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UMA LIÇÃO DA BOLA

A final do Mundial de Clubes 2011 pode ser interpretada de diversas formas, mas talvez nenhuma delas seja 100% correta. Por exemplo, ao defini-la como ”vexame” logo relacionamos ao placar elástico e a facilidade encontrada pelo Barcelona durante a partida, mas há de se ressaltar e enaltecer o longo e díficil caminho percorrido pelo Santos até alcançar um posto como esse, além é claro da disparidade imensa na qualidade das equipes.

Porém seria hipocrisia dizer que apenas o fato do Barcelona ser o melhor time do mundo serviria de justificativa para os santistas se conformarem com o vice-campeonato, muito pelo contrário. Ora, se os catalães são os melhores do planeta, cabia ao Santos ao menos dificultar o inevitável e nem isso foi capaz de fazer.

Seria falta de luta ?  Talvez não houvesse armas pra lutar.
Tática mal definida ? Ainda não se descobriu uma que possa brecar esse time.
Dia ruim dos principais jogadores ? Com 25% de posse de bola fica difícil até para eles.

Tentar encontrar respostas para o revés talvez seja tão difícil quanto parar o Barcelona, por isso prefiro tratar a derrota como um aprendizado não só para o Santos, mas para qualquer clube brasileiro que um dia sonha em ter essa oportunidade de encarar um time comparado a seleção de 70 e até ao Santos de Pelé.

Seria exagerar demais fazer tal comparação ? Provavelmente não, já que o privilégio da geração que acompanhou esses dois timaços, hoje é desfrutado por quem acompanha o Barcelona de Messi e Cia.

Uma equipe repleta de jogadores talentosos que alia técnica e uma estrutura tática perfeita é digna de tal comparação, até porque do zagueiro ao atacante mais avançado a tranquilidade e a confiança são as mesmas dando a impressão que nada pode abalar um time como esse. A disparidade é tamanha que vencer gigantes europeus como Manchester United, Arsenal, Milan, além de goleadas em cima do maior rival (Real Madrid) ou dar uma aula de futebol em uma final de Mundial de Clubes parecem coisas tão simples quanto vencer uma pelada de fim de ano. De fato, a postura da equipe não muda contra nenhum adversário, seja ele qual for, por isso aplaudir de pé um esquadrão como esse é o que nos resta a fazer.

Em relação ao sentimento do torcedor santista nessa hora vale uma comparação interessante, que consite no seguinte: imagine um ente querido que está com uma doença em estado terminal, por amar demais tal pessoa você acredita com todas as forças na sua recuperação, porém quando o inevitável ocorre o conformismo é maior.  Com o Santos foi a mesma coisa, o amor que toma conta da alma de cada santista nos cegou completamente e a vitória parecia algo tão próximo que por alguns momentos era esquecida a superioridade absurda do adversário e quando o inevitável aconteceu o abatimento foi grande, mas se conformar não foi tão difícil assim.

Por isso sentir orgulho do nosso clube em um momento como esses é mais do que justo, pois esses jogadores que hoje não jogaram o que se esperava deles foram os mesmos que nos alegraram o ano inteiro com muita disposição e talento na conquista de dois títulos e nos proporcionaram um momento tão grandioso que é estar em uma final de Mundial de Clubes.

O Santos Futebol Clube que outrora ensinou o mundo e encantou os amantes do futebol, hoje aprendeu e aplaudiu, mas pode voltar pra casa de cabeça erguida e continuar o seu caminho de glórias, já que essa foi apenas uma batalha perdida.

Por isso a ordem é: orgulho

Essa é a palavra que deve reinar no coração de cada santista e é com essa inspiração que vestiremos nossas camisas, colocaremos nossa bandeira no mastro e mostraremos ao mundo que o gigante alvinegro está de pé com a dignidade e a força de sempre, pois nenhuma derrota pode apagar nem ofuscar a história mais linda do futebol mundial.

Por fim, de alma lavada eu posso gritar pelos quatro cantos do mundo: ”Nascer, viver e no Santos morrer é um orgulho que nem todos podem ter…”

Obs: Em breve mais posts sobre a trajetória do Santos no Japão e as projeções para o centenário do clube.

RELEMBRAR É VIVER (XV de Piracicaba 2 x 7 Santos – Paulistão 1961)

Caros santistas !

Hoje estou aqui com um intuito diferente de todos os meus posts, nada de análises sobre alguma partida ou comentários sobre nenhum jogador em específico. O que trago a vocês é simplesmente uma reliquia que me surpreendeu há alguns dias atrás quando abri minha caixa de emails e que mais tarde encontrei-a no youtube com narração e tudo mais.

Tal raridade dará início a uma série de posts com jogos inesquecíveis do Santos apelidada por mim de ”Relembrar é viver”.

O primeiro da série trata-se de um vídeo com os gols da partida entre XV de Piracicaba e Santos no dia 10/12/1961 pelo Campeonato Paulista daquele ano. O jogo terminou 7×2 para o Santos com direto a virada e um show a parte da maior dupla de ataque da história: Pelé e Coutinho.

É nítida a fragilidade da defesa adversária, mas se tratando do maior time que o mundo viu jogar que defesa seria páreo para o ataque dos 2092 gols* ?

Vale lembrar que essa mesma partida marcará a abertura do Paulistão 2012, onde o XV de Piracicaba retoma suas tradições e volta a elite do futebol paulista.

Direto do Estádio Roberto Gomes Pedrosa em Piracicaba-SP:  XV DE PIRACICABA 2, SANTOS 7.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=u_DhbDznH8k[/youtube]

*O ataque dos  2092 nada mais é do que o quinteto formado por: Dorval, Mengálvio, Pepe, Coutinho e Pelé, esses monstros da bola marcaram incríveis 2092 gols em 5 anos de parceria.

O TRI DO SANTOS, O ABISMO SEM FIM DO RIVER PLATE E A FINAL DA COPA OURO

Pelé e Muricy, umas das cenas mais legais da festa

Em noite mágica no Pacaembu, o Santos Futebol Clube conquistou o título da Copa Libertadores da América pela terceira vez na história ao vencer o Peñarol por 2 a 1.

Neymar sem perdão no gol defendido por Sosa

Após um 1º tempo de domínio territorial, mas com poucas chances efetivas de gol, o Peixe tratou de começar a 2ª etapa do melhor modo possível. E foi com o craque Neymar. Em bela trama, Arouca tocou para Ganso que devolveu de letra para o próprio Arouca avançar e assistir o ídolo santista que fuzilou de primeira.

 Com o 1 a 0, o Peñarol não teve alternativa a não ser lançar-se ao ataque. Demais para uma equipe coesa, disciplinada, mas sem craques. A porteira estava aberta para o Santos. Contando com falha defensiva carbonera, a jogada do segundo gol santista sairia pelos pés de Elano que tocou para Danilo colocar no canto com categoria e ampliar.

 O título estava quase garantido. Quase, pois o Peñarol era tinhoso, apesar das limitações. Aos 34 minutos, Estoyanoff cruzou pela direita e Durval, ao tentar interceptar, marcou contra. Pouco demais, tarde demais. Santos campeão.

Briga no final

Cenas emblemáticas e outras nem tanto ao final. Briga e troca de pontapés entre santistas e carboneros após o apito final. É fácil cair no discurso da turma do “deixa disso”. Difícil é estar na pele de quem acabou de perder. Segundo declarações de Luis Aguiar e Alejandro Martinuccio após o jogo, um torcedor entrou em campo e começou a provocar os jogadores do Peñarol. Ok, aquela história, nada justifica a violência. Sem dúvida. Mas quem levaria numa boa esse tipo de situação no calor da coisa?

 De mais belo, além dos holofotes apontados para Neymar, a celebração do título entre Pelé e Muricy Ramalho. O Rei dispensa comentários. O maior jogador de todos os tempos. Muricy é o treinador que aliou disciplina tática com técnica e habilidade. E somente ele conseguiu. Em nenhum momento o Santos foi tão consistente na defesa. Diminuíram os gols lá na frente? Sem dúvida. Mas escassearam também as derrotas. Espetáculo aliado à competição. O melhor dos mundos.

 Inevitável a expectativa criada para um possível duelo contra o Barcelona no mundial de clubes da FIFA em dezembro. Ainda que este Santos seja mais time que o Internacional de 2010, favor não esquecer os “Mazembes” no meio do caminho. Mas, por enquanto, a ordem é comemorar com justiça o momento de glória de Neymar e companhia.

River Plate: abismo sem fim

Festa do Belgrano após gol

Que o futebol prega peças com certa frequência não é novidade para ninguém. Mas, esquecido às vezes pelos fãs é que sequer os gigantes do esporte escapam das vicissitudes reservadas pelo mundo da bola. Que o diga o River Plate.

 Como explicado anteriormente, o River iniciou ontem sua tenebrosa jornada pelo vale da morte da “promoción” no campeonato argentino, o derradeiro fio de esperança do clube para permanecer na série A nos torneios Clausura e Apertura. E iniciou do pior modo possível. Derrota no jogo de ida por 2 a 0 para o Belgrano em Córdoba com gols de César Mansanelli, de pênalti após toque de mão de Adalberto Román, aos 25 minutos do 1º tempo e César Pereyra aos 4 minutos da 2ª etapa.

Torcida do River interrompe jogo após 2º gol do Belgrano

Em noite com ares de série B, era visível a incredulidade de jogadores, dirigentes e torcedores. Pânico coletivo em Córdoba. Pênalti infantil de Román, quinto cartão amarelo para Matías Almeyda que o tira do jogo de volta, torcida invadindo o campo após o segundo gol para pedir raça, ausência do presidente Daniel Passarella, além de jogadores deixando Córdoba e chegando a Buenos Aires sob proteção policial. Agora teme-se reação violenta da torcida. Cogita-se a realização da partida de volta no Monumental de Nuñez a portas fechadas. Inferno astral sem fim para os “milionários”.

 A partida de volta está marcada para o próximo domingo em Buenos Aires. O time necessitará de dois gols para manter-se na divisão principal. Certo é que o desespero bateu sobre toda uma nação chamada River Plate. Confira como foi.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=HI7cbQI_JZ0[/youtube]

As semifinais da Copa Ouro

E deu a lógica. Estados Unidos e México disputarão a final da Copa Ouro da CONCACAF. A dupla finalista derrotou Panamá e Honduras respectivamente ontem em território americano.

 Os donos da casa jogaram em Houston para 70 mil pessoas que viram a revanche da fase de grupos da competição quando os panamenhos impuseram um placar de 2 a 1 sobre os americanos. Mais concentrada, a equipe do técnico Bob Bradley tomou a iniciativa na maior parte do tempo, mas não teve facilidades. O gol da classificação sairia somente aos 33 minutos da etapa final com Clint Dempsey após boa jogada do ataque americano. Veja como foi.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zehC5_6coMk[/youtube] 

Já os favoritos mexicanos precisaram da prorrogação para abrir o placar e conseguir a classificação ao bater Honduras por 2 a 0 também em Houston. Jesus De Nigris aos 3 minutos e Chicharito Hernández fizeram o serviço. Confira.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=0QbBBDoCpJY[/youtube]

REVISITANDO SANTOS x PEÑAROL NA LIBERTADORES

A hora está chegando. Final da Taça Libertadores da América batendo à porta. Só que desta vez com ingredientes especiais que atendem pelas alcunhas de Santos Futebol Clube e Cub Atlético Peñarol. O que muitos ignoram é que a final da Libertadores de 2011 traz a reedição de duas disputas parelhas entre estes dois monumentos do futebol sul-americano. Disputa que está empatada no torneio continental. Um final feliz para cada lado e muita luta entre ambos.

Equilíbrio nos confrontos diretos gerais. 5 vitórias para o Santos, 4 vitórias para o Peñarol e 3 empates. Foram 24 gols santistas e 19 da equipe uruguaia. Na Libertadores, foram 6 confrontos com 3 vitórias cada. Os encontros ocorreram nas edições de 1962 e 1965. Sim, equilíbrio é a palavra. Uma vitória para cada lado em jogos de ida e volta que forçaram a realização de jogos extras. Pois é, era assim naqueles tempos. Nada de prorrogações, decisões por pênaltis e adjacências. Igualdade total no duelo significava jogar novamente até a solução da controvérsia. Fórmula de disputa que teria vida longa (foram também em 3 partidas que o Flamengo foi campeão contra o Cobreloa em 1981). O inchaço dos calendários e das competições não permitiriam mais tal luxo. Isso posto, nada melhor que recordar os confrontos entre Santos e Peñarol nas edições da Libertadores de 1962 e 1965.

1962 – O primeiro título do Santos

Capa de Pot Luck

Em 1962, Brasília já era a capital federal, o Chile era sede da Copa do Mundo e o planeta já conhecia seus “reis”. Enquanto que no Brasil, Pelé, já consagrado na Seleção Brasileira, reinava absoluto nos gramados, os Estados Unidos da América do presidente John Kennedy idolatrava um novo estilo musical. Filho do blues, o rock’n’roll dominava as paradas de sucesso do país. O grupo de New Jersey “The Four Seasons” ganhava as paradas da Billboard com seu hit “Big girls don’t cry”. Mas tanto quanto cá, os americanos já tinham entronizado um ícone: Elvis Presley. Nos idos de 62, Elvis já se tornara ídolo não só na música, mas também no cinema. E, atacando em duas frentes, dois álbuns do rei do rock bombavam nas paradas. “Pot Luck” trazia o hit “Kiss me quick”. Já na dobradinha música-cinema, o álbum trilha sonora “Girls! Girls! Girls!” para o filme de mesmo título alavancava ainda mais o nome do astro nas duas mídias. Elvis sabia das coisas. É só dar uma olhada abaixo para entender.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=UoJLoNkSYqo&feature=fvsr[/youtube] 

Girls girls girls

Eis o cenário cultural para a Libertadores. Um torneio bem diferente do atual. Apenas 10 equipes lutando pelo caneco, sendo a primeira fase disputada por 9 times divididos em 3 grupos de 3. Cada campeão de grupo avançaria para as semifinais e  juntar-se-iam a Peñarol, campeão de 1961.

 O Santos, vencedor incontestável de seu grupo, eliminaria o Universidad Católica chileno (1 a 1 e vitória por 1 a 0). O Peñarol, entrando pela via rápida graças às prerrogativas de campeão, encararia o rival local Nacional. Em três jogos (derrota por 2 a 1, vitória por 3 a 1 e empate por 1 a 1), os atuais campeões passariam à final.

Final definida e o primeiro jogo no estádio Centenário de Montevidéu. Vitória santista por 2 a 1 de virada. Sem Pelé, Coutinho encarregou-se de fazer as honras com dois gols.

Galera na Vila para Santos x Peñarol em 1962

O jogo de volta na Vila Belmiro seria marcado por uma garrafa arremessada a campo, por 90 minutos jogados, apenas 51 valendo e volta olímpica santista por nada. Alegando falta de segurança e pressão da torcida santista, o árbitro chileno Carlos Robles não considerou os 39 minutos restantes. Pepe faria o gol de empate no período. Ninguém do Santos sabia da decisão peculiar da arbitragem e os jogadores trataram de comemorar. Tudo em vão. Placar final oficial: 3 a 2 para o Peñarol.

Para a terceira partida, o Estádio Monumental de Nuñez do River Plate foi o palco escolhido para o tira-teima. É incrível, mas muitos no Brasil não acreditavam mais no Santos. Vários eram os motivos: jogo em Buenos Aires, local próximo a Montevidéu, possível animosidade da torcida local (os dirigentes santistas queriam jogar em Lima), enfim, aquelas coisas extra-campo. Pois é, esqueceram que Pelé estaria de volta após recuperar-se de contusão. Aí já era, fatura liquidada. O maior do mundo estava lá, de volta para detonar. E não somente Pelé. O maior ataque do mundo estava em ação em terras portenhas. A escalação era de impor respeito, temor e tudo mais: Gilmar, Lima, Mauro e Dalmo, Zito e Calvet, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. 4-2-4 puro. Logo aos 10 minutos Coutinho (com o toque final de Caetano anotando contra) abriu os serviços. Pelé acabou com o 2º tempo, marcando aos 3 e aos 44 minutos. Santos 3 a 0 e campeão da Libertadores. Confira alguns momentos.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=0OT_DgpWV58[/youtube] 

1965 – A revanche “carbonera”

Passariam três anos até que o Peñarol tivesse a chance de devolver a derrota de 62. O tão esperado momento chegaria para os uruguaios nas semifinais da Libertadores de 1965. Quase tudo como em 1962. Seriam necessárias três partidas para a definição do adversário do Independiente, que eliminaria o Boca Juniors na outra chave.

Três anos também foi tempo suficiente para várias mudanças. Brasília já estava nas mãos dos militares. Castelo Branco presidente. A história diz que Castelo era bem intencionado, que pretendia devolver o País aos civis. Enfim, oficialmente, o golpe militar já tinha rolado e fato é que seus sucessores recrudesceram a situação. Nos Estados Unidos, Martin Luther King marchava por direitos civis.

O rock’n’roll deixara a adolescência descompromissada de 1962 para se tornar “mainstream”, não apenas divertido mas crítico, música engajada a serviço de um mundo melhor, mais justo e livre. Revolução em ambos os lados do Atlântico.

Capa de Highway 61 revisited

Na América, Bob Dylan lançava discos que o colocavam anos-luz à frente de seus congêneres. Só em 65 foram dois clássicos: “Bringing it all back home” e “Highway 61 revisited”. Daí surgiram canções como “Like a rolling stone” e “Subterranean homesick blues”. Sob influência de Dylan, bandas como The Byrds tornaram-se sucessos comerciais no país ao lançar, ainda em 65, o álbum “Mr. Tambourine” (regravação de autoria de Bob Dylan). A California dava as caras com os Beach Boys dentro da vertente soft. Confira Dylan em ação em vídeo inovador para a época.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=d_ujAXxNxU0[/youtube]

Rubber soul, 1965.

No Reino Unido, os Beatles e os Rolling Stones já estavam nas cabeças das paradas de sucesso. O quarteto de Liverpool vinha com “Rubber soul”, atacando com os hits “Drive my car” e “Nowhere man”. Genialidade de sempre da dupla dinâmica Lennon-McCartney e capa psicodélica para o LP. Sem falar no The Who, que trazia toda ira adolescente ao lançar “My Generation. The Beatles e The Who a seguir.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=0cj6zHzTumE&feature=related[/youtube]

 [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=7xZOrWK6d4g[/youtube]

 Estádio do Pacaembu, São Paulo. No primeiro jogo, placar típico da época: 5 a 4 para o Santos. Com apenas 7 minutos, o Peixe havia marcado 3 gols. Os 3 a 0 parciais deram falsa impressão de goleada e jogo fácil. Ledo engano. Bobeada santista e reação carbonera. No final, placar apertado. Veja algumas imagens de pouca qualidade da partida.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=0Lyh_wyZMdI[/youtube]

 Para a partida de volta, em Montevidéu, muita polêmica. O Santos vencia a partida por 2 a 1 até os 34 minutos do 2º tempo, mas permitiu a virada. O empate carbonero nasceria de pênalti duvidoso. Pelé ainda sofreria pênalti não confirmado e marcaria gol de empate segundos após o árbitro argentino Luis Ventre assinalar fim de jogo. Tudo ao melhor estilo Libertadores. Arbitragens e deslealdades à parte, não havia sido uma grande exibição do Santos e tudo acabou com vitória do Peñarol por 3 a 2. Alguma poucas imagens deste jogo abaixo.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=PkQ4UEHfnfU[/youtube] 

Peñarol versão mid-sixties

E mais uma vez as atenções da América do Sul voltavam-se para o Monumental de Nuñez em Buenos Aires. Como em 62, a terceira e definitiva partida. Em mais um jogo equilibrado, o Peñarol abriria o placar somente no 2º tempo, aos 14 minutos, com Joya. Aos 30 minutos, Pelé empataria. Mas o Santos teria problemas naquela 2ª etapa de jogo. O craque Zito, jogando de volante, sentiu contusão e jogou no sacrifício. Dorval deixou o ataque para cobrir a defesa. Substituições não existiam na regra. No final dos 90 minutos, 1 a 1 e prorrogação. Aos 7 minutos da 2ª parte do tempo extra, o artilheiro carbonero Pepe Sasía marcaria o gol da classificação. Pouco depois, na final, o Peñarol cairia frente ao Independiente.

 Duas decisões, duas séries eliminatórias, uma vitória para cada lado. Duelo parelho entre Peñarol e Santos. O desempate da saga? Na próxima quarta-feira, em São Paulo, no Pacaembu.

Chazinho de Coca – Santos Futebol Clube, 97 anos

Santos Futebol Clube, 97 anos

Em 14 de abril de 1912, o Titanic afundava nas águas do Atlântico Norte. Muitos quilômetros distante dali, outro gigante dos mares surgia na mesma data: o Santos Futebol Clube.

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Berço de gênios, craques e Dele.

PS: Esse é meu mesmo.

O Santos do melhor ataque do mundo com Mengálvio , Coutinho, Pelé(Ele, o maior de todos) e Pépe, campeões de tudo e de todos. Dos Meninos da Vila campeões paulista de 1978 com Juary, Nílton Batata, Pita, Ailton Lira. Que depois entrou em tenebrosa fase sem títulos, de quase ostracismo e que só foi resgatado em 1995 pelo timaço comandado por Giovanni, e que não foi campeão brasileiro devido a péssima atuação da arbitragem que tirou o título da Vila. O Santos da nova geração dos Meninos da Vila, esses sim campeões brasileiros de 2002, com um baita time comandado por Robinho e Diego. O mesmo Santos que vê nascer agora uma nova e promissora dupla de talentosos garotos – Neymar e Ganso.

O Santos que brindou e brinda seus torcedores com cracaços históricos, mas que além de presentear seus seguidores, foi benevolente com os outros torcedores do mundo, pois nos apresentou à Ele, o maior dos maiores, o gênio entre todos os craques, o Rei do futebol. Aquele que no cartório é o Edson, mas para o universo é o Pelé.

Esse é o Santos que todos aprendemos a respeitar e admirar. O Santos que o mundo aprendeu a reverenciar. Esse é o Santos, sempre Santos.

Parabéns, Peixão. Parabéns por ser Santos.

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Despeço-me da nobreza ao som de Smile Like You Mean It do Killers

Cheers,