Há muito não comento nada sobre o assunto (que deveria ser) principal deste nobre espaço: a Portuguesa de Desportos. Entretanto, a razão para isso acontecer é simples: o mais do mesmo que sempre rondou o Canindé.
Independente do resultado que rolar nos tribunais da vida, onde, acredito eu, o futebol jamais merece ser decidido, dessa vez o futuro do clube dá indícios de estar em boas mãos.
Com um discurso simples, porém firme e ciente das inúmeras dificuldades deixadas pelas catastróficas administrações passadas e, sobretudo, sem adotar a retórica da “síndrome de coitadinho” que assola os corredores lusitanos há tempos, o presidente Ilídio Lico, com voz rouca e calma, demonstra algo que faltava aos representantes rubro-verdes: atitude. Mesmo que sob pressão.
A começar, a gestão Lico nada tem a ver com o “caso Héverton” – bucha deixada pela desastrosa Era Lupa -, mas passaria a ter caso a nova cúpula se omitisse. Isso não aconteceu.
Em 3 meses, o mandatário conseguiu, com apenas um ato, algo raro nas últimas décadas no Canindé: a confiança da torcida.
Confiança que andava abalada, afastando da arquibancada até os mais calejados torcedores. Aqueles que estão sempre lá, na chuva, no sol, à noite ou de manhã, pela Portuguesa. Pelo amor.
A decisão de entrar na Justiça Comum vai muito mais além do que a permanência na Série A. Trata-se de uma questão de dignidade, de não se apequenar mais perante às pressões de Federação Paulista e Confederação Brasileira de Futebol.
Agora, o jogo parece estar virando. A torcida, maior patrimônio que um clube de futebol pode ter, uniu-se e está imbuída na causa. Na missão de repaginar uma história de um CLUBE GRANDE que, um dia, já foi um GRANDE CLUBE.
A luta será difícil.
A vitória, também.
Jogar a Série B tendo a torcida unida pela dignidade é totalmente diferente quando se joga para arquibancadas entregue às moscas que, por vergonha, dificilmente se encheriam novamente.
Jogar a Série B não será o fim do mundo. Jogar a Série B sem lutar será um sinal claro da derrota.
De aceitar o fim.
Por que sem lutar não apenas se perderá a vaga, merecida, na primeira divisão e o dinheiro que a acompanha, mas sim a razão da existência das cores mais importantes do mundo para um povo: o lusitano.
Vamos à luta, ó campeões.