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A nova onda do Imperador

Finalmente Adriano foi decisivo.

Às vezes eu fico pensando se tem mesmo que ser assim. A vitória do Timão de virada sobre o Atlético-MG por 2 x 1 teve aquela famosa “cara de Corinthians”: sofrida, com emoção, decidida nos minutos finais, fazendo com que os corintianos pudessem testar a saúde do coração. Muitos inclusive se lembraram do confronto de 1990, época em que Neto era o salvador da pátria da Fiel.

Guardadas as proporções, foi parecido. Timão e Galo fizeram um primeiro tempo morno, em que mais defenderam do que atacaram, e mesmo com as duas avenidas montadas pelo emotivo Cuca nas laterais, o ataque corintiano não conseguiu ser efetivo. E o Atlético acabou crescendo no jogo e ameaçando a liderança do Corinthians.

Eis que no segundo tempo, em jogada ensaiada, Leonardo Silva abriu o placar para o Galo, aliviando um pouco a situação dos mineiros, que ainda lutam contra o rebaixamento. Parecia mesmo que o Corinthians perderia a liderança e consequentemente o campeonato, já que seria muito difícil recuperá-la nos próximos jogos. Aliás, a matemática deste campeonato está bem mais complexa do que a dos anos anteriores, principalmente entre os times candidatos à vaga da Libertadores. Mas existem momentos em que os erros viram acertos. Foi assim quando Tite resolveu trocar Willian por Adriano. A Fiel chiou. Era possível ver na cara dos torcedores a insatisfação pela escolha. Aos olhos deles, quem merecia sair naquele momento era Liedson, há algum tempo apagado em campo. Willian ao menos mostrava mais empenho, embora visivelmente cansado.

Mas o jogo mudou com a entrada do Imperador: mesmo ainda estando pesado e sem ritmo, Adriano acabou atraindo a marcação para si, deixando Liedson livre para marcar, após bom cruzamento de Alessandro.

E não parou por aí. Já no finalzinho, naquele teste cardíaco que citei no início do texto, Emerson deu uma bela arrancada e encontrou Adriano livre para mostrar que sua canhota continua calibrada, apesar do longo período (ainda não terminado) de recuperação.  Feliz pelo gol, ainda deu tempo de tomar cartão por tirar a camisa na comemoração (uma forma de mostrar que emagreceu?).

Terminado o jogo, a pergunta que muitos comentaristas esportivos já começaram a fazer: Adriano já fez valer o investimento que o Corinthians fez ao contratá-lo. É claro que não. Acho até que seja um comentário um tanto ingênuo, mais para causar impacto do que uma avaliação precisa. É claro que o golaço que marcou foi importante, mas o Imperador ainda precisa provar que não é jogador de apenas um tempo. Se tivesse se preparado melhor, poderia inclusive ser opção ao visivelmente esgotado Liedson.

Agora temos que torcer por uma vitória contra o empenhado Figueirense, para garantir de vez as chances do Timão chegar ao pentacampeonato, já que o último jogo é contra o Palmeiras, que deve se esforçar ao máximo para evitar o título corintiano.

Para finalizar, vou repetir a dose de Mad Season, já que gostei tanto de relembrar esta banda. Aqui, uma versão ao vivo de “I don´t know anything”. Abraços.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=f153VyiZpmw[/youtube]

Dois lados da mesma moeda

Emerson marcou o segundo gol no jogo contra o Atlético Paranaense. Foto: Terra

É pra ficar impressionado. O Corinthians que atuou contra o Atlético Paranaense no Domingo assumiu comportamentos distintos nos dois tempos de jogo. No primeiro tempo, parecia ter superado toda a apatia com que atuou no jogo anterior, contra o América-MG (que por sinal acabou ajudando o Timão nesta rodada, ao tirar do Fluminense a chance de assumir a liderança). Foram dois gols logo no início do jogo, um de Paulinho e outro de Emerson. Daí em diante, o time jogou bem, e o cenário que parecia se desenhar era de uma goleada. Mas não foi o que aconteceu. Com um bom resultado, o Timão voltou ao segundo tempo aparentemente sem a menor vontade. O castigo veio rapidamente, com o gol do mais que veterano Paulo Baier, após um vacilo da zaga. Estava de volta o time apático da rodada anterior, e cheguei a pensar que o Atlético Paranaense fosse empatar o jogo.

Adenor não foi bem nas alterações.

Sobre as substituições promovidas por Tite, achei que ele tentou mudar o esquema do jogo em momento inapropriado, primeiro tirando o único atacante de área, Liedson, pra promover a entrada de Morais no meio de campo, o que não melhorou em nada o time. Logo depois, recompôs o ataque promovendo a entrada de Adriano no lugar de Willian, voltando ao esquema de dois atacantes. Adriano, visivelmente mais magro (embora tarde demais, digamos) se movimentou bem e procurou o gol, mas não adianta, ainda lhe falta muito ritmo de jogo, que não será alcançado nesta temporada. Wallace, que entrou no lugar de Welder no finalzinho, não teve tempo de fazer alguma diferença.

Bem, de resto, não há novidades: o Corinthians continua líder, com o Vasco (que ganhou do Botafogo com direito a espetáculo de Dedé) em sua cola, e vai contando com muita sorte neste campeonato nivelado por baixo. O mínimo que podemos esperar é que o Timão vença os próximos jogos, para conquistar este título com um pouco mais de emoção. Vamos torcendo.

Pra finalizar, fiquem com a banda que anunciou seu retorno com a formação clássica, o Black Sabbath, aqui tocando a faixa-título de seu disco de 1978, “Never say die”:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=FnMoLwmGaBE[/youtube]

A falsa impressão de equilíbrio

É muito comum ler no noticiário esportivo afirmações de que o Corinthians tem um grupo coeso, unido, que a harmonia impera, que está sempre tudo bem pelos lados do Parque São Jorge. Isso na verdade não corresponde inteiramente com a verdade, se formos prestar atenção. Fala-se muito das boas peças de reposição dentro do elenco, mas a verdade é que temos certo desequilíbrio, principalmente na parte defensiva. Ralf não tem reserva (não adianta, Moradei e Bruno Octávio não têm condições de substituí-lo), Fábio Santos e Ramon são limitados, Alessandro não tem o mesmo fôlego e Welder é uma incógnita. O mesmo vale para Edenilson, que joga mais como segundo-volante, mas às vezes é improvisado na lateral direita. A zaga reserva, Chicão e Wallace faz o básico, sendo que o primeiro não é nem sombra do capitão de outrora.

No jogo contra o América-MG, Tite apostou alto. Alex, que já vinha com problemas físicos, saiu logo no início. Liedson há muito tempo vem deixando a desejar, talvez até pela maratona de jogos que enfrentou. A única opção para sua posição seria Adriano, que veja bem, não é opção.

Julio César falhou contra o América-MG, mas não é o caso de promover mudanças em seu setor

Mas no que diz respeito ao confronto com o lanterna do campeonato, não dá muito pra avaliar individualmente. Pelo que pude ver, a equipe toda esteve apática, sem demonstrar aquele espírito apresentado na virada contra o Avaí. Aliás, isso é uma coisa que precisa ser revista pelo nobre Adenor. Vale mesmo a pena confiar sempre em uma tática que priorize somente a motivação, a superação, a ideia de que vamos virar a qualquer momento?

E pensemos: será que era o caso para entrar com o meio de campo e ataque titulares? Afinal, se os jogadores estão “jogando no sacrifício” (casos de Alex e Liedson), não seria melhor dar a eles uma folga, para voltarem melhores nas últimas rodadas? “Ah, mas correria o risco de perder o jogo”, diria alguém. Bom, perdeu o jogo com eles em campo, e ainda é provável que tenha o desfalque de pelo menos um deles – Alex – por algum tempo. Talvez até o final do campeonato. Jorge Henrique também ainda é dúvida, e pode ser que Tite utilize o trio Emerson, Willian e Liedson como titulares.

Este jogador assinou contrato com o Corinthians já faz algum tempo.

Quanto à falha do goleiro Julio César, sim, é notória. Mas a única opção que temos no momento é acreditar nele, já que Renan não demonstrou segurança quando foi utilizado, e Danilo Fernandes é apenas um bom reserva. Fala-se na contratação de Fábio, goleiro do Cruzeiro, para o próximo ano. Sinceramente? Não considero uma boa opção.

Agora, a esperança é que os adversários continuem tropeçando, e que o Fluminense não dê sequência em sua repentina ascensão. Além disso, é preciso que o time volte a jogar com vontade. Mas tem que dominar o tempo inteiro, não ficar confiando em sorte ou superação. É isso.

Fiquem com os parceiros Lou Reed e Metallica fazendo “White Light/White Heat” do Velvet Underground.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=PSQAvA64mss[/youtube]

HORA DA FIEL

O timão tem uma seqüência de sete jogos para poder se consagrar o Campeão Brasileiro de 2011 e conta com o apoio de seu Fiel torcedor para conquistar os resultados positivos. A equipe conquistou um belo resultado diante do Internacional RS diante das circunstâncias da partida. A equipe não se apresentou tão bem como nas últimas rodadas e ainda teve o lateral Alessandro expulso após uma entrada desnecessária em Kleber no campo de ataque corintiano.

A equipe saiu atrás do marcador no 2º tempo com gol de cabeça de Nei e foi assim até o final da partida, quando Alex sofre falta na intermediária e D’Alessandro foi expulso com o segundo cartão amarelo. Alex que havia sofrido a falta, cobra com maestria no canto inferior esquerdo de Muriel e empata o jogo.

A equipe de Parque São Jorge só enfrentará equipes que brigam para não cair para a Segundona e nem por isso a vida será fácil. Muito pelo contrário, a maior parte dos pontos conquistados pela equipe corintiana foi através dos adversários diretos na briga pelo título e derrapou em alguns confrontos com equipes que estão na parte de baixo da tabela.

Os próximos adversários do Corinthians são: Avaí (Casa), América MG (Fora), Atlético PR (Casa), Ceará (Fora), Atlético MG (Casa), Figueirense (Fora) e Palmeiras (Casa).

Já o seu adversário direto pelo título, atual líder Vasco da Gama tem confrontos relativamente mais difíceis: São Paulo (Casa), Santos (Fora), Botafogo (Casa), Palmeiras (Fora), Avaí (Casa), Fluminense (Fora) e Flamengo (Casa).

Botafogo, Fluminense, Flamengo, Internacional e São Paulo correm por fora da briga pelo título, já que perderam a oportunidade de encostar nos líderes no final de semana.

Um dos grandes responsáveis pela grande campanha do Alvinegro Paulista é o Goleiro Julio César, que tem se mostrado frio e calculista nas últimas partidas com defesas importantes e atuações marcantes. As vezes criticado por algumas falhas, Julio Cesar não se abala e vai fazendo a diferença na reta final do BR11.

 

 

A parede alvinegra (Foto: Foto: Wagner Eufrosino - globoesporte.com)

 

A novidade desta segunda-feira foi a folga dada a Adriano. O imperador que treinaria em um único período neste primeiro dia da semana recebeu folga e descansou o resto da tarde. O Imperador pode ser peça fundamental neste final de campeonato, já que Sheik continua se recuperando de lesão.

 

 

Adriano foi liberado do treino de hoje (Foto: Miguel Schincariol - Portal Lancenet)

 

 

Agora o Timão deve mostrar a força da fiel nestes últimos sete jogos para levantar o caneco e ser campeão do BR11.

 

Finalizamos esta matéria com a música do Dream Theater:

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=oasnbzEMV08[/youtube]

Deve ser a tal retomada

Seja por teimosia ou estratégia, Tite parece ter encontrado a formação ideal.

Era difícil de acreditar que um time pudesse jogar bem com dois meias canhotos (Alex e Danilo) e com um atacante que virou meia (Jorge Henrique), ainda mais com a atribuição de ajudar na marcação dos adversários. Mas deu certo. Tite foi teimoso, insistiu no tal esquema, e agora colhe os frutos desta teimosia. O problema parecia estar na defesa, e o treinador elegeu Chicão como a peça a ser sacrificada em nome da volta ao equilíbrio desejado. Aliás, “equilíbrio” é uma das palavras preferidas do nosso estimado Adenor. Mas a palavra que quero lembrar aqui não é essa, muito menos a famosa “treinabilidade”, que motivo uma série de piadas e até um perfil falso do treinador no Twitter. A palavra a ser lembrada aqui é a tal “retomada”. Foi o que pudemos perceber no jogo contra o Atlético Goianiense. Em seu sentido literal, o Corinthians lutou pela retomada de seu objetivo – no caso, a liderança do campeonato. É claro que o principal obstáculo para a concretização deste objetivo, o Vasco da Gama, também colaborou, tropeçando diante do Internacional. Mas é inegável que o Timão fez por merecer, já que fez um primeiro tempo impecável neste domingo, garantindo o resultado positivo e administrando-o no segundo tempo. Willian fez um golaço. Alex e Danilo (este, numa fase incrível) mostraram estar se entendendo muito bem. Moradei não comprometeu, e ainda foi ajudado por Paulinho, que fez um jogo mais discreto, sem avançar muito ao ataque. A zaga alta composta por Paulo André e Leandro Castán esteve bastante segura, sendo que este último ainda teve a oportunidade de fazer um gol, num lance oportuno. O ponto negativo ainda continua sendo nas laterais, já que Alessandro continua mostrando falta de fôlego nas subidas pela direita, e na esquerda Fábio Santos continua com certa mania de cair pelo meio, deixando uma avenida pelo seu lado. Mesmo assim, não chegou a causar perigo.

E eis que o Imperador estreou pelo Corinthians! Visivelmente sem ritmo e ainda acima do peso, Adriano foi apenas um espectador dentro de campo. Deu tempo de tentar alcançar um passe mal pensado de Ramirez (que poderia até driblar o goleiro no lance), mas acabou não chegando. Valeu pela festa.

Contra o Botafogo, parece que Tite resolveu relacionar Chicão para o banco (coincidentemente ou não, o ex-capitão assistiu o jogo contra o Atlético-GO junto com o presidente Andres Sanchez). Enfim, parece que o treinador resolveu tentar manter o grupo unido em nome de uma boa campanha no Brasileirão. Vamos esperar que dê certo.

Fiquem com o encontro entre dois gênios chamados Stevie: o Wonder e o Ray Vaughan, numa belíssima versão de “Superstition”.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=tBEkolNNfJc&feature=related[/youtube]