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IGUALDADE NO PLACAR, DESCONFIANÇA NO AR

O jogo de extremos entre Corinthians e Portuguesa, válido pela 5°rodada do Brasileirão, terminou frustrante para os alvinegros e até certo ponto bom para os lusitanos. 0 a 0 no Pacaembu. 1 pontinho para cada lado e fim de papo.

Luta, movimentação e raça não faltaram. Mas futebol, o principal, sim. O embate de ontem não lembrou em nada os memoráveis duelos de outros tempos. Entretanto, no ‘frigir dos ovos’, foi uma partida razoável. Assistível. Com chances claras para os dois lados.

O Corinthians, de fato, ainda está muito aquém do time aplicado taticamente e mortal nos contra-ataques que vimos ano passado. Pato, principal contratação do futebol brasileiro na temporada, não marca há 10 jogos. Paulinho, craque do time e volante titular da seleção, vive a iminência de uma possível (e provável) transferência para o futebol europeu. E para completar o enredo de azar, Paulo André e Alessandro se lesionaram. Enfim, a fase não é mesmo das melhores. Tanto é que as cobranças e, principalmente, cornetas já começaram a soar pelos lados de Pq. São Jorge. As recém-chegadas de Maldonado e Ibson dividiram opiniões entre os torcedores. Muitos desaprovaram os novos “reforços”. Fato é que o Corinthians, pelo elenco que tem, ainda é – no papel -, disparado um dos favoritos a conquista da competição. Basta provar tal status no campo.

Pelo lado rubro-verde, jogando mais um ano novamente para não cair, o placar no “clássico” foi comemorado como uma vitória. Demonstrando muita gana e vibração, a equipe do polêmico Coronel Pimenta teve “coração”, equiparando na base da vontade a técnica do adversário. Se não fossem uma bola na trave e algumas boas intervenções do gigante Cássio, a Portuguesa poderia ter deixado o Pacaembu em silêncio e com os três pontos na conta. Destaque especial para o meia Marcelo Cañete, vindo por empréstimo do São Paulo. Ao lado do experiente Souza, o argentino chegou, vestiu a camisa e tem decidido. Contra o Inter, na última quarta, no Canindé, o jogador deixou sua marca, garantindo o empate. Por outro lado, o elenco continua limitadíssimo para a força que exige o campeonato. Caso a inoperante e amadora diretoria não reforce o plantel em algumas posições cruciais, novamente o torcedor da Lusa sofrerá este ano. Abre o olho, Da Lupa. E o bolso também!

Analisando o BR-13, por enquanto monótomo e nivelado por baixo, nota-se que o resultado de igualdade tem sido até o momento a grande tônica da competição. Portuguesa e Corinthians, por exemplo, empataram três vezes cada. Porém, a equipe alvinegra ocupa a 12°colocação por que venceu uma partida, ao contrário da Lusa, que soma três empates, integrando atualmente o Z-4, na 18°posição, com 3 pontinhos.

PRÓXIMOS JOGOS – Pela disputa da final da Recopa Sul-Americana, o Corinthians volta a campo dia 3 de Julho, contra o São Paulo, no Morumbi. Já a Lusa, em duelo atrasado ainda do Nacional, enfrenta o Fluminense, na próxima quarta, no Canindé, às 19h30.

A esperança de corintianos e lusitanos, e muitos outros times, é que após a parada da Copa das Confederações, as equipes engrenem e façam boas campanhas. Caso contrário, teremos um Brasileirão pra lá de chato, com muitos clubes em crise e vários treinadores no mercado. Este é o futebol brasileiro.

Corinthians e Portuguesa empataram sem gols no Pacaembu, no último sábado (Foto: Fernando Borges / Terra)
Corinthians e Portuguesa empataram sem gols no Pacaembu, no último sábado (Foto: Fernando Borges / Terra)

DANILO – UM CRAQUE SEM STATUS

Danilo Gabriel de Andrade “Campeão”. Assim deveria se chamar o Danilo do Corinthians. Um autêntico vencedor neste competitivo esporte chamado futebol.

Nos dias atuais, a maioria das pessoas têm associado a denominação de craque a quem chama muito atenção, principalmente fora do riscado. Entretanto, Danilo está aí para provar que um craque não tem por obrigação dominar os holofotes e, sim, apenas fazer o seu trabalho dentro de campo.

Sem grife, o canhoto da cidade de São Gotardo Ibiá, interior da gigante Minas Gerais, começou sua brilhante carreira no Goiás e, logo após sucesso meteórico no Esmeraldino, rumou para o São Paulo. No clube do Morumbi, em três anos, o meia conquistou simplesmente tudo. Paulistão, Brasileirão, Libertadores e Mundial. Além disso, “Zidanilo“, apelido concedido pela torcida tricolor, foi peça fundamental em ambas as conquistas. Deixou o clube como ídolo.

Com ambição, o craque resolveu buscar mais um desafio na carreira: jogar no Japão. E escolheu o Kashima Antlers, equipe mais popular do País e que não conquistava um campeonato nacional desde 2001. Danilo chegou e também foi peça importantíssima na conquista do tricampeão Japonês (2007/2008/2009), da Copa do Imperador (2007) e da Supercopa do Japão (2009).

Um verdadeiro multi-campeão. Mas ainda tinha mais.

Sem muitas opções no mercado na época, o Corinthians buscava incessantemente por um grande nome para comandar seu meio-campo no ano do centenário. Entre eles, uns até mais badalados, o nome do “mineirinho” apareceu na mesa de Andres Sanches. Sem titubear o mandatário alvinegro fez de tudo e conseguiu obter êxito na aquisição do jogador. Sorte dele.

Em sua chegada ao Timão, Danilo demorou alguns meses até adaptar-se a sua nova casa. Afinal, sua imagem ainda era fortemente ligada ao rival São Paulo. Por conta disto, a Fiel olhava com ares de desconfiança para o camisa 20. Mas isso seria apenas questão de tempo, ou melhor, títulos, para mudar.

Logo em seu primeiro ano, o clube fracassou. Caindo nas oitavas-de-final da Libertadores para o Flamengo, no Pacaembu. Além disso, ainda perderia o título brasileiro nas últimas rodadas para o Fluminense. Mano Menezes assumiu a seleção e Tite chegou.

No início de 2011, a equipe paulista entrara para a história ao ser eliminado na pré-Libertadores de forma vexatória para o modestíssimo Tolima-COL. Em meio a crise, Danilo, um dos chamados medalhões do elenco, era contestado pela torcida, que o apelidou de “Marcha Lenta“, devido ao seu estilo de jogo mais cadenciado.

Em contrapartida, no mesmo ano, assim como todo o time, Danilo deu a volta por cima e foi decisivo na conquista do 5° Brasileirão do Timão.

Mas o melhor estava por vir…

Em 2012, em dos melhores e mais competitivos Corinthians de toda a história, Danilo estava lá, no elenco que conquistou, de forma invicta, a tão sonhada Libertadores da América.

No fim do mesmo ano, lá estava Danilo de novo. No Japão. Lugar tranquilo para ele. O Chelsea era o adversário. Corinthians BI-Campeão do Mundo. Danilo também.

Ontem, na Vila Belmiro, logo após o gol do Santos, quem apareceu para decidir? Sim, ele mesmo. Danilo fez o gol que concedeu ao Corinthians o seu 27°título paulista.

Para finalizar, quando vejo Danilo jogar, tenho a impressão de ver um jogador classudo em campo. Daqueles à moda antiga, que não precisam correr para jogar, pois basta apenas um toque para fazer a bola correr. Para fazer o time andar. Para ganhar.

Bi-Campeão do Mundo, Bi-Campeão da Libertadores, Bi-Campeão Brasileiro. Este é Danilo. Um cara simples. Simples como deve ser o futebol. Simples como deve ser a vida.

Parabéns, campeão!

Danilo conquistou mais um título pelo Timão
Campeão de tudo, Danilo, o ‘maestro da Fiel’, conquistou mais um título pelo Timão e para sua coleção: o Paulistão

MÉRITOS DO BOCA E ARBITRAGEM PÍFIA ELIMINAM CORINTHIANS DA LIBERTADORES

Antes de falar de futebol, que é o mais importante, é preciso dizer: o Corinthians foi extremamente prejudicado pela péssima arbitragem do fraco e ultrapassado Carlos Amarilla. Ponto.

O malaco Boca Juniors, que não tem nada a ver com isso, foi armado de forma impecável (NOS DOIS JOGOS!) pelo campeoníssimo Carlos Bianchi, que veio ao Pacaembu com uma só proposta: catimbar e, sobretudo, não deixar os “donos da casa” jogarem. Conseguiu.

Disse durante a partida, nos canais do FFC, no facebook, que se existe uma coisa que times argentinos sabem fazer com maestria é catimbar. E mais uma vez isso se repetiu.

Nervoso (não sei porquê), o Corinthians não foi a equipe aplicada taticamente que nos acostumamos a ver nesta recente era vitoriosa regida sob a batuta do ótimo Tite. Pelo contrário.

Confundindo velocidade com afobação, o Timão errou passes que não são de costume, além de cair na provocação barata e previsível do adversário.

Riquelme, em uma lance que achei de pura sorte – mas a sorte é companheira imprescindível de quem é provido de talento, assim como tem acompanhado o próprio Corinthians – acertou um balaço no canto de Cássio. Golaço! 1 a 0 Boca. Pacaembu em silêncio? Não.

Outro ponto crucial do belo embate de ontem foi a torcida do Corinthians. Assim como as torcidas de Palmeiras e São Paulo entre outras, a Fiel deu um verdadeiro show nas lotadas arquibancadas do Paulo Machado de Carvalho. Um espetáculo digno de uma agremiação do tamanho do alvinegro: gigante!

Apoio não faltou. Pois enquanto Riquelme comemorava o gol que mais tarde seria o da classificação Xeneize, o ‘Bando de Loucos’ empurrava o ‘bando’ perdido que estava em campo a plenos pulmões.

O primeiro tempo acabou. Muitos estavam surpresos com o placar. Afinal, o mesmo entusiasmo e clima de oba-oba criado em cima do Palmeiras contra o Tijuana, guardadas as devidas proporções, fora criado em cima do Corinthians. Em contrapartida, poucos se lembravam que do outro lado era o Boca – por mais limitado, um dos maiores campeões da Libertadores – e não a novata e fraca equipe mexicana. Tradição conta muito em competições assim.

A segunda e decisiva etapa chegou e com ela Paulinho – um dos melhores jogadores em atividade do País – marcou o gol da esperança. Do “agora vai!”. Não foi.

Durante os 10 minutos iniciais da etapa final o Corinthians foi só pressão. Pato poderia ter mudado a história, mas se atrapalhou de forma bisonha na melhor chance corintiana na partida.

O Boca, por sua vez, fechou a casinha e segurou-se do jeito que deu. Do jeito argentino.

Ao juiz, infelizmente um dos principais protagonistas da partida, nota zero. Dois pênaltis não marcados, dois gols mal anulados. Corinthians eliminado. O rival Palmeiras, na quarta, do mesmo jeito. Gol mal anulado que poderia mudar o jogo.

Fato é que as arbitragens nesta e em outras Libertadores foram simplesmente desastrosas. E o pior: nos “acostumamos’ com elas.

Não seria a hora de mudar drasticamente? Ontem, após o jogo, uma velha discussão voltou à tona: a tecnologia no futebol. Acho que além deste artifício que, sem sombra de duvidas ajudaria muito, o principal objetivo é profissionalizar a arbitragem.

Inúmeras vezes prega-se a profissionalização dos clubes, porém o maior problema é o amadorismo da profissão do juiz, que mostra-se cada vez mais latente e, principalmente, incompetente. Até quando, nós, amantes do futebol, ficaremos discutindo erros grotescos de quem está ali somente para aquilo? É uma reflexão que vale a discussão. Que exige uma posição.

Ao Corinthians, vida que segue. A campanha, que tinha tudo para terminar com o Bi, ficou para, quem sabe, o ano que vem. Os comandados de Adenor agora têm o Paulistão, domingo. A Libertadores…esta, fica para depois. Nesta temporada, há também o Brasileirão, a Recopa contra o São Paulo e a Copa do Brasil. O trabalho continua.

Ao Boca, que teve seus méritos na conquista da vaga, o troco do ano passado foi dado. A classificação fora de casa confirma que Riquelme + Carlos Bianchi no time é sinônimo de sucesso.

MISSÃO CUMPRIDA. SEGUNDA DIVISÃO NUNCA MAIS

Ufa! Agora acabou de vez! Após confirmar o acesso semanas atrás, ontem, em um Canindé com bom público, a Portuguesa, mesmo perdendo, confirmou o status de favorita e conquistou o título da Série A2 do Campeonato Paulista 2013.

Sob vaias e protestos contra o presidente Manuel da Lupa, além do sol escaldante de um domingo de outono, a Lusa terminou o certame da maneira como começou: com derrota.

Preguiçosa, a equipe rubro-verde pouco fez durante os 90 minutos de péssimo futebol. Em alguns momentos, diante do marasmo que arrastava-se o embate, confesso que fechei os olhos e cochilei, porém a narração do ótimo Silvio Luiz, que mais se parece com um show de humor, constantemente me acordava. Resisti até o fim.

Após o apito final, era nítido na face dos torcedores lusos a sensação de alívio. De dever cumprido e esperança que dias melhores virão.

Sem gritar o famoso “É Campeão!” a maioria dos quase 6 mil presentes preferiram cobrar a diretoria.

Era notório que time e torcida estavam brigados. Das arquibancadas não faltou apoio, mas a conquista pouco importava para o calejado e bravo torcedor da Portuguesa. Ele estava machucado. Engasgado.

Voltando no tempo, em 2007, o forte time comandado por Benazzi subiu de forma brilhante para a elite do futebol paulista. Já o de 2013, subiu. Mas sem brilho, com uma campanha marcada pela goleada para o Comercial e o amadorismo da gestão hegemônica de Da Lupa.

Talvez o principal motivo para tanta bronca seja pelo fato como tudo aconteceu. Afinal, há dois anos a Lusa acabara de realizar uma excelente campanha no Campeonato Brasileiro da Série B, terminando com o título.

A sensação de 2011, a Barcelusa e a favorita ao título do Campeonato Paulista sucumbiram no estadual de 2012. Ninguém entendeu a queda.

Fato é que o espinho do bacalhau desentalou da garganta ontem. Ele saiu, mas deixou sequelas. Sequelas do descaso. Do abandono.

O Brasileirão vem aí e a incerteza do que será da Portuguesa paira sobre a cabeça da torcida. A princípio, a equipe do Coronel Pimenta é candidata ao descenso. Vamos torcer e acompanhar para que, assim como ano passado, a Lusa mantenha-se na primeira divisão, que sempre será o seu lugar.

Parabéns, torcedor!

SEGUNDA DIVISÃO NUNCA MAIS.

 

PAULINHO – O MELHOR VOLANTE DO BRASIL

Nos últimos cinco anos, o Corinthians tem se especializado em revelar jogadores que, no tal do futebol moderno, são peças indispensáveis para uma equipe que almeja vôos mais altos: o volante.

Neste intervalo de tempo, passaram pela meia-cancha alvinegra nomes, hoje conhecidos, como Elias, Cristian, Jucilei entre outros. Porém, um nome dentre todos estes que tem se destacado é o do volante Paulinho.

Após rodar o norte europeu, sofrer com racismo e até pensar em largar o futebol, o pequeno Paulo voltou ao Brasil para defender o Bragantino. Mal sabia ele que ali começaria sua vitoriosa carreira.

Mostrando técnica refinada aliada à força no arranque ao ataque, o volante-meia chamou a atenção dos dirigentes corintianos, que sem titubear contrataram a então aposta da época.

Com a saída de Elias para o Atlético de Madrid, no final de 2010 Paulinho já era titular absoluto do Timão ao lado do também ótimo volante Ralf, o Pitbull da Fiel.

Com muita disposição, raça e, principalmente, gols Paulinho caiu nas graças da Nação e hoje alcançou status de ídolo do Campeão do Mundo.

Devido a solidez da equipe alvinegra, você pergunta para qualquer torcedor do Corinthians quem é o melhor jogador do time e todos demoram um pouco para responder, entretanto o nome de Paulinho acaba sempre como o mais votado.

Fato é que Paulinho é a válvula de escape do Corinthians de Tite. Quando ele não aparece, a equipe sente. Não que isso seja uma “Paulinho Dependência”, mas sua importância para o bom funcionamento do time é essencial.

Ontem no primeiro duelo da finalíssima do Paulistão-2013 contra o Santos, na qual o Coringão saiu vencedor, Paulinho foi o melhor em campo. No primeiro tempo, juntamente com toda a equipe, dominou com sobras seu setor dentro das quatro linhas. Sobrou até chapéu em cima do experiente Marcos Assunção. Na etapa final, quase marcou um gol de placa, após arrancar de forma espetacular ao ataque. Pena que a finalização saiu errada.

Peça fundamental no elenco comandado pelo Sr. Adenor, agora o camisa 8 busca provar para Felipão que volante que sabe sair jogando e marca gols não é coisa da imprensa.

Paulinho comemora gol com a Fiel
Paulinho comemora gol com a Fiel