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Folha seca: À espera de um milagre !

Entra em campo o Campeão Paulista e Campeão da Copa do Brasil 2010 !
O otimismo estava estampado em cada torcedor presente, as duas conquistas enchiam os jogadores de moral. Nada poderia estragar mais uma bela noite do Santos…infelizmente só até o juiz apitar.

Os pouco mais de 7.000 torcedores acompanharam uma partida que destoou completamente das atuações santistas ao longo do ano. A primeira etapa apresent0u: um adversário totalmente ligado no jogo e um Santos sem qualquer inspiração e foco na vitória. Tanto que logo aos 16 minutos a equipe visitante abriu o marcador com Rudinei, após falha da zaga e do goleiro Rafael. Com a vantagem o Avaí recuou e cometeu seu único erro durante toda a partida, coube aos alvinegros partir para cima e por pouco não empataram com Marcel em cabeçada certeira para defesa de Zé Carlos e com Mádson que dentro da pequena área rebateu um cruzamento da direita e a bola tirou tinta da trave.

Com a necessidade de ao menos virar a partida e jogar por um empate na Ressacada, Dorival Jr. trouxe a campo no segundo tempo uma equipe que tinha mais a cara do Santos, com Neymar e o maestro Paulo Henrique Ganso. De nada adiantou, os talentosos meninos da vila pouco puderam fazer diante do ímpeto ofensivo do Avái que ampliou o marcador com um golaço de Vandinho por cobertura. Felipe que havia entrado no lugar de Rafael (contundido, após lance com Durval) teve de buscar a bola no fundo das redes.

O Santos ainda diminuiu com Zé Eduardo que recebeu passe açucarado de Neymar e fuzilou o goleiro catarinense. O tento anotado pelos santistas anunciava uma reação, mas o mar não estava pra peixe e quem marcou de novo foi o Avaí com Vandinho que aproveitou mais uma bobeada da defesa santista e só empurrou para o gol vazio a bola rolada da direita pelos pés de Róbson.

Realmente foi uma noite para esquecer, além da derrota e da ”quase” eliminação da Copa Sul Americana, já que o Santos precisa vencer por 3 gols de diferença lá em Santa Catarina, a equipe ainda teve a baixa do goleiro Rafael que saiu de campo com lesão na cabeça, após choque com Durval. Os exames realizados após o jogo constataram um leve traumatismo craniano e o jogador não enfrenta o Vitória no próximo domingo pelo Campeonato Brasileiro.

Não se deve jogar todo o trabalho do ano por uma simples atuação infeliz, aliás esse é o preço que toda equipe grande paga por se manter no topo durante a temporada, os adversários veem o Santos como o time a ser batido e por isso jogam suas vidas para vencer o melhor time do Brasil na atualidade. Essa motivação ”extra” foi apenas um detalhe para o Avaí, pois a equipe mostrou que tem qualidade e deve brigar na ponta da tabela no Brasileirão.

Como estava presente no Pacaembu na noite de ontem pude presenciar um fato lamentável para o futebol brasileiro. O novo estatuto do torcedor que ”proíbe” a ação de cambistas parece ser só fachada. Quando estava na fila para adquirir meu ingresso, reparei que ao meu lado, os  cambistas agiam livremente com a polícia a menos de 10 m deles. O fiscal que estava ”orientando” os torcedores incentivava a compra daquele ingresso e dizia ”aproveita, você não vai pegar fila, é o mesmo que se compra na bilheteria”.

Pode acreditar, ainda teremos a Copa no Brasil em 2014 !

Folha seca: O adeus a mais um campeão do mundo.

Texto: Gregório Possa
Foto: globoesporte.com

A primeira partida da semifinal proporcionou o que há de mais emocionante em termos futebolísticos, de um lado a poderosa Holanda, que não conquistava uma vaga na final da Copa do Mundo desde 1978, do outro toda tradição celeste, que renasceu de forma surpreendente depois de longos anos sem figurar entre os maiores do planeta.

O Uruguai não contava com Lugano (machucado) e Luiz Suárez, suspenso, depois de salvar sua seleção com uma defesa no último minuto da prorrogação contra Gana. Já a Holanda entrou em campo completa e com uma equipe muito mais qualificada que a celeste, restava aos sul-americanos compensar as adversidades com muita raça e disciplina tática, características típicas da escola uruguaia.

Oscar Tabárez – técnico uruguaio pela 2° vez em copas (1990 e 2010) – sabendo das limitações de sua equipe escalou Gargano, volante marcador, para o lugar de Suárez, tentando neutralizar o habilidoso meio de campo laranja.

O esquema uruguaio prevaleceu até os 18 minutos, o chute que abriu o placar para Holanda pode ser muito bem descrito pelo nome da minha coluna, pois bem, Van Bronckhorst acertou um legítimo ”folha seca” e não deu chances para Muslera, mais uma vez a Jabulani entrou em cena e complicou a vida do goleiro.

O Uruguai tinha muita dificuldade de se aproximar do gol holandês, por vezes pecava por sua limitação técnica. Forlán decidiu então, usar da mesma arma que os holandeses utilizaram para abrir o placar, com um chute certeiro de fora da área, o mesmo empatou a partida e reascendeu a esperança uruguaia. A igualdade no placar se manteve até o fim da primeira etapa.

O técnico Bert Van Marwijk mudou o panorama da partida no segundo tempo, substituindo De Zeeuw por Van der Vaart, com isso a Holanda ficou mais ofensiva e tomou conta do jogo. Com um gol irregular de Sneijder e outro de Robben os holandeses ficaram com um pé na final da Copa, porém se engana quem pensa que a celeste desistiu da partida, apesar de sentir o golpe dos 3×1, o Uruguai foi para o tudo ou nada e por pouco não realizou outro milagre, aos 47 minutos, Maxi Pereira diminuiu o placar e a equipe celeste pressionou com fervor até o apito final do árbitro.

O último representante do nosso continente caiu, mas caiu de pé. O Uruguai ressurgiu nessa Copa e mostrou novamente ao mundo sua força e tradição. A entrega dos jogadores, a disciplina tática e a sua raça deixaram marcas durante o torneio e ressaltaram de forma brilhante o verdadeiro sentimento de uma Copa do Mundo. Os nossos vizinhos sul-americanos defenderam sua pátria de forma honrosa e seus torcedores podem se orgulhar disso.

Parabéns gigante Uruguai !
É bom saber que você está de volta !

Folha seca: Um Dunga, Onze Sonecas e 190 milhões de Zangados.

Texto: Gregório Possa
Foto: globoesporte.com

A cada quatro anos floresce em todos os cantos do mundo, um sentimento surrealista, uma paixão em cada um de nós que não fornece meios para descreve-la, um clima tão contagiante que é capaz de unir os povos mais distintos.

Convenhamos, não há como não virar torcedor em uma Copa do Mundo, ainda mais quando se trata do povo brasileiro. Pessoas preparam sua festa, pintam as ruas, ficam próximas do seus entes queridos, saem do trabalho e da escola mais cedo, todos na mesma corrente para assistir a seleção jogar.
Minutos antes do jogo, as ruas esvaziam-se aos poucos, os comércios fecham, as bandeiras tremulam e a cidade colorida em verde e amarelo, PÁRA…..!

Agora, os próximos 90 minutos traduzem um misto de sensações tão intensas que a nossa atenção é completamente voltada aos 11 jogadores que entram em campo pra defender as cores da seleção mais gloriosa do futebol mundial e lutam por 190 milhões de apaixonados.

Toca o hino nacional, que estremece e arrepia até o mais frio dos brasileiros, a polêmica Jabulani está prestes a rolar e nesse momento a glória e o fracasso estão separados por uma linha tão fina que se torna quase imperceptível.

A explosão do gol no início do jogo é indescritível, fogos, vuvuzelas e gritos por toda a parte anunciam mais uma vitória brasileira. Será que a seleção do Dunga iria queimar a língua de quase todos os jornalistas, comentaristas e torcedores?
Infelizmente não !

A esperança verde e amarela é totalmente desfacelada na segunda metade do jogo. A frase do grande imperador romano Júlio César – ”Até tu Brutus, meu filho” – pode ser perfeitamente usada para servir de menção a falha de seu chará, veja só que coincidência. Até o irretocável goleiro da seleção humanamente falhou.

É, realmente hoje não era o dia…

Os problemas de sempre vieram à tona, as críticas feitas ao longo do percurso se confirmavam, parecíamos prever o trágico final da seleção muito antes dele acontecer. Nosso comandante totalmente sem forças, olhava para o banco e se deparava com a dura realidade que ele próprio criou. Não tinha sequer uma opção para mudar o rumo da partida. A eliminação estava cada vez mais clara e dolorida.

O apito final do árbitro bateu na alma do brasileiro, toda a espera, toda a paixão se transformou em completa decepção. Aos poucos os bares se esvaziavam, o movimento nas ruas voltava, os comerciantes abriam as portas e como num passe de mágica, tudo voltava ao normal.
As cores eram as mesmas, o sentimento não.
Encerro com uma frase que todo brasileiro ”gostaria” de dizer ao nosso ilustre técnico e que provavelmente nossos ”hermanos” estamparão nas capas dos jornais de amanhã:
”GRACIAS DUNGA !”


Folha seca: A força do futebol sul-americano.


Texto: Gregório Possa
Foto1: Globoesporte.com
Foto2: Terra

Paraguai e Nova Zelândia entraram em campo de olho em uma vaga nas oitavas de final, mas só os sul-americanos obteram êxito e mantiveram a invencibilidade do continente na Copa e de lambuja ainda ficaram com o primeiro lugar no grupo, que teve a atual tetra-campeã mundial eliminada. A Nova Zelândia volta para casa mais cedo, porém de forma honrosa, por terminar na frente da Azurra.

Em um dos piores confrontos da Copa, o Paraguai dominou a maior parte do jogo e apesar das raras chances de gol, fez o suficiente para garantir a classificação. Os neozelandeses não tinham forças para buscar o gol paraguaio, já que a falta de qualidade técnica de seus jogadores, limitava suas ações ofensivas. A melhor chance do jogo ocorreu no segundo tempo, aos 16 minutos, Riveros recebeu bom cruzamento e tocou de cabeça, obrigando o goleiro da Nova Zelândia, executar uma bela defesa. A equipe da Oceania se lançou ao ataque de forma desesperada, já que necessitava de um gol apenas para alcançar a classificação. Os paraguaios apenas se defenderam até o final da partida e contaram com a falta de técnica e objetividade do adversário para conquistar a vaga na próxima fase.

Com a classificação do Paraguai, o continente sul-americano mostra sua força e de forma invicta coloca mais um representante na fase de mata-mata da Copa do Mundo. A equipe agora tenta fazer história, já que nunca passou das oitavas de final. A Nova Zelândia apesar da eliminação, comemorou a honrosa participação e voltou para ”terra das ovelhas” (animal muito comum no país) de forma invicta.

A nota triste da partida ficou por conta de alguns torcedores neozelandeses que entraram em confronto com a polícia, o motivo ainda é desconhecido, mas os ânimos foram contidos rapidamente pelos policiais sul-africanos que faziam a segurança nas arquibancadas.



PARAGUAI 0 X 0 NOVA ZELÂNDIA
Villar, Caniza, Julio Cesar Caceres, Da Silva e Morel Rodriguez; Victor Cáceres, Riveros e Vera; Roque Santa Cruz, Valdez (Benitez) e Cardozo (Lucas Barrios) Paston, Reid, Nelsen e Smith; Elliott, Vicelich, Bertos e Lochhead; Killen (Brockie), Smith e Fallon (Wood)
Técnico: Gerardo Martino Técnico: Ricki Herbert
Cartões amarelos: Victor Caceres, Roque Santa Cruz (PAR) Nelsen (NZL)
Estádio: Peter Mokaba, em Polokwane (FS). Data: 24/06/2010. Horário: 11h (de Brasília). Árbitro: Yuichi Nishimura (JAP). Auxiliares: Toru Sagara (JAP) Jeong Hae Song (COR)

Folha seca: ”AFRICANAZO”


Texto: Gregório Possa
Foto: Terra (AFP)

A terceira partida do Grupo A pode ter acabado com o sonho de uma alegre e contagiante nação, que era ver a seleção anfitriã na segunda fase da Copa do Mundo. Os ”Bafana Bafana” foram duramente derrotados pelos tradicionais uruguaios por 3×0 e ficaram longe da vaga nas oitavas de final.

Jogando tudo que não havia jogado em sua estréia contra a França, a seleção uruguaia pressionou os sul-africanos desde os primeiros minutos, sem um meia criativo, o técnico Oscar Tabárez improvisou Fórlan na posição, o experiente atacante, deu mostras de seu talento e foi o nome do jogo, abrindo o placar depois de belo chute de longa distância, que ainda contou com desvio do defensor africano e não deu chances ao goleiro. Com a vantagem os uruguaios administraram a partida até o fim da primeira etapa e se aproveitaram do desespero da seleção de Parreira, que não ameaçava o gol de Muslera e ainda apresentava deficiências em sua defesa.

No segundo tempo, o Uruguai continuou melhor e ampliou o marcador, aos 30 minutos, Suárez foi derrubado pelo goleiro Khune – que foi expulso no lance – e o juiz marcou a penalidade. Forlán bateu com precisão no alto e sacramentou a vitória celeste. As vuvuzelas foram silenciando aos poucos, e muitos sul-africanos foram deixando o estádio em Pretória, os abalados torcedores que permaneceram, ainda viram sua seleção levar o 3° gol, assinalado por Álvaro Pereira. A vitória encerrou um longo jejum de 20 anos sem vitórias em Copa e mostrou ao mundo outra vez, a força e tradição do futebol bi campeão mundial e bi campeão olímpico da celeste.

Os uruguaios protagonizaram mais um triste episódio na história das Copas (triste para os adversários), menos intenso que em 1950 quando a sua seleção derrotou o Brasil calando um Maracanã lotado, mas talvez tão doloroso quanto. Em pleno dia 16/06 – dia da juventude – que marca um sangrento massacre em Soweto, ocasionando a morte de muitos jovens e enfatizando a luta contra o Apartheid, o Uruguai silencia o barulhento, porém cultural som das vuvuzelas. Os sul-africanos agora, estão à espera de um milagre.

ÁFRICA DO SUL 0 x 3 URUGUAI
Khune; Gaxa, Mokoena, Khumalo e Masilela; Dikgacoi, Letsholonyane (Moriri), Tshabalala e Modise; Pienaar (Josephs) e Mphela. Muslera; Victorino, Lugano e Fucile (A. Fernandez); Maxi Pereira, Diego Pérez (Gargano), Arévalo e Álvaro Pereira; Luis Suarez, Cavani (S. Fernandez) e Diego Forlán.
Técnico: Carlos Alberto Parreira Técnico: Oscar Tabárez
Gols: Forlán, aos 24 do primeiro tempo e aos 35 do segundo; Pereira, aos 50 do segundo.
Cartões amarelos: Pienaar, aos 6; Dikgacoi, aos 42 do primeiro tempo. Cartão vermelho: Khune, aos 31 do segundo tempo.
Estádio: Loftus Versfeld (em Pretória). Data: 16/06/2010. Árbitro: Massimo Busacca (Suíça). Assistentes: Matthias Arnet (Suíça) e Francesco Buragina (Suíça).