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Quase nada

Os últimos jogos do Corinthians podem até ter sido satisfatórios pelos resultados, mas o desempenho ainda anda longe de encher os olhos da Fiel. Na quarta-feira, em sua estreia pela Libertadores, contra o Deportivo Táchira, da Venezuela, país notório por não ter um futebol de grande qualidade, o Timão suou para conseguir empatar a partida no final, graças a um gol salvador de Ralf. É muito pouco para um time que tem a pretensão de ganhar um campeonato inédito, e pra um time mais do que nunca preparado para esta competição, com um elenco coeso e aparentemente entrosado.

A esperança de gols estava em Adriano, mas quem deixou a sua marca foi Willian

Já na rodada deste sábado, contra o time do São Caetano, no estádio Anacleto Campanella, jogando com o time reserva, todo o foco estava na reestreia do ex-Imperador Adriano, que após um período de reclusão e uma visita a uma festinha no bairro do Capão Redondo, bem ao gosto do jogador, vinha com a promessa de ter finalmente chegado ao seu peso ideal, estando pronto para voltar à sua melhor fase, quando era um jogador que não perdia a oportunidade de encher as redes com seus gols.

Não foi dessa vez. A despeito do propagandeado emagrecimento do jogador, Adriano parecia ainda pesado, errando o tempo da bola, atrasando a chegada nos lançamentos. O talento do jogador estava por ali, e ele chegou a levar perigo em duas tentativas, além de dar um belo passe que Ramirez não conseguiu aproveitar. E segue o pé atrás da torcida em relação à atuação do ex-Imperador.

Estrela mesmo teve Douglas, que mesmo acima do peso e prestes a sair de campo para a entrada de Vitor Junior, teve tempo de dar um bom passe para Willian marcar o gol da vitória.

Mesmo fora de forma e errando alguns passes, Douglas deu a assistência para o gol de Willian

Vitória que não foi suficiente para tomar da liderança das mãos do Palmeiras, já que para tal o Timão teria que vencer o Azulão por uma diferença de 4 gols, o que não tem sido uma tarefa fácil para o (ao menos neste início de ano) pouco efetivo ataque corintiano.

A vida segue e o próximo adversário do Corinthians, pela 9ª rodada do campeonato paulista é a Lusa, que depois de resultados abaixo da média, vem se recuperando na competição. A Portuguesa, aliás, tinha a esperança de poder contar com o empréstimo de Vitor Junior, que não foi inscrito pelo alvinegro na Libertadores. Mas ao que parece, o Timão não irá liberá-lo, e ele continua como opção, entre as tantas que já temos para o meio de campo. No jogo contra o São Caetano, o jogador teve atuação discreta, mas não comprometeu.

Hoje deixo-os com o velho Macca, com “Pipes of Peace”. E vamos que vamos.

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Dois lados da mesma moeda

Emerson marcou o segundo gol no jogo contra o Atlético Paranaense. Foto: Terra

É pra ficar impressionado. O Corinthians que atuou contra o Atlético Paranaense no Domingo assumiu comportamentos distintos nos dois tempos de jogo. No primeiro tempo, parecia ter superado toda a apatia com que atuou no jogo anterior, contra o América-MG (que por sinal acabou ajudando o Timão nesta rodada, ao tirar do Fluminense a chance de assumir a liderança). Foram dois gols logo no início do jogo, um de Paulinho e outro de Emerson. Daí em diante, o time jogou bem, e o cenário que parecia se desenhar era de uma goleada. Mas não foi o que aconteceu. Com um bom resultado, o Timão voltou ao segundo tempo aparentemente sem a menor vontade. O castigo veio rapidamente, com o gol do mais que veterano Paulo Baier, após um vacilo da zaga. Estava de volta o time apático da rodada anterior, e cheguei a pensar que o Atlético Paranaense fosse empatar o jogo.

Adenor não foi bem nas alterações.

Sobre as substituições promovidas por Tite, achei que ele tentou mudar o esquema do jogo em momento inapropriado, primeiro tirando o único atacante de área, Liedson, pra promover a entrada de Morais no meio de campo, o que não melhorou em nada o time. Logo depois, recompôs o ataque promovendo a entrada de Adriano no lugar de Willian, voltando ao esquema de dois atacantes. Adriano, visivelmente mais magro (embora tarde demais, digamos) se movimentou bem e procurou o gol, mas não adianta, ainda lhe falta muito ritmo de jogo, que não será alcançado nesta temporada. Wallace, que entrou no lugar de Welder no finalzinho, não teve tempo de fazer alguma diferença.

Bem, de resto, não há novidades: o Corinthians continua líder, com o Vasco (que ganhou do Botafogo com direito a espetáculo de Dedé) em sua cola, e vai contando com muita sorte neste campeonato nivelado por baixo. O mínimo que podemos esperar é que o Timão vença os próximos jogos, para conquistar este título com um pouco mais de emoção. Vamos torcendo.

Pra finalizar, fiquem com a banda que anunciou seu retorno com a formação clássica, o Black Sabbath, aqui tocando a faixa-título de seu disco de 1978, “Never say die”:

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Superação!

Prezados amigos, hoje vou me dar ao luxo de falar um pouco sobre administração de empresas, psicologia e até de física, tudo isso para contextualizar a rodada deste último final de semana.

Prometeu e cumpriu: Sheik entrou em campo dizendo que o Timão viraria o jogo.

Existe um termo chamado resiliência, oriundo da física, que se refere à capacidade de alguns materiais de armazenarem energia quando submetidos a situações de estresse sem ruptura, sendo possível voltarem a seu estado original após cessar a tensão. Este mesmo termo é usado na administração de empresas e na psicologia, onde se diz que o ser humano resiliente é aquele capaz de superar situações estressantes sem se deixar abalar, prosseguindo com seu trabalho, contornando as adversidades.

No jogo contra o Avaí, havia muitos motivos para jogar a toalha. Ao tomar o gol de Robson, o time parecia ter sentido o golpe. Não se imaginava que o resultado pudesse ser revertido (neste momento, eu assistia Vasco x São Paulo, e tentava acompanhar o jogo do Pacaembu pelo celular). Ainda no primeiro tempo, Tite teve que substituir Jorge Henrique, lesionado, por Emerson Sheik, que entrou com muita vontade e foi, junto com Willian e Liedson, o protagonista da virada.

Logo no início do segundo tempo, aconteceu a expulsão de Leandro Castán, deixando a defesa do Corinthians vulnerável. Foi aí que se deu a concretização do que eu chamo de resiliência. A equipe foi capaz de se adaptar e acreditar que a virada era possível. E ela aconteceu. Primeiro com o grande esforço de Willian e Sheik, que empatou o jogo. Com a Fiel empurrando o time, o Timão chegou à virada, com um gol que muito classificaram como “chorado”, o que eu não concordo. Simplesmente porque Felipe foi buscar a bola dentro do gol. Bem, se a bola ultrapassou a linha, não foi gol chorado, foi apenas gol. E definiu o resultado. Pra melhorar, o Vasco não saiu do empate com o São Paulo, muito disso graças à atuação do goleiro Denis, que merecia receber o salário dos zagueiros do São Paulo, pelo tanto que trabalhou ontem.

Agora, resta ao Timão manter a atitude vencedora, pois por mais que não dê para se fazer previsões, tem um caminho muito mais tranquilo do que o adversário direto, o Vasco, a ser percorrido. Para o próximo confronto, contra o desesperado América-MG, Chicão pode voltar à equipe, já que Paulo André tomou o terceiro cartão amarelo e Castán foi expulso. Vamos ver como irá se comportar o ex-capitão.

E aqui fica meu reconhecimento ao trabalho do treinador Tite, a quem tanto critiquei neste mesmo espaço. Neste momento, com um bom elenco e boas peças de reposição, o técnico tem conseguido engajar seu grupo. Se o título vier, grande mérito dele. Acho que a hora é de dar crédito. Vamos torcer.

Fiquem com uma música da trilha do filme “Backbeat – Os cinco rapazes de Liverpool”, executada pelo supergrupo Backbeat, formado por Greg Dulli (The Afghan Wighs), Dave Pirner (Soul Asylum), Thurston Moore (Sonic Youth), Don Fleming (Gumball), Mike Mills (REM) e Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters e uma pá de bandas que você conhece). Aqui, “Money (That´s what i want)”.

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Deve ser a tal retomada

Seja por teimosia ou estratégia, Tite parece ter encontrado a formação ideal.

Era difícil de acreditar que um time pudesse jogar bem com dois meias canhotos (Alex e Danilo) e com um atacante que virou meia (Jorge Henrique), ainda mais com a atribuição de ajudar na marcação dos adversários. Mas deu certo. Tite foi teimoso, insistiu no tal esquema, e agora colhe os frutos desta teimosia. O problema parecia estar na defesa, e o treinador elegeu Chicão como a peça a ser sacrificada em nome da volta ao equilíbrio desejado. Aliás, “equilíbrio” é uma das palavras preferidas do nosso estimado Adenor. Mas a palavra que quero lembrar aqui não é essa, muito menos a famosa “treinabilidade”, que motivo uma série de piadas e até um perfil falso do treinador no Twitter. A palavra a ser lembrada aqui é a tal “retomada”. Foi o que pudemos perceber no jogo contra o Atlético Goianiense. Em seu sentido literal, o Corinthians lutou pela retomada de seu objetivo – no caso, a liderança do campeonato. É claro que o principal obstáculo para a concretização deste objetivo, o Vasco da Gama, também colaborou, tropeçando diante do Internacional. Mas é inegável que o Timão fez por merecer, já que fez um primeiro tempo impecável neste domingo, garantindo o resultado positivo e administrando-o no segundo tempo. Willian fez um golaço. Alex e Danilo (este, numa fase incrível) mostraram estar se entendendo muito bem. Moradei não comprometeu, e ainda foi ajudado por Paulinho, que fez um jogo mais discreto, sem avançar muito ao ataque. A zaga alta composta por Paulo André e Leandro Castán esteve bastante segura, sendo que este último ainda teve a oportunidade de fazer um gol, num lance oportuno. O ponto negativo ainda continua sendo nas laterais, já que Alessandro continua mostrando falta de fôlego nas subidas pela direita, e na esquerda Fábio Santos continua com certa mania de cair pelo meio, deixando uma avenida pelo seu lado. Mesmo assim, não chegou a causar perigo.

E eis que o Imperador estreou pelo Corinthians! Visivelmente sem ritmo e ainda acima do peso, Adriano foi apenas um espectador dentro de campo. Deu tempo de tentar alcançar um passe mal pensado de Ramirez (que poderia até driblar o goleiro no lance), mas acabou não chegando. Valeu pela festa.

Contra o Botafogo, parece que Tite resolveu relacionar Chicão para o banco (coincidentemente ou não, o ex-capitão assistiu o jogo contra o Atlético-GO junto com o presidente Andres Sanchez). Enfim, parece que o treinador resolveu tentar manter o grupo unido em nome de uma boa campanha no Brasileirão. Vamos esperar que dê certo.

Fiquem com o encontro entre dois gênios chamados Stevie: o Wonder e o Ray Vaughan, numa belíssima versão de “Superstition”.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=tBEkolNNfJc&feature=related[/youtube]

Apagou!

Foto by Ale Vianna

Caros ferozes, o jogador que representa bem o que foi o futebol do Corinthians contra o Santos no Domingo é Alex. O jogador desmaiou após dar uma cabeçada no joelho (!) do santista Danilo. Antes dele, o time todo já estava desnorteado no segundo tempo. Após iniciar o jogo ganhando com um gol de Liedson, com bela participação de Emerson Sheik e cruzamento de Alessandro  (se você não viu o jogo, não se iluda: o lateral não fez mais nada além disso), o Corinthians cedeu o empate num vacilo imenso da zaga, que culminou no gol de Henrique. A partir daí, o Timão se perdeu. E foi dominado, humilhado em pleno Pacaembu.

Fato: a sorte acabou. Se antes eu perguntava até onde ela iria, aqui está a resposta: até o jogo contra o Santos. Daqui por diante, a realidade vai bater à porta, e contra o São Paulo o time entrará ainda mais pressionado. Mas aí fica a pergunta: este time é mesmo o cavalo paraguaio que todos os rivais afirmam?

Na minha humilde opinião, não. Um time que tem jogadores como Liedson, Emerson, Alex, que tem remanescentes de um elenco vencedor como Chicão e Jorge Henrique, jogadores recentemente convocados pela seleção brasileira, como Ralf e Paulinho e que tem boas revelações, como Willian e (talvez) Welder não pode ser considerado uma equipe ruim. Qual é o problema, então? O problema parece estar no comando do time. Tite está se tornando unanimidade – para o lado ruim. Não há mais quem acredite que o treinador possa realmente produzir um bom trabalho no comando do Timão.

Já faz algum tempo que Adenor não consegue dar padrão à equipe. Na ânsia de aproveitar o bom momento que vivia Danilo, o treinador optou por mantê-lo no time titular, mas junto a ele promoveu a entrada de Alex, contratado a peso de ouro. Ambos canhotos, jogando praticamente na mesma faixa do campo, os dois não se entenderam, o que culminou na saída do primeiro para o banco de reservas. O problema é que – embora seja bom jogador, o segundo também não se firmou totalmente, alternando bons momentos com atuações abaixo da média. Além disso, Tite insistiu demais em Jorge Henrique, cujos problemas extracampo parecem estar interferindo demais no outrora imprescindível jogador. O mesmo vale para o capitão Chicão, em inexplicável má fase. Resta saber como o grupo encararia uma ida de seu principal zagueiro para o banco de reservas, mas que a dupla de zaga titular está precisando de uma temporada no banco, isso é inegável.

Agora, meus amigos, até penso que não podemos perder a esperança, mas que a probabilidade do Corinthians retomar a liderança é muito pequena, isso é muito claro. E já não depende mais da sorte.

Ouçamos Screaming Trees, com “Dollar Bill”.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=1lfd7zeHRRs&ob=av2e[/youtube]