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PÉS NO CHÃO PARA VOAR MAIS ALTO!

Um dos clássicos mais tradicionais do Brasil, que na década de 60 era certamente o maior de todos, hoje não possui mais o mesmo encanto.

Santos e Botafogo nem de longe tem os elencos gloriosos de tempos passados. O time carioca mal consegue manter o atual plantel, enfrenta grave crise e corre sério risco de voltar à Série B.

Já a situação do Peixe não é tão desastrosa, mas o time ainda enfrenta dificuldades para engrenar e vê na Copa do Brasil a esperança de salvar a temporada.

Em suma, o confronto das quartas de final escancarou a realidade do Botafogo e deu bons indícios para o time da Vila. Porém, quem está no futebol há muito tempo sabe que existe uma máxima que não pode ser ignorada: “pés no chão”.

É fato que os 5×0 foram sonoros, inapeláveis e encheram de moral um time que precisava justamente desse “algo a mais” para galgar degraus e almejar “voos” mais ousados.

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Contudo, o adversário superado não pode criar a ilusão no Santos de que o time está pronto. O foco deve ser mantido, pois o abismo que separa o Botafogo do Cruzeiro (próximo confronto) é do tamanho da goleada aplicada.

Sendo assim, para voltar à disputa pela conquista da América, o Santos precisa de “pés no chão” e regularidade, já que se a meta é salvar o ano e voar mais alto em 2015, agora, só faltam 4 jogos para alcançá-la.

DESPEDIDA EM GRANDE ESTILO

Por motivos alheios à minha vontade, estive longe deste espaço. Saudade de dar meus pitacos. Vamos a eles.

O Corinthians, que estreou de maneira pífia no Campeonato Brasileiro de 2014, num empate sem gols e sem alma contra o Atlético Mineiro, tinha a chance de se redimir diante de sua torcida, na despedida daquela que é e sempre será a sua casa, nosso querido Pacaembu, palco de muitas de nossas conquistas.

saudosa maloca

Confessando ser um torcedor relapso, que há alguns anos não vem frequentando estádios de futebol (que os deuses do futebol, tão cultuados por nosso treinador, sejam complacentes comigo), vou deixar pra falar desta despedida no próximo texto, em que convidei amigos que estiveram presentes na partida de 27 de abril de 2014, diante do Flamengo, para celebrar com sua torcida em seu espaço preferido.

Sendo assim, vou me ater ao jogo:

Com o clima perfeito de festa entre time e torcida, reforçado com a presença de Elias, apresentado ao som de ‘Saudosa Maloca’, não para jogar, mas para estar presente e ser testemunha da grande festa, o time entrou leve em campo, botou pressão, e não demorou quase nada para abrir o placar. Após cobrança de escanteio de Jadson, Guerrero se enrolou com Samir, mas a bola sobrou para Guilherme, que não desperdiçou. Mesmo assim, o primeiro tempo ainda lembrou a fase de escassez de boas jogadas. O momento mais marcante foi aos 43 minutos, quando Léo Moura entrou forte numa jogada e atingiu Petros. Cartão vermelho direto.

Elias esteve por lá.
Elias esteve por lá.

Só que Mano Menezes vem abusando do direito de ser irritante às vezes. O time ficou segurando a bola, sem muitas jogadas pelas laterais, apenas explorando possíveis contra ataques, e o Flamengo dominou a posse de bola, sem que com isso pudesse fazer algo produtivo. Quando explorou um pouco mais o lado esquerdo, até pela ausência de um marcador por ali, o Corinthians fez o seu: Fábio Santos cruzou, Gil concluiu: 2 x 0.

É aquilo: o Corinthians continua forte defensivamente, a dupla Gil-Cléber está muito bem entrosada, Ralf continua fazendo bem o seu papel. O meio de campo vem se acertando com o que tem. Guilherme e Petros suprem o meio de campo enquanto os possíveis titulares Elias e Renato Augusto (este ainda é infelizmente uma incógnita, já que sua situação física não permite ainda uma avaliação técnica). Guerrero vem recuperando o bom futebol aos poucos, embora ainda não esteja marcando gols, que é o que se espera dele. Fagner ainda não fez uma partida digna de nota, mas vem se adaptando. O coletivo do Corinthians está evoluindo, para enfim começar a se pensar em repetir bons momentos de um passado recente. Resta saber se Mano Menezes saberá trabalhar com estas peças para conquistar um título relevante.

E que venha a Arena!*

*O Corinthians pode ter uma segunda ‘despedida’ do Pacaembu, caso não elimine o jogo de volta da Copa do Brasil, contra o Nacional-AM, que tem como principal nome o célebre Carlinhos Bala.

20 ANOS DE ESTÁDIO

Em mais um texto de convidado, nosso camarada Raphael Prado fala sobre os vinte anos de sua primeira ida ao Pacaembu pra ver o nosso Timão jogar. Confere logo aí abaixo:

 

Por Raphael Prado

 

O dia 24 de julho é uma data especial pra mim, pois foi o dia que eu estreei como torcedor de estádio e vou contar aqui em breves palavras como foi esse dia.
Minha madrinha corintiana doente e sempre ligada em esportes queria levar meu primo e eu no ginásio do Ibirapuera pra ver um jogo de basquete, mas logo que vimos no jornal que nesse mesmo dia o Corinthians estaria jogando contra o Botafogo pelo torneio Rio-SP, meu primo e eu ficamos empolgados com a chance de ir pro jogo do Timão, aliás, nosso primeiro jogo no estádio.

24 de Julho de 1993, um sábado à tarde, última rodada da primeira fase do Torneio Rio-SP, Timão já classificado pra jogar as semifinais e o Botafogo sem chance de classificação, um jogo normal, sem nenhum atrativo em especifico, mas que com certeza nunca sairá da minha cabeça.

No caminho até o estádio, já estávamos no clima do jogo, no carro estavam Rogério então namorado da minha prima, um amigo do trabalho dele, minha madrinha e os guris; eu, meu primo e um amigo nosso, ficamos boquiabertos com a torcida andando pela avenida, todos com camisas do timão, e pintando a Avenida Pacaembu de preto branco.

Chegando no estádio Rogério e seu amigo foram para o portão principal e minha madrinha com a criançada foi pro portão de acesso aos menores não pagantes, no caso os três guris. Subindo a escada de acesso a arquibancada já dava pra ver o gramado, a torcida, toda vibração do local.

O ingresso do jogo.
O ingresso do jogo.

Estávamos ao lado do setor das numeradas, quando minha tia perguntou de onde nós queríamos ver o jogo, e a resposta foi unânime; “de lá tia, de lá…” era bem na arquibancada (na época não haviam as cadeiras laranjas), ao lado das torcidas uniformizadas, perto do bandeirão, da bateria…

Encontramos o Rogério e seu amigo, e arrumamos um lugar pra sentar, ficamos entre a curva onde as uniformizadas estavam e a parte mais centralizada do estádio, tudo era novo, até o simples fato de tomar coca cola e comer amendoim antes do jogo era especial. Quando perto das 16hs o timão entra em campo, um sonho se realizando nós três pivetes, de 10, 8 e 7 anos, assistindo ao jogo do Timão no estádio!

O jogo em si foi tenso, o Botafogo ganhava o jogo por 2 a 1, e jogo estava no final, e eu pensando que logo na minha estreia em estádio meu time ia perder e ficar com fama de pé frio, já estava ficando triste, quando aos 42 minutos do segundo tempo, o veterano atacante Bobo [que veio do Bahia], empatou o jogo, alegria e alívio no mesmo instante. Ali foi a minha primeira experiência de sofrimento coletivo ao vivo no estádio.

Na volta pra casa, foi só festa, o resultado de 2×2 não era importante e sim tudo que foi vivido naquele dia, as coisas que não saem e jamais sairão da minha cabeça. Aquela noite nem consegui dormir direito, estava rouco, com a cabeça a milhão ainda pensando e lembrando do jogo, lembrando como foi a minha estreia no Pacaembu, como foi minha estreia em estádio, como foi ver meu querido time de perto pela primeira vez.

Passei um bom tempo procurando o vídeo com os gols desse jogo até que no mês passado em mais uma busca eu finalmente achei.

 

*Postado originalmente no blog do Raphael Prado. http://raphaelprado.wordpress.com/2013/07/24/20-anos-de-estadio/

SOBREVIDA

“Massacre”, “Aula”, “Domínio”. Todas essas palavras cabem para definir o que foi, pelo menos, o primeiro tempo da decisão no Pacaembu. De um lado, o atual campeão do Mundo atuando como nunca havia feito em 2013, do outro, o Santos, atuando como sempre na mesma temporada.

De fato, o primeiro embate da final do Paulistão, sem dúvidas, foi o melhor clássico do campeonato. Se bem que pelo nível de toda a competição não seria tão complexo assim alcançar tal “proeza”.

De qualquer maneira, é muito bom ver um estádio paulista completamente lotado e com esse clima ímpar de decisão.

Em relação à partida propriamente dita é pertinente dividi-la em duas partes, não necessariamente na divisão lógica de dois tempos de 45 minutos, mas sim em 60 minutos de amplo domínio corintiano e mais 30 de equilíbrio com ligeira vantagem para o Santos.

Não é de hoje que o técnico Muricy Ramalho se mostra um tanto quanto confuso na hora de escalar a equipe quando a mesma está desfalcada. A ausência de Montillo previa a entrada de um meia, no caso, Felipe Anderson.

Entretanto, a formação com 4 volantes e a presença de um Marcos Assunção completamente sem ritmo foi um equívoco tão grave que quase custou o título.

A escalação pouco audaciosa de Muricy permitiu ao adversário o domínio completo das ações. Só nos primeiros 20 minutos, o Corinthians já tinha cobrado quase 10 escanteios e assustado o gol de Rafael pelo menos 3 ou 4 vezes.

É nesses casos que muitas vezes falta coragem para a maioria dos técnicos brasileiros. Parece que mudar o time logo no primeiro tempo é algo proibido e irracional e talvez a justificativa para esse jogo tenha sido pautada no fator “sorte”, pois mesmo com um volume de jogo tremendo, o Corinthians só chegou ao seu merecido gol aos 41 do 1° tempo.

O fato é que Muricy só mexeu na equipe na 2° etapa, promovendo as entradas de Felipe Anderson e André, nenhuma estupenda mudança de qualidade, mas apenas a consequente alteração tática da equipe foi o suficiente para o Santos equilibrar a partida. O Corinthians continuava perdendo gols, mas o Santos ao menos respondia, não era mais aquele lutador que estava nas cordas praticamente nocauteado.

Contudo, justamente no melhor momento do time veio  o castigo, o 2° gol do Corinthians, o provável “gol do título”.

O que foi o jogo estava ali, escancarado e traduzido em números, a vantagem ampla devidamente construída e a frustração com a atuação santista era imensa. Porém, o futebol sempre tão apaixonante e imprevisível nos reservou mais uma das suas peripécias e aos 38 minutos do 2° tempo, Durval, ele mesmo, diminuiu com um gol de cabeça.

Certamente foi uma das mais “comemoradas” derrotas do Santos nos últimos tempos. Saber como lidar positivamente com isso é que será o grande desafio da equipe até o jogo final.

O “chato” Campeonato Paulista, ao menos, será realmente decidido na última partida e talvez no último suspiro de um Santos que parece passar pelo fim de um ciclo.

GRIFE ALVINEGRA

Grife: relacionado ao que se caracteriza como um produto de luxo, destacado pela assinatura ou marca de seu fabricante.

Se analisarmos tal significado e transportarmos o mesmo para o universo futebolístico há quem vá dizer que estou comparando um jogador de futebol a um mero “produto”, porém afastando-se dessa visão “ao pé da letra”,  o intuito de começar o texto expondo a palavra em questão e sua respectiva definição é justamente destacar algo peculiar que ocorre com o Santos Futebol Clube, a facilidade em revelar jogadores.

Ora, mas o que isso tem a ver com grife ? Você deve estar se perguntando. Muito simples, eu respondo.

Com o passar do tempo e o surgimento de grandes craques advindos do Santos, a base alvinegra ficou conhecida no Brasil e no mundo como a grande “reveladora” de craques, e não é pra menos, já que dela surgiram “simplesmente” Pelé, o maior de todos os tempos e Neymar, o melhor jogador brasileiro da atualidade. De fato, sem tecer comparações Pelé e Neymar são os grandes expoentes da fama que o Santos carrega de gerar meninos promissores para o nosso futebol.

A partir disso, sabemos que qualquer garoto que mostra algum talento e atua na base do clube já desperta grande interesse do público gerando uma série de especulações, tais como: outro Neymar ? mais um Diego ou Paulo Henrique Ganso ? E esse moleque franzino será o novo Robinho ?

E é justamente dessas perguntas que pairam na cabeça de torcedores e da imprensa que me ocorreu relacionar a base alvinegra com uma espécie de “grife”. Afinal de contas, quem nunca comprou uma camiseta simplesmente por ela ser da marca “x” ou “y” ?

É fato que costumamos atribuir e relacionar qualidade à marca ou ao fabricante de um determinado produto e isso atinge todos os âmbitos. Por exemplo: alguém se lembra do Thiago Luis ?

Pois bem, o mesmo está sem clube e nunca chegou a vingar atuando pelo Santos. Porém, quando o mesmo surgiu na Copa São Paulo de 2008 chegou a ser comparado a Lionel Messi, pasmen, mas foi essa a manchete que estampou os jornais espanhóis da época. Ao contrário da absurda expectativa criada, o jogador não chegou nem perto da capacidade do craque argentino, alias passou muito, mas muito longe.

Por isso, é óbvio que nem todo garoto revelado na base alvinegra irá se tornar um gênio da bola, entretanto, existe algo inexplicável que faz do peixe um clube diferente, uma “grife”, de fato. E hoje, mais uma vez campeão da Copa São Paulo de Futebol Jr. o clube passa a ter as atenções voltadas para si, aquelas perguntas e especulações ressurgem e os possíveis sucessores de “Neymar e cia” já querem beliscar a sua vaguinha no time de cima. Porém é sempre bom lembrar que nem sempre vencer tal competição é sinônimo de revelar grandes nomes. Mas é bom ficar de olho, porque quando o campeão é o Santos não dá pra descartar a hipótese de um novo craque. Vai que raio cai mais uma vez no mesmo lugar…

Enfim, Parabéns aos campeões e a todos os participantes da copinha !
Que os novos garotos frutos dessa competição possam abrilhantar os gramados nacionais e trazer muitas alegrias a suas respectivas torcidas, afinal de contas, mais que uma “grife alvinegra” existe uma “grife brasileira”, a maior e mais respeitada dentre todas.