Todos os posts de Márcio Viana

Formado em Jornalismo, com pós-graduação nas áreas de Gestão Estratégica do Conhecimento e da Inovação, Gerência de Sistemas e Serviços de Informação e Gestão de Documentos de Arquivo. Trabalha com Gestão da Informação e de Documentos. Ferrenho defensor da tese de que dá pra citar Beatles em qualquer contexto. Torcedor do Sport Club Corinthians Paulista e frequentador eventual de jogos, especialmente no Pacaembu. Tem alguns instrumentos musicais juntando poeira em casa, e toca mal todos eles. Assina a coluna Futecore e eventualmente as colunas Ferozes Musical Clube e Golden Goal.

De joelhos

Quem é viciado em música como eu, possui alguns discos que servem como trilha sonora da vida em algum determinado momento. Na minha apresentação, descrevi meu primeiro contato com o rock and roll, por meio de um disco de David Bowie. É interessante notar coisas que ficam eternizadas e saem do contexto do ano em que foram lançadas, e que acabam fazendo parte de um novo significado. Além do citado disco do Bowie (o LP “Pin ups”), meu contato com a música se dava pelo fato de meu saudoso pai ter trabalhado na gravadora RCA-Victor como prensista de discos de vinil. Além do chocolate ou lanchinho que ele recebia e guardava para o filho caçula (este que vos escreve), algumas vezes ele trazia discos. Na sua maioria, coisas mais populares, Roberto Carlos, etc.  Ouvir discos em uma velha vitrolinha portátil fez parte da minha formação musical. Tive até um disco autografado do Bozo!

Eu nasci em 1976. Portanto, fui adolescente nos anos 90. Era o início da era grunge, e a gente já começava a se interessar por instrumentos musicais e montar as primeiras bandinhas de garagem.  A essa altura, juntando os discos que meu pai ganhava com os que meus irmãos e eu comprávamos, devíamos ter cerca de 300 discos. Uma quantidade até modesta, comparada com a coleção de grande parte dos audiófilos. Não contente, um amigo da família trouxe alguns vinis, para convertermos em fitas k-7. Ah, esqueci: nesta época, já éramos conhecidos por termos um bom 3 em 1 (inclusive com CD-Player, pouca gente tinha no bairro). Entre estes discos, um deles se tornou grande xodó: “São Paulo 1554 – Hoje”, do Joelho de Porco, gravado no ano em que nasci.

O disco foi lançado em CD com esta capa.

O legal do disco é que a banda mescla letras bem-humoradas com músicas cheias de referências musicais, que vão de Beatles ao hard-rock dos anos 70. O estilo escrachado influenciou bandas como Língua de Trapo, por exemplo.

O disco começa leve com a quase-vinheta “Hey Gordão” ao piano, para logo em seguida cair no rockão “Boeing 723897”. Em grande parte das canções, além dos instrumentos elétricos, um violão de 12 cordas traz sofisticação aos arranjos. Havia a democrática divisão de vozes entre Próspero Albanese, fundador da banda e o baixista Tico Terpins. Completavam a banda Walter Baillot e Flávio Pimenta, guitarrista e baterista, respectivamente. Em formações posteriores, a banda chegou a ter o mestre Zé Rodrix, além do vocalista argentino Billy Bond. A banda voltou a se apresentar recentemente, capitaneada por Albanese, com outros músicos que já passaram pela banda. Grandes ausências dos já falecidos Terpins, Rodrix e Baillot.

O encarte original

Aqui, um faixa a faixa:

  1. “Hey Gordão”: canção curta, com letra que “aconselha” o tal gordão a esquecer o macarrão e “voar como uma pluma”. Boa abertura.
  2. “Boeing 723897”: cantada por Tico Terpins, cita Roberto Carlos (“Quero que tudo vá para o inferno”), até cair em um anunciado andamento seis por oito.
  3. “Mardito fiapo de manga”: a mais bem-humorada do disco, fala sobre o desespero de ter o citado fiapo preso entre os dentes. Piano e violão de 12 cordas conduzem a música.
  4. “Cruzei meus braços… fui um palhaço!”: a primeira que explicita a influência Beatle. O andamento e a guitarra principal são nitidamente influenciadas por George Harrison, especialmente lembrando “While my guitar gently weeps” em alguns momentos.
  5. “Debaixo das palmeiras”: letra que faz referências ao cinema e à música. Em alguns momentos lembra Led Zeppelin, para no final cair num jazz-rock eletrizante, ao estilo de “Lazy” do Deep Purple, para logo em seguida cair no samba e na “Aquarela do Brasil”, citada na letra.
  6. “México lindo”: com um portunhol manjadíssimo, a letra descreve a ida a uma festa em Acapulco com Beatles na eletrola. Apesar de citar “She loves you”, a harmonia lembra mesmo é “Oh, Darling!”.
  7. “Aeroporto de Congonhas”: fala sobre a mania dos paulistanos de – sem opção de praia por perto – levarem a família pra ficar vendo os pousos e decolagens dos aviões. Não sei se isso ainda é comum hoje em dia.
  8. “São Paulo by day”: a letra fala dos trombadinhas que circulam pelo centro de São Paulo. A letra continua atual, com a diferença de que hoje eles já não bebericam cachaça. As drogas mudaram.
  9. “A lâmpada de Edison”: bonita balada, não sei como alguma dessas cantoras chiques ainda não a regravou. Compara os ídolos brasileiros Éder Jofre e Roberto Carlos aos americanos Cassius Clay e Frank Sinatra. “Hoje é o passado do futuro…”, diz a letra.
  10. “Meus vinte e seis anos”: Quase um heavy metal, com riffs de fazer inveja a Toni Iommi, com letra falando sobre pais que projetam uma profissão ou um destino para os filhos, sem que estes possam decidir sozinhos o que querem.

O disco saiu em CD há um tempo, com uma capa diferente do LP. Comprei em CD e faz parte do meu acervo pessoal, junto aos outros dos quais fiz questão de não passar para frente. Compre, baixe, dê um jeito de ouvir.

Enfim, neste meu primeiro texto sobre música para o Ferozes FC, quis contar um pouco sobre uma de minhas influências. Espero que tenham gostado. Aqui, posto “Mardito fiapo de manga”, que alguém resolveu compartilhar pelo Youtube.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=29rmzywzm6w[/youtube]

Ralf é Seleção! E agora?

Ralf tem lugar cativo no time titular do Corinthians

O nobre treinador Tite já diz há muito tempo, e eu tendo a concordar com ele: Ralf é ohoje o melhor do Brasil em sua posição. Vindo do indeciso time do Grêmio Barueri antes deste se tornar Grêmio Prudente e depois voltar a ser Grêmio Barueri, o volante virou peça-chave na equipe do Parque São Jorge, fosse quem fosse o treinador. A princípio seria reserva de Marcelo Mattos, que veio para substituir Cristian, mas assim que entrou no time, não saiu mais. É exemplo de regularidade, tanto é que – em um post que fiz com alguns recados para jogadores do clube – até me esqueci de citá-lo. Portanto, o reconhecimento ao seu futebol veio em hora mais do que certa. O que fica é a preocupação: em sua posição, o que há disponível são dois resquícios do time que caiu para a segundona: Moradei e Bruno Octávio. Há ainda a opção de improvisar o novato Edenilson, que vem correspondendo quando entra em campo. Porém, Edenilson é segundo volante, com estilo de jogo mais parecido com o de Paulinho. O desfalque ocorrerá justamente na partida contra o Santos, que o rival pediu para a CBF adiar novamente, dada a convocação de suas estrelas Neymar e Ganso. Confesso que não me desagradaria este novo adiamento, já que a proteção à zaga que Ralf promove seria prejudicada com sua ausência.

Outra preocupação: os outros volantes corintianos convocados por Mano Menezes, Jucilei e Elias, foram negociados tão logo estrearam com a camisa amarelinha. Será que Ralf seguirá o mesmo caminho? Se sim, fico imaginando quem teríamos disponível no mercado para substituí-lo. A melhor opção, Cristian, é caro e difícil de trazer. Esperemos.

Sobre a derrota para o Cruzeiro, tenho a dizer que não chega a assustar, mas é bom que Tite fique atento. Ainda vai demorar para termos a volta de Liedson ou a estreia de Adriano.  Vai ser complicado passar as próximas rodadas sem um jogador-referência na área. A única opção na posição de centroavante é o jovem Elias Oliveira, de 19 anos. Emerson joga bem, mas não parece ter a manha de permanecer na área, é mais de movimentação. Aliás, queria pedir ao Sheik que parasse de se preocupar tanto com firulas. Faça o simples, a Fiel agradece.

Hoje deixo vocês com Deep Purple tocando “Burn” no festival California Jam, de 1974. Destaque para a fenomenal divisão de vozes entre David Coverdale e Glenn Hughes.

 [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=pfzv3bf9-OY[/youtube]

Plantão médico

Nota: nas últimas duas semanas, este que vos escreve fez exames de sangue, endoscopia e ecocardiograma. Mas se sente bem.

Inclusive, amigos, assisti ao jogo do Timão contra o Botafogo em pleno início de um jejum de 12 horas, como preparação para a endoscopia.

LiedSHOW vai desfalcar o Timão.

Mas foi um jogão! Tudo bem que o Corinthians perdeu muitos gols, inclusive um chute de cobertura inacreditável de Emerson Sheik, que caprichosamente foi em direção ao travessão. Mas é interessante constatar a raça com que esta equipe tem atuado. Especialmente hoje, tenho que dar destaque ao volante Paulinho, que sempre achei limitado em relação ao antecessor Elias, principalmente no que diz respeito às chegadas de fora da área. Mas é legal ver que o meio de campo se encontrou, até mesmo com o outrora cornetado por mim e por boa parte da Fiel, o experiente Danilo. O que dizer então do Julio César. Assim como muitos torcedores, também acho nosso goleiro de certa forma limitado. Porém, uma coisa que nunca lhe faltou foi raça. Ontem, deu susto na torcida, principalmente quando apareceu a imagem de seu sofrimento por conta do dedo mínimo, aparentemente fraturado. No fim, foi só uma luxação, que o afastará dos gramados por um mês, dando a chance do contratado Renan estrear. Mas foi bonito ver a atitude “Aqui é Corinthians” do arqueiro.

Ai meu dedo!!!

Outro que fará IMENSA falta ao time neste momento excelente que vivemos é o centroavante Liedson. Uma cirurgia no joelho o afastará dos jogos por pelo menos um mês e meio. Imagino que Tite optará por escalar o Sheik em seu lugar, já que – caso opte por avançar Jorge Henrique e colocar Alex junto com Danilo no meio, podemos até ganhar em armação, mas a finalização ficaria prejudicada. Mesmo sabendo que Emerson não é exatamente um centroavante, como é o Levezinho, tem mais condições de fazer esta função.

O mais importante de tudo isso, e talvez a explicação pela ótima fase: temos elenco, finalmente. Embora se saiba que é difícil substituir titulares absolutos, estamos bem servidos. Imagine se Renan não tivesse chegado. Estaríamos dependentes de Rafael Santos, que convenhamos, não tem a menor condição de assumir o posto.

Mas vamos que vamos, amigos.  Agora, temos pela frente o Cruzeiro, aqui no Pacaembu. Vamos com força tentar manter a boa fase. Vai, Corinthians!!!

P.S.: Tevez não veio. Mas que tal investir a grana em algum benefício para clube?

E fiquem com “Digging the grave”, do Faith no More, banda que graças a um esforço meu e de João Paulo Tozo, foi confirmada no SWU (piada interna, hahahaha):

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=3yVI3UgtvwU[/youtube]

 

100%

Amigos, é até complicado de falar. O Corinthians continua líder do Brasileirão, eu fui obrigado a dar a mão à palmatória mais de uma vez aqui neste espaço, enfim, tá tudo muito bem pelos lados do Parque São Jorge. Nosso atacante Willian vem jogando bem, fazendo gols. Liedson também não tem decepcionado. E ainda temos (finalmente) um elenco equilibrado, com reservas para todas as posições. Curiosamente, nesta fase de tranquilidade, é exatamente quando me faltou inspiração para escrever aqui. Além de problemas de saúde (aquela cervejinha vai ter que ficar pra depois!), foi mesmo a constatação de que não havia muita novidade, fora o assunto do qual tratarei daqui a pouco. Mas pensando na tese de que não é porque não tem notícia que o jornal vai deixar de sair, vamos fabricar nosso próprio remédio e exaltar a nossa excelente fase! Primeiro, um recado do galo que grita “VAI CORINTHIANS!!!”:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ZvsmTt8rLz0[/youtube]

Bem, na semana que passou, o grande assunto foi a proposta que a diretoria do Corinthians fez para trazer de volta o argentino Carlitos Tevez. Já vi corintiano empolgado imaginando como seria o time com Carlitos entre os 11. Então, vamos aos fatos:

 

Carlitos é craque, mas vale o investimento?

A passagem de Tevez foi excelente, já que o argentino é craque e tem muita identificação com a torcida. A saída dele foi conturbada e até certo ponto, desrespeitosa, começando por uma coletiva usando agasalho do Manchester United e culminando com uma saída sem despedida para o médio West Ham United.

Numa conversa via twitter com João Paulo Tozo, eu levantei a possibilidade da vinda de Tevez estar sendo bancada por Kia Joorabchian, como um “passaporte” para o retorno do iraniano e de seu patrão russo Boris Berezovski ao Brasil, já que os grandes negócios estão aqui, não há como negar. Andres Sanchez veio a público negar veementemente que Kia esteja envolvido com este negócio, e que a oferta feita ao Manchester City será bancada com a cota de TV dos próximos 4 anos. Ao departamento de marketing do clube caberá então, uma engenhosa jogada para atrair recursos para bancar o jogador. A pergunta: Tevez atrai patrocinadores como fazia Ronaldo? Pode ser que sim, mas não na mesma dimensão, então fica difícil de saber no que isso vai dar.

Seja como for, é claro que – caso chegue – Carlitos será muito bem-vindo, pelo craque que é. E será mais um “problema” do nosso Adenor arranjar um lugar para o argentino na equipe.

Para comemorar a fase do Timão no campeonato, Sonic Youth.

Abraços.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=svEJUVO_nh4&feature=fvst[/youtube]

Liderabilidade

Willian já divide a artilharia com Liedson

Olá, companheiros de ferocidade! A fase é ótima para o Timão, não há o que falar do nosso treinador Tite (aposto que João Paulo Tozo irá tripudiar desta minha declaração), que conseguiu dar padrão ao time, graças aos reforços que chegaram. Ontem, por incrível que pareça, havia o temor de que mais um tabu estivesse sendo formado, já que corríamos o risco de nos tornarmos fregueses do Atlético-GO (já pensou?). Mas não foi o que aconteceu. Graças ao gol do talismã Willian, chegamos aos 22 pontos, mantendo a liderança do Brasileirão. E o mais importante: com ampla vantagem sobre o segundo colocado, o Flamengo, já que o Corinthians conseguiu chegar a esta pontuação tendo um jogo a menos (o adiado confronto contra o Santos).

Agora, quem diria? O jogador que fará falta ao Corinthians no próximo jogo (contra o Internacional, na quinta-feira, dia 14, no Pacaembu) é justamente o anteriormente contestado Danilo, que tomou o terceiro amarelo e não joga contra o Colorado.  Aliás, o gol de Willian saiu de um belo passe dele. A fase é boa.

Sobre a polêmica gerada no possível gol do Atlético-GO, não sei dizer se realmente a bola entrou ou não, mas fico propenso a concordar com Tite quando ele diz que um árbitro atrás do gol traria mais credibilidade no julgamento das partidas. É de se pensar.

Ah, sim: e hoje o Timão apresentou seu novo lateral-esquerdo, Ramon, vindo do Vasco, onde passou em branco. O jogador teve uma ótima fase jogando pelo Internacional, e o que se espera dele é que possa repetir as boas atuações desta fase. Até porque, jogando bem, tem tudo para ganhar a vaga do fraco Fábio Santos. Vamos ver.

Fiquem com uma versão de minha canção preferida do REM, “It´s the end of the world as we know it (and i feel fine)” com uma bela citação de Patti Smith no meio e participação de Eddie Vedder nos vocais.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=5iwK0IFgZyQ&feature=player_embedded#at=170[/youtube]