Duas grandes partidas repletas de grandes astros abriram as quartas de final da UEFA Champions League com destaque para erros e acasos determinantes em ambos os resultados finais.
Paris Saint Germain FC 2×2 FC Barcelona
Paris, França
Em verdadeiro desfile de craques no Estádio Parc des Princes, PSG e Barcelona fizeram uma das melhores partidas da temporada com ingredientes técnicos, táticos e individuais agradáveis para toda espécie de fã de futebol. O confronto do time montado à custa de muito dinheiro contra a equipe formada na base.
O técnico Carlo Ancelotti iniciaria a noite de surpresas com escalação relativamente surpreendente, dado o peso do adversário, ao abrir mão de Marco Verratti como marcador e promoção de David Beckham para povoar o meio de campo que contaria ainda com Blaise Matuidi e Javier Pastore, além de Lucas Moura.
No Barcelona, a grata novidade ficava por conta do retorno de Tito Vilanova ao banco blaugrana após temporada estadunidense de tratamento de saúde.
E, de fato, viu-se 1º tempo eletrizante em Paris com a equipe local impondo-se sobre os temidos visitantes em diversas ocasiões.
O PSG criaria situações de ouro com Ezequiel Lavezzi e Zlatan Ibrahimovic.
A defesa do Barça, em momentos pouco habituais, ver-se-ia em dificuldades em tentar parar o jovem e habilidoso Lucas Moura que mostraria grande utilidade ao esquema de Ancelotti ao jogar um pouco mais recuado em comparação aos tempos de São Paulo FC e mesmo em outras partidas do PSG neste ano. Recuo estratégico que foi demonstrado com ótimo contra-ataque puxado pelo brasileiro que resultou em assistência a Ibra chutando para fora.
Ibra é sempre útil em qualquer equipe. Não foi diferente dessa vez, mas o sueco mostrava-se um pouco lento nos reflexos frente a seus marcadores em alguns momentos.
Pelo lado do Barcelona, os cérebros e artistas do time eram todos muito bem vigiados pelo sistema defensivo parisiense. O destaque ficaria por conta dos duelos “mano a mano” entre Lionel Messi e Thiago Silva. Contudo, era algo que permitia boa liberdade para o lateral Daniel Alves atuar.
E foi com ele que surgiria o gol inaugural através de belíssimo lançamento para Messi, que se encontrava livre pela esquerda, para concluir na saída de Salvatore Sirigu. Barcelona na frente. Verdadeiro castigo para os anfitriões.
No 2º tempo, a partida perdeu em ritmo e intensidade. E perdeu mais com a saída de Lionel Messi lesionado. Sua presença no jogo de Barcelona é ainda incerta.
Mesmo sem Messi, o Barça imporia seu jogo, à base do “tiqui-taca”, com boas chances de ampliar o placar com Sergio Busquets, Xavi e Daniel Alves.
Somente no quarto final da partida, o PSG voltou a acelerar o ritmo.
O esforço dos locais seria premiado aos 79 minutos, mas de forma irregular, após cabeceio de Thiago Silva na trave e rebote para Ibrahimovic concluir em posição fora de jogo. Erro da arbitragem comandada pelo alemão Wolfgang Stark.
Aos 89 minutos, assistência fantástica de Cesc Fábregas para Alexis Sanchez penetrar na área, cavar e sofrer penalidade em precipitação do goleiro Sirigu. A reclamação dos parisienses foi intensa. Sanchez teria se jogado, mas o contato aconteceu.
Xavi fez 1×2 para o Barcelona e verdadeira onda de desânimo se abateu sobre os anfitriões. Tanto esforço para nada.
Aí, mais uma vez o destino entraria em ação, aos 93 minutos desta vez.
Assistência de cabeça de Ibrahimovic para Blaise Matuidi chutar bola que teve trajetória levemente desviada, o suficiente para enganar Victor Valdéz e entrar.
Empate final em 2×2 que mantém a disputa em aberto, ainda que com favoritismo para o Barcelona em sua casa.
Resultado fortemente influenciado por erros da arbitragem, do goleiro Sirigu ao não se furtar na tentativa bem sucedida de Alexis Sanchez cavar a penalidade, além das fatalidades em lesão de Lionel Messi e no chute final desviado de Matuidi.
FC Bayern 2×0 Juventus FC
Munique, Alemanha
Eis a partida decisiva onde mais se esperava equilíbrio e onde mais se viu predomínio de um time sobre o outro.
As coisas ficariam claras desde o início que não seria dia para os visitantes da Juventus, ocorrendo o inversamente proporcional para os locais do Bayern.
Após goleada histórica de 9×2 sobre o Hamburgo pela Bundesliga e enormes perspectivas de conquista do título nacional alemão de forma antecipada no próximo final de semana, a atmosfera não poderia ser mais favorável para os bávaros, certo?
Errado, poderia ser e foi ainda melhor!
Logo aos 25 segundos de jogo, Andrea Pirlo erraria passe, a posse de bola seria recuperada por Bastian Schweinsteiger que tocaria para o austríaco David Alaba arriscar de longe, a trajetória sofreria desvio em Arturo Vidal e entraria, fora de alcance para Gianluigi Buffon.
Prenúncio de noite perfeita para o Bayern e jornada infeliz para a Juventus.
Tudo estava tão favorável ao time da Baviera que, inclusive na adversidade, tudo acabou dando certo.
Aos 16 minutos de jogo, Toni Kroos deixa a partida lesionado, abrindo espaço para a entrada de Arjen Robben que teria participação muito positiva no domínio territorial dos anfitriões ao longo de toda a partida.
As ações foram todas controladas pelo Bayern na 1ª etapa, a ponto da Juve terminá-la sem finalizações a gol.
No 2º tempo, o quadro não seria muito diferente e o 2º gol surgiria em lance de erros de arbitragem e do consagrado goleiro Buffon.
Luiz Gustavo arriscou de longe contra o já desacreditado guarda-rede italiano àquela altura da partida, Buffon não agarrou a bola, concedendo rebote que teve a sobra de Mario Mandzukic, em posição fora de jogo, para tocar para Thomas Müller concluir.
Falha da arbitragem que não tirou o mérito da vitória alemã sobre uma Juventus que sequer teve ânimo para reclamar dada a fraca atuação da equipe.
Caberá à Juve buscar o déficit no placar agregado em Turim contra a fortíssima equipe de Jupp Heinckes. Trabalho para Antonio Conte montar sua estratégia não faltará.