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OS APUROS DE DAVID MOYES

Em seu exórdio nos badalados clássicos de Manchester, o técnico do United, David Moyes, descobriu a face dura do cargo que ocupa ao ver sua equipe ser categoricamente derrotada pelos anfitriões arquirrivais do City por 4×1. Tudo que bastava para vir à tona a sombra do longevo antecessor, Alex Ferguson.

David Moyes
David Moyes

Os problemas para os Red Devils começariam antes do início da partida com a confirmação do afastamento de Robin Van Persie após diagnóstico de distensão na virilha. Ausência que sequer o retorno de Danny Welbeck pôde amenizar. Trabalho facilitado para Vincent Kompany, Pablo Zabaleta e companhia na zaga Citizen.

Sergio Aguero abriria os trabalhos aos 16 minutos de jogo ao marcar em chute de esquerda na entrada da área.

Manchester City 4x1 Manchester United
Manchester City 4×1 Manchester United

Quando a partida parecia para caminhar para o 1×0 no final da 1ª etapa, Yaya Touré marcou o segundo gol para os anfitriões, fazendo justiça ao predomínio de posse de bola da equipe.

Quando a expectativa era de maior equilíbrio para a 2ª etapa, Aguero voltou a marcar logo aos 2 minutos, derrubando o moral de David Moyes e jogadores.

Mais três minutos e a fatura seria liquidada com Samir Nasri. Placar que somente seria alterado poucos minutos antes do final com belíssimo gol de falta de Wayne Rooney.

Grande vitória do Manchester City e mais um ótimo cartão de visitas do treinador chileno Manuel Pellegrini.

Derrota no derby que serviu para trazer novos questionamentos a respeito das possibilidades de condução da equipe por parte de David Moyes. Nessa linha de raciocínio, ídolos do United se expressam a respeito do momento da equipe. É o caso de Gordon McQueen ao afirmar que Moyes precisa pedir auxílio a Ferguson em relação a seu trabalho.

Fato é que o United ocupa apenas a 8ª posição na Premier League após cinco rodadas.

Os líderes são os londrinos rivais Arsenal e Tottenham Hotspur com os Gunners à frente pelos critérios de desempate.

Arsenal 3-1 Stoke City
Arsenal 3-1 Stoke City

O Arsenal recebeu o Stoke City no seu Emirates Stadium. Jogando para 50 mil fãs, abriu o placar logo aos 5 minutos com Aaron Ramsey, tomou susto ao ver o empate dos visitantes através de Geoff Cameron, mas contou o alemão Per Mertesacker e o francês Bacary Sagna para garantir os 3×1 finais. Destaque para Mesut Özil, cada vez mais assumindo a condição de maestro da equipe de Arsène Wenger em campo.

Paulinho marca no País de Gales
Paulinho marca no País de Gales

O Tottenham foi ao País de Gales para derrotar o Cardfiff City de forma dramática com gol de letra de Paulinho após cruzamento de Erik Lamela aos 93 minutos de jogo. Nova exibição convincente do ex-corinthiano em terras britânicas e verdadeiro castigo para os galeses.

Liverpool 0x1 Southampton
Liverpool 0x1 Southampton

O Liverpool vinha bem na temporada e tudo depunha para novo êxito em casa frente ao Southampton, mas Anfield assistiu o croata Dejan Lovren marcar o gol único da partida aos 53 minutos em lance originado em escanteio e pôr um fim à série invicta dos Reds.

Oscar marca para o Chelsea
Oscar marca para o Chelsea

E o Chelsea de José Mourinho começava a ser questionado devido aos recentes reveses computados e teve que suar para derrotar o Fulham por 2×0 em Stamford Bridge com gol chorado de Oscar e fechamento dos trabalhos por parte de John Obi Mikel já próximo ao final da partida.

Quem perdeu jogadores importantes de seus quadros, mas luta para manter-se competitivo é o Everton do técnico espanhol Roberto Martinez. Os Blues de Liverpool foram a Londres enfrentar o West Ham United, tiveram que buscar o placar duas vezes e foram premiados com vitória por 2×3 com dois gols de Leighton Baines.

Confira os resultados e a classificação após cinco rodadas:

Norwich 0x1 Aston Villa

Liverpool 0x1 Southampton

Newcastle United 2×3 Hull City

West Bromwich Albion 3×0 Sunderland

West ham United 2×3 Everton

Chelsea 2×0 Fulham

Arsenal 3×1 Stoke City

Crystal Palace 0x2 Swansea City

Cardiff City 0x1 Tottenham Hotspur

Manchester City 4×1 Manchester United

 

TIMES

P

J

V

E

D

GP

GC

SG


 %

1

Arsenal 12 5 4 0 1 11 6 5 80

2

Tottenham Hotspur 12 5 4 0 1 5 1 4 80

3

Manchester City 10 5 3 1 1 12 4 8 66

4

Chelsea 10 5 3 1 1 6 2 4 66

5

Liverpool 10 5 3 1 1 5 3 2 66

6

Everton FC 9 5 2 3 0 6 4 2 60

7

Southampton 8 5 2 2 1 3 2 1 53

8

Manchester United 7 5 2 1 2 7 6 1 46

9

Swansea City 7 5 2 1 2 7 7 0 46

10

Stoke City 7 5 2 1 2 4 5 -1 46

11

Hull City 7 5 2 1 2 5 7 -2 46

12

Newcastle United 7 5 2 1 2 5 8 -3 46

13

Aston Villa 6 5 2 0 3 6 6 0 40

14

West Bromwich 5 5 1 2 2 4 4 0 33

15

West Ham 5 5 1 2 2 4 4 0 33

16

Cardiff City 5 5 1 2 2 4 6 -2 33

17

Norwich City 4 5 1 1 3 3 6 -3 26

18

Fulham 4 5 1 1 3 3 7 -4 26

19

Crystal Palace 3 5 1 0 4 4 8 -4 20

20

Sunderland 1 5 0 1 4 3 11 -8 6

DANDO A LETRA

Ao que parece, o final de semana foi dos gols de letra no futebol internacional. Pela Premier League, Paulinho levou o time do Tottenham a dividir a liderança com o Arsenal, ao marcar desta forma o gol da vitória por 1 x 0 contra o Cardiff, no País de Gales. Confira abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=q4O4rbxsfWM

 

paulinho_tottenham

 

Pelo campeonato espanhol, contra o Getafe, Cristiano Ronaldo fechou a goleada por 4 x 1 com gol de letra nos acréscimos (ele já havia marcado um de pênalti). Veja:

http://www.youtube.com/watch?v=KOx5fdaDhL4
realmadrid_getafe_reuters

NOVENTA MINUTOS DE APATIA

Não há outra palavra para definir o comportamento do Corinthians diante do São Paulo no Pacaembu na tarde de domingo, 28/07/2013, que não seja esta: apático. Bem posicionado, sem sofrer muito perigo dentro da área, seguro nas defesas (Cássio sequer precisou fazer muita coisa), mas apático.

Até que ponto é uma tática eficiente caprichar na marcação , se ao final de tudo as finalizações ficarem prejudicadas pelo esquema? Tite, como sabemos, é um estudioso de esquemas táticos. Mas tem insistido demais na mesma estratégia. Com a mudança inevitável após a saída de Paulinho, nos falta aquele cara que chuta de fora da área, que surpreende. Guilherme, que vem jogando bem, tem outro estilo, mais defensivo, embora seja um segundo volante. E nos falta o batedor de faltas, o cobrador de escanteios. Enfim, o cara das bolas paradas.

Apesar do empenho de alguns jogadores de ambos os lados, o jogo passou com o placar em branco.
Apesar do empenho de alguns jogadores de ambos os lados, o jogo passou com o placar em branco.

Em contrapartida, o São Paulo consertou o que estava errado. Paulo Autuori foi esperto enquanto havia tempo e afastou o insubordinado Lúcio – que afinal de contas, o que quer da vida a esta altura da carreira? – e ainda mandou para o banco Paulo Henrique Ganso (e preferiu não utilizá-lo ao longo dos 90 minutos). Funcionou: com Toloi e Paulo Miranda, ainda que o São Paulo não tenha sido efetivo no ataque, impediu todas as jogadas do ataque corintiano.

As substituições mais óbvias e esperadas, Renato Augusto e Pato, no lugar de Émerson e Guerrero, desta vez não surtiram tanto efeito. O primeiro, embora ousado, sentiu a falta de ritmo; o segundo tentou, tentou, tentou… mas ficou no quase. Mais uma vez, o problema aqui é a diferença nos estilos de jogo. Pato não é centroavante. Até se esforça para ser, é verdade. Mas também – a despeito das opiniões que vão do 8 ao 80 – há que se dizer que é responsável por três dos seis gols marcados pelo Corinthians no campeonato Brasileiro.

Douglas, no lugar de Danilo, foi quem melhor jogou no segundo tempo. Quem dera sempre mantivesse essa regularidade.

Se ao São Paulo o que resta é salvar-se – opinião corroborada pelo goleiro Rogério Ceni – ao Corinthians resta livrar-se do marasmo ao qual vem se agarrando fortemente dia após dia.  E isso passa pela reavaliação do esquema tático implantado, à reavaliação do – como gosta dizer Adenor – “me-re-ci-men-to” de alguns jogadores pela vaga (Fábio Santos vem sendo pífio há algumas rodadas, Edenilson ainda não aprendeu plenamente a ser um lateral) e finalmente, por uma injeção de ânimo e reajuste do foco da equipe. É pedir muito?

VALEU, PAULINHO!

Ao longo do tempo em que escrevo neste portal (aproximadamente dois anos e meio), inúmeras vezes fui obrigado a dar a mão à palmatória. Como qualquer ser humano, cometi muitos enganos em meus julgamentos, e expressei muito mais aquele lado do torcedor que fala muito mais com a emoção do que com a razão. Apelo a estes clichês inevitáveis para dizer que meu maior engano é com relação ao homenageado deste texto, e todos devem saber o porquê.

paulinho2

Na ocasião da saída de Elias, aquele que tinha papel importante no meio campo corintiano, que já havia sido alçado ao status de craque, de jogador de seleção (um pouco por seus méritos no Corinthians, um pouco pelo seu prestígio com Mano Menezes, à época recém-chegado ao comando do time canarinho), eu tive muitas dúvidas a respeito de quem seria o seu substituto. A escolha natural era por Jucilei, que também não ficou muito tempo no Timão. E também não tinha o mesmo estilo e porte. Era um jogador bem diferente, na verdade. Sobrou então Paulinho (observando agora, como eu poderia usar a expressão ‘sobrou’ sem aspas?).

Vindo do Bragantino, com aquela política de se revelar jovens promessas, Paulinho começou no banco de reservas, e havia – por parte deste que vos escreve – toda a dúvida possível a respeito de seu desempenho. No caso de Elias, meia de origem, a adaptação à função de volante serviu muito bem. Havia aquela liberdade para os chutes de longe, muitas vezes decisivos. Quanto a Paulinho, foi um pouco diferente. Chegou ao Corinthians já como volante, mas já foi se adaptando a uma função bem parecida com a de Elias. No início, não impressionava tanto no que diz respeito aos chutes de fora da área, mas aos poucos foi evoluindo até superar seu antecessor. Afinal de contas, a quantas anda Elias hoje, pulando de clube em clube até chegar no Flamengo, onde ainda não conseguiu emplacar? Hoje, eu diria que seria uma opção como possível substituto de Paulinho, caso estivesse disponível para negociação. No entanto, quem diria, terá que evoluir muito para tal. Ou ao menos se readaptar ao estilo de jogo do Timão.

Substituto natural mesmo – e isso é um ponto muito positivo na atual administração corintiana – é Guilherme, vindo da Portuguesa há um ano, e que vem entrando aos poucos no time. Há também Ibson, sobre quem não se carrega muita expectativa, nem por parte da torcida, nem por parte da imprensa especializada. Podemos nos enganar novamente? Podemos. Mesmo assim, prefiro apostar no jovem volante, mais adaptado à função. Ibson é meia. Que enfrente a concorrência de Danilo (intocável, é verdade), Renato Augusto (que vinha muito bem antes da lesão) e Douglas (cheio de altos e baixos). Edenilson, a outra possibilidade, vem sendo preparado para ser lateral-direito, e sua chance de ser titular está chegando. Há também Jocinei, que entra naquela política de ser uma aposta. Quem vai saber?

A ida para o Tottenham era praticamente inevitável, e o valor pago é bem peculiar no que diz respeito a um volante. Mas faz muita justiça à atual fase de Paulinho, preponderante também na Seleção campeã da Copa das Confederações.

Por hora, o que nos resta é desejar sorte ao cara que honrou (e muito) a camisa cujo número já pertenceu a ninguém menos que o Dr. Sócrates, e torcer para que esta despedida seja apenas um ‘até breve’. Valeu, Paulinho! Foi incrível.

Jogando pelo Corinthians, Paulinho chegou à Seleção Brasileira.
Jogando pelo Corinthians, Paulinho chegou à Seleção Brasileira.

NA INGLATERRA, PAULINHO PRECISARÁ SER A EXCEÇÃO

Ao que tudo indica, Paulinho, volante titular da seleção e até recentemente o grande destaque técnico do Corinthians, está acertado com o inglês Tottenham. Valores altos para um volante, algo na casa dos 40 milhões de reais.

 

Paulinho é hoje o melhor volante do futebol brasileiro. Para mim, dos que atuam no país, não do futebol brasileiro como um todo. Considero Hernanes, da Lazio, um jogador mais completo. Mas isso são outros quinhentos.

 

Paulinho conquistou sua vaga no clube alvinegro após as saídas de Cristian e Elias. Conta nesse meio tempo a passagem de Jucilei. E fez ao lado de Ralf a melhor dupla de volantes do país na atualidade.

 

Paulinho – e também Ralf – beberam da mesma água que vem correndo pelos encanamentos do Parque São Jorge desde a queda do clube para série B em 2007 e redenção instantânea em 2008. Onde todo volante que chega como aposta acaba vingando além do aguardado.

 

Paulinho chegou já dentro dessa perspectiva, o que o ajudou e muito. Mas vingou devido a sua condição técnica privilegiada. Volante de bons recursos, chega bem a frente e tem bom arremate. Mas para mim a sua grande vantagem é a condução de bola. No que o esquema corintiano ajuda demais.

 

No time de Tite, Paulinho é a grande referência técnica, então o time trabalha de modo a permitir que ele flua seu jogo. Atua ao lado de Ralf, um Leão de Chácara que tira de suas costas a obrigação irrestrita de marcação, possibilitando suas investidas ao ataque e que acabam quase sempre pegando as retaguardas adversárias desprevenidas.

 

Na seleção não ocorre bem isso. No time de amarelo a referência técnica é Neymar – nem poderia ser diferente. Ainda que o time não jogue necessariamente para o brilho do craque, o jogo acaba girando em torno do agora camisa 10. Paulinho não conta também com um “Ralf” ao seu lado, então dentre as suas obrigações está também cuidar da marcação, auxiliar a cobertura das investidas de Oscar e mesmo de Dani Alves. Quando sobra espaço, porém, Paulinho aproveita e faz bom uso.

Diante disso tudo, pondero sobre o que aguardar da vida de Paulinho na Terra da Rainha.

Se o seu brilho se deu em um clube que vem revelando bons jogadores de sua função ano após ano, também é bem verdade que todos esses não continuaram suas trajetórias de sucesso ao trocar de clube.

Cristian era considerado um volante de seleção. Saiu para o Fenerbahce e lá nunca brilhou do mesmo modo. Ainda que seja bastante aproveitado, nunca foi titular absoluto do time.

Elias saiu do Corinthians para o Atlético de Madrid, onde foi mal. Acabou contratado pelo Sporting de Portugal em uma das maiores negociações feitas pelo clube português, mas lá o jogador mais uma vez não foi bem. Sua passagem pelo futebol europeu pode sim ser considerado um fracasso. Agora ele tenta voltar aos dias de brilho atuando por empréstimo no Flamengo, onde também não conseguiu ir bem até o presente momento.

Jucilei sempre foi mais produto da expectativa em repetir o feito dos outros dois mencionados que qualquer outra coisa. Foi atuar no Anzhi Makhachkala da Russia, onde caiu no ostracismo.

Paulinho já mostrou ser superior a todos esses, mas da mesma maneira que surgiu dentro de todo esse contexto de sucesso corintiano em revelar bons volantes, terá que conviver e superar o “fantasma” que os assolou após o término de seus vínculos com o clube paulista. Deverá ser ele a exceção dessa história.

paulinho