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UMA NOVA GERAÇÃO?

Início da temporada e o Santos conquista a Copa São Paulo de Futebol Júnior, o “charmoso” torneio que aquece o calendário futebolístico do Brasil. Logo, paira sobre todos a pergunta: Seria essa uma nova geração de meninos da Vila?

Pois bem, me lembro que na ocasião comentei acerca do assunto e coloquei minha opinião no texto “Grife Alvinegra“, que trata justamente de uma espécie de diferencial do Santos em revelar moleques bons de bola.

De fato, algo que pode ser considerado místico ou até mesmo sorte. O fato é que Giva, Neílton, Leandrinho, Pedro Castro, Gustavo Henrique e Émerson, nomes pouco conhecidos no cenário nacional, estão dando corpo e cara a esse novo Santos.

Há muito a equipe não tinha uma identidade, uma forma de jogar, o que era muito cobrado na época de Muricy.

Alias, por falar em técnico, até o comandante atual da equipe santista pode-se dizer que é um “moleque” da base. Claudinei Oliveira, mais um desconhecido colocado como “tapa buraco”, mas que vai se consolidando na vaga com um trabalho consistente e promissor.

Ciente das limitações do time e sem descarregar a responsabilidade nas costas dos jovens jogadores, o treinador tem dado a oportunidade de todos mostrarem o seu valor. O interessante é que logo em um clássico, os meninos mostraram personalidade e se não foram e não são brilhantes, pelo menos são disciplinados taticamente e conseguiram dominar um “calejado” e experiente São Paulo, em pleno Morumbi.

Ainda é cedo para cravar alguma coisa, mas se realmente há uma tendência em acharmos que qualquer jovem oriundo da base santista será um novo “Robinho” ou “Neymar”, porque não acreditar em uma nova geração de meninos da Vila?

Afinal de contas, esse tal “raio” parece gostar de cair duas, três, quatro vezes no mesmo lugar…

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O GOL DO PRÍNCIPE, QUE O REI NÃO MARCOU!

Era um amistoso festivo, um jogo de “compadres”, mas nem por isso podemos desprezar o tento de Neymar. No confronto com o seu futuro companheiro de Barcelona, o argentino levou a melhor no placar (8×5), mas nos lances de efeito, o camisa 10 da seleção brilhou e ainda desconcertou o xerifão Lugano, que apenas riu, aliás, não dava para fazer muita coisa…

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Confira nos vídeos, o gol de Neymar, que nem o rei do futebol marcou e o drible pra cima de Lugano:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=a8g1j9qBVL0[/youtube]

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=JA0TtfMbycI[/youtube]

TRABALHO MAL FEITO, MEU FILHO!

O desgaste era notório e as cobranças praticamente insustentáveis, somado a tudo isso a ausência de bons resultados e um time sem qualquer padrão tático.

De fato, não era preciso um olhar muito clínico para se comprovar que o ciclo de Muricy já havia se encerrado, para muitos, nem deveria ter começado.

Em 2011, quando o treinador assumiu a equipe, o Santos precisava de alguém que desse solidez a defesa do time, para que o talento de Neymar, Ganso e cia pudesse fazer a diferença.

Com Dorival Jr., o alvinegro exibia em campo um vasto repertório de jogadas ofensivas, o volume de jogo durante as partidas era sufocante para o adversário e o time que tinha como proposta de jogo se defender a todo momento era goleado facilmente.

Entretanto, quando aquele mágico Santos enfrentava uma equipe que também saia para o jogo, a dificuldade era flagrante, já que a defesa se mostrava vulnerável, tanto pela falta de um volante cabeça de área para protege-la, quanto pela ausência de um bom goleiro.

Visando a solução para os problemas defensivos, o Santos foi buscar um técnico especialista no assunto, o multi campeão Muricy Ramalho. O nome era forte e as expectativas as mais promissoras possíveis.

Quando chegou ao clube, o Santos era, até então, o favoritíssimo para conquista da Libertadores. Contudo, penou no 1° turno da competição e se viu a beira da eliminação. Precisando de 3 vitórias em 3 jogos, Muricy percebeu ali que teria muito trabalho em pouco tempo hábil para tal.

As coisas caminharam, a equipe se classificou e sagrou-se campeã. Muricy alcançava um dos poucos títulos que faltavam para o seu repertório e o Santos voltava ao Mundial de Clubes depois de 48 anos.

O futebol brilhante de outrora (2010) não existia mais, porém o Santos era um time encorpado, mais competitivo e tinha o Brasileiro inteiro para se preparar para o torneio mais importante de sua história. Parecia que a aposta da diretoria do Santos tinha dado certo, Muricy era mesmo o nome certo para dirigir o time.

Errado…

Desde a conquista da Libertadores, o treinador não conseguiu mais um padrão tático, não criou uma identidade, uma forma de jogar. O Santos patinou no Brasileiro, foi surrado no Mundial e passou o ano de seu centenário apostando única e exclusivamente em Neymar, em partes deu certo, o time conquistou dois títulos, mas a eliminação para o Corinthians na Libertadores e o pífio Brasileirão mostraram que o trabalho do técnico não estava sendo bem feito.

Ora, é claro que um time que possui em seu plantel um jogador como o Neymar, certamente terá dificuldade na falta do mesmo. Mas são justamente nessas ausências que entra o trabalho do bom treinador.

Muricy sem o craque não conseguia montar o time, não se tinha um esquema de jogo, não havia um padrão tático, a equipe atuava como se Neymar ainda estive ali. Mesmo erro cometido por Ney Franco após a saída de Lucas e que não foi cometido por Tite.

O treinador do Corinthians não teve em suas mãos um Neymar ou um Lucas logo de cara, e por isso, optou por montar um conjunto forte que não dependesse de um único jogador. Quando Paulinho tornou-se o “Neymar” de Tite, o treinador conseguia suprir sua ausência, pois já tinha um esquema de jogo pré-estabelecido.

Mesmo com Alessandro, Fábio Santos, Chicão, Castán, Ralf e tantos outros jogadores longe de serem brilhantes, Tite alcançou o tão esperado padrão, o equilíbrio como o próprio gosta de citar. Dessa forma, o Corinthians, sem ser brilhante, tornou-se a equipe a ser batida e até hoje colhe os frutos.

Quando Tite sair, um legado será deixado. O próximo treinador apenas dará prosseguimento a um trabalho bem feito em todos os aspectos. No caso do Santos, Muricy não deixou legado algum, desmotivado e retrógrado, o treinador se acomodou, pois tinha Neymar e não conseguiu dar identidade a um Santos promissor.

A saída de Muricy é uma vitória da base santista, o grande motor do clube e o que o mesmo simplesmente ignorou. A saída de Muricy é uma vitória do bom futebol,  pois mesmo com um investimento exacerbado no trabalho do treinandor, o Santos nunca teve uma forma de jogar e perdeu toda sua essência de um futebol vistoso e ofensivo.

A saída de Muricy é um alento para todos os grandes clubes que insistem em apostar em técnicos retrógrados, que bancam a permanência de medalhões que já passaram do prazo. Treinadores orgulhosos que ainda acreditam que suas formas de trabalhar sejam as mais corretas, treinadores que não inovam e principalmente, que não arriscam.

Chega de Felipão, Luxemburgo, Muricy. Vamos dar lugar ao novo e ao diferente.

Vamos resgatar o verdadeiro futebol brasileiro!

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HORA DE RECOMEÇAR

O vice campeonato parece ter escancarado a situação complexa que o Santos vive há um bom tempo. A falta de um planejamento pesou nos fracassos recentes e um recomeço tem se mostrado cada vez mais necessário.

Assim como na Libertadores do ano passado, o Corinthians impediu um “tetra” da equipe da baixada e com o título conquistado na Vila conseguiu amenizar a decepção na luta pelo Bi do Continente.

Novamente o Santos ficou por “uma bola”, um tento não marcado, um detalhe…

Todavia, talvez esse pequeno detalhe, esse gol que não saiu na Libertadores e agora na Final do Paulistão não evidencie, de fato, a real diferença entre os dois times.

Diferenças estas, que não estão relacionadas apenas à qualidade de seus respectivos jogadores, mas também ao planejamento que um conseguiu implantar de forma eficiente e o outro não.

A comparação fica mais clara quando nos remetemos ao ínicio do trabalho de cada comandante dos dois clubes.

Tite chegou a um Corinthians turbulento, em meio a um centenário sem conquistas e com muitas incógnitas. Para piorar foi eliminado precocemente pelo Tolima na Libertadores de 2011 e mesmo com a pressão da torcida foi bancado pela diretoria.

Com tempo para trabalhar, o treinador montou uma equipe mesclada com jogadores até então desconhecidos (Leandro Castán, Paulinho, Ralf) e alguns chamados “refugos” (Alessandro e Fábio Santos).

A partir daí, mantendo a base ao longo dos anos e contratando pontualmente, o Corinthians conquistou tudo que podia e encontrou uma forma de jogar, se não a mais brilhante e vistosa, certamente a mais eficiente e competitiva.

Já o técnico Muricy chegou ao Santos em um cenário igualmente turbulento, porém em um time já montado e candidato a títulos na temporada 2011. Além disso contava com um fator diferencial, o talento de Neymar.

A conquista do Paulista e da Libertadores vieram, no único semestre de estabilidade do técnico e do time desde a sua chegada. A partir do 2° semestre, o treinador não encontrou mais uma forma de jogar e a equipe “capengou” de lá, até a temporada atual.

A derrota vexatória para o Barcelona, as pífias campanhas nos Brasileiros de 2011 e 2012 e a eliminação para o Corinthians na Libertadores ofuscaram o tri campeonato Paulista e o título da Recopa, evidenciando uma equipe irregular e dependente do talento de Neymar.

Quando o craque não estava em campo, o treinador não conseguia armar a equipe, não existia um padrão tático e a única saída era “joga bola nele, que ele resolve”. Com o calendário ruim do futebol brasileiro e consequentemente com as constantes ausências de Neymar, o Santos não foi o mesmo, oscilou e está colhendo os frutos de um péssimo planejamento.

O sonho do Tetra, não passou de um sonho e talvez analisando friamente a situação, a equipe até que chegou longe demais, tamanha a dificuldade que teve para eliminar o “fraco” Palmeiras e o inexpressivo Mogi, apesar do bom campeonato feito pela equipe do interior. Somado a tudo isso a instável primeira fase e um time sem brio ao longo de toda a temporada.

O fracasso em algumas contratações agravou a situação e porque não dizer o fracasso de Muricy também, que com o mesmo tempo de Tite, não conseguiu dar vida a esse Santos, não encontrando a forma ideal de jogar após a Libertadores/11 e sejamos justos, sofrendo com a falta de planejamento da diretoria.

Chegou a hora de repensar o que foi feito, de aprender com os erros e não se iludir com as glórias recentes. O contexto da coisa até mostra que o Santos foi bem nesse período, se não apresentou sempre um futebol brilhante, ao menos esteve brigando por títulos quase em todos os campeonatos.

Entretanto, uma análise mais profunda escancara as deficiências do clube e indica que as coisas não aconteceram da forma como deveriam.

Uma série de erros e circunstâncias colocaram o Santos, hoje, em um universo sem muitas perspectivas.

Não há uma estrutura para encarar a saída de Neymar, não existe uma forma de jogar e nem uma base formada. O elenco é limitado e não há dinheiro em caixa para mudar a situação.

Essa é a realidade de um clube que se mostrou tão eficiente e vitorioso nas últimas temporadas, mas que no momento vê um ciclo chegar ao fim, de certa forma, até melancólica. É hora de recomeçar!

SOBREVIDA

“Massacre”, “Aula”, “Domínio”. Todas essas palavras cabem para definir o que foi, pelo menos, o primeiro tempo da decisão no Pacaembu. De um lado, o atual campeão do Mundo atuando como nunca havia feito em 2013, do outro, o Santos, atuando como sempre na mesma temporada.

De fato, o primeiro embate da final do Paulistão, sem dúvidas, foi o melhor clássico do campeonato. Se bem que pelo nível de toda a competição não seria tão complexo assim alcançar tal “proeza”.

De qualquer maneira, é muito bom ver um estádio paulista completamente lotado e com esse clima ímpar de decisão.

Em relação à partida propriamente dita é pertinente dividi-la em duas partes, não necessariamente na divisão lógica de dois tempos de 45 minutos, mas sim em 60 minutos de amplo domínio corintiano e mais 30 de equilíbrio com ligeira vantagem para o Santos.

Não é de hoje que o técnico Muricy Ramalho se mostra um tanto quanto confuso na hora de escalar a equipe quando a mesma está desfalcada. A ausência de Montillo previa a entrada de um meia, no caso, Felipe Anderson.

Entretanto, a formação com 4 volantes e a presença de um Marcos Assunção completamente sem ritmo foi um equívoco tão grave que quase custou o título.

A escalação pouco audaciosa de Muricy permitiu ao adversário o domínio completo das ações. Só nos primeiros 20 minutos, o Corinthians já tinha cobrado quase 10 escanteios e assustado o gol de Rafael pelo menos 3 ou 4 vezes.

É nesses casos que muitas vezes falta coragem para a maioria dos técnicos brasileiros. Parece que mudar o time logo no primeiro tempo é algo proibido e irracional e talvez a justificativa para esse jogo tenha sido pautada no fator “sorte”, pois mesmo com um volume de jogo tremendo, o Corinthians só chegou ao seu merecido gol aos 41 do 1° tempo.

O fato é que Muricy só mexeu na equipe na 2° etapa, promovendo as entradas de Felipe Anderson e André, nenhuma estupenda mudança de qualidade, mas apenas a consequente alteração tática da equipe foi o suficiente para o Santos equilibrar a partida. O Corinthians continuava perdendo gols, mas o Santos ao menos respondia, não era mais aquele lutador que estava nas cordas praticamente nocauteado.

Contudo, justamente no melhor momento do time veio  o castigo, o 2° gol do Corinthians, o provável “gol do título”.

O que foi o jogo estava ali, escancarado e traduzido em números, a vantagem ampla devidamente construída e a frustração com a atuação santista era imensa. Porém, o futebol sempre tão apaixonante e imprevisível nos reservou mais uma das suas peripécias e aos 38 minutos do 2° tempo, Durval, ele mesmo, diminuiu com um gol de cabeça.

Certamente foi uma das mais “comemoradas” derrotas do Santos nos últimos tempos. Saber como lidar positivamente com isso é que será o grande desafio da equipe até o jogo final.

O “chato” Campeonato Paulista, ao menos, será realmente decidido na última partida e talvez no último suspiro de um Santos que parece passar pelo fim de um ciclo.