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TRISTE E INTERMINÁVEL QUINTA-FEIRA

Não foi somente mais uma das tão corriqueiras derrotas. Foi uma derrota da alma alviverde. O desmantelamento de uma das mais significativas e emblemáticas bandeiras de um clube tão recheado delas em seu passado. Com ínfimas em seu presente.

Não questiono a necessidade da demissão. Algo precisava ser feito pra ontem. Não sei se demiti-lo. Juro por Deus que ainda não sei.

Nas parcas palavras que me utilizei nessa infeliz quinta-feira, nenhuma foi capaz de me nortear.

O sentimento é de ultraje. É de perda. É como se eu – sim, eu! – tivesse cometido a maior injustiça da minha vida.

Cada um que grita “Palmeiras minha vida é você!” assina sua parcela de colaboração na vida do Palmeiras. Talvez isso explique meu sentimento.

É como se eu tivesse dado as costas para alguém que tão bem proporcionou a minha vida, ao meu mundo.

Ele nunca marcou gols, nunca fez defesas milagrosas. Mas ainda assim é muito mais importante do que todos os ídolos de vidro que ousam hoje sugerir ao mundo que escreveram ou escrevem páginas gloriosas do meu alviverde imponente.

Seu retorno em 2010 foi tão festejado quanto hoje está sendo dolorosa sua despedida. Talvez para sempre.

Nesse período convivemos muito mais com as tristezas do que com as alegrias. Mas ainda assim o breve período de alegria já foi maior que tudo o que seus antecessores puderam nos oferecer. Só não superando as alegrias que ele mesmo já havia nos dado 12 anos no passado.

Nunca imaginei que as palavras “demissão”, “Felipão” e “Palmeiras” fossem alguma vez ser utilizadas pelos noticiários na mesma mensagem. Nunca pensei que eu estaria aqui neste momento escrevendo essa carta de despedida ao meu grande comandante.

Poucos foram tão Palmeiras na vida. E com ele o Palmeiras pode muitas vezes ser de fato Palmeiras. Ainda que não estivesse sendo.

Independente do merecimento da ocasião. Scolari não merecia isso da vida. O Palmeiras não merece passar pelo que passa. E eu não sei até agora por que estou aqui me sentindo tão mal e me penitenciando por algo que se dependesse de mim nunca teria chegado onde chegou.

Volto a frisar. Não sei se acho correta ou não a demissão. Só sei que eu gostaria que nada disso tivesse acontecido

Essa quinta-feira será longa e triste.

Obrigado por sempre, Felipão!

“ISSO TUDO ACONTECENDO E EU AQUI NA PRAÇA…”

Em 1981, o cantor Zé Geraldo lançou um álbum sem título, que continha a canção “Milho aos pombos”. Na letra, o cantor relata uma série de problemas do mundo e suas consequências, para chegar até o refrão e dizer “isso tudo acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos”.

A situação do Corinthians no Campeonato Brasileiro não é das melhores (9º lugar, praticamente sem chances de subir até o posto de campeão, e longe de descer até a zona de rebaixamento). Mesmo assim, não há sombra de preocupação no Parque São Jorge. A meta é mesmo treinar para a disputa do Mundial de Clubes no final do ano, e como disse o lateral Fábio Santos, “tumultuar” um pouco a vida dos candidatos ao título. Os dois principais, Fluminense e Atlético-MG, foram também os dois últimos adversários do Timão. Um empate e uma vitória para o Corinthians, e o tal “tumulto” apareceu. Não que o Galo mineiro tenha ficado abalado com a derrota, já que acumulou pontos para se manter na liderança.

O jogo contra o Atlético-MG foi também marcado pela arbitragem polêmica. Ambos os lados saíram descontentes com a atuação de Péricles Bassols Cortez, que deixou de marcar um pênalti em Emerson (expulso aos 31´ do segundo tempo, por colocar a mão na bola, quando já tinha um cartão amarelo). No final, anulou um gol do Atlético-MG, alegando falta do zagueiro Leonardo Silva em Fábio Santos. No momento da falta, o bandeira assinalava impedimento (inexistente, é verdade). E aí se deu a discussão, que ecoou por todos os lados, até ir parar no perfil do polêmico presidente do Galo, Alexandre Kalil, no Twitter.

Paulo André fez o único gol da partida contra o Galo. Foto: Agência Estado.

Agora, além de Sheik, suspenso por causa da expulsão, e correndo risco de um gancho maior por conta de suas ofensas ao árbitro, relatadas na súmula, o Corinthians também terá as ausências de Cássio e Paulinho, convocados à Seleção Brasileira, e também de Danilo e Alessandro, poupados para evitar lesões (os exames de ambos apontaram cansaço físico). Há quem diga que o Corinthians jogaria com time misto contra o Figueirense para prejudicar o rival Palmeiras, que luta contra o rebaixamento. Não dá pra dizer que isso é uma verdade. O que não me parece leal seria “entregar” o jogo para prejudicar outro time, mas este não parece ser o caso. De resto, não dá para um time depender de outro para garantir seu destino (o que também não acho que seja o caso).

Voltando ao tema da arbitragem, dá pra interpretar como foi no caso do erro capital no jogo contra o Santos, que rendeu inclusive a punição ao bandeira Emerson Augusto de Carvalho e na demissão de Sérgio Correa da Silva, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF até então. É uma atitude que deve ser valorizada? Bem, a atitude sim, mas não parece ser uma mudança que vá promover uma revolução na condução do campeonato, sequer que vá causar uma mudança significativa, haja vista os demais erros cometidos nas rodadas posteriores ao fato. Há muitos anos que se fala em se regulamentar a profissão de árbitro de futebol, e o que temos hoje? Sempre mais do mesmo, diria Renato Russo. Estaríamos todos nós “dando milho aos pombos”?

Para o jogo contra o Figueirense, até um peculiar personagem do elenco corintiano pode surgir na escalação (pelo menos no banco de reservas). O chinês Chen Zizao, contratação do departamento de marketing do clube, tem se dedicado nos treinamentos e pode até ser lançado, especialmente neste momento em que o Corinthians não precisa dar muita atenção ao campeonato. Este colunista que vos escreve, que muito pesquisa a respeito de vários temas, foi consultar no I Ching, um dos mais antigos e respeitados oráculos do mundo (originado na China antiga, é bom ressaltar) se seria o momento exato da estreia do jovem jogador asiático. E foi bem no capítulo 51 do livro, – coincidentemente ou não – de nome Chen – Abalo, que encontrou o texto que segue:

Comentário: Assim como os trovões, os sobressaltos e imprevistos causam medo no primeiro momento. A reação a este tipo de situação deve ser um misto de coragem com serenidade, para que toda a apreensão e o susto se transformem em alívio e felicidade. CHEN prognostica o choque seguido de muito riso.

Imagem: O trovão repetido é a imagem de CHEN. O primeiro temporal é inesperado, porém muito excitante. Não exagere, nem no medo nem na exaltação.

“Mesmo quanto todos estão aterrorizados, alguém capacitado aparece para guardar o santuário dos deuses e o templo dos sacrifícios”.

Arriscam interpretações?

Um abraço.

Chen Zizao pode estrear: “galantido”?

 

 

“NA ALEGRIA E NA TRISTEZA”

“Na alegria e na tristeza” são as palavras que devem ser ditas ao seu futuro cônjuge diante do padre ou de algum outro lider religioso, naquela cerimônia que tem como finalidade selar uma união que na verdade deve ser permeada pelos sentimentos mais nobres, como amor e paixão.

Alegrias e tristezas permeiam a vida do torcedor em sua relação com seu clube do coração. Dualizam mediante o sentimento que nos une a ele: amor, paixão. Irrestritos.

Há dois meses o Palmeiras nos deu razões para estufar o peito de orgulho. Hoje nos dá para temer pelo pior. Há 98 anos nos dá motivos para amá-lo. Amores alegres, amores tristes. Amores.

Se você pediu para o time voltar a atuar ao seu lado, lote o Pacaembu. O Palmeiras precisa de você, precisa da razão pela qual ele existe e pela qual todos viramos únicos.

Serão 18 finais até dezembro. 54 pontos dos quais ao menos 27 precisam ser conquistados para o ano não ter déficit na alegria. A primeira final é amanhã diante do Grêmio, time do Luxa, time daquele outro lá.

O mesmo Luxemburgo que para muitos tem enorme parcela de culpa na queda em 2002. Que tal tentar evitar que algo parecido volte a acontecer 10 anos depois?

Palmeiras X Grêmio, amanhã, às 18:30 – Pacaembu. No quintal da sua casa.

Não a deixe desmoronar.

CHAMEM O STEPHEN HAWKING!

O palmeirense que aprendeu a fazer contas tem muito que lamentar. Ter a sapiência para interpretá-los hoje é quase um tapa na própria alma.

Estão nos ingratos números que a classificação aponta e os futuros que a tabela projeta, a infeliz certeza de que o ano de 2012 caminha, de fato, para uma catástrofe ao seu término.

Tendo fim de mundo ou não, o mundo alviverde caminha para ruir.

Em 2011 o time brigou até as últimas rodadas contra o rebaixamento e se safou por ter tido um 1º turno muito bom, quando com 32 pontos ainda sonhava até com Libertadores.

E se o cenário com 32 pontos nos mostra que houve temor com rebaixamento, o que dizer de agora que o time conta com somente 16 pontos na 20ª rodada, tendo ainda 12 derrotas e somente 4 vitórias?

Pior do que os números é o futebol do time. E não adianta diminuir a Portuguesa para achincalhar o alviverde. A Lusa mostrou que não foi a toa a invencibilidade nos 8 jogos da era Geninho. A derrota ante a Ponte Preta não pode de jeito algum diminuir esse feito e o massacre contra o Palmeiras foi prova disso.

E foi massacre sim. No placar, mas sobretudo em campo. O amplo domínio lusitano mostrou o atual estado de fragilidade do time de Felipão, mas também o bom trabalho de Geninho, que resgatou um time destruído após o rebaixamento no Paulistão. Dando mais indícios de que a janela de bom futebol do Palmeiras na Copa do Brasil é que foi atípica.

Hoje o time voltou a jogar o que apresentava no 1º semestre. Até mostra vontade e dedicação, mas falta qualidade. Em um campeonato longo como BR12, um Henrique e um Barcos não fazem verão.

Os números são ingratos, mas o futebol é mais ainda. Desde 1914 não se delineava um caminho tão certo ruma à série B. Nem mesmo em 2002, quando o time ainda chegou vivo à última rodada.

O Palmeiras é um Buraco Negro que destrói apenas a sí próprio. Seu perfil autodestrutivo é algo a ser estudado por Stephen Hawking.

Quando a temporada anunciava mais uma vez um Palmeiras coadjuvante, surgiu o título da Copa do Brasil e então a aura do alviverde imponente recolocou sobre os ombros do clube a expectativa do protagonismo. Planejamentos para um grande time em 2013, bicampeonato da Libertadores e demais argumentos superlativos reapareceram no cotidiano antes combalido.

Parece que os ombros não agüentaram e voltaram a sucumbir. Pior ainda. Parecem ceder degraus adentro na mediocridade outrora demonstrada.

CUSTOU CARO!

O Corinthians tinha tudo pra ganhar e manter o tabu contra o São Paulo neste domingo no Pacaembu. Mas vacilou. A perspectiva se confirmava com o gol de Sheik, que retornava após longo período fora do time, por contusão. E o próprio Emerson Sheik quase ampliou o placar, perdendo algumas oportunidades na cara do gol.

Mas o dia era de Luís Fabiano,  e foi ele quem brilhou no duelo dos atacantes que retornavam aos seus times depois de ficarem afastados. Foram dois gols do centroavantes, que definiram o placar e a virada são-paulina.

Como explicar a derrota corintiana, depois de um início tão promissor? Aparentemente, o técnico do Tricolor, Ney Franco, teve mais visão de jogo. Retornou o lateral Douglas para o seu lado de origem, o direito, e improvisou Paulo Miranda do lado esquerdo e com isso, acertou uma marcação que vacilava muito no início do jogo.

Do lado corintiano, um envelhecido Alessandro não tinha fôlego para acompanhar Luís Fabiano, um estranhamente afobado goleiro Cássio (seria reflexo de sua recente convocação para a Seleção de Mano Menezes?)  e um não menos absurdamente atrapalhado Paulo André, que sempre foi visto como equilibrado, mas que no clássico não foi tão bem. Ao seu lado, Chicão se desdobrou, mas não foi capaz de, sozinho, evitar a derrota. Boas atuações de Ralf e Paulinho (este último acabou parando na marcação eficaz de Denílson) não foram suficientes para garantir uma boa atuação da equipe.

Tite ainda tentou colocar o time mais à frente, com Martinez no lugar do resfriado Douglas, mas não surtiu efeito. No fim, o argentino pareceu “bater cabeça” com Sheik pelo lado esquerdo.

Não há muito o que falar. O Corinthians não soube aproveitar uma boa oportunidade, num momento em que era superior. Pagou caro por isso.

Luís Fabiano venceu o duelo com o goleiro Cássio e marcou duas vezes.