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“ISSO TUDO ACONTECENDO E EU AQUI NA PRAÇA…”

Em 1981, o cantor Zé Geraldo lançou um álbum sem título, que continha a canção “Milho aos pombos”. Na letra, o cantor relata uma série de problemas do mundo e suas consequências, para chegar até o refrão e dizer “isso tudo acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos”.

A situação do Corinthians no Campeonato Brasileiro não é das melhores (9º lugar, praticamente sem chances de subir até o posto de campeão, e longe de descer até a zona de rebaixamento). Mesmo assim, não há sombra de preocupação no Parque São Jorge. A meta é mesmo treinar para a disputa do Mundial de Clubes no final do ano, e como disse o lateral Fábio Santos, “tumultuar” um pouco a vida dos candidatos ao título. Os dois principais, Fluminense e Atlético-MG, foram também os dois últimos adversários do Timão. Um empate e uma vitória para o Corinthians, e o tal “tumulto” apareceu. Não que o Galo mineiro tenha ficado abalado com a derrota, já que acumulou pontos para se manter na liderança.

O jogo contra o Atlético-MG foi também marcado pela arbitragem polêmica. Ambos os lados saíram descontentes com a atuação de Péricles Bassols Cortez, que deixou de marcar um pênalti em Emerson (expulso aos 31´ do segundo tempo, por colocar a mão na bola, quando já tinha um cartão amarelo). No final, anulou um gol do Atlético-MG, alegando falta do zagueiro Leonardo Silva em Fábio Santos. No momento da falta, o bandeira assinalava impedimento (inexistente, é verdade). E aí se deu a discussão, que ecoou por todos os lados, até ir parar no perfil do polêmico presidente do Galo, Alexandre Kalil, no Twitter.

Paulo André fez o único gol da partida contra o Galo. Foto: Agência Estado.

Agora, além de Sheik, suspenso por causa da expulsão, e correndo risco de um gancho maior por conta de suas ofensas ao árbitro, relatadas na súmula, o Corinthians também terá as ausências de Cássio e Paulinho, convocados à Seleção Brasileira, e também de Danilo e Alessandro, poupados para evitar lesões (os exames de ambos apontaram cansaço físico). Há quem diga que o Corinthians jogaria com time misto contra o Figueirense para prejudicar o rival Palmeiras, que luta contra o rebaixamento. Não dá pra dizer que isso é uma verdade. O que não me parece leal seria “entregar” o jogo para prejudicar outro time, mas este não parece ser o caso. De resto, não dá para um time depender de outro para garantir seu destino (o que também não acho que seja o caso).

Voltando ao tema da arbitragem, dá pra interpretar como foi no caso do erro capital no jogo contra o Santos, que rendeu inclusive a punição ao bandeira Emerson Augusto de Carvalho e na demissão de Sérgio Correa da Silva, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF até então. É uma atitude que deve ser valorizada? Bem, a atitude sim, mas não parece ser uma mudança que vá promover uma revolução na condução do campeonato, sequer que vá causar uma mudança significativa, haja vista os demais erros cometidos nas rodadas posteriores ao fato. Há muitos anos que se fala em se regulamentar a profissão de árbitro de futebol, e o que temos hoje? Sempre mais do mesmo, diria Renato Russo. Estaríamos todos nós “dando milho aos pombos”?

Para o jogo contra o Figueirense, até um peculiar personagem do elenco corintiano pode surgir na escalação (pelo menos no banco de reservas). O chinês Chen Zizao, contratação do departamento de marketing do clube, tem se dedicado nos treinamentos e pode até ser lançado, especialmente neste momento em que o Corinthians não precisa dar muita atenção ao campeonato. Este colunista que vos escreve, que muito pesquisa a respeito de vários temas, foi consultar no I Ching, um dos mais antigos e respeitados oráculos do mundo (originado na China antiga, é bom ressaltar) se seria o momento exato da estreia do jovem jogador asiático. E foi bem no capítulo 51 do livro, – coincidentemente ou não – de nome Chen – Abalo, que encontrou o texto que segue:

Comentário: Assim como os trovões, os sobressaltos e imprevistos causam medo no primeiro momento. A reação a este tipo de situação deve ser um misto de coragem com serenidade, para que toda a apreensão e o susto se transformem em alívio e felicidade. CHEN prognostica o choque seguido de muito riso.

Imagem: O trovão repetido é a imagem de CHEN. O primeiro temporal é inesperado, porém muito excitante. Não exagere, nem no medo nem na exaltação.

“Mesmo quanto todos estão aterrorizados, alguém capacitado aparece para guardar o santuário dos deuses e o templo dos sacrifícios”.

Arriscam interpretações?

Um abraço.

Chen Zizao pode estrear: “galantido”?

 

 

ELE RESOLVE !

A cada rodada que passa é cada vez mais escancarada a diferença do Santos com e sem Neymar. De fato, possuir um jogador tão diferenciado no time induz uma certa dependência do mesmo, afinal de contas quando ele está em campo todos os outros 10 jogadores parecem crescer de produção, a responsabilidade recai completamente sobre os ombros do garoto e o mais incrível é que ele não sente peso algum e chama o jogo pra si.

Desde a sua volta foram 3 vitórias consecutivas de virada, duas em clássicos e todas decididas por seus gols ou por sua atuação em prol da equipe, com isso o Santos voltou a sonhar com a vaga na Libertadores e terminou o turno no G-10 com 26 pontos, ”apenas” 9 pontos atrás do Vasco, última equipe da zona de classificação para a competição sul-americana.

Contudo, mesmo com tantas evidências da sua importância para o Santos e para o futebol brasileiro, já que o garoto é nossa maior esperança para 2014, as críticas ao seu estilo de jogo só aumentam, seja dos adversários, da imprensa ou dos torcedores. A verdade é que o garoto dá a sua resposta dentro de campo e não tem mais nada pra provar a ninguém, hoje ele é disparado o melhor jogador brasileiro em atividade, doa a quem doer.

Enquanto uns dizem que o Neymar ”se joga demais” , eu prefiro arrancar o ”se” da frase e cravar: ”Ele joga demais”. Por isso, enquanto o time contar com a presença dele em campo será um time competitivo e que brigará até o final pela vaga na Libertadores. No mais, depois dos dois golaços, um deles no melhor estilo ”Marcos Assunção”, Santos e Neymar voltam a campo para pegar o Bahia na abertura do 2° turno, a torcida espera a manutenção dessa arrancada, mas agora se a coisa apertar já se sabe a quem recorrer, toca no Neymar que ele resolve !

QUANDO A ARBITRAGEM SOBREPÕE MAIS UMA VEZ O BOM FUTEBOL

Ontem 12 mil pessoas saíram de suas casas para acompanhar um jogo que envolvia não só os dois últimos campeões da Libertadores, mas também o atual tri campeão paulista contra o atual campeão nacional, fora isso toda a rivalidade que fora aguçada com os embates recentes entre as duas equipes e as decisões protagonizadas pelas mesmas na última década. Todos os ingredientes favoráveis para mais um grande clássico entre Santos e Corinthians e analisando apenas o que foi o jogo em si tudo isso se confirmou, foram 26 finalizações, grandes defesas dos dois goleiros, jogadas maravilhosas e um tempo de superioridade pra cada time. Porém, o ideal seria que só esses fatos ficassem marcados na memória do torcedor, mas o erro gravíssimo do assistente Émerson de Carvalho tratou de ofuscar o melhor clássico do campeonato.

Infelizmente está ficando cada vez mais comum que ao término de uma partida do Campeonato Brasileiro haja algum tipo de reclamação com os árbitros e o mais estarrecedor é que 99% das mesmas são com razão por parte do time prejudicado, o que explicita cada vez mais a falta de preparo dos nossos juízes e o descaso de todas as entidades envolvidas para com o espetáculo do futebol.  Não quero entrar no mérito do que deve ou não ser feito para acabar ou ao menos minimizar todos esses acontecimentos, muitos irão falar sobre profissionalização dos árbitros, ”chip” na bola, opção do árbitro rever o lance no momento do jogo, tudo isso é válido, mas falta ação efetiva e interesse de quem manda no esporte no país, até porque não sou eu e nem você que humildemente me acompanha no Ferozes que irá resolver tudo isso, mas com certeza somos nós que amamos esse esporte que continuaremos a sofrer com essa várzea total.

Contudo, ainda tivemos um baita clássico na Vila Belmiro e vou me ater a isso a partir de agora. Por realidades bem distintas, Santos e Corinthians estão muito aquém das reais posições que poderiam almejar no Brasileirão, mas no clássico de ontem mostraram o porque de serem os times protagonistas dos últimos anos no futebol brasileiro.

A primeira etapa foi bastante movimentada com chances dos dois lados, mas com superioridade corintiana, já que o melhor homem em campo foi o goleiro Rafael que saiu nocauteado pelo próprio companheiro e futuro herói do clássico, Bruno Rodrigo. Agora, se o primeiro tempo foi bom, o segundo pegou fogo e o Santos voltou bem melhor. Com mais presença no ataque encontrou o seu gol fruto de um erro crasso do juiz e manteve o ritmo até a metade da segunda etapa, quando recuou (típico dos times do Muricy) e ofereceu espaço ao Corinthians, tanto que aos 35 min o bom jogador Martínez fez bela jogada individual e empatou o clássico, resultado teoricamente mais justo pelo que foi toda a partida, mas como o futebol é imprevisível e por isso tão amado, o Santos ainda teve tempo de sair com a vitória através dos pés de Neymar e da cabeça de Bruno Rodrigo, muito menos badalado, mas que foi igualmente decisivo.

Polêmicas e reclamações a parte, o Santos segue seu rumo buscando dias melhores no Brasileirão, antes disso uma pausa para a busca de mais um título internacional, a Recopa. Quarta-feira o time encara a LaU e tentará um resultado confortável para o jogo de volta dia 26/09. O Corinthians descansa no meio da semana para encarar mais um clássico, desta vez com o São Paulo, mas até lá terá muito o que reclamar e infelizmente não é a primeira e nem será a última que erros comprometem um jogo tão bem jogado e emocionante.

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Como já é costume gosto de dar notas aos personagens alvinegros praianos após cada clássico, então vamos a elas:

Rafael – Firme no primeiro tempo, evitou que o time virasse o jogo perdendo. Nota: 8,0

Bruno Peres – Apoia muito, marca pouco. Nota: 5,0

Durval – Como sempre decisivo, só que pro adversário. Falhou no 1° gol corintiano, assim como na Libertadores deixou o Danilo livre, leve e solto. Nota: 3,0

Bruno Rodrigo – Apesar do drible desconcertante no lance do 2° gol do Corinthians foi decisivo ao dar a vitória ao Santos. Nota: 7,0

Léo – Um jogo sim, um jogo não e assim segue a vida do ídolo santista. Não comprometeu. Nota: 5,0

Adriano – Raçudo como sempre, mas pouco apareceu. Nota: 5,0

Arouca – Perdeu duas chances claras de gol que poderiam ter decidido a partida previamente. No mais, com a qualidade de sempre sustentou o meio campo santista. Nota: 6,0

Patito Rodríguez – Partiu pra cima o jogo todo, levou vantagem na maioria delas, mas se mostrou um tanto ”fominha”. Ainda precisa melhorar. Nota: 6,5

Ganso – Passeou em campo mais uma vez. O que acontece com esse jogador ?. Nota: 4,0

Neymar – Dono do jogo, 2 assistências com direito a uma jogada brilhante no primeiro gol. Chamou a responsabilidade e mais uma vez explicitou o quanto o time depende dele. Nota: 8,0

André – Fez os dois gols e perdeu outros 2, nada mais que isso. Ainda carece de ritmo de jogo. Nota: 7,0

Miralles e Felipe Anderson – Não produziram nem comprometeram. Nota: 5,0

Éverton Páscoa – Pouco tempo pra avaliar. Sem Nota 

TRÊS ERROS. TRÊS GOLS.

Reclamar de arbitragem e associar insucessos dos campos aos erros dos homens do apito não são práticas usuais dentro da cartilha de conduta do Ferozes FC. Entretanto, há um limite onde a análise fria do que ocorre no embate entre os 22 que buscam incessantemente a pelota situada dentro das 4 linhas passa a não ser mais o único objeto dessa análise. Pior ainda. Quando o resultado final de uma peleja é completamente baseado em seus erros.

Falar em má intenção é leviano. Mas omitir o péssimo trabalho da nossa arbitragem é fazer vistas grossas para algo que nos salta as vistas.

O clássico dos Palestras transcorria dentro do cenário imaginado. O Palmeiras com seus desfalques e seu estilo de jogo fechado, aguardando uma brecha para atacar o adversário. O Cruzeiro atuando em casa, partindo pra cima, mas sem levar grandes riscos a meta de Bruno.

E então um pênalti assinalado em cima de Montillo. A falta é discutível – eu não daria – mas se ocorreu, foi fora da área. Nitidamente fora da área. Pênalti convertido e placar aberto para os donos da casa.

O que já era uma grande vantagem para quem joga em casa, tornou-se avassaladora quando já na 2ª etapa, Tinga dominou dentro da área e na tentativa de fazer o passe para Borges, contou com desvio na zaga e achou Wallyson livre pela direita. Livre e 1 metro a frente do último homem palmeirense. Claramente em impedimento. Que não foi marcado pelo bandeira e permitiu a Wallyson achar Borges dentro da área, tendo o centroavante apenas o trabalho de empurrar a bola para as redes.

Ao final, o árbitro Fabrício Neves ainda assinalou pênalti em cima de Maikon Leite. Pênalti que eu também não teria dado. Ainda que tenha havido imprudência do zagueiro ao dar aquele carrinho dentro da área, para mim não chegou a tocar Maikon Leite. E não existe faltinha, faltona ou meia falta. Falta é falta e dentro da área é pênalti.

Se isso foi uma tentativa de amenizar o prejuízo do time visitante, o fez mal e muito tarde.

Uma trágica atuação dos apitadores. Um enorme prejuízo ao Palmeiras que com a derrota voltou a zona de rebaixamento. Bom para o Cruzeiro que continua entre os líderes.

Ainda no topo

O Corinthians conseguiu ganhar do Cruzeiro. Um resultado magro, 1 a 0, mas eficiente. Deste resultado, podemos tirar algumas conclusões:

Paulinho marcou o gol da vitória sobre o Cruzeiro

Desta vez, não teve ninguém do time mineiro reclamando de arbitragem, não teve jogador abandonando o campo, nem teve quem dissesse que o Corinthians é um time comum, nem mesmo dizendo que já passou pelo Timão e que sabe como são as coisas por lá.

Mas é importante dizer: não houve tentativa de manipulação de resultado, nada disso. O que parece ter havido foi mesmo falta de qualidade na arbitragem. Talvez por se sentir pressionado, o juiz acabou se confundindo em alguns lances duvidosos (a bem da verdade, para os dois lados, embora o Corinthians tenha sido mais prejudicado).

No entanto, o que foi determinante mesmo foi a má fase vivida pelo Cruzeiro. O time mineiro foi dominado durante praticamente o jogo todo pelo Alvinegro, e só não foi goleado porque Fábio fez boas defesas. Boas defesas também foram vistas do outro lado, pelo hoje incontestável Julio César. O goleiro corintiano vive uma boa fase.

Sobre o pênalti, não há praticamente nada que possa ser dito, a não ser o que as imagens já mostraram. No fim das contas, Montillo, que vive um drama pessoal com a internação de seu filho, acabou batendo o pênalti ao estilo de Roberto Baggio na Copa de 94. Nada que amenizasse a revolta de Tite, que acabou sendo expulso por reclamação. Deve ter sido bom para o treinador, que dessa maneira teve a oportunidade de se livrar das cusparadas da torcida cruzeirense.

Para o jogo contra o Internacional, no próximo domingo, o Timão terá o desfalque dos laterais-esquerdos: Fábio Santos ainda está em tratamento de uma contusão, e Ramon está suspenso. As opções de Tite são dois improvisos: Welder, lateral-direito ou Leandro Castán, zagueiro. Acredito que a segunda opção seja a mais válida, já que Castán parece mais seguro, já que atua pelo setor esquerdo da zaga. Nas ocasiões em que atuou por ali, Welder não foi bem. Além disso, o ponto positivo é que temos boas opções para compor a zaga, com Wallace ou até mesmo (por que não?) o renegado Chicão.

Embora seja hoje o líder do campeonato, o Timão corre o risco de ser ultrapassado pelo Botafogo, que vai jogar contra um Santos desinteressado, que não deve fazer esforço algum pra ajudar o Corinthians a se manter na liderança.

Fiquem com o mestre George Harrison e sua “I got my mind set on you”. Abraços!

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