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VERDADES INCONTESTÁVEIS

Das verdades incontestáveis:

Verdade número 1: no domingo, pelo Campeonato Brasileiro, contra o Coritiba, o Corinthians foi beneficiado pelos erros da arbitragem (veja bem: ERROS). Especialmente o erro que validou o pênalti em Danilo, cobrado por Guerrero e que culminou no único  gol do fraco futebol praticado pelos corintianos, não só neste jogo, mas como vem sendo padrão neste campeonato.

Verdade número 2: na quarta-feira, pela Copa do Brasil, contra o fraquíssimo Luverdense, o Corinthians foi prejudicado pela arbitragem, que validou o gol feito por Misael após uma ajeitada marota na bola com a mão.

Verdade número 3: nenhum destes fatos está relacionado, não deve ser encarado como uma compensação dos deuses do futebol e não anulam o fato de que o Corinthians atual está péssimo e tem tudo para, caso continue neste ritmo, não chegar a lugar nenhum no ano de 2013, que já se aproxima de  seu final (o tempo passa, o tempo voa).

O que impressiona mais é que neste jogo contra o fraco time da cidade de Lucas do Rio Verde, absolutamente ninguém jogou bem. Nem Gil, com números impressionantes ao longo do ano, esteve à altura de suas atuações. Romarinho errou tudo. Pato, não obstante o fato de que a bola não chega até ele, teve muita dificuldade em acertar os passes. Danilo, antigamente um ponto de equilíbrio do time, ficou sumido. Ibson não existiu. Alessandro sentiu falta de ritmo jogando pela direita, e no segundo tempo, deslocado para esquerda num acesso de Professor Pardal que tomou a mente de Adenor, ficou ainda mais perdido.

Verdade número 4: não dá pra disputar mata-mata como se estivesse jogando por pontos corridos, administrando resultado. Em pontos corridos isso já passou do limite do aceitável, o que dizer de um jogo contra um time pequeno num mata-mata?

Verdade número 5: não é mais tempo de ressaltar que temos bom elenco. O time tem limitações, a diretoria e a comissão técnica erraram muito em não investir ou preparar bons jogadores para as laterais. Era necessário. Outra coisa: Ibson não é reforço, e nem tem futebol para ser titular. Não é cornetagem, não é implicância. É um fato.

Verdade número 6: a atitude de Sheik durante a semana foi muito mais do que nobre, todo o apoio por fazer coisas que ajudem a diminuir a intolerância em um mundo tomado por preconceito. Mas é preciso jogar futebol. E continuar com atitudes nobres também.

Verdade número 7: o Luverdense tem um time que corresponde com seu potencial financeiro e com a divisão que disputa no Campeonato Brasileiro, que é a  Série C.

Verdade número 8 (a derradeira): O time acima jogou melhor do que o Corinthians. Ponto final.

Sem futebol decente, nem com reza de Adenor.
Sem futebol decente, nem com reza de Adenor.

ALEX: O CAMISA 10 QUE O BRASIL “NÃO TEM”

Em noite de Fluminense 1X0 Cruzeiro, Corinthians 2X0 Grêmio, o jogo espetacular ficou mesmo por conta de Coritiba 5X3 Ponte Preta. Com direito a duas situações de viradas e mais uma atuação genial do meia Alex.

Números simplesmente já não explicam mais a autoridade técnica que o camisa 10 do Coxa impõe ainda em campo, do alto de seus 35 anos. Mas eles poderiam aqui constar. São títulos, recordes, estatísticas suficientes para credencia-lo a ser um dos maiores da história do futebol brasileiro.

“Mas falta a seleção para marca-lo”, dirá o torcedor com senso crítico menos apurado.

Falta mesmo?

Nem cabem mais exemplos de jogadores extraordinários que não conseguiram conquistar uma Copa ou sequer tiveram na seleção da CBF uma história compatível ao que fizeram em seus clubes. Em contrapartida, outros tantos de qualidade técnica questionável (sendo bem polido) obtiveram “êxito” em seleções, em Copas, mas suas trajetórias em clubes não lançaram em suas carreiras a luz do inquestionável.

Importantes são os clubes, não a seleção. São nos clubes, em temporadas inteiras, em 70, 80 jogos, que um jogador mostra o merecimento da alcunha craque. Não serão 7 partidas enfiadas no meio de temporadas que definirão a importância de A ou B.

Copas são legais, nos permite assistir embates entre escolas diferentes do mesmo esporte. Tem o choque cultural, histórico, de retórica nos gramados. Mas para o craque, se ele não fizer 7 jogos impecáveis, mas na temporada for determinante para que em 80 partidas seu clube tenha êxito, estará feito o seu trabalho. Está marcado o seu nome. Está feita a sua história.

É assim com o genial Alex, que em 2002 foi preterido por Felipão na Copa, após ter feito parte de todo o período preparatório. A escolha do Bigode por Ricardinho nunca ficou muito clara. O título conquistado posteriormente diminuiu qualquer tentativa de ruído, bem como pela exclusão de Romário. Mas ali as portas do time da CBF praticamente se fecharam para Alex, que depois nunca mais fez questão de ser lembrado, preferindo ser história na Turquia, onde hoje virou estatua, virou ídolo.

Verdade seja dita. Lobby nunca lhe faltou. Dentre todos os defeitos que se enxerga em veículos de imprensa esportiva, não se lembrar de Alex na seleção não consta. E ainda que o mote da ausência de um 10 cerebral seja retomado em toda convocação amarela, desde 1996, quando Alex despontou no Coxa, ela nada mais é que uma tremenda muleta adotada, uma falácia jogada aos ventos.

O Brasil não produz mais camisas 10 cerebrais. Mas isso não quer dizer que não o tenha. Tem e faz tempo. Tempo que parece não impactar no futebol desse soberbo Alex. Camisa, futebol e perfil nota 10.

ALEX
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Divirtam-se com alguns números do footstats, em matéria da ESPN, que apontam a produtividade de Alex, sozinho, superior a de muitos times milionários da série A:

MELANCÓLICO

O Coritiba não é muita coisa melhor que a Ponte Preta. Dois ou três times são melhores que o Grêmio no país.

Esse mesmo Palmeiras atropelou a Ponte duas rodadas antes e hoje perdeu de maneira estapafúrdia para o Coritiba. O mesmo Coritiba sobre o qual esse mesmo Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil há exatos três meses.

Esse mesmo Palmeiras eliminou o Grêmio de forma categórica nas semifinais da mesma Copa do Brasil. Hoje o Grêmio assumiu a vice-liderança em um campeonato onde o Palmeiras tem praticamente decretado o seu rebaixamento, restando ainda nove rodadas.

Então não pode ser somente técnica a justificativa para o melancólico campeonato que o campeão da Copa do Brasil vem fazendo. Tem algo a mais aí.

A eterna crise política não pode ser sempre a muleta. Não pode ser essa justificativa que faça Maikon Leite e Daniel Carvalho não acertar um passe sequer e entrar em campo como se tivessem acabado de comer uma dobradinha.

O pênalti infantil de Mauricio Ramos. Os cartões amarelos sendo aplicados nas testas dos alviverdes como se o juiz estivesse vencendo uma partida de truco contra eles, em faltas bisonhas, em lances ridículos. Como entender a contratação do aposentado Leandro?

Alguém ganha com tudo isso. E esse alguém não é o Palmeiras.

Deve haver algo além do rendimento técnico. Tem que ter. Para o bem deles, inclusive.

Caindo agora, ano que vem não devem mais vestir verde. Como dirão aos seus futuros empregadores que suas bolinhas são tão murchas? Como conseguirão outro trouxa que pague o que eles recebem hoje no Palmeiras?

Como consegue um clube ser campeão invicto de uma competição nacional e no mesmo ano ser rebaixado na outra?

Como consegue um clube durante a tarde anunciar festividades em homenagem ao maior ídolo de sua história e na noite do mesmo dia praticamente anular toda a expectativa positiva em torno da despedida ao ídolo maior?

Que contra-senso é esse? Que montanha russa de sentimentos e perspectivas é essa?

O Palmeiras está doente e tem nove jogos para tentar se salvar da cova quase certa. Passa por extirpar as doenças a cada vez menos possível salvação. Passa por tentar medicação paliativa, mais uma vez.

Afastar amanhã os descompromissados, os que não perdem peso, não perdem tempo, não perdem a pose. Lançar quem precisa ainda buscar algo. Quem tem no combalido Palmeiras a esperança de ainda virar alguém.

Não é o ideal. Mas o Palmeiras não é ideal há tempos.

Veio o rebaixamento em 2002 e em 2003 tudo caminhava dentro da mesma falta de perspectiva. Até que a derrota por 7X2 contra o Vitória mudou tudo. Saíram os medalhões que ainda restavam e subiu a molecada que no final do ano levou o time de volta à elite. No ano seguinte fez ainda grande campanha, carimbando vaga na Libertadores de 2005.

Ainda nessa quinta-feira, no anúncio das homenagens ao goleiro Marcos, o presidente Tirone disse, de forma categórica, firme como um ditador de bananeiras: “Não aceito o rebaixamento!”.

Piadista que só.

O exemplo da radical mudança no elenco de 2003 serve ainda. Pelo menos afastando quem afasta o Palmeiras de seu lugar. O do rebaixamento em 2002, infelizmente, 10 anos depois, parece que de nada serviu.

 

NEYMAR F.C.

Couto Pereira lotado, torcida vaiando e pressionando o craque adversário, time em campo marcando como nunca e Neymar apagado via o Santos perder mais uma no Brasileirão. Cenário adverso a equipe visitante que se confirmou até a metade da segunda etapa, pois quando o moleque está em campo tudo ainda pode acontecer e o fator que tira a equipe do status de comum decidiu o jogo em dois lances e mesmo não atuando de forma brilhante fez o suficiente em prol da equipe para a soma de mais 3 pontos. Esse é Neymar e esse é o Santos que depende dele para ser mais Santos.

A expressão ”Neymar FC” que intitula esse post pode ser agressiva e injusta para com os outros jogadores que compõem o elenco santista, mas os números mostram que o aproveitamento ”com” e ”sem” o jogador é absurdamente diferente. Dos 25 jogos da equipe no campeonato, apenas em 9 ele esteve em campo e nos 27 pontos disputados nesse período, o time conquistou 20, ou seja, aproveitamento de quase 75 %, superior aos dos líderes da competição (Fluminense e Atlético-MG). Já nas outras 16 partidas sem Neymar, a equipe somou 13 de 48 possíveis e estaria na zona de rebaixamento com um aproveitamento pífio de 27 %.

É claro que não se pode cravar que caso Neymar estivesse em campo em todas as partidas do Santos no campeonato, a equipe estaria no G-4 ou até mesmo na liderança. Porém os números provam que com ele, o Santos é diferente, ainda mais em um campeonato tão difícil e disputado como é o Brasileirão, as equipes necessitam cada vez mais de um diferencial para decidir uma partida amarrada, um jogador que em um lance possa trazer os três pontos mesmo que a atuação coletiva esteja abaixo do esperado, afinal de contas no molde dos pontos corridos vencer jogando mal muitas vezes é o que decide um campeonato.

Mesmo com a vitória e com o prazer de ver Neymar em campo, a realidade do Santos no campeonato é muito aquém do que se esperava. São 10 pontos de diferença para a última equipe do G-4 e uma situação nem um pouco digna do centenário e da grandeza do clube. O time protagonista das últimas duas temporadas vê nova oportunidade de disputar a Libertadores cada vez mais distante e a não reposição de jogadores importantes que deixaram o clube escancaram a dependência do time por Neymar  e jogam mais responsabilidade ainda nas costas do camisa 11 santista. Se na seleção ele ainda não consegue brilhar e lidar com toda essa pressão, em termos de clube, ele sobra e se mostra cada vez mais completo e maduro. Aguardemos essa mesma resposta e nível de atuação com a camisa do Brasil, pois ele é o relampejo de arte que nos resta em meio a uma safra de jogadores de qualidade tão escassa, atípica quando falamos de Seleção Brasileira.

Na próxima rodada, o Santos encara a Portuguesa tentando emplacar uma série de vitórias que mantenha a equipe viva no Brasileirão. O craque santista não estará em campo e caberá ao Santos jogar com autoridade para extinguir esse rótulo de ”Neymar F.C.” ou explicitar cada vez mais essa dependência. Quem viver verá !

NO ESTILO “MINEIRINHO”

Trabalhando duro, firme, no estilo “mineirinho”, a Lusa vai ganhando jardas e se distanciando cada vez mais da zona de rebaixamento do BR-12.

Após vencer o Campeão da Copa do Brasil, quarta-feira passada, no Canindé, e o afundar no Z-4, desta vez, no mesmo estádio, a Lusa empurrou o vice Coritiba para o mesmo lugar e pelo mesmo placar, com direito até a “Olé”.

Com oito gols no Campeonato Brasileiro e uma sequência de fazer inveja a qualquer outro atacante badalado da Série A, Bruno Mineiro, que faz jus ao sobrenome, precisou de poucos jogos para ganhar o carinho da galera rubro-verde e mostrar a que veio no clube.

BM9, como vem sendo chamado pela torcida Lusitana, foi decisivo mais uma vez, marcando dois gols na vitória de ontem sobre o Coxa. Um deles, por sinal, o mais rápido do certame até o momento, com apenas 10 segundos. No lance, o Coritiba deu a saída, perdeu a bola em dividida com Moisés, que acabou sobrando para Ananias, que deixou Bruno Mineiro na boa para disparar um petardo da entrada da área e marcar um GOLAÇO!
Minutos depois, após cruzamento de Luis Ricardo, o mesmo Ananias, que voltou ao time após cumprir suspensão, fechou o placar em grande estilo – com uma cabeçada no contra-pé do goleiro. 3 a 0, fora o baile!

Com outra vitória “de seis pontos”, a Portuguesa ocupa agora a 11ª colocação do Brasileirão, com 28 pontos.
No próximo domingo, em Goiânia, outro confronto direto: desta vez contra o Atlético-GO, que também briga contra o rebaixamento, às 18h30m, no estádio Serra Dourada.

Como disse o Candinho: “se virando com o que temos seguimos nos afastando da zona de rebaixamento.”

Bruno Mineiro comemora um de seus gols contra o Coritiba, no Canindé – (Foto: Moises Nascimento / Agência Estado)