O Brasil vence seu primeiro jogo na Copa contra a Costa Rica, com dois gols nos acréscimos do segundo tempo. Venceu, porém, continua com uma atuação muito abaixo do esperado. O primeiro tempo da seleção foi ridículo, com um futebol pouco criativo, não ofereceu nenhum tipo de perigo à seleção costarriquenha.
Fagner entrou e não comprometeu, expôs um pouco o lado direito, mas acabou dando mais saída para a seleção por aquele lado, algo que não aconteceu no jogo contra a Suiça. As infiltrações de Paulinho, já não são mais surpresa nenhuma para os adversários, até porque acontece com uma frequência muito alta, tendo como consequência a saída de jogo pelo meio conduzida somente por Casemiro, sobrecarregando a dupla de zaga brasileira e praticamente anulando qualquer função tática do jogador do Barcelona, que parece sobrar em campo.
No segundo tempo duas alterações definiram a partida, Douglas Costa no lugar de Willian e Firmino no lugar de Paulinho. O time passou a ocupar o campo adversário com os dois laterais bem abertos, Firmino e Gabriel Jesus puxaram a marcação e destravaram um pouco a intermediária e o Brasil ganhou mais movimentação e objetividade pelo lado direito com Douglas Costa, porém, Casemiro passou a fazer a ligação, o que deixou a defesa muito mais exposta do que no primeiro tempo. Funcionou ao final do jogo, quando Coutinho, até aqui o melhor nome da seleção, atento à jogada apareceu de trás e de bico empurrou para o fundo das redes. Minutos depois foi a vez de Neymar receber livre de Douglas Costa no meio da área e marcar o seu primeiro gol na Copa da Rússia.
O que segue preocupando desta vez, é que o sistema que Tite criou para vencer este jogo não havia sido testado antes, o que mostra que já no segundo jogo, contra o adversário mais fraco do grupo, o técnico abriu mão de algumas convicções e abandonou características importantes do estilo de jogo que vinha praticando até então. Contra a Costa Rica a vitória veio, mas jogar dessa forma para furar um sistema defensivo bem organizado contra times como a Bélgica, a Espanha ou a França, podem fazer com que o Brasil sofra muito defensivamente com Miranda e Thiago Silva sobrecarregados.
Tite precisa achar uma alternativa à falta de articulação e criatividade do meio-campo brasileiro que faça com que o time não perca o equilíbrio tão tradicional do técnico, me parece que Paulinho deve deixar o time titular para que isso aconteça.
NEYMAR
Fonte: Lee Smith/Reuters
O jogador mais badalado da nossa seleção mais uma vez teve uma atuação ruim, porém, menos individualista. O que não impediu que sua personalidade, mais uma vez, causasse problemas. O desequilíbrio da principal estrela desequilibra o time inteiro. Em uma das poucas vezes que foi perigoso perto do gol, limpou bem a jogada e preferiu simular um pênalti, ao invés de continuar, tentar o gol ou até mesmo sofrer o pênalti de fato. Como de praxe, escolheu não ir até o fim da jogada e teve a penalidade anulada pelo VAR e pelo competentíssimo juiz holandês Bjorn Kuipers.
Tomou um amarelo depois de um chilique, foi repreendido por Tite a beira do campo e acabou chorando após o apito final, em uma cena absolutamente patética que demonstra uma infantilidade e uma fraqueza que podem ser fatais em uma Copa do Mundo. Ou muda seu temperamento, ou jamais evoluirá. Poderia se inspirar na força mental e no espírito de equipe de Cristiano Ronaldo, que com a inteligência ausente no camisa 10 do Brasil, compreende que sua única possibilidade de fazer história com Portugal é tentar transferir sua confiança e ótimo desempenho aos fracos companheiros de equipe. Neymar nem precisa de tanto, pois tem um bom time ao seu redor. Tentar frear essa necessidade insana de ser o centro das atenções sempre, se faz mais do que necessário para que comece a contribuir de fato com o Brasil.
Engole o choro porque estamos só no segundo jogo da primeira fase e ainda não houve qualquer tipo de superação que justifique as lágrimas (para quem conseguiu vê-las) após o apito final. 2014 feelings…