Arquivo da tag: Libertadores 2011

NOITE RODRIGUEANA

“Tricolores, dando uma de Nelson Rodrigues: estava escrito ha 10000 anos que o Fluminense faria uma noite histórica!”

Este trecho acima foi escrito por mim no Twitter, uma hora antes do jogo entre Fluminense x América do México. Foi um sentimento que seria sofrido, mas teria de ser, só assim o time de guerreiros, que cada vez mais se torna realmente um grande símbolo de orgulho de uma geração de tricolores que viram vitórias épicas e viradas sensacionais, feito que este grupo de jogadores proporcionou nos últimos dois anos.

A noite de ontem tinha tudo para dar errado, uma falha desastrosa de um goleiro que está numa fase muito boa, mas deixou a bola cair no momento em que mais não deveria ou realmente sem aquilo não teria sabor? Logo depois, um dos grandes pilares deste grupo de guerreiros meteu a cabeça, sem medo, com gana, foi assim que Gum empatou a peleja.

O Fluminense foi valente, comandado por um auxiliar que também o é. Foi um time em busca da vitória o tempo inteiro, mergulhando intensamente para mostrar quem manda ali no pedaço, há muito não se via uma vontade imensa de dizer que não se pode subestimar os guerreiros. Mesmo após tomar o segundo gol dos mexicanos, num gol espírita, mas também houve falha.

Quando tudo estava parecendo perdido, desclassificação precoce e vergonhosa, surge certo camisa 20, ele que sob desconfiança de boa parte da torcida tricolor, consegue na raça e categoria um cruzamento para cabeçada certeira e fria de Araújo, pronto, ali acendeu novamente um fogo imenso pela vitória, na hora certa, quando começavam as primeiras vaias, provavelmente vindo daqueles torcedores que não sabem nem a escalação do time, que assistem o jogo sentado em um camarote.

Houve briga, a bola parecia um prato de comida para aqueles homens que sofreram durante dias sem um comandante, sem um cara para olhar do lado e dizer calma, ledo engano, existia um corajoso auxiliar que deixou o time altamente ofensivo, sem medo de tomar um contra-ataque dos mexicanos e os mesmos desperdiçarem de fechar o caixão, houve coragem de querer, de vencer, mesmo sofrendo consequências drásticas.

Ali estava o Fluminense, com sua torcida inflamando, cantando o famoso hit que ocupará por muitos anos e contagiará futuros jogadores ao vestir a camisa tricolor “guerreiro, guerreiro, time de guerreiro!”. Deixo uma pausa para um comentário que fiz para um amigo durante o empate: “O gol vai sair aos 42 do segundo tempo!”. Voltando para o relato, quando numa tentativa que seria a última, no apagar das luzes, uma cabeçada tortuosa de Fred para área, cai em um mexicano que desvia também de cabeça. Como se fosse o sobrenatural de Almeida a empurrar a bola para ele, que chegou a pensar em desistir da pelota, lá estava esticando sua perna. Era aquele camisa 20! Era o homem da noite, era Deco ajoelhando após o feito, pois foi assim que a torcida ficou após a épica vitória, de joelhos. Agradecendo a João de Deus e com largo sorriso deixando claro que é muito bom ser tricolor e assim será sempre.

P.S. O gol saiu aos 42 do segundo tempo. Deixando assim uma esperança enorme para os guerreiros seguirem em frente e também pensar no próximo final de semana em jogar na megasena, vai que também acerto.

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=tO85oTl2I8E&feature=fvwrel[/youtube]

essa torcida merece!

RISADAS E MAIS RISADAS

Mais uma sexta, o agito após o trabalho, na ‘mesinha’ que é a caixa onde se guardam os cascos de cerveja, lá se encontram Arthur, Manoel e Paulinho. O primeiro olha logo que o botafoguense chega ao bar:

Arthur: Olha aí, não adianta superstição, macumba, mandiga e o que mais vocês são adeptos, nós ganhamos mais uma vez! A freguesia agradece….

Manoel: Meu amigo, o que fico mais fulo da vida é o Joel falar que pênalti é loteria, ele é um fanfarrão, então porque nego treina essa merda?! Mas não acabou, sabe que a Taça Rio será nossa e novamente vamos decidir, tu vai ver só…

Arthur: Tomara, porque se depender dos tricoletes e da bacalhoada será mais uma vez uma final entre nós, aliás temos que passar pelo Boavista, tu viu o que eles fizeram com o tal campeão brasileiro?

Paulinho:  Rapá, o Fluminense massacrou o Boavista, timeco que ficava de cai-cai, tudo bem, teve um golaço deles e outro que mais uma vez nossa defesa falhou, que enganação, pensar ter sido essa a melhor zaga do brasileiro em que fomos campeões…E depois nós sabemos que ultimamente pênaltis é uma coisa nada boa para o flu…

Arthur: Nem para o foguinho…

Manoel: Ainda vai ser eliminado na primeira fase da Libertadores, pelo mesmo América do México que eliminou certos times anos atrás….

Paulinho: Isso é recalque! Vocês não tem capacidade para chegar em uma Libertadores e ficam botando banca só porque ganham um estadual, pense meu querido, nunca serão! Mas aí, se não contratar um zagueiro melhor e Emerson não voltar logo, sei não…Fred se machuca toda hora, uma pena, o He-Man não é apenas um bom banco que tem dado conta do recado, mas….

Arthur: E o Deco?

Paulinho: Quase na mesma situação da sua estrela, não apareceu ainda…A diferença que fica volta e meia no estaleiro…

Manoel: Ih, olha quem tá chegando…

 

Sorriso de ponta a ponta, Roberto com sua camisa do vasco de 1992, com a número 10 do saudoso Bebeto entra no recinto, cumprimenta os amigos, avista Seu Geraldo:

Roberto (grita): Ô sangue bom, me bota mais uma ampola aqui para o time que só goleia!

Seu Geraldo: Meu time ressuscita morto, é impressionante!

Roberto: Pode deixar que o Fluminense vai dar muitas alegrias a vocês…

Paulinho: Por que o Fluminense, rapaz?

Roberto: Simples, o menguinho vai dar alegrias para o povo de Saquarema nessa final da Taça Guanabara, o fogo de palha mais uma vez vai dar mais alegria ainda para um River Plate, mesmo que seja genérico e só restou o Fluminense, se bem que esse vai fazer alegria internacional, né….ha ha ha!

Paulinho: Vão secando mesmo, bando de arco-íris….

Arthur: Falar na turma do arco-íris…Vocês estão quebrando os dentinhos pelo nosso campeonato agora reconhecido! Se bem que já sabia mesmo…Vai mengão!

Paulinho: Eu sempre achei vocês campeões de 87, o problema que toda essa história foi resolvida da forma mais política, ia achar muito legal se a patricinha da gávea mandasse na cara do Ricardo Teixeira “ obrigado pelo reconhecimento, mas não vou fechar com vocês!”, óbvio que foi para atrair o Flamengo para o lado da CBF, triste isso.

Manoel: Geral saindo do Clube dos Treze…

Roberto: Podem não, rapá, você viu que a dívida dos quatro grandes é de 60 pilas? Nego acha que saindo dos treze vai ter mais liberdade para negociar, vão é tomar cano…

Arthur: Podem falar dessa baboseira de politicagem, mas o mengão tá aí, hexa na raça! E vamos tomar a Taça das Bolinhas que estão com aqueles são-paulinos, tu viu como aquele presidente deles é fanfarrão?

Manoel: Por mim essa Taça poderiam dar um sumiço e todo mundo ficar chupando dedo, que polêmica mais sem graça…

Roberto: Concordo.

Paulinho: Onde assino?

Arthur: Falar em concordar, vambora fazer nosso palpitão para a final da Taça Guanabara!  Deixa eu começar porque estou na final, né. Vai ser 3 a 0 mengão, sem dó nem piedade, com show de Ronaldinho!

Paulinho: Jogo duro, sei não, vai ser um dia bem igual aquele que perderam para aquele time do ABC paulista, lembra?  Clima de festinha animada, hino do clube nas alturas…Ronaldinho não mostrando ao que veio, zaga estranha, timezinho do Boavista na retranca marota, surge uma bola vadia e gol…Vai ser 1 a 0 Boavista.

Manoel: Acho que esse jogo vai para os pênaltis e o Flamengo leva, aquele Felipe pega bem .

Roberto: 3 a 1 Boavista, de virada! Com gol do Ronaldinho para os desdentados ficarem achando que vai ser fácil, mas no segundo tempo será ‘créééééu’ !!!

Arthur: O que esperar de vocês, né? O único que fechou foi o botafoguense, mas compreendo, é freguês, sabe como é essa coisa de pênalti, sabe como o Flamengo cresce nessas horas. Agora é a vez de quem para pegar a gelada?

Seu Geraldo aparece de surpresa no meio dos amigos, com uma garrafa de cerveja na mão.

Seu Geraldo: Tá aqui, gelada! Deixa dar meu palpite?

Arthur: Mas é claro, chefe!

Seu Geraldo: 4 a 0 Boavista!

Roberto, Manoel e Paulinho gargalham.

Arthur: Mas que isso, quanto ódio no coração.

Seu Geraldo: Garoto, como dizia meu saudoso pai “se o Flamengo jogar no inferno, vou torcer para o time dos capetas!!!”

Risadas e mais risadas.

Com Adilson, só rezando…

Como podem ver, Rafael já está fazendo sua parte, rezando muito, pois com o nosso ”querido” Adilson Batista inventando e insistindo em jogadores medíocres que não rendem há muito tempo fica difícil sonhar com o tão almejado tri campeonato da Libertadores. Não sou nenhum profeta, ou mãe Diná, mas lancei uma grande desconfiança e alertei para os possíveis revezes que a contratação de Adilson poderia trazer ao Santos há alguns meses atrás. (http://www.ferozesfc.com.br/folha-seca-so-nos-resta-torcer/).

De fato, se formos analisar apenas números não tem coerência crucificar o treinador, já que o time conheceu a primeira derrota na temporada após 10 jogos, porém analisando friamente o futebol que o Santos tem apresentado nas últimas partidas até o torcedor mais otimisa fica desconfiado com o prosseguimento da equipe no 1° semestre. Como o clubismo não é minha característica, devo reverenciar a bela atuação do nosso rival, que não tem culpa alguma dos erros de Adilson e simplesmente neutralizou o Santos durante a maior parte do jogo, saindo de campo merecedor do placar.

Para ilustrar melhor a crítica que faço ao treinador Adilson Batista refrescarei a mente dos santistas. Quem não se lembra das 3 primeiras rodadas do campeonato onde o Santos goleou seus 3 adversários (um deles o atual vice-líder da competição) e voava em campo mesmo sem seus principais jogadores. Pois bem, o esquema utilizado por Adilson na ocasião era o 4-3-3, tal formação tem a cara da equipe e funciona muito bem com as peças que o Santos tem em seu elenco, prova disso foi o desempenho inicial do time no campeonato.

No entanto, o treinandor santista resolveu inventar e a queda no rendimento da equipe foi explícita, sobretudo na partida de estréia da Libertadores, na qual Adilson escalou 3 volantes e um deles improvisado ainda por cima, deixando o Santos sem poder de criação. Fora as alterações bisonhas no esquema tático o treinador insiste em alguns jogadores que, convenhamos, não merecem sequer0 vestir o manto alvinegro, casos de Adriano, Róbson e Diogo.

Se o problema fosse a falta de opções no elenco eu até entenderia a postura do treinador, mas não é isso que justifica as infelizes atuações de Adilson comandando a equipe. Um time que tem Zé Love e Maikon Leite (um dos artilheiros da competição) para atuarem ao lado de Neymar e Alan Patrick para suprir a ausência de Ganso não pode entrar com Diogo e Róbson na equipe titular. A atuação do atacante foi medonha, sem produzir absolutamente nada, além de errar praticamente todos os lances que tentou, ele ainda teve a capacidade de entregar um gol ao Corinthians.

Mas perai, o Adilson tentou mudar o time colocando o Zé Love. Porém com um ”singelo” atraso, AOS 35 MINUTOS DO 2° TEMPO !

Torcedores do Cruzeiro e do próprio Corinthians sabem muito bem do que estou falando, tanto que em Minas ele ganhou o apelido de Professor Pardal, ilustríssimo personagem da Disney que é conhecido por suas invenções mal sucedidas. O fato é: temos um excelente elenco, jogadores decisivos e geniais, porém se Adilson Batista continuar a insistir em suas formações medíocres e incoerentes o sonho do Tri da América ficará cada vez mais longe.

ABRE O OLHO ADILSON !

Para finalizar !
As notas dos jogadores santistas no clássico.
Não preciso nem colocar a de Adilson né ???

RAFAEL – Sem culpa alguma nos gols – Nota 5

DANILO – Pouco produtivo, fora os buracos que deixou no lado direito – Nota 4

EDU DRACENA – Estabanado, nada poderia defini-lo melhor na partida – Nota 4

DURVAL – Discreto como sempre, sem vibração, além de perder um gol feito – Nota 4.5

LÉO – Raçudo como sempre, porém assim como Danilo pouco produziu – Nota 5.0

AROUCA – Escalado fora de posição (2° volante e não 1° como de costume) pouco pode fazer – Nota 5.0

POSSEBON – Nem pinta de jogador esse cara tem – Nota – 3.0

RÓBSON – Como esse cara veste a 10 do Santos, Alguém pode me explicar ? – Nota 3.0

ADRIANO – Entrou e jogou as esperanças da vitória no lixo com um penâlti bisonho – Nota 1.0

ELANO – Fez o gol, ponto final. Mas tem créditos com a torcida – Nota 6.0

NEYMAR – Entrou em campo ?… Porém, assim como o Elano tem muito crédito – Nota 2.0

MAIKON LEITE – Tá com a cabeçinha no Palmeiras – Nota 3.0

ZÉ LOVE – Pouco tempo para fazer algo – Sem Nota

23 de julho de 2010, o dia que Muricy eliminou o Corinthians da Libertadoes 2011

Texto: João Paulo Tozo

Imagem: Reuters

 

Corinthians e Libertadores é um caso sem solução. Não basta o estigma que o time já carrega por nunca ter vencido a competição, por nunca ter disputado uma final, enquanto seus rivais diretos do estado já possuem suas faixas.

Tripudiar em cima é fácil, rola até antecipadamente, mas é coisa de torcedor e é salutar. O dia que não acontecer pode estranhar.

Ontem, porém, eu estranhei. Não assisti a partida pois estou em curso a semana toda. Peguei os minutos finais, derradeiros minutos de uma fatura já consolidada. Mas estranhei já às 23:00, quando sai correndo do curso tentando ainda assistir aos minutos finais de Tolima X Corinthians e Mirassol X Palmeiras e não escutava um estalo de rojão, uma conversa mais exaltada nos bares, uma aglomeração, nada, nada que indicasse que naquele momento o Corinthians estivesse jogando o jogo que daria a cara ao seu ano.

Pensei: “Deve estar 0X0”. Afinal, por pior que o time esteja, por maior que seja a “zica” corintiana na competição, era contra o Tolima. Continuei pensando: “Legal, deve ir para os pênaltis, chego em casa e ainda consigo ver algo”.

Já em casa, me deparei com a tragédia em preto e branco na TV em cores. 2X0 era absurdo demais, penso eu ainda hoje, ainda amanhã, continuarei pensando, enfim.

Mas por baixo de toda a melancolia que hoje se abate sobre o torcedor alvinegro, existem pontos onde a racionalidade deve aflorar.

E existe um deles que eu acho preponderante – o dia 23 de julho de 2010. Foi nesse dia que o Corinthians começou a ser eliminado pelo Tolima.

Foi nesse dia fatídico que Muricy Ramalho disse “NÃO” a seleção da CBF. Esse “não” de Muricy trouxe o “sim” de Mano Menezes.

O que aconteceu daquele dia em diante?

Adilson Baptista chegou, meio time “se lesionou”. O então líder do BR10 desandou, passou 7 jogos sem vencer. Adilson caiu. Estranhamente meio time voltou do dia pra noite. O futebol, porém, continuou lesionado.

Tite assumiu e terminou a temporada invicto. Invicto nesse caso significa empatar com Vitória e Goiás, times rebaixados ao final do BR10. Invicto, mas cheio de empates, o que significou não só a perda do título, mas também da vaga direto a fase de grupos da Libertadores.

Não sei que tipo de pacto esse time tinha com Mano Menezes, mas o seu jogo só fluiu enquanto o atual técnico do time da CBF lá esteve.

O Corintiano hoje de cabeça inchada, aponta seus culpados e Roberto Carlos aparece como unanimidade. Tite e a sua incrível e inexplicável retranca com 3 atacantes também. E estão corretos em apontá-los. Mas não estarão 100% corretos se não depositarem na conta de Ronaldo a sua enorme parcela de culpa.

Não entra na minha cabeça que alguém tolere um jogador que se apresenta para o inicio de uma temporada tão importante, para um jogo que definiria os rumos do time no ano todo, pesando 217 arrobas.

“Ahhh, mas em 2008 ele pesava isso e jogou”, diz o feroz internauta.

Oras, meus caríssimos. Ronaldo Nazário é um dos mais espetaculares jogadores que o futebol já produziu. Dos que vestiram a camisa 9, seja talvez um dos 3 melhores de todos os tempos. Foi 3 vezes o melhor do mundo eleito pela Fifa. É ainda o maior artilheiro das Copas.

Imagine-se você um zagueirinho atuando no Brasil, em uma época onde os grandes do futebol estavam lá fora, onde jogar contra “Ronaldos da vida” só era imaginável no Playstation.

Quando Ronaldo voltou ao país como incógnita, encontrou como obstáculos marcadores que enxergavam dentro daquela camisa super esticada do Corinthians o Ronaldo que fez história, o ídolo. “Vou dar bote nesse cara e terminar torto no chão. Melhor cercá-lo.”

Inteligência não se vai junto da boa forma e Ronaldo é inteligente, muito acima da média também nesse quesito. Deitou e rolou em cima da fragilidade que encontrou nas marcações alheias.

Só que a mamata acabou. O ídolo tornou-se real, treina do outro lado do cercado, come na mesma churrascaria. Suas fragilidades físicas tornaram-se maiores do que o temor aplicado ao melhor do mundo de outrora. A marcação chegou junto e a cintura hoje dura do camisa 9 não agüentou. Só que com ainda 33 anos de idade e com um contrato sério com um dos maiores clubes do Brasil, sua obrigação era apresentar-se como atleta e não como um ídolo intocável, cercado de bajulação e sem críticas.

O maior nome, o maior salário, o maior jogador – em todos os sentidos – a maior responsabilidade também.

Porém, com ou sem Ronaldo o time jogava bem até aquele dia, aquele fatídico dia em que Muricy Ramalho disse “não” à CBF. O dia 23 de julho de 2010. O dia em que o Corinthians foi eliminado da Libertadores 2011.

DESCOBRINDO A AMÉRICA

Ronaldo é gol?
"El Gordito" é decisivo. Nas vitórias e nas derrotas.

Em 12 de Outubro de 1492, Colombo achava ter chegado à Índia. Descobriu sem querer, a América. O continente foi assim batizado em homenagem a outro navegador, Vespúcio. A Cristóvão sobrou à Colômbia. Assim dizem os livros de nossa confusa História.

No dia 3 de Fevereiro de 2011, em Ibagué, na província de Tolima, O Sport Club Corinthians Paulista tenta prosseguir em sua intrépida busca pelo título da taça Libertadores da América. O Corinthians dos “europeus” Ronaldo, Roberto Carlos e agora, do novo-patrício Liédson.

Contra os “índios” do Deportes Tolima, a cavalaria alvinegra tem a obrigação da vitória. Somos melhores, mais preparados, temos mais recursos, mais fama, mais História. O Todo Poderoso está conosco. Certo?

Quinhentos e dezenove anos depois, talvez a estória seja diferente.

Bem, historinhas a parte, acredito sim que o Timão saia vitorioso desse confronto. Primeiro, por que sou corintiano. Mesmo quem não o é, sabe. Torce para que não ocorra, mas sabe. O Corinthians continua favorito, isso não é descobrir a América.

Ronaldo fora de forma, Roberto Carlos tirando o dele da reta, nada disso é novidade.

Atraso no planejamento por parte da diretoria (Liédson chega com um mês de atraso), também não.

Tite sacar Bruno César, e montar uma formação mais “segura”, bah.

Em caso de eliminação, a pressão será demais para os supracitados. A perspectiva é de caos, de demissões, medalhões e patrocínios indo embora, enfim, a famosa CRISE corintiana, maior que qualquer outra, assim como tudo nesse time.

Entretanto, o time tem totais condições de fazer um bom jogo e salvar o ano. Paulinho não é Elias, mas é o jogador no elenco que mais se assemelha ao jogador que tanta falta faz no esquema. Pode dar mais velocidade na condução entre a defesa e o ataque, e também dar mais liberdade para Jucilei jogar a bola que não jogou no Pacaembu. Jorge Henrique deve ser recuado para o meio, com Dentinho e Ronaldo no ataque. R9, quando inspirado, mostra que ainda é gênio, seja armando tabelas, dando assistências e principalmente concluindo a gol. Mas quando não consegue jogar, deixa o time com um jogador a menos, e esse pode ser o fator decisivo em uma decisão como essa. Tudo leva a crer que o Fenômeno, é ex-jogador em atividade, mas Ronaldo costuma surpreender quando todos duvidam dele. Essa é mais um oportunidade para ressurgir com sua mística.

Bruno César, Ramírez (que jogou muito bem contra o São Bernardo), Danilo (idem) e Edno são boas opções pro segundo tempo. Acredito que os dois primeiros entrem.

Roberto Carlos, após dizer que “iria atropelar o Tolima” e que “se não achasse o Corinthians favorito, nem viajaria”, disse ter MEDO deste jogo, e convenientemente alegou contusão, ficando fora do duelo decisivo.

Desculpem a sinceridade de torcedor, mas espero que esse ENGANADOR nunca mais vista o manto sagrado. Sua atitude foi deplorável, condizente com o seu comportamento ao longo dos anos. No momento em deveria valer sua experiência e liderança, se escondeu. Coisa de moleque, não de um senhor de 38 anos. Em seu lugar deve jogar Fábio Santos, quando na verdade deveria ser Marcelo Oliveira. Tite escala um jogador mais experiente e rodado, mas de qualidade técnica inferior. Faz a aposta segura e reza como todos nós.

O clichê de “jogo do ano” se faz valer agora. Independente da escalação e de esquema tático, o Timão deve representar sua nação de 70 milhões de Fiéis, e dar suas vidas durante 90 minutos.  Será uma batalha, e o Tolima resistirá bravamente. Mas se o Corinthians almeja o topo da América, há de ser como Colombo. Que tal qual os fundadores do centenário SCCP, era catalão, galego, e português. Mas acima de tudo um conquistador DESTEMIDO.

VAI CORINTHIANS!