O Brasil vence seu primeiro jogo na Copa contra a Costa Rica, com dois gols nos acréscimos do segundo tempo. Venceu, porém, continua com uma atuação muito abaixo do esperado. O primeiro tempo da seleção foi ridículo, com um futebol pouco criativo, não ofereceu nenhum tipo de perigo à seleção costarriquenha.
Fagner entrou e não comprometeu, expôs um pouco o lado direito, mas acabou dando mais saída para a seleção por aquele lado, algo que não aconteceu no jogo contra a Suiça. As infiltrações de Paulinho, já não são mais surpresa nenhuma para os adversários, até porque acontece com uma frequência muito alta, tendo como consequência a saída de jogo pelo meio conduzida somente por Casemiro, sobrecarregando a dupla de zaga brasileira e praticamente anulando qualquer função tática do jogador do Barcelona, que parece sobrar em campo.
No segundo tempo duas alterações definiram a partida, Douglas Costa no lugar de Willian e Firmino no lugar de Paulinho. O time passou a ocupar o campo adversário com os dois laterais bem abertos, Firmino e Gabriel Jesus puxaram a marcação e destravaram um pouco a intermediária e o Brasil ganhou mais movimentação e objetividade pelo lado direito com Douglas Costa, porém, Casemiro passou a fazer a ligação, o que deixou a defesa muito mais exposta do que no primeiro tempo. Funcionou ao final do jogo, quando Coutinho, até aqui o melhor nome da seleção, atento à jogada apareceu de trás e de bico empurrou para o fundo das redes. Minutos depois foi a vez de Neymar receber livre de Douglas Costa no meio da área e marcar o seu primeiro gol na Copa da Rússia.
O que segue preocupando desta vez, é que o sistema que Tite criou para vencer este jogo não havia sido testado antes, o que mostra que já no segundo jogo, contra o adversário mais fraco do grupo, o técnico abriu mão de algumas convicções e abandonou características importantes do estilo de jogo que vinha praticando até então. Contra a Costa Rica a vitória veio, mas jogar dessa forma para furar um sistema defensivo bem organizado contra times como a Bélgica, a Espanha ou a França, podem fazer com que o Brasil sofra muito defensivamente com Miranda e Thiago Silva sobrecarregados.
Tite precisa achar uma alternativa à falta de articulação e criatividade do meio-campo brasileiro que faça com que o time não perca o equilíbrio tão tradicional do técnico, me parece que Paulinho deve deixar o time titular para que isso aconteça.
NEYMAR
Fonte: Lee Smith/Reuters
O jogador mais badalado da nossa seleção mais uma vez teve uma atuação ruim, porém, menos individualista. O que não impediu que sua personalidade, mais uma vez, causasse problemas. O desequilíbrio da principal estrela desequilibra o time inteiro. Em uma das poucas vezes que foi perigoso perto do gol, limpou bem a jogada e preferiu simular um pênalti, ao invés de continuar, tentar o gol ou até mesmo sofrer o pênalti de fato. Como de praxe, escolheu não ir até o fim da jogada e teve a penalidade anulada pelo VAR e pelo competentíssimo juiz holandês Bjorn Kuipers.
Tomou um amarelo depois de um chilique, foi repreendido por Tite a beira do campo e acabou chorando após o apito final, em uma cena absolutamente patética que demonstra uma infantilidade e uma fraqueza que podem ser fatais em uma Copa do Mundo. Ou muda seu temperamento, ou jamais evoluirá. Poderia se inspirar na força mental e no espírito de equipe de Cristiano Ronaldo, que com a inteligência ausente no camisa 10 do Brasil, compreende que sua única possibilidade de fazer história com Portugal é tentar transferir sua confiança e ótimo desempenho aos fracos companheiros de equipe. Neymar nem precisa de tanto, pois tem um bom time ao seu redor. Tentar frear essa necessidade insana de ser o centro das atenções sempre, se faz mais do que necessário para que comece a contribuir de fato com o Brasil.
Engole o choro porque estamos só no segundo jogo da primeira fase e ainda não houve qualquer tipo de superação que justifique as lágrimas (para quem conseguiu vê-las) após o apito final. 2014 feelings…
Grupo relativamente fácil somente para uma das favoritas da copa, a França, que vem para a Rússia (dessa vez no verão) com um plantel cheio de talentos e um jogo por vezes envolvente, por vezes meio apático. Chegando após o trauma do vice em casa na Euro depois de perder na prorrogação para a regular seleção de Portugal, os talentos individuais franceses podem resolver e, quem sabe, levar os Bleus rumo á taça. Mas a verdade é que a França não encanta, muito por conta de um trabalho opaco do treinador Didier Deschamps.
Abaixo da campeã mundial de 98 é que o bicho vai pegar, a boa seleção da Dinamarca terá que conseguir bater um Peru desfalcado da sua principal estrela em uma punição com uma severidade muito questionável. O time dinamarquês vem em grande fase, com uma boa reta final nas eliminatórias europeias, mas não reacenderá as esperanças no coração de seus torcedores como fez a Dinamáquina nos anos 80 e 90. Correndo por fora vem a inconstante seleção da Austrália, que dá todos os sinais de que será, mais uma vez, figurante e candidata a lanterna do grupo C.
Um time recheado de talentos mas que parece não conseguir desempenhar o máximo do seu potencial, muito por conta do trabalho regular que executa o técnico Didier Deschamps à frente da seleção em que ele se sagrou campeão na Copa de 1998 como jogador. O próprio treinador considera a equipe um nível abaixo de Alemanha, Espanha e Brasil.
Bem, não é o que pensa esse humilde blog. Apesar de ser um time não tão bem treinado assim, ainda é uma equipe extraordinária, mesmo com o Benzema de fora por conta de atritos com o treinador e também um episódio bizarro de chantagem com o seu companheiro de seleção, Valbuena.
Os Bleus contam com um ataque jovem e muito intenso, Mbappé, Griezmann e Dembelé. O meio campo formado pelo habilidoso Pogba, pelo aguerrido Matuidi e pelo combativo Kanté impõe muita dinâmica ao jogo. A defesa é bem equilibrada e cedeu apenas uma derrota durante as eliminatórias europeias, para a Suécia de virada, com um gol impressionante do meio de campo aos 48 do segundo tempo. A França tem obtido um certo sucesso nos jogos onde entrega a bola ao adversário por ser um time muito rápido no contra-ataque, mas a verdade é que qualidade não falta aos franceses, resta saber se haverá organização tática, estratégica e capacidade de controlar as partidas o suficiente para fazer jus a posição de uma das favoritas dessa Copa.
Se a teoria dos terraplanistas de que a Austrália não existe é verdadeira ou não, não sabemos, mas o que sabemos é que mais uma vez os Socceroos abrilhantarão a copa com os seus cangurus infláveis, suas cores vivas e mais nada. Poderão dificultar a vida de Peru e Dinamarca e decidir o segundo lugar do grupo involuntariamente, mas não parece que vão além de uma apagada figuração no grupo C. Vinham fazendo um bom trabalho com o técnico grego Ange Postecoglou, inclusive sendo campeões da Copa da Ásia de 2015, mas misteriosamente após obter a classificação na repescagem contra Honduras, o comandante abandonou o barco e a chance de ir a uma Copa pela segunda vez, vai entender…
O que pode ser considerado uma pena, uma vez que o técnico grego tinha uma proposta ousada de jogo, bem agressiva, ofensiva, porém, muito inconstante e desequilibrado, estilo de jogo que com certeza agitariam a competição. De qualquer forma, disputar a copa em um país com dimensões continentais não será um problema para a Austrália, a seleção viajou mais de 250 mil quilômetros durante as eliminatórias asiáticas, chegou muito perto de não se classificar e agora vai lutar para que essa longa jornada não acabe na primeira fase, missão difícil.
Sofreria um duro golpe com a injusta punição ao principal jogador do time, Paolo Guerrero, o que faria diminuir consideravelmente as chances do time sul-americano passar de fase, uma vez que perderia sua força de decisão de forma dramática, mas graças à um recurso na justiça, Guerrero conseguirá, com muito merecimento, realizer o sonho de disputer uma Copa do Mundo. Provas de que a vida nunca foi fácil para os peruanos em Copas, a última que participaram foi a 36 anos atrás. O castigo foi merecido após um dos episódios mais tristes da história do esporte na Copa de 78, mas para a Rússia, a seleção peruana olha para a frente. Com uma classificação para lá de emocionante, tanto nas eliminatórias quanto na repescagem contra a Nova Zelândia, a equipe chega para a Copa dirigida por Ricardo Gareca que apostou em uma renovação e de certa forma, em um retorno às origens do Peru, com um jogo de muitos passes e posse de bola.
Tecnicamente falando, o Peru está relativamente bem servido, tem em seu goleiro que atua no México, Pedro Gallese, um guarda redes de confiança, Trauco do Flamengo dá um bom suporte ao sistema ofensivo quando atua pela lateral esquerda do time, o são-paulino Cueva é uma incógnita graças à sua indisciplina, inclusive já revelou algumas broncas do astro Guerrero e teve que ser supervisionado por Gareca em um período turbulento pelo tricolor, mas mesmo assim, trata-se de um jogador muito importante, talentoso e habilidoso.
Além da presença do camisa 9, Guerrero, a responsabilidade de estrelar o Peru recai também sobre os ombros de Farfán, mais um jogador que não vai estranhar a Rússia, uma vez que atua pelo Lokomotiv Moscow. Marca muitos gols, é habilidoso e manda bem na bola parada, sem dúvida uma esperança para a aliviada seleção do Peru.
A Dinamarca voltou a empolgar, chega perto de ser a Dinamáquina que encantou a Europa décadas atrás, pode alcançar as oitavas, mas o adversário natural seria a Argentina, e aí a disparidade é grande demais para apostas mais ousadas. A seleção nórdica fez bonito no final das eliminatórias européias e deixou a sua torcida animada com uma sequência de goleadas, incluindo uma por 5 a 1 contra a Irlanda, fora de casa durante a repescagem, carimbando a vaga para a copa, o que não acontecia desde 2010, e outra goleada por 4 a 0 contra a líder do grupo, Polônia.
Com um time muito direto e perigoso na frente, a Dinamarca pode ser uma das surpresas da Copa se conseguir fazer com que a defesa, um tanto quanto instável, não atrapalhe o bom desempenho ofensivo da equipe. Trata-se de uma seleção com boa técnica e com jogadores que podem fazer a diferença, como o meia do Tottenham, Christian Eriksen e o volante do Werder Bremem, Delaney, que costuma chegar de trás com muito perigo. É um ótimo time e precisará ser impecável logo no primeiro jogo contra o Peru, que muito provavelmente decidirá a vida das duas equipes na competição.
França – Griezmann
Centro de uma polêmica possível transação entre Atlético de Madrid e Barcelona, Antoine Griezmann é o grande destaque da talentosa seleção francesa. Dono de uma canhota certeira e por vezes bem agressiva, o atacante flutua e atua bem em ambos os lados do campo, marca muitos gols e é um jogador habilidoso, capaz de desmontar qualquer marcação mais intensa. Descoberto pelo Real Sociedad em um torneio organizado pelo PSG e levado cedo para a Espanha, Griezmann tem muito da escola espanhola em seu futebol, passes precisos e técnica apuradíssima. Essa mistura trás para a seleção francesa uma riqueza no ataque que a coloca em uma posição de favoritismo maior ainda quando “Le Petit Diable” entra em campo com a camisa azul.
Austrália – Tim Cahill
O inesgotável Tim Cahill. Disputará sua quarta Copa do Mundo como o segundo jogador mais velho do torneio, perdendo apenas para o goleiro egípcio El-Hadary, que tem 45 anos. Autor do gol mais bonito da última Copa na derrota australiana por 3 a 2 contra a Holanda, onde ele acertou um voleio em cheio na área holandesa, sem defesa para o goleiro, o meia ainda é o maior destaque dos Socceroos. Depois de inúmeras transferências nos últimos anos, Cahill teve o seu contrato rescindido pelo tradicional clube londrino, Millwall, ficando sem ter onde jogar na próxima temporada, mas isso não tira a motivação do australiano que buscará nesta Copa igualar o recorde de Pelé, Klose e Seeler marcando gols em 4 copas consecutivas, mostrando que ainda tem muita lenha para queimar e que mais uma vez, pode ser a peça mais importante do elenco da Austrália.
Peru – Paolo Guerrero
A Copa nem começou e a história de Paolo Guerrero já pode ser considerada um dos dramas mais emocionantes do mundial, um grande jogador que por pouco não perdeu a chance única de participar de uma Copa do Mundo, já que atua por uma seleção com fraca tradição em torneios internacionais e somado a isso passou recentemente por um caso de doping, por conta do consumo de um remédio para gripe que continha em sua formação elementos proibidos, o que o fez ser vítima de uma punição completamente descabida.
O centroavante é sempre decisivo e tem estrela em momentos importantes, como no Mundial de 2012, onde marcou todos os gols do Corinthians na competição, sendo peça chave na conquista do segundo mundial alvinegro. Dono de um domínio raro e com faro de gol, o Peru faz crescer bastante as suas chances com a volta de Paolo Guerrero, que inclusive, no seu primeiro jogo após todo o drama, voltou marcando dois gols na vitória por 3 a 0 contra a Arábia Saudita.
Dinamarca – Christian Eriksen
O meia do Tottenham disputará sua primeira Copa cercado de expectativas, o principal nome de uma seleção com vários talentos, conta com uma habilidade de articulação muito criativa e com um poder de finalização quase impecável. Há quem o chame de novo Laudrup por terras nórdicas, se será tão grande, não sabemos, mas fato é que o camisa 10 já marcou história na seleção com um desempenho excepcional durante as eliminatórias europeias, marcando 11 gols em 12 jogos, incluindo um hat-trick no jogo decisivo contra a Irlanda.
FRANÇA
Phoenix – Lisztomania
AUSTRÁLIA Tame Impala – Mind Mischief
PERU
Mario Allison y su Combo – Louie Louie
DINAMARCA The Asteroids Galaxy Tour – The Golden Age
De cara parece um grupo muito fácil para previsões, bolões e afins. A fase de Portugal é muito boa, com moral pela conquista da Europa e com um futebol mais eficiente do que dois anos atrás, chega para dividir o posto de favorita do grupo com uma das favoritas da Copa, a Espanha. Que por sua vez, conta com a base da melhor geração de sua história e ainda conseguiu revelar alguns talentos na última safra, resta ver se fará história ou se repetirá as campanhas vergonhosas da Euro 2016 e da Copa de 2014.
Já Irã e Marrocos são times que não parecem que jogarão mais do que três partidas na competição, são seleções muito abaixo das ibéricas, fazem um jogo excessivamente defensivo e por isso mesmo, o máximo que podem fazer nessa Copa é dificultar a vida das duas favoritas com um jogo feio e definir, involuntariamente, quem será o primeiro e o segundo do grupo.
O campeão europeu chega à essa Copa com o próprio técnico, Fernando Santos, dizendo que luta em um grupo de forças inferior à Brasil, Alemanha, Argentina, Espanha e França. É um time com certa limitação técnica e tática, e de fato não pode ser considerado um dos favoritos, apesar do surpreendente título da Eurocopa dois anos atrás. Não vai fazer uma Copa tão dependente assim dos seus talentos individuais como fez em 2014, ou na própria Eurocopa, o time evoluiu demais, muito por conta do amadurecimento de jogadores como Bernardo Silva, destaque do Manchester City.
Fez uma ótima eliminatória na Europa, ficando em primeiro no grupo de uma Suíça muito defensiva, que dificilmente levava gols, assumiu a ponta e obteve a qualificação direta em um jogo onde dominou a seleção suíça no Estádio da Luz sob os olhares ilustres de Madonna. Os conterrâneos de Bruno Aleixo chegam com um ataque muito mais agudo, porém, com uma defesa um pouco envelhecida e composta pelo intempestivo Pepe, que pode acabar com as esperanças portuguesas em qualquer jogo com o mínimo estalo de desequilíbrio.
“La Roja”, campeã do mundo em 2010 na África do Sul, chega para a Copa da Rússia com a mesma base da geração vencedora da última década. Após uma Eurocopa deprimente, onde foi eliminada pela Itália logo nas oitavas em um jogo onde foi completamente dominada, e uma Copa do Mundo patética em 2014, onde foi eliminada logo de cara na primeira fase, vem para 2018 com leves sinais de recuperação, fez uma eliminatória impecável e invicta em um grupo que contava com Itália e bem, nada mais.
O técnico Julen Lopetegui soube manter o que era primordial na estrutura espanhola, o que rendeu a melhor defesa das eliminatórias europeias. De Gea, Carvajal Sergio Ramos, Piqué e Jordi Alba formam um sistema defensivo quase impenetrável, muito mais sólido do que o prestígio de Piqué com a torcida espanhola, por conta da polêmica acerca da independência catalã. Conta com um meio campo muito imaginativo, com Busquets, Iniesta e David Silva, além de um banco repleto de boas opções. Sem dúvida, em um torneio de tiro curto, é uma das favoritas, mesmo com a absurda crise que tomou conta da Espanha a dois dias da estreia, quando Lopetegui assinou com o Real Madrid e prontamente a bomba caiu, o comandante foi demitido, deixando a Espanha sem técnico e com Hierro assumindo a vaga interinamente para o mundial. Faltou ética ao treinador e ao Real Madrid e muito bom senso à Federação, que podia ter administrado a crise de outra forma, com certeza o time vai sentir, mas o futebol jogado é um dos melhores do mundo junto a Brasil e Alemanha.
Os leões chegam à Rússia com uma marca surprendente, passaram quase ilesos, tomando apenas um gol, nas loucas e sensacionais eliminatórias africanas. Sem participar de copas desde 1998, onde foram eliminadas na primeira fase, caindo no grupo do Brasil, por quem foram goleados por 3×0, os marroquinos chegam com uma estrela na zaga, Benatia, defensor da Juventus que anda dizendo por aí que a seleção não será turista, difícil acreditar quando se tem Espanha e Portugal como companheiras de grupo. Pode ser que consiga algo apostando no ferrolho, mas a verdade é que Marrocos não é um time tão criativo assim, por isso não deixe que algumas goleadas durante as eliminatórias te enganem, pois o 0x0 foi uma presença constante na sua campanha.
Com certeza será osso duro para as potências ibéricas, podendo decidir quem ficará em primeiro ou segundo no grupo caso qualquer uma destas seleções não consiga fazer um jogo muito criativo ou efetivo contra Marrocos, mas precisará ser um daqueles casos que lembraremos para sempre para conseguir avançar mais do que a primeira fase.
É um país que causa mais tensão com seus acordos nucleares do que exatamente em um grupo de Copa do Mundo, sem julgamentos de valor, afinal de contas o mundo é um caos e ninguém parece ter muita razão em nenhuma estratégia política que siga. Mas voltando ao que realmente importa, a seleção iraniana é treinada pelo temperamental português Carlos Queiroz, que comandou Portugal na Copa de 2010 e o próprio Irã na Copa de 2014. Montou um time para contra atacar não importa o que aconteça. Fica o jogo inteiro tomando pressão para sair em velocidade quando puder.
De qualquer maneira, esse futebol acabou trazendo resultados muito bons para os asiáticos e fez do técnico português um herói nacional. A seleção iraniana inclusive andou se empolgando nos últimos amistosos e se soltou um pouco mais, tentando impor um jogo mais ofensivo por vezes, mas não me parece que irá arriscar esse estilo de jogo contra Espanha e Portugal. Mesmo com jogadores que foram jogar pela Europa para tentar ganhar um pouco mais de bagagem, está na fase de grupos como franca atiradora.
Portugal – Cristiano Ronaldo
Fonte: Getty
Cinco vezes melhor do mundo, quatro vezes campeão da Liga dos Campeões, o maior artilheiro da atualidade, campeão europeu, feito que Eusébio bateu na trave, maior jogador da história do seu país, principal astro do maior clube do mundo, ufa! O que dizer mais sobre Cristiano Ronaldo? Será o principal jogador de uma seleção que evoluiu e não depende mais 99,9% dele. Estará bem de saúde, o que não aconteceu 4 anos antes e parece ficar melhor a cada ano que passa, cada vez mais físico, cada vez mais decisivo, resolvendo jogos com um toque e com uma velocidade incrível. Com certeza o português da Ilha da Madeira fará uma grande copa se os tarolos e canhões surtirem o efeito que um famoso meme indica por aí ou se simplesmente jogar metade do que sabe.
Espanha – Andrés Iniesta
Fonte: Reuters
É difícil escolher apenas um destaque na riquíssima seleção da Espanha, mas dessa vez escolhemos Andrés Iniesta, um dos maiores jogadores da história espanhola ou o maior para muitos, o craque que deixou o Barcelona nesta temporada fará a sua última Copa do Mundo pela “Roja”. Jogador extremamente cerebral e de raras virtudes, joga com uma elegância poucas vezes vista em campo e ainda é um grande driblador, foi um dos mais completos da história e já venceu tudo que um jogador de alto nível pode vencer. Foi do pé direito dele que saiu o chute mais importante da história da Espanha, o gol que deu aos espanhóis sua primeira Copa do Mundo.
Marrocos – Benatia
Fonte: Getty
Nascido na França, Benatia se naturalizou marroquino e disputa sua primeira Copa do Mundo. O zagueiro da Juventus é de suma importaria para uma seleção que tem como defender a sua principal missão. Foi essencial na campanha marroquina nas eliminatórias onde a equipe levou apenas um gol no jogo de volta da segunda fase, contra a Guiné Equatorial. É um daqueles zagueiros muito equilibrados que cometem poucas faltas, tem uma boa saída de bola e um forte jogo aéreo. Sem dúvida um ponto fora da curva em uma seleção com certas carências técnicas.
Irã – Sardar Azmoun
Fonte: The-Afc.com
O iraniano vai se sentir em casa nessa copa, atua no russo Rubin Kazan e é um finalizador nato. O jovem atacante é promessa e seus gols já despertaram o interesse do Liverpool, tem no mundial de 2018 a chance de virar a chave da sua carreira. Ótimo finalizador com a cabeça, driblador e especialista em bolas paradas, uma pena atuar em uma seleção tão fraca, o que dificulta se destacar como a revelação que tem o potencial de ser nessa copa.
Como vem acontecendo desde a Copa da Alemanha em 2006, o grupo A sempre é a divisão com o anfitrião do torneio. Mas desta vez o dono da casa não terá vida tão simples assim, apesar de toda a torcida a favor. Posicionada na colocação de número 65 do ranking da FIFA, a Rússia terá missão difícil, mesmo em um grupo que parece ser fácil.
Com muitas limitações técnicas, a vida russa será dificultada pelo Uruguai, time bi-campeão do mundo e que conta com um ataque de peso; pelo Egito, que tem em seu plantel uma das sensações do futebol mundial; e nem tanto assim pela Arábia Saudita, país que coleciona duas copas seguidas não disputadas, três técnicos demitidos em menos de um ano e boa parte do seu elenco em uma espécie de exílio na Espanha. Contra os sauditas, muito provavelmente, a Rússia realizará, o que promete ser, o pior jogo de abertura da história dos mundiais, no dia 14 de junho.
Confira abaixo a análise desse que pode ser um dos grupos menos brilhantes, porém, mais disputados e emocionantes da competição.
Talvez a seleção anfitriã mais fraca da história, junto com a África do Sul em 2010. Com um time que joga praticamente inteiro na liga russa, a seleção europeia tem como maior vantagem o fator casa, o que é muito pouco para um grupo que parece ser muito mais fácil do que de fato é.
Pelo fato de ser o país-sede e não ter disputado as eliminatórias, o time russo fez poucos jogos e teve uma atuação pífia na Copa das Confederações do ano passado, não perdendo apenas o jogo contra a fraca Nova Zelândia. Como se isso fosse pouco, ainda existe o fato de que o melhor centroavante do país, Igor Denisov, se envolveu em uma briga com o técnico Cherchesov ainda em tempos de Dínamo de Moscou e não foi convocado.
É um time com sérias dificuldades técnicas, que por vezes troca a tática pela raça e não consegue se mostrar competitivo o suficiente para almejar qualquer tipo de campanha heróica, como por exemplo, a Coreia do Sul em 2002.
A Arábia Saudita ou os falcões verdes, como é conhecida a seleção asiática, é uma verdadeira trituradora de técnicos. Foram três só no último ano. O holandês Bert Van Marwijk conseguiu o feito de classificar a seleção para a primeira copa desde 2006, mas ao se recusar a ficar alguns meses a mais no país preparando a equipe, foi prontamente substituído por Edgardo Bauza, que por sua vez foi demitido dois meses depois e teve a sua vaga preenchida por Juan Antonio Pizzi, que carimbou o seu passaporte para a Rússia (ao que tudo indica) mesmo depois de ter fracassado na missão de classificar o Chile para o mundial.
É uma seleção inexperiente que tentou minimizar este problema emprestando alguns de seus jogadores á clubes espanhóis com o objetivo de ganhar bagagem para a copa. O que acabou gerando uma certa polêmica entre a Associação de Futebolistas Espanhóis e a “La Liga”. A associação alegou que o acordo priorizava o aspecto econômico em detrimento do esportivo, além de prejudicar a revelação de novos talentos na Espanha. Aguardemos o pontapé inicial da Copa para ver se a medida surtirá efeito, mas a verdade é que a Arábia terá feito grande campanha se não sofrer goleadas homéricas como o 8×0 que levou da Alemanha em 2002.
Pode ser uma grata surpresa nessa copa. O futebol africano sempre encanta pela leveza, criatividade, força e ofensividade. Bem, definitivamente não é o caso desta seleção africana. O time comandado pelo argentino Héctor Cúper é criticado pelo jogo truncado e falta de criatividade, porém conta com um sólido sistema defensivo e tem se mostrado uma seleção muito mais competitiva do que a anfitriã Rússia, por exemplo. Chegou a final da Copa Africana de Nações de 2017 onde perdeu de virada para Camarões por 2×1 e sofreu apenas duas derrotas nas dificílimas eliminatórias africanas.
O maior campeão do torneio continental africano, com 7 títulos, vive uma boa fase, muito por conta da incrível performance atual da estrela do time, Mohamed Salah, eleito o melhor jogador da Premier League e quase eleito presidente do Egito. Bem, este segundo funcionou apenas como piada ou protesto, o atacante do Liverpool ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais do seu país, mas a sua missão não é tão complexa assim, precisa conduzir os Faraós à segunda fase da Copa fazendo o que vem fazendo nos últimos meses, decidindo jogos enquanto a retranca egípcia funciona. Salah participou de sete dos oito gols que sua seleção marcou.
Com um dos ataques mais estrelados do planeta e a segunda colocação nas eliminatórias sul-americanas, o Uruguai é o franco favorito do grupo A. Venceu duas Copas do Mundo, tem camisa, história, um time equilibrado e uma dupla de ataque de rara eficiência, formada por Edinson Cavani e Luis Suárez. Mais atrás o destaque vai para o entrosamento da dupla de zaga do Atlético de Madrid, Gimenez e Godín. Trata-se de uma seleção com muita experiência na frente e um meio campo muito jovem, que garantiram à celeste uma rara classificação tranquila para a Copa de 2018, o que não acontecia em anos anteriores onde pareciam ter assentos reservados nas temíveis repescagens entre América do Sul e Oceania.
Se fosse Fórmula 1, diríamos que o jogo ofensivo definido pelo técnico Óscar Tabárez parecem ter dado sinais de perda de potência nos últimos dois amistosos, mas também foi essa filosofia que garantiu uma bela campanha nas seletivas do cone sul. Algumas modificações na equipe precisam ser feitas para que o voo uruguaio se faça mais tranquilo na primeira fase e chegue mais estável às oitavas, onde aí sim a Celeste encontrará verdadeiros desafios, provavelmente ibéricos, Portugal ou Espanha.
Rússia – Yuri Zhirkov
Fonte: Twitter FC Zenit
O canhoto de 34 anos nascido ainda na União Soviética, atua pelo Zenit da Rússia, suas passagens mais relevantes foram pelo CSKA e pelo Chelsea, onde protagonizou a maior transação da história do futebol russo, 18 milhões de libras. Jogando como meio campo e por vezes na lateral, é um oásis de técnica no nem tão técnico elenco da dona da casa. Viveu seu auge quando foi escolhido um dos melhores jogadores da Eurocopa de 2008, onde, atuando de lateral esquerdo, ajudou a levar a Rússia até as surpreendentes semifinais do torneio, sendo eliminada pela campeã Espanha.
Arábia Saudita – Al-Muwallad
Fonte: AFP
O meia de 23 anos é um dos nove jogadores envolvidos no polêmico empréstimo ao futebol espanhol realizado pela federação árabe com o objetivo de fazer alguns atletas ganharem experiência para a Copa. Um plano nem tão efetivo assim visto que, Al-Muwallad, pouco tem sido relacionado, jogou apenas um jogo depois de protestar sumindo por dias após ir ao funeral de um parente. Estava no banco durante a heróica vitória por 5 a 4 do Levante sobre o Barcelona, evitando assim o título invicto do time catalão, de qualquer forma, nele está contido e se apoia boa parte das esperanças sauditas de protagonizar qualquer tipo de supresa na Copa.
Salah está na crista da onda, vive um momento mágico. Eleito o melhor jogador do ano na liga inglesa e cogitado para ser eleito o melhor do mundo, ainda que ele mesmo afirme não estar no nível de Messi e CR7, o atacante do Liverpool tomou o protagonismo da temporada com números impressionantes. Seu poder de drible, criação de jogadas e de finalizações vem encantando o planeta inteiro, a ponto de já podermos considerar o Egito um dos queridinhos da Copa. Tanto carisma já rendeu inclusive uma música da conservadora torcida inglesa dizendo que virariam muçulmanos por ele, vamos ver se ele consegue repetir seu grande desempenho do Liverpool nesse mundial, mesmo que isolado na frente em uma seleção que não disputa uma Copa a 28 anos.
Uruguai – Luis Suárez
Fonte: Andrés Cristaldo/EFE
Um dos tripés do trio de ataque que andou encantando o planeta a algumas temporadas, o uruguaio de 31 anos vem para essa copa mais leve após enfrentar uma seca de gols no início do ano no Barcelona. É um dos jogadores mais completos do mundo, veloz e imprevisível, bate bem com ambas as pernas, marca de cabeça, tem boa presença de área, faz muitos gols e dá muitas assistências, é o motor do atual trio MSC e com certeza é o sonho de consumo de muitos dos principais times do globo, mesmo apesar de ter uma postura um tanto quanto controversa em campo. Se conseguir controlar os seus impulsos caninos, com certeza será de suma importância para a Celeste.
Em 1979 era disputada mais uma Copa América no Continente Sul Americano.
Diferentemente dos tempos atuais, o torneio da Conmebol era disputado sem sede fixa.
No dia 2 de agosto daquele ano, Brasil e Argentina se enfrentavam para público de 120 mil pessoas no Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro.
Sem mencionar o público espetacular (normal para o Velho Maracanã), o ex-maior do mundo recebia dois gênios da bola: Artur Antunes Coimbra “Zico” e Diego Armando Maradona.
Não foi um primor de partida, mais é sempre nostálgico ver o futebol setentista com seus grandes craques que atuavam em seus próprios países de origem (ausências somente por lesão ou suspensão), os repórteres com liberdade para entrevistarem os treinadores (Cláudio Coutinho e César Luis Menotti) momentos antes do apito inicial, a sobriedade de entrevistados, jornalistas e do locutor, no caso o saudoso Luciano do Valle, astros como Paulo César Carpegiani (atual técnico do Flamengo) ou Daniel Passarela em campo, além de grande defesa de Émerson Leão e belo gol de Tita.
Os gols foram marcados por Zico, logo aos 2 minutos de jogo, Hugo Coscia empatou aos 32 minutos e Tita definiu o placar já no 2º tempo aos 54 minutos de jogo.
A propósito, aquela longínqua edição da Copa América foi vencida pelo Paraguai.
O Brasil jogou com Émerson Leão; Toninho, Amaral, Edinho e Pedrinho; Paulo César Carpegiani, Zenon (Batista) e Zico; Tita, Palhinha (Juari) e Zé Sérgio. Técnico: Claudio Coutinho.
A escalação da Argentina contou com Enrique Vidallé; Juan Barbas, Jose Van Tuyne, Daniel Passarella e Ramón Bordon; Jose Luis Gaitan (Carlos Lopez), Pedro Larraqui e Jorge Gaspari; Roberto Díaz (Jose Castro), Diego Maradona e Hugo Coscia. Técnico: Jose Luiz Menotti.