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HORA DE RECOMEÇAR

O vice campeonato parece ter escancarado a situação complexa que o Santos vive há um bom tempo. A falta de um planejamento pesou nos fracassos recentes e um recomeço tem se mostrado cada vez mais necessário.

Assim como na Libertadores do ano passado, o Corinthians impediu um “tetra” da equipe da baixada e com o título conquistado na Vila conseguiu amenizar a decepção na luta pelo Bi do Continente.

Novamente o Santos ficou por “uma bola”, um tento não marcado, um detalhe…

Todavia, talvez esse pequeno detalhe, esse gol que não saiu na Libertadores e agora na Final do Paulistão não evidencie, de fato, a real diferença entre os dois times.

Diferenças estas, que não estão relacionadas apenas à qualidade de seus respectivos jogadores, mas também ao planejamento que um conseguiu implantar de forma eficiente e o outro não.

A comparação fica mais clara quando nos remetemos ao ínicio do trabalho de cada comandante dos dois clubes.

Tite chegou a um Corinthians turbulento, em meio a um centenário sem conquistas e com muitas incógnitas. Para piorar foi eliminado precocemente pelo Tolima na Libertadores de 2011 e mesmo com a pressão da torcida foi bancado pela diretoria.

Com tempo para trabalhar, o treinador montou uma equipe mesclada com jogadores até então desconhecidos (Leandro Castán, Paulinho, Ralf) e alguns chamados “refugos” (Alessandro e Fábio Santos).

A partir daí, mantendo a base ao longo dos anos e contratando pontualmente, o Corinthians conquistou tudo que podia e encontrou uma forma de jogar, se não a mais brilhante e vistosa, certamente a mais eficiente e competitiva.

Já o técnico Muricy chegou ao Santos em um cenário igualmente turbulento, porém em um time já montado e candidato a títulos na temporada 2011. Além disso contava com um fator diferencial, o talento de Neymar.

A conquista do Paulista e da Libertadores vieram, no único semestre de estabilidade do técnico e do time desde a sua chegada. A partir do 2° semestre, o treinador não encontrou mais uma forma de jogar e a equipe “capengou” de lá, até a temporada atual.

A derrota vexatória para o Barcelona, as pífias campanhas nos Brasileiros de 2011 e 2012 e a eliminação para o Corinthians na Libertadores ofuscaram o tri campeonato Paulista e o título da Recopa, evidenciando uma equipe irregular e dependente do talento de Neymar.

Quando o craque não estava em campo, o treinador não conseguia armar a equipe, não existia um padrão tático e a única saída era “joga bola nele, que ele resolve”. Com o calendário ruim do futebol brasileiro e consequentemente com as constantes ausências de Neymar, o Santos não foi o mesmo, oscilou e está colhendo os frutos de um péssimo planejamento.

O sonho do Tetra, não passou de um sonho e talvez analisando friamente a situação, a equipe até que chegou longe demais, tamanha a dificuldade que teve para eliminar o “fraco” Palmeiras e o inexpressivo Mogi, apesar do bom campeonato feito pela equipe do interior. Somado a tudo isso a instável primeira fase e um time sem brio ao longo de toda a temporada.

O fracasso em algumas contratações agravou a situação e porque não dizer o fracasso de Muricy também, que com o mesmo tempo de Tite, não conseguiu dar vida a esse Santos, não encontrando a forma ideal de jogar após a Libertadores/11 e sejamos justos, sofrendo com a falta de planejamento da diretoria.

Chegou a hora de repensar o que foi feito, de aprender com os erros e não se iludir com as glórias recentes. O contexto da coisa até mostra que o Santos foi bem nesse período, se não apresentou sempre um futebol brilhante, ao menos esteve brigando por títulos quase em todos os campeonatos.

Entretanto, uma análise mais profunda escancara as deficiências do clube e indica que as coisas não aconteceram da forma como deveriam.

Uma série de erros e circunstâncias colocaram o Santos, hoje, em um universo sem muitas perspectivas.

Não há uma estrutura para encarar a saída de Neymar, não existe uma forma de jogar e nem uma base formada. O elenco é limitado e não há dinheiro em caixa para mudar a situação.

Essa é a realidade de um clube que se mostrou tão eficiente e vitorioso nas últimas temporadas, mas que no momento vê um ciclo chegar ao fim, de certa forma, até melancólica. É hora de recomeçar!

O FIM DA NEYMAR DEPENDÊNCIA ?

Quem acompanhou o centenário do Santos viu uma equipe em decadência devido ao desmanche durante a temporada e a não reposição de peças. A dependência pelo talento de Neymar ficou escancarada e sem poder contar com o craque que servia a seleção, o time alternou altos e baixos terminando o ano fora da Libertadores e sem uma “cara” para 2013.

A temporada terminou, as especulações começaram e a diretoria do Santos se mexeu bem na busca por atender as pedidas do técnico Muricy, que muito reclamou ano passado da falta de qualidade do time. 8 reforços chegaram e entre eles Montillo, o substituto de Ganso e novo ”parça” de Neymar. O meia argentino vem para acabar de vez com a dependência exclusiva do talento da joia santista e certamente será o jogador que dividirá a responsabilidade de manter a média de títulos do peixe, além de tentar conduzir a equipe de volta à Libertadores, no possível último ano do craque com a camisa do Santos.


 

Os outros 7 nomes são: Cícero, Renê Júnior, Pinga, Neto (contratado já no fim do ano passado), Nei, Marcos Assunção e Guilherme Santos. Nenhum craque é bem verdade, mas todos eles peças pontuais de acordo com as necessidades que a equipe tinha. Um dado importante que pode auxiliar o time ao longe da temporada é a presença do volante Marcos Assunção, além de exercer um papel de liderança dentro do elenco, os zagueiros adversários pensarão duas vezes antes de cometer uma falta em Neymar.

Contudo, a diretoria para espantar de vez a dependência de um único jogador busca um nono reforço que cobrirá as ausências do craque durante os serviços prestados à seleção. A bola da vez, depois de fracassar na contratação de Nenê, é Carlos Eduardo (ex-Grêmio). O jogador já demonstrou interesse em jogar no clube, mas como sempre a pedida salarial é alta e a negociação está cada vez mais complicada.

Não contando com tal nome e fazendo uma projeção do possível time titular temos: Rafael, Nei, Edu Dracena,Durval e Léo; Arouca, Marcos Assunção, Cícero e Montillo; Neymar e André. Ao que me parece essa formação se mostra bem competitiva e promissora na busca por conquistas. Resta saber se na ausência de Neymar o time terá comportamento diferente do que teve em 2012, pelo menos agora não há do que reclamar em relação a qualidade do elenco, não é Senhor Muricy ?

Enfim, 2013 pode ser o ano do fim da Neymar dependência, porém, mais do que isso, também pode ser o último ano do jogador no clube. Quem viver verá !

SEGUNDO TURNO ARRETADO !

Depois de duas vitórias de virada em clássicos dava pra imaginar um Santos mais competitivo no segundo turno do Brasileirão, até porque a aproximação do G-4 era eminente e a sequência de jogos indicava a manutenção da mesma. Porém, como o futebol adora nos pregar peças, a equipe teve sua reação freada justamente por times favoritos ao rebaixamento e as duas derrotas para Bahia (em casa) e Sport (fora) tornaram o sonho de voltar a Libertadores cada vez mais distante.

SANTOS 1 X 3 BAHIA

Time completo, Vila Belmiro, Neymar voando e a certeza da vitória estava estampada na face de cada torcedor, só que do outro lado havia um time desesperado para fugir das últimas posições e que se aproveitou do ”salto alto” do time mandante e contrariou qualquer expectativa de três pontos garantidos      para o Santos.

O 1° tempo até indicava uma vitória tranquila de Neymar e Cia, o 1×0 e a atuação sólida do time colocaram o Santos na 7° posição provisória do certame apenas 6 pontos atrás do Vasco (4° colocado), mas o apagão geral na segunda etapa custaram a derrota inesperada.

Simplesmente três gols em 30 minutos e ao término da partida a raiva da torcida tinha um alvo certo, a partir do momento em que o juiz apitou o final do jogo, os protestos começaram e a ”culpa” da derrota recaiu sobre as costas de PH Ganso que há tempos tem sua relação estremecida com a diretoria e a torcida.

Moedas choveram no gramado e os gritos de ”mercenário” ecoaram por todas as partes, as declarações recentes e as investidas do São Paulo sinalizam para  a saída do jogador que não tem mais clima algum para prosseguir no Santos.

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SPORT 2 X 1 SANTOS

Nas vésperas da partida contra o Sport a notícia que nenhum santista gostaria de ouvir em uma hora como essas: ”Neymar é vetado”. A partir daí a derrota do Santos começou a ser desenhada, pois como já mencionei aqui em posts anteriores existe uma ”Neymar dependência” na equipe santista, quando o garoto joga há uma mudança de postura e um acréscimo de qualidade gritantes, já quando ele não atua torna-se sofrível a tarefa de assistir uma partida do Santos.

Pois bem, sem a estrela do time em campo, a equipe conseguiu a proeza de perder para um time que não vencia há 11 partidas, sem contar que jogou praticamente um tempo com 1 jogador a mais.

No meu modo de ver, o técnico Muricy já começou errando na escalação da equipe. Gerson Magrão no lugar de Ganso lesionado e Felipe Anderson no lugar de Neymar configuraram a equipe em um 4-5-1, apenas com André isolado na frente. Com isso o Sport aproveitou as chances que teve e virou o primeiro tempo com um 2×0 ao seu favor.

Só depois que a vaca já estava indo pro brejo que o treinador resolveu mexer e apesar do gol aos 7 minutos, a equipe passou os outros 40 da etapa final sem criar uma chance sequer. Melhor para os nordestinos que comemoraram a vitória e ganharam um gás para escapar da zona do rebaixamento.
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É por essas e outras que o G-4 tão almejado pelos jogadores está tão distante e pra falar a verdade a realidade atual da equipe do Santos é somar pontos para ficar Série A e se manter na zona de classificação da Sul-Americana, o que é muito pouco para um elenco tão caro em um ano tão importante da história do clube.

 

QUANDO A ARBITRAGEM SOBREPÕE MAIS UMA VEZ O BOM FUTEBOL

Ontem 12 mil pessoas saíram de suas casas para acompanhar um jogo que envolvia não só os dois últimos campeões da Libertadores, mas também o atual tri campeão paulista contra o atual campeão nacional, fora isso toda a rivalidade que fora aguçada com os embates recentes entre as duas equipes e as decisões protagonizadas pelas mesmas na última década. Todos os ingredientes favoráveis para mais um grande clássico entre Santos e Corinthians e analisando apenas o que foi o jogo em si tudo isso se confirmou, foram 26 finalizações, grandes defesas dos dois goleiros, jogadas maravilhosas e um tempo de superioridade pra cada time. Porém, o ideal seria que só esses fatos ficassem marcados na memória do torcedor, mas o erro gravíssimo do assistente Émerson de Carvalho tratou de ofuscar o melhor clássico do campeonato.

Infelizmente está ficando cada vez mais comum que ao término de uma partida do Campeonato Brasileiro haja algum tipo de reclamação com os árbitros e o mais estarrecedor é que 99% das mesmas são com razão por parte do time prejudicado, o que explicita cada vez mais a falta de preparo dos nossos juízes e o descaso de todas as entidades envolvidas para com o espetáculo do futebol.  Não quero entrar no mérito do que deve ou não ser feito para acabar ou ao menos minimizar todos esses acontecimentos, muitos irão falar sobre profissionalização dos árbitros, ”chip” na bola, opção do árbitro rever o lance no momento do jogo, tudo isso é válido, mas falta ação efetiva e interesse de quem manda no esporte no país, até porque não sou eu e nem você que humildemente me acompanha no Ferozes que irá resolver tudo isso, mas com certeza somos nós que amamos esse esporte que continuaremos a sofrer com essa várzea total.

Contudo, ainda tivemos um baita clássico na Vila Belmiro e vou me ater a isso a partir de agora. Por realidades bem distintas, Santos e Corinthians estão muito aquém das reais posições que poderiam almejar no Brasileirão, mas no clássico de ontem mostraram o porque de serem os times protagonistas dos últimos anos no futebol brasileiro.

A primeira etapa foi bastante movimentada com chances dos dois lados, mas com superioridade corintiana, já que o melhor homem em campo foi o goleiro Rafael que saiu nocauteado pelo próprio companheiro e futuro herói do clássico, Bruno Rodrigo. Agora, se o primeiro tempo foi bom, o segundo pegou fogo e o Santos voltou bem melhor. Com mais presença no ataque encontrou o seu gol fruto de um erro crasso do juiz e manteve o ritmo até a metade da segunda etapa, quando recuou (típico dos times do Muricy) e ofereceu espaço ao Corinthians, tanto que aos 35 min o bom jogador Martínez fez bela jogada individual e empatou o clássico, resultado teoricamente mais justo pelo que foi toda a partida, mas como o futebol é imprevisível e por isso tão amado, o Santos ainda teve tempo de sair com a vitória através dos pés de Neymar e da cabeça de Bruno Rodrigo, muito menos badalado, mas que foi igualmente decisivo.

Polêmicas e reclamações a parte, o Santos segue seu rumo buscando dias melhores no Brasileirão, antes disso uma pausa para a busca de mais um título internacional, a Recopa. Quarta-feira o time encara a LaU e tentará um resultado confortável para o jogo de volta dia 26/09. O Corinthians descansa no meio da semana para encarar mais um clássico, desta vez com o São Paulo, mas até lá terá muito o que reclamar e infelizmente não é a primeira e nem será a última que erros comprometem um jogo tão bem jogado e emocionante.

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Como já é costume gosto de dar notas aos personagens alvinegros praianos após cada clássico, então vamos a elas:

Rafael – Firme no primeiro tempo, evitou que o time virasse o jogo perdendo. Nota: 8,0

Bruno Peres – Apoia muito, marca pouco. Nota: 5,0

Durval – Como sempre decisivo, só que pro adversário. Falhou no 1° gol corintiano, assim como na Libertadores deixou o Danilo livre, leve e solto. Nota: 3,0

Bruno Rodrigo – Apesar do drible desconcertante no lance do 2° gol do Corinthians foi decisivo ao dar a vitória ao Santos. Nota: 7,0

Léo – Um jogo sim, um jogo não e assim segue a vida do ídolo santista. Não comprometeu. Nota: 5,0

Adriano – Raçudo como sempre, mas pouco apareceu. Nota: 5,0

Arouca – Perdeu duas chances claras de gol que poderiam ter decidido a partida previamente. No mais, com a qualidade de sempre sustentou o meio campo santista. Nota: 6,0

Patito Rodríguez – Partiu pra cima o jogo todo, levou vantagem na maioria delas, mas se mostrou um tanto ”fominha”. Ainda precisa melhorar. Nota: 6,5

Ganso – Passeou em campo mais uma vez. O que acontece com esse jogador ?. Nota: 4,0

Neymar – Dono do jogo, 2 assistências com direito a uma jogada brilhante no primeiro gol. Chamou a responsabilidade e mais uma vez explicitou o quanto o time depende dele. Nota: 8,0

André – Fez os dois gols e perdeu outros 2, nada mais que isso. Ainda carece de ritmo de jogo. Nota: 7,0

Miralles e Felipe Anderson – Não produziram nem comprometeram. Nota: 5,0

Éverton Páscoa – Pouco tempo pra avaliar. Sem Nota 

MISSÃO NEYMAR

Já eram passados 40 minutos do 2° tempo em Estocolmo quando sobe a placa de substituição que anuncia: sai o garoto Neymar para a entrada de Lucas. O jogador, que foi o melhor em campo, vai prontamente para os vestiários e é exatamente nessa hora que começa a ”Missão Neymar”.

Um jatinho bancado pelo próprio jogador o aguarda para leva-lo a Florianópolis, palco da partida de seu clube contra o Figueirense. 16 horas mais tarde, o craque santista desembarca e começa a preparação para o jogo. Exatamente as 21h, pouco mais de 1 dia após estar em campo pela seleção, ele entra em campo pra defender o Santos e depois dessa maratona toda só um torcedor muito otimista poderia esperar uma boa atuação do jogador, uns duvidariam até se o craque aguentaria os 90 minutos, mas com a imprevisibilidade de sempre, Neymar chamou a responsabilidade e foi decisivo na primeira e tardia vitória do Santos como visitante.

Toda logística envolvida deu certo e com um golaço, uma assistência e uma expulsão cavada o menino explicitou ainda mais a chamada ”Neymar dependência”, afinal de contas sem o jogador a equipe sofreu muito no campeonato e até então não havia marcado um gol sequer fora de seus domínios.

Deixando um pouco de lado o fator Neymar, a equipe do Santos se portou bem, sobretudo na 2° etapa quando a igualdade numérica já estava estabelecida. Gerson Magrão entrou muito bem na lateral esquerda, Adriano como sempre um exímio ladrão de bolas e Miralles, que disputa vaga no povoado ataque santista, também contribuiu e muito pra vitória com um passe magistral para Neymar, que deu de presente o gol para o apagado Ganso.

A vitória serviu para reascender as esperanças da equipe no campeonato que tem dois clássicos pela frente, domingo o Corinthians e no outro fim de semana o Palmeiras, fora isso a Recopa intercalada entre os jogos coloca um ponto de interrogação na cabeça de Muricy: poupar jogadores ou não ?

Sinceramente, com os reforços se encaixando aos poucos no time, mais a volta dos jogadores que estavam servindo a seleção e a disputa por vagas no ataque, tudo isso tende a fortalecer ainda mais a equipe e para consolidar o crescimento nada melhor do que jogar constantemente juntos,  já que o Santos ainda carece de um padrão tático e de entrosamento.

Bem, uma coisa é certa, o Neymar está de volta e não é que ele voltou voando !