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RISCO ADRIANO: A ÚLTIMA CHANCE

Após colecionar vários fracassos durante as janelas de transferências de Julho/Agosto, a diretoria do Flamengo apresentou hoje seu novo (e velho) reforço para o decorrer da temporada: Adriano Imperador.

Com um contrato de produtividade assinado até dezembro, Adriano terá no Flamengo, clube no qual viveu seu último bom momento, em 2009, quando sagrou-se Campeão Brasileiro e artilheiro daquele ano, provavelmente, sua última chance como jogador de futebol.

Digo isto, pois, desde de 2010, quando deixou o clube carioca rumo à Itália, para jogar pela Roma, onde, inclusive, foi considerado o pior jogador daquele ano, Adriano não conseguiu mais ser “Adriano”. De lá para cá, foram apenas 16 jogos – oito pela Roma e oito pelo Corinthians – com apenas 2 gols marcados. Sem contar as inúmeras lesões e polêmicas fora de campo. Muito pouco, quase nada em se tratando de Adriano.

Acima do peso, terá que se desdobrar para conseguir dar “produtividade” ao improdutivo ataque rubro-negro, já que recentemente passou por duas cirurgias no tendão de Aquiles do pé esquerdo. Justo àquele, de onde costumavam sair seus chutes fulminantes e mortais.

Antes de assinar com o Fla, porém, o famoso Dr. Luiz Runco examinou Adriano e constatou que o atleta de 30 anos está recuperado e poderá, enfim, voltar a jogar. Mas para isso, basta querer. Basta se preparar.

De fato é que, apostar em Adriano é um grande risco, ainda mais levando-se em consideração o atual momento em que encontra-se o Flamengo. Até porquê, o clube está em constante inferno astral e Dorival Júnior dá indícios de que acertou o time. Portanto, parece improvável encontrar espaço para encaixar o Imperador como titular.

Outro fator que pode pesar é o disciplinador, já que o novo camisa 10 conta com um vasto currículo de presepadas por aí: desde atrasos e faltas em treinos, até bebedeiras desenfreadas de fins de semana. Zinho e Cia. terão um tremendo desafio pela frente. Recuperar um ex-jogador não é fácil.

E outra: após a fracassada passagem de Ronaldinho pela Gávea, esta, certamente, será a última cartada de Paty Amorim à frente do clube carioca, que no fim deste ano passará por eleições.

Enfim, Adriano está de volta. Agora resta saber se para jogar ou para “encerrar a carreira”.

Será mesmo, Adriano?

 

A nova onda do Imperador

Finalmente Adriano foi decisivo.

Às vezes eu fico pensando se tem mesmo que ser assim. A vitória do Timão de virada sobre o Atlético-MG por 2 x 1 teve aquela famosa “cara de Corinthians”: sofrida, com emoção, decidida nos minutos finais, fazendo com que os corintianos pudessem testar a saúde do coração. Muitos inclusive se lembraram do confronto de 1990, época em que Neto era o salvador da pátria da Fiel.

Guardadas as proporções, foi parecido. Timão e Galo fizeram um primeiro tempo morno, em que mais defenderam do que atacaram, e mesmo com as duas avenidas montadas pelo emotivo Cuca nas laterais, o ataque corintiano não conseguiu ser efetivo. E o Atlético acabou crescendo no jogo e ameaçando a liderança do Corinthians.

Eis que no segundo tempo, em jogada ensaiada, Leonardo Silva abriu o placar para o Galo, aliviando um pouco a situação dos mineiros, que ainda lutam contra o rebaixamento. Parecia mesmo que o Corinthians perderia a liderança e consequentemente o campeonato, já que seria muito difícil recuperá-la nos próximos jogos. Aliás, a matemática deste campeonato está bem mais complexa do que a dos anos anteriores, principalmente entre os times candidatos à vaga da Libertadores. Mas existem momentos em que os erros viram acertos. Foi assim quando Tite resolveu trocar Willian por Adriano. A Fiel chiou. Era possível ver na cara dos torcedores a insatisfação pela escolha. Aos olhos deles, quem merecia sair naquele momento era Liedson, há algum tempo apagado em campo. Willian ao menos mostrava mais empenho, embora visivelmente cansado.

Mas o jogo mudou com a entrada do Imperador: mesmo ainda estando pesado e sem ritmo, Adriano acabou atraindo a marcação para si, deixando Liedson livre para marcar, após bom cruzamento de Alessandro.

E não parou por aí. Já no finalzinho, naquele teste cardíaco que citei no início do texto, Emerson deu uma bela arrancada e encontrou Adriano livre para mostrar que sua canhota continua calibrada, apesar do longo período (ainda não terminado) de recuperação.  Feliz pelo gol, ainda deu tempo de tomar cartão por tirar a camisa na comemoração (uma forma de mostrar que emagreceu?).

Terminado o jogo, a pergunta que muitos comentaristas esportivos já começaram a fazer: Adriano já fez valer o investimento que o Corinthians fez ao contratá-lo. É claro que não. Acho até que seja um comentário um tanto ingênuo, mais para causar impacto do que uma avaliação precisa. É claro que o golaço que marcou foi importante, mas o Imperador ainda precisa provar que não é jogador de apenas um tempo. Se tivesse se preparado melhor, poderia inclusive ser opção ao visivelmente esgotado Liedson.

Agora temos que torcer por uma vitória contra o empenhado Figueirense, para garantir de vez as chances do Timão chegar ao pentacampeonato, já que o último jogo é contra o Palmeiras, que deve se esforçar ao máximo para evitar o título corintiano.

Para finalizar, vou repetir a dose de Mad Season, já que gostei tanto de relembrar esta banda. Aqui, uma versão ao vivo de “I don´t know anything”. Abraços.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=f153VyiZpmw[/youtube]

Achilles last stand

“Com os poderosos braços de Atlas,
Que seguram os céus acima da terra”.
Led Zeppelin, “Achilles last stand”
Foto: MSN.com

Fui buscar na Wikipedia a definição:

Segundo a mitologia grega, o herói Aquiles tinha um único ponto vulnerável em seu corpo. Um ponto fraco herdado pela humanidade ao batizar o tendão de Aquiles. Tendão é um tecido fibroso, composto primeiramente por colágeno, que conecta o músculo ao osso, sendo responsável pela transferência de força entre os dois gerando o movimento da articulação. O tendão de Aquiles é o mais resistente do corpo humano, e o mais suscetível que cruza duas articulações: o joelho e o tornozelo.

Quando um jogador jovem não corresponde às expectativas em um time grande, dizemos que ele sentiu o peso da camisa. No caso do dito “Imperador” Adriano, parece que o jogador sentiu o próprio peso. Não apenas o peso físico, que é elevado e que – de acordo com o planejado – deveria ser reduzido, por meio de um plano em andamento, para que o atacante pudesse fazer sua estreia no Corinthians no dia 22 de maio, pelo Campeonato Brasileiro. Aqui refiro-me ao peso da própria carreira do “Imperador”. Adriano vem de uma péssima fase, tendo passado pela Roma sem sequer ter marcado um único gol em partidas oficiais. Má fase que se iniciou ainda na sua última passagem pelo Flamengo, quando, após uma série de polêmicas, ficou de fora do grupo da Seleção Brasileira que disputou a última Copa.

A vinda para o Corinthians, arquitetada pelo amigo Ronaldo, poderia ser vista pelo jogador como uma chance de uma nova guinada. A ideia foi prontamente aceita pelo presidente Andres Sanchez, que parece ser fã de uma bela polêmica. Já a torcida não foi tão receptiva assim, mas acabou aceitando, com aquela ressalva: “muito respeito com a camisa do Timão!”. Mas Adriano assinou com o Corinthians. Contrato de risco, pra proteger o clube dos possíveis atos de indisciplina do jogador. Na apresentação, o jogador promete não comemorar gols que marcar contra o São Paulo, clube que defendeu em 2008, constrangendo o mandatário corintiano. Uma vez apresentado, entrevista para o Fantástico, onde o “Imperador” afirma que “fará o possível” para não se meter em confusões. Daí por diante, foi necessário convencer o atleta a iniciar logo os trabalhos de recuperação, a fim de prepará-lo para sua estreia. O jogador preferia continuar se recuperando no Rio de Janeiro. No último domingo, em entrevista ao “Domingão do Faustão”, Adriano afirma já ter perdido dois dos seis quilos que supostamente deveria perder. Eu, particularmente, duvido um pouco desta meta, já que o atacante parecia estar muito mais acima do peso do que se dizia.

Agora, a lesão e a cirurgia, afastando Adriano dos gramados por pelo menos mais cinco meses. Pergunto-me: será que em setembro nosso Imperador fará jus à sua contratação, já que mais de metade de seu contrato será cumprido no departamento médico? A responsabilidade e o peso em suas costas aumentarão? Será que ao invés de pensarmos em Aquiles, devemos nos lembrar de outro personagem da mitologia grega, Atlas, condenado por Zeus a sustentar o céu sobre seus ombros? No caso dele, o ombro foi justamente a parte afetada anteriormente, da qual vinha se recuperando, e que supostamente atrapalhou seu desempenho na Roma. Esperemos.

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No próximo sábado, às 18h30, o Corinthians enfrenta o Oeste, pelas quartas de final do Paulistão. Liedson, há um mês sem marcar, fez seu último gol no campeonato justamente contra o time de Itápolis, e a esperança é que o “Levezinho” volte a mostrar a qualidade que enche os olhos da Fiel.

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A partir de hoje, nos vemos neste espaço. Agradeço ao João Paulo e ao pessoal do Ferozes pelo convite e pela confiança, e espero agradar.

Me despeço com uma música de uma banda que gosto muito, o Manic Street Preachers. Acho legal o estilo que mescla rock alternativo e de arena. Taí “You Stole the Sun from my heart”. Abraços!

Manic Street Preachers – \”You stole the sun from my heart\”