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DEL PIERO 700

É antigo e notório debate filosófico indagar se a vida e o futuro consistem em fatos e acontecimentos previamente traçados por algum poder superior dos quais é absolutamente impossível fugir ou se o ser humano constrói sua trajetória a cada segundo que corre no relógio da vida.

Alessandro Del Piero e sua 700ª participação no time da Juventus com gol decisivo

Exercícios mentais abstratos à parte, eis que, às vezes, surge o futebol para pôr abaixo qualquer corrente não experimental (que renega a ideia que para tudo há uma causa pré-determinada) e ratificar o determinismo como algo de fato presente em nossa existência.

Desta vez, o esporte bretão, na sua vertente filosófica, deu as caras em Turim, Itália.

Mais exatamente na partida entre Juventus e Lazio. Embate importante da Série A que colocava frente a frente os líderes anfitriões contra os terceiros colocados da capital que lutam por lugar ao sol da UEFA Champions League da próxima temporada.

Tudo isso porque na terça-feira o maior perseguidor da Juve, o Milan, havia vencido o Chievo Verona por 1×0 no Veneto, sem fazer grande apresentação e graças a chute de longa distância de Sulley Ali Muntari. Resultado que recolocava os rubro-negros na liderança do campeonato.

Tudo isso porque, na sua partida, a Juventus apenas empatava contra a Lazio (gols de Simone Pepe para a Juve e Stefano Mauri para a Lazio).

Até que surge o predestinado.

Antonio Conte, técnico da Juve, lança o veterano Alessandro Del Piero na etapa final.

Falta para os anfitriões aos 38 minutos. E lá estava ele na sua 700ª participação com a camisa da Juve, Alessandro Del Piero, para bater, guardar e garantir o 2×1 e a liderança do time de Turim na Série A.

Delírio no Juventus Stadium, mais uma vez o líder garantia a alegria da parte alvinegra de Piemonte.

Agora a Juventus fica com 68 pontos na liderança e o Milan está com 67 na cola.

 

La Liga

Bem que o Barcelona, a imprensa local e o resto da Catalunha tentaram pôr pressão sobre o arquirrival Real Madrid após grande vitória dos campeões do mundo contra o Getafe no Camp Nou por 4×0.

Esqueceram de avisar Cristiano Ronaldo.

O gajo estava em noite inspirada para o clássico madrilenho contra o Atlético Madrid no Estádio Vicente Calderón.

Os anfitriões renasceram na Espanha com a chegada do argentino Diego Simeone na direção técnica do time.

Só que o Madrid respondeu bem à pressão e o craque português fez 3 gols na vitória merengue por 4×1 fora de casa.

Os 4 pontos de vantagem madridista permanecem. O Madrid sobe para 82 pontos contra os 78 do Barça.

 

Bundesliga

A sensação é que o campeonato acabou em termos de título, já que o líder Borussia Dortmund fez 1×0 no vice-líder Bayern em casa com gol do polonês Robert Lewandowski em grande fase.

Clima de decisão no Iduna Park Stadium e mais de 80 mil fãs estiveram presentes no Estádio de Dortmund para o jogo mais importante do futebol doméstico alemão na temporada.

Dia para Arjen Robben esquecer, já que o holandês teve a chance de empatar a partida em cobrança de penalidade. O goleiro Roman Weldenfeller defendeu cobrança ruim do jogador do Bayern.

Não bastasse o pênalti perdido, Robben perderia nova chance debaixo das traves.

Agora o Dortmund vai a 69 pontos contra os mesmos 63 do Bayern que terá que priorizar a Champions, o que não é pouco, e pensar no Real Madrid. Tudo isso com a ressaca da derrota interna para o maior competidor. Durma com esse barulho Bayern!

 

English Premier League

Parecia que não mais, porém hoje dá para dizer: “temos um campeonato!” na Inglaterra.

Graças ao Wigan, ameaçado de rebaixamento, que aprontou para cima do poderoso Manchester United ao fazer 1×0 em casa.

Para completar o dia negativo dos Red Devils, o arquirrival Manchester City fez 4×0 no West Bromwich em Manchester e reduziu a diferença na classificação para 5 pontos com o confronto da dupla da cidade se aproximando.

Campeonato novamente em aberto pelas terras inglesas.

 

Vida longa e próspera às ligas nacionais!

LÍDERES A PERIGO

As rodadas dos campeonatos nacionais europeus proporcionaram novas perspectivas para as ligas que tinham como certo seus destinos na temporada.

Mudanças que relegaram líderes e ex-líderes à condição de segundo lugar na tabela ou que fizeram acender o sinal de alerta para outros que possuíam situação de relativo conforto.

Juventus, nova líder da Serie A

Fatos que adicionam pimenta malagueta nas rodadas vindouras de meio de semana.

 

Serie A italiana

Um Milan de ressaca pela derrota e eliminação para o Barcelona na UEFA Champions League entrou em campo no Estádio San Siro. Nestas condições não poderia ser diferente para o time rubro negro: derrota de virada para a Fiorentina por 2×1 e o adeus à liderança do calcio.

Tudo isso graças à vitória da Juventus sobre o Palermo na Sicília por 2×0.

Agora a Juve fica com 65 pontos na liderança e o Milan permanece com 64, mas no 2º posto.

O time de Massimiliano Allegri terá que tirar leite de pedra para vencer o scudetto, pois lida com concorrente organizado que depende somente de si para ser campeão.

 

La Liga espanhola

E o Real Madrid vê o todo-poderoso Barcelona crescer no retrovisor, já que apenas empatou contra o Valência em 0x0 em casa.

Já o Barça foi a Zaragoza e fez 4×1 na equipe local. Lionel Messi fez dois gols e contribuiu para sua equipe reduzir a desvantagem para o arquirrival para apenas 4 pontos.

Momento negativo para o Madrid de José Mourinho na temporada e cresce a pressão sobre o português pelos lados do Bernabéu.

 

English Premier League

Na Inglaterra, alegria total para o Manchester United que fez 2×0 no Queens Park Rangers em partida apenas mediana.

Já o rival Manchester City tinha compromisso difícil em Londres contra o Arsenal e perdeu por 1×0 com gol de Mikel Arteta aos 42 minutos do 2º tempo.

Partida que marcou a expulsão de Mario Balotelli. Expulsão sucedida por reprovação geral do comportamento do bad boy italiano que havia cometido falta violenta em Alex Song e, mais tarde, em Bacary Sagna.

Com estes resultados, o United somou 79 pontos contra 71 do City.

Fica difícil a situação dos citizens na liga, bem como a de seu treinador, Roberto Mancini.

 

Bundesliga

Na Alemanha, tanto Borussia Dortmund quanto Bayern de Munique venceram seus jogos (3×1 no Wolfsburg fora de casa e 2×1 no Augsburg em casa, respectivamente).

Até aí, tudo estaria dentro da normalidade, só que líder (Dortmund) e vice-líder (Bayern) se enfrentam nesta quarta-feira no jogo do ano do futebol doméstico alemão.

O Dortmund está com 66 pontos e o Bayern tem 63.

 

Muitas novidades podem surgir nas rodadas de meio de semana Europa afora.

SOBRE O IMBRÓGLIO LUIS SUÁREZ E A RODADA DA PREMIER LEAGUE

Tudo começou no dia 15 de outubro de 2011. A partida era Liverpool vs. Manchester United válida pelo 1º turno da atual temporada da English Premier League. Partida que terminaria em 1×1. Tudo normal até então.

 

Sem aperto de mãos

Até que foram levantadas acusações de abuso racial do uruguaio Luis Suárez do Liverpool contra o francês Patrice Evra do Manchester United por parte da Football Association.

A partir daí houve aquele sim contra não entre as partes envolvidas.

O Liverpool apoiou Suárez, apelando inclusive para as origens multirraciais do uruguaio.

Mas na Inglaterra as coisas são sérias e a FA conduziu investigação de nível profissional a partir das imagens do episódio.

Como o uruguaio dirigiu-se a Evra em espanhol, até especialistas em leitura labial e interpretação na gloriosa língua de Cervantes foram chamados para dar o máximo de credibilidade ao processo.

As evidências contra Suárez eram irrefutáveis, apesar das negativas de racismo por parte do uruguaio. Condução séria de algo grave foi a palavra de ordem na FA.

A sentença estava definida. Luis Suárez levava oito jogos de suspensão.

Manchester, 11 de fevereiro de 2012. Passados quatro meses do triste episódio, lá estavam os mesmos Manchester United e Liverpool perfilados em Old Trafford.

E antes mesmo do apito inicial, a coisa esquentou, e para valer.

No momento dos cumprimentos de praxe, lá estava Patrice Evra, a vítima, em postura magnânima, oferecendo-se a cumprimentar seu algoz.

Eis que Luis Suárez recusa-se a fazê-lo, tirando a mão da direção da mão de Evra com rispidez.

Parecia ali que Suárez sentia-se vitimizado pelas denúncias de Evra na FA, culpando o francês pelo longo gancho recebido.

Gesto que gerou mais confusão durante a partida. Logo no primeiro lance, Evra e Suárez quase se estranharam.

No intervalo mais confusão. As câmeras não mostraram, mas relatos garantem que os jogadores de ambos os lados se pegaram à tapa no caminho para os vestiários.

Ah, o jogo? Sim, este foi decidido em dois minutos, no início do 2º tempo mais precisamente. Tudo por conta e obra de Wayne Rooney. Luis Suárez diminuiria o placar, pouco demais tarde demais. Vitória do United.

E a confusão continuou.

Alex Ferguson declararia no pós-jogo que o uruguaio não deveria mais jogar no Liverpool. O ídolo do futebol inglês, Kenny Dalglish, técnico do Liverpool, a princípio defendeu seu atleta.

As coisas começaram a mudar no dia seguinte.

O Liverpool veio a público para deixar claro que foi “enganado” pelo seu jogador, insinuando que o uruguaio colocaria uma pá de cal no triste episódio.

Até que o próprio Luis Suárez soltou esperada declaração. Tudo para assumir o grave erro, que deveria ter dado a mão ao francês.

Mea culpa inútil ou antes tarde do que nunca?

Obviamente, o mundo condena Luis Suárez, e não sem razão. Após ofensas racistas, a recusa de encerrar a confusão com novo e grave equívoco.

Tentar buscar algo de positivo e perdoável no ato (praticamente não há) é tarefa hercúlea.

As esperanças de Suárez em ganhar a compreensão humana talvez residam em algo que Chico Buarque dissera há muito: “Deus permite a todo mundo uma loucura”.

Que o triste fato ocorrido em Liverpool e Manchester tenha sido a única loucura da vida de Luis Suárez permitida por Deus.

 

 

City ainda líder

 

Tudo muito bonito e legal para o United no sábado, mas o City não sucumbiu à pressão imposta.

No domingo, a equipe de Roberto Mancini foi a Birmingham e fez 1×0 no Aston Villa em partida difícil com gol de Jeoleon Lescott no 2º tempo.

Vitória que levou o City a 60 pontos, mantendo a liderança, contra 58 do United.

O Tottenham Hotspur aplicou impiedosos 5×0 no Newcastle, que cai pelas tabelas. Os Hotspurs ficam com 53 pontos à espreita de eventuais mancadas da dupla de Manchester.

Henry marcando contra o Sunderland

O show do Tottenham vem em semana de demissão de Fabio Capello por conta do affair “John Terry e a braçadeira de capitão que vale ouro na seleção inglesa”. Qual a relação? Ninguém menos que Harry Redknapp, atual treinador dos Hotspurs, surge como o mais cotado para dirigir o English team na Eurocopa que se aproxima.

Tudo muito legal, mas quem pode levar a pior em mais uma confusão do futebol inglês é o embalado Tottenham, que corre o risco de ficar sem seu treinador.

O irregular Chelsea levou 2×0 do Everton e quem agradeceu, e muito, foi o Arsenal. Os Gunners foram a Sunderland e garantiram vitória por 2×1 em cima da hora com gol salvador de Thierry Henry. Agora o Arsenal sobe para 4º lugar e o Chelsea fica em 5º, ambos com 43 pontos.

 

Helter Skelter

 “Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade!” Já dizia o Eclesiastes. Após tantos imbróglios, tantas confusões, a coluna não poderia terminar de outra forma, a não ser a clássica dos Beatles, “Helter Skelter”, com Sir Paul McCartney no Morumbi, São Paulo.

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E AGORA WENGER?

Algo que parecia inacreditável para o futebol inglês – sempre preciso, profissional e planejado – aconteceu neste domingo no Emirates Stadium de Londres, mais especificamente durante o 2º tempo da partida que marcou a vitória do Manchester United por 2×1 sobre os anfitriões do Arsenal, quando o técnico “gunner” Arsene Wenger decidiu substituir o atacante Alex-Oxlade-Chamberlain por Andrey Arshavin e os fãs responderam com vaias à decisão do confuso treinador.

Arsene Wenger

Foi a terceira derrota consecutiva do Arsenal na Premier League. A situação de Wenger ao final da partida era tão embaraçosa em Londres que o francês contou com a solidariedade de Alex Ferguson, seguramente ciente do momento ruim do colega.

O jogo teve seu equilíbrio até os 30 minutos quando o Manchester United começou a ter domínio das ações.

O goleiro Wojciech Szczesny fez grande defesa em tentativa de Nani, mas foi Antonio Valencia que abriu o placar antes do intervalo.

Valencia abre o placar em Londres para o United

A 2ª etapa teve amplo predomínio do Arsenal durante os 15 minutos iniciais, Robin Van Persie perderia gol incrível após escorregão de Chris Smalling no meio de campo que provocaria contra-ataque mortal dos anfitriões, mas uma sequência equivocada de passes que causaram perigosas jogadas ofensivas do United reequilibrou as ações. Per Mertesacker tiraria bola quase em cima da linha em conclusão de Danny Welbeck.

Curiosamente, quando os visitantes voltaram a dominar a partida, Robin Van Persie recebe bola e acerta chute cruzado de difícil conclusão empatando o placar após contra-ataque veloz.

Aí veio a decisão polêmica de Wenger. A substituição de Chamberlain por Arshavin parecia mais uma loucura do francês. Outros viram inabilidade ou simplesmente falta de criatividade ou de ideias. Fato é que as vaias da torcida tiveram freqüência ampliada após alguns erros defensivos do russo.

Tudo piorou com o gol de Danny Welbeck após tabela entre Valencia e Ji-Sung Park aos 36 minutos.

Gol que selou o resultado do jogo.

Arsene Wenger, mais do que nunca, é contestado no comando do Arsenal. E a pergunta fatal é a seguinte: teria chegado a hora de substituí-lo ao final da temporada?

Ruim para o Arsenal que está sempre mais distante da zona de classificação da Champions e, principalmente, dos líderes na 5ª colocação com 36 pontos.

Excelente para o United que não permitiu o maior afastamento do rival e líder Manchester City que havia vencido, pouco antes, o Tottenham por 3×2 com gol em cima da hora de Mario Balotelli de pênalti, aos 95 minutos de jogo mais precisamente, em partida com excelente 2º tempo quando os cinco gols foram anotados.

Agora o City está com 54 pontos na liderança e o United sobe para 51 no 2º lugar.

Reverências também ao Tottenham. Os Hotspurs dificultaram a vida dos líderes em Manchester com excelente atuação de Gareth Bale, o melhor em campo, e permanecem em 3º lugar com os mesmos 46 pontos.

O Chelsea perdeu oportunidade de se aproximar da 3ª colocação ao abrir a 22ª rodada com mero empate contra o Norwich City por 0x0. Agora são 41 pontos para os 4º colocados.

Ainda a destacar, a expressiva vitória do modesto Fulham por 5×2 sobre a ex-surpresa da temporada, o Newcastle. Foram três gols do estadunidense Clint Dempsey. O Newcastle permanece na cola do Arsenal com 36 pontos. O Fulham conseguiu subir para o 12º lugar com 26. Já o Liverpool voltou a decepcionar ao sair para enfrentar o Bolton e perder por 3×1. Temporada para os fãs do Liverpool esquecerem por ora.

Na semana, a Inglaterra realiza rodada eliminatória da Carling Cup, a Copa da Liga Inglesa.