomos campeões, no Mundial, sempre dançamos. No Maracanã, valerá mais um bom teste contra a Campeã do Mundo do que o simbólico troféu do torneio.

Ainda estamos longe da própria Espanha e, também, Alemanha.

O velho estilo Felipão está de volta.

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Felipão vibra após gol de Paulinho, na semifinal da Copa das Confederações, contra o Uruguai, no Mineirão

 

 

 

 

TRISTE E INTERMINÁVEL QUINTA-FEIRA

Não foi somente mais uma das tão corriqueiras derrotas. Foi uma derrota da alma alviverde. O desmantelamento de uma das mais significativas e emblemáticas bandeiras de um clube tão recheado delas em seu passado. Com ínfimas em seu presente.

Não questiono a necessidade da demissão. Algo precisava ser feito pra ontem. Não sei se demiti-lo. Juro por Deus que ainda não sei.

Nas parcas palavras que me utilizei nessa infeliz quinta-feira, nenhuma foi capaz de me nortear.

O sentimento é de ultraje. É de perda. É como se eu – sim, eu! – tivesse cometido a maior injustiça da minha vida.

Cada um que grita “Palmeiras minha vida é você!” assina sua parcela de colaboração na vida do Palmeiras. Talvez isso explique meu sentimento.

É como se eu tivesse dado as costas para alguém que tão bem proporcionou a minha vida, ao meu mundo.

Ele nunca marcou gols, nunca fez defesas milagrosas. Mas ainda assim é muito mais importante do que todos os ídolos de vidro que ousam hoje sugerir ao mundo que escreveram ou escrevem páginas gloriosas do meu alviverde imponente.

Seu retorno em 2010 foi tão festejado quanto hoje está sendo dolorosa sua despedida. Talvez para sempre.

Nesse período convivemos muito mais com as tristezas do que com as alegrias. Mas ainda assim o breve período de alegria já foi maior que tudo o que seus antecessores puderam nos oferecer. Só não superando as alegrias que ele mesmo já havia nos dado 12 anos no passado.

Nunca imaginei que as palavras “demissão”, “Felipão” e “Palmeiras” fossem alguma vez ser utilizadas pelos noticiários na mesma mensagem. Nunca pensei que eu estaria aqui neste momento escrevendo essa carta de despedida ao meu grande comandante.

Poucos foram tão Palmeiras na vida. E com ele o Palmeiras pode muitas vezes ser de fato Palmeiras. Ainda que não estivesse sendo.

Independente do merecimento da ocasião. Scolari não merecia isso da vida. O Palmeiras não merece passar pelo que passa. E eu não sei até agora por que estou aqui me sentindo tão mal e me penitenciando por algo que se dependesse de mim nunca teria chegado onde chegou.

Volto a frisar. Não sei se acho correta ou não a demissão. Só sei que eu gostaria que nada disso tivesse acontecido

Essa quinta-feira será longa e triste.

Obrigado por sempre, Felipão!

ENCARDIU!

Quem vem acompanhando minhas observações acerca dos jogos do Palmeiras, certamente já notou que minha principal crítica ao esquema de jogo de Felipão se dá pela ineficiente marcação no meio campo, ainda que por ali joguem três volantes: Marcos Assunção, João Vitor e Marcio Araujo.

Assunção é um dos líderes, capitão e tem a tão decantada bola parada. João Vitor não é um exímio marcador, mas dá combate e tem alguma qualidade no passe. Marcio Araujo é o João Vitor, só que sem bom passe.  Nenhum dos três é um legítimo 1º volante e isso sobrecarrega a zaga, que se vê constantemente exposta e tendo que confrontar mano a mano o ataque adversário. O “Deus nos acuda” é ampliado quando o lateral direito é Cicinho, que por vocação avança muito e abre uma avenida as suas costas. Não dá. Não pode.

O letárgico Palmeiras desse início de BR12 deu margem para uma série de previsões em cima da decisão contra o Grêmio, pelas semifinais da Copa do Brasil. Nenhuma delas favorável ao alviverde. Perfeitamente cabível, diga-se.

Enxergando o obscuro cenário para os lados do time de Palestra Itália, ontem às 9:00 matinais, ao tentar vislumbrar alguma maneira do Palmeiras não ser uma presa tão fácil para o Grêmio em seu alçapão, fiz a seguinte “sugestão” a Felipão:

“Grêmio com 12 vitórias nos últimos 13 jogos. Tem os retornos de Marcelo Moreno e Kleber ao ataque. 3º colocado no BR12.

Palmeiras vem sem Valdívia (talvez para sempre.), com 3 derrotas em 4 jogos no BR12, vice-lanterna da competição.

Cenário claramente favorável ao Grêmio. O que eu faria se fosse o Felipão: Deola (não confio no Bruno), Arthur, Amaro, Heleno e Juninho com o Henrique a frente da zaga como um libero/1º volante; Assunção, João Vitor e Daniel Carvalho; Mazinho e Barcos” (você pode acompanhar a íntegra da discussão em nosso grupo de discussões no Facebook: https://www.facebook.com/groups/410938200003/)

Por volta das 20:00 Felipão soltou a escalação: Bruno, ARTHUR, Amaro, Heleno, Juninho e HENRIQUE A FRENTE da zaga. Assunção, João Vitor e Daniel Carvalho. Luan e Barcos.
Foi melhor ainda do que minha sugestão. E a razão para imaginar que armado dessa maneira o Palmeiras poderia fazer frente ao Grêmio era até simples.
Henrique é o destaque individual desse time há tempos. Um zagueiraço de qualidade inigualável no cenário brazuca. Xerife em sua área, sobe com propriedade ao meio campo e por vezes surge na área como elemento surpresa. Thiago Heleno e Leandro Amaro se viram bem na retaguarda. O problema sempre foi a marcação no meio campo. Adiantando Henrique para atuar como 1º volante, o problema da falta de marcação teria enormes chances de ser sanado. Neste caso tinha mesmo que sobrar para Marcio Araujo, que na pesagem das contribuições do trio de volantes acaba ficando para trás e, em minha opinião, fica completamente sem função tática. Assunção e João Vitor ficam mais tranqüilos para serem os 2º volantes que de fato são.  
Arthur é um lateral que quase não apóia o ataque, mas também não deixa espaço para o ataque adversário passear. Por ali atacou Kleber, que foi completamente anulado. Na verdade Arthur foi muito mais um 3º zagueiro pela direita do que um lateral. Ao longo do jogo o mais atento pode perceber que Kleber, notando que por ali nada conseguiria, acabou indo buscar jogo na outra extremidade.
O problema crônico do time foi resolvido pela 1ª vez no ano. Deu posse de bola ao Grêmio, mas minou suas armas, murchou o ímpeto gremista e controlou muito bem o empate, o que para um visitante estava de bom tamanho.
Se Daniel Carvalho estivesse em boa jornada e fatalmente os espaços deixados pelo Grêmio poderiam ter sido melhor aproveitados. Barcos voltou uma porção de vezes para ser ele o armador – o que fez muito bem, aliás. Atuando como pivô, abusou de tentar usar a velocidade de Luan, mas falta ao ponta palmeirense pensar na mesma sintonia de Barcos.
Com o jogo caminhando para seu final e o zero apontando no placar, o Grêmio instintivamente avançou suas linhas. A essa altura Luxemburgo já havia tentado de tudo, mudando todo o ataque. Bruno, no entanto, pouco trabalhou.
O espaço deixado pelos gremistas, aliada a entrada de Cicinho na vaga do contundido Arthur, deu o toque fatal ao nó tático que Felipão empregou em Luxa. Com Arthur a jogada do 1º gol não aconteceria. Cicinho finalmente encaixou grande jogada e deixou Mazinho, que entrara na vaga de Daniel Carvalho, na cara do gol para finalizar. Já eram passados os 40 minutos do 2º tempo e o Grêmio desmantelou. Mais 3 minutos e Juninho serviu Barcos, que de cabeça matou Vitor e só não matou de vez o Grêmio no duelo pois estamos falando de futebol.

Felipão teve uma noite do grande técnico que já foi e que pode voltar a ser. E o Palmeiras que vive assustado, ontem pouco susto levou. Deu mostras de que pode conquistar a Copa do Brasil.

Mais do que cascudo, ontem o Palmeiras foi encardido.

COM SCOLARI EM PORTUGAL, PALMEIRAS PERDE NA CASA PORTUGUESA

Com Felipão em Portugal acompanhando o casamento do filho, o Palmeiras perdeu em casa para o Fluminense por 2X1. Esse “1” fruto de um dos pênaltis mais mandrakes dos últimos tempos. Ainda assim o Palmeiras segue sendo o time mais prejudicado pela arbitragem entre os 20 da série A, segundo alguns levantamentos do site Placar Real (http://placarreal.com.br/index.asp).

A cronologia dos fatos é ingrata demais com o clube. A viagem a Portugal está acertada entre técnico e direção desde fevereiro, mas o momento em que ela acontece é de uma infelicidade tremenda. A chiadeira interna e externa que já era monstruosa, parece agora beirar o insuportável.

Felipão tem larga culpa no cartório pela situação do time. Ao contrário do que muitos dizem, ele não tem tirado leite de pedra. Até tirou em determinado momento da temporada, hoje não mais. O time ocupa uma posição que condiz com o status técnico e moral da equipe, o que não aponta mérito algum do treinador. Entretanto é bom frisar que as pedras do elenco não foram exatamente aquelas pedidas por ele no início da temporada. Diz a boca pequena que Felipão entregou uma lista com 4 ou 5 nomes por posição carente, elencados do 1º ao 4º ou 5º de acordo com a preferência do treinador e em todos os casos lhe foi dado o 4º ou 5º da lista.

No discurso da direção e do próprio técnico o trabalho segue normalmente em 2012, inclusive já com uma lista de indicações de Felipão. A diretoria tem prometido abrir os cofres e trazer, no mínimo, 3 jogadores de peso. Mas em relação a Kleber o discurso não parece afiado. Enquanto Felipão e Frizzo dizem que o ciclo do jogador no Palmeiras terminou, Tirone afirma que ainda haverá uma reunião para buscar uma melhor solução, onde a possibilidade de reintegrá-lo existe.

Como eu já havia dito na semana passada, entendo nesse discurso de Tirone muito mais uma manobra para evitar dar a Pepe Dioguardi e Kleber argumentos que possam usar para uma quebra de contrato sem pagamento de multa, sem que o clube recupere o valor investido. Não acho que seja possível ver Kleber e Felipão se aturando no mesmo time. A não ser que na verdade o discurso de Tirone aponte para um rompimento amigável com Felipão ao término do BR11. O próprio treinador já deixou essa possibilidade aberta, sem pagamento de multa para ambos os lados. Ao que tudo indica, a grande maioria do elenco demonstra maior afinidade com o camisa 30 do que com Scolari. Embora São Marcos não pense da mesma forma.

Mas a realidade é que Felipão não quer sair. Tem um salário fantástico, mora muito próximo ao CT, já trouxe a família para viver em São Paulo e ele sabe que nenhum outro clube lhe dará um salário compatível e nem mesmo a manutenção de seu trabalho caso os resultados não apareçam, como não vem aparecendo no Palmeiras.

Fato é que a “família Scolari” dessa vez não emplacou. Se “papai” Scolari continuar em 2012, os filhos certamente serão outros. Embora seja complicado se desfazer de todas as “ovelhas negras”.

Tenho algumas teses em relação ao Palmeiras que podem soar polêmicas demais, mas prefiro deixá-las para outra coluna, em outro momento.

O que quero sim trazer aos leitores foi a experiência que tive no sábado. Dentro do curso de Radiojornalismo Esportivo que estou cursando e que é ministrado pelo excelente Alexandre Praetzel, da Rádio Bandeirantes, tive a chance de participar de uma coletiva com a lenda viva, Profº Valdir Joaquim de Moraes. Figura íntegra, um legítimo gentleman das eras de ouro do futebol, das épocas mágicas do Palmeiras. Ao final da coletiva, tive o prazer de trocar meia dúzia de palavras com ele e tive uma aula de humildade que por pouco não me levou as lágrimas. Na verdade levou, mas estas ficaram contidas na alma. O diálogo foi mais ou menos assim:

-Sr Valdir, podemos tirar uma foto?

-Claro, filho.

-É uma satisfação enorme estar ao lado de uma lenda viva como o Senhor.

-Que isso filho. Isso que vocês fazem aqui comigo faz eu me sentir importante.

Incrédulo e já segurando a emoção:

-Mas o Senhor é importante.

E ele pode tranquilamente dar lição de moral em todo o elenco do atual Palmeiras (exceto no Marcão, o qual o próprio disse ser uma raríssima personalidade e que poderia se juntar ao Profº na lição aos pequenos de história do atual elenco).

Despeço-me da camaradagem feroz que me acompanha com um petardo do Stone Roses – Sally Cinnamon:

Cheers,

A CRISE DA VEZ NO PALMEIRAS SERVIU PARA ALGUMA COISA

Que o Palmeiras é uma máquina de crises todos já sabemos. Semana após semana, jogo após jogo, algo ou alguém gera um fato que se transforma em factóide, que por sua vez é alimentado com um show de desinformação e má vontade por parte de alguns (não todos) que deveriam levar ao público a informação melhor apurada.

Se as crises ainda servissem para mudar algo dentro do clube, tudo bem. Mas as bombas explodem, o factóide é gerado, os departamentos entram em conflito, a hierarquia é quebrada, mas absolutamente nada acontecia. Enquanto isso time definha.

A agressão ao volante João Vitor é condenável, como toda agressão.  Mas pelo menos dessa vez a nova crise serviu para algo – separar o joio do trigo.

Quem é joio e quem é trigo nessa história?

Oras, basta elencar os personagens principais de mais essa novela.

João Vitor é coadjuvante, apesar de ter sido o estopim da vez. Os protagonistas são o ex camisa 30 do time e o técnico Felipão.

Cabe todo tipo de julgamento sobre o trabalho de Scolari nesse seu retorno ao clube. Mas duvidar das boas intenções do velho Bigode, isso jamais. Não se pode dizer o mesmo do outrora Gladiador.

A crise institucional no Palmeiras é histórica, mas fechando a janela de fatos para os acontecimentos mais recentes, fica bem claro onde foi que toda essa situação degradante teve início – na vitória do Palmeiras por 5X0 contra o Avaí – bem típico do alviverde criar crise até quando se obtém um grande resultado em campo. Naquela noite o jogador que vestia a camisa 30 trouxe ao conhecimento do universo a proposta do Flamengo por seu futebol. Daquela noite em diante o que se viu foi um show de desrespeito a história do clube, sobretudo ao torcedor que o aclamou como ídolo, que fez uma festa poucas vezes vista para recebê-lo de volta.

Partiram dele quase que 100% das declarações e/ou situações que gerariam as convulsionais e semanais crises internas e externas.

A gota d água foi o motim proposto pelo jogador em “solidariedade” a João Vitor. Muito a calhar na véspera de um jogo contra o Flamengo, diga-se de passagem. Sugestão prontamente rechaçada por Felipão, este sabedor das conseqüências que sofreria o time e o clube.

Parece que a boleirada quase que em sua totalidade ficou ao lado do jogador num primeiro momento, exceto Marcos Assunção. Mas, de todo apoio ou desagravo recebido, um fato, uma situação, um posicionamento dentro do elenco deixa bem claro, pelo menos para mim, qual é o lado correto dessa história – a desaprovação do goleiro Marcos ao tal motim.

Declarar apoio a João Vitor e repudiar a violência é até sensato e plausível, mas lesar o clube é de uma indecência descomunal. Se o tal motim tivesse sido levado a sério, o W.O renderia ao Palmeiras a perda de 6 pontos. Isso o deixaria com 34 e o lançaria diretamente a briga contra o rebaixamento. Que grande ato de solidariedade tentou prestar o tal camisa 30, não?

A rota de colisão entre o atacante e Felipão gerou o afastamento do camisa 30 e o fortalecimento de Scolari dentro do clube e, pelo menos para mim, deve sim servir para reaproximar técnico e torcedor. As cobranças em relação a Felipão podem e devem ficar restritas a parte tática e técnica do time, aos resultados em campo. Jamais sobre sua conduta referente a instituição, a qual ele sempre buscou privilegiar em todas as suas posturas.

Referente a agressão ao volante, volto a dizer que sou contra e repudio, mas prefiro esperar o desenrolar dos próximos acontecimentos para chegar a uma conclusão. As imagens gravadas mostram uma agressão mútua, mas não quem iniciou a confusão. Que foi motivada pela situação do time, não resta dúvidas. Mas qual foi o estopim do atrito não se pode afirmar. Como também não se pode ser leviano, como vi ontem muita gente dentro e fora da imprensa sendo, de apontar A, B ou C como culpado.

O que se tira de positivo do ocorrido foi a postura do time em campo, horas após esse inferno interno. De time derrotado previamente, o Verdão fez frente a um Flamengo que poderia entrar na briga pelo título em caso de vitória, e só não saiu vencedor do duelo por mais um erro de arbitragem, que validou gol irregular dos donos da casa. De time que só tinha jogadas em bola parada com Marcos Assunção, o Palmeiras chegou ao seu gol em boa trama pelo meio, apresentou um jogo com variação de jogadas pelas pontas e com boas trocas de passes.

Que mais esse triste capítulo na história recente do clube sirva para colocar o time nos eixos e para reconquistar a confiança de seu torcedor. Por que pelo menos já serviu para mostrar quem é quem dentro do Palmeiras.

Veja os melhores momentos do jogo:
http://www.youtube.com/watch?v=p83k0PA1qvg

 

Cheers,