No primeiro Majestoso da Recopa Sul-Americana, disputado entre São Paulo x Corinthians, ficou claro que de um lado temos uma equipe pronta, que mesmo com a saída de Paulinho, manteve o padrão tático (Guilherme pode sim fazer o time continuar funcionando), a intensidade e a força de sempre. E, do outro, nota-se apenas a existência de um time – que há tempos encontra-se em formação e, principalmente, fora de sintonia.
Na noite de ontem, o que se viu no estranho gramado do Cícero Pompeu de Toledo foi um Corinthians frio como sempre, porém menos agressivo no ataque, mas ainda mortal e, sobretudo, com sorte. O São Paulo, apático como de costume e ainda dependente das arrancadas de Oswaldo, mostrou novamente possuir um setor criativo nulo, capitaneado pela péssima atuação do até aqui mico chamado Paulo Henrique Ganso. Já está mais do que provado que Jádson e o camisa 8 não podem atuar juntos.
No truncado primeiro tempo, Guerrero abriu o placar para os “visitantes” em jogada rápida de Romarinho para cima do fraco e recém-integrado lateral Juan. Aliás, um dos pontos fracos deste estranho time tricolor comandado pelo ameaçado Ney Franco (Muricy está desempregado) é justamente as alas. Por mais experiente que seja, Clemente Rodriguez, contratado durante a Copa das Confederações, ainda é uma incógnita. Incrível mesmo é o azar ou talvez a falta de competência dos dirigentes são-paulinos ao contratarem laterais. Desde a saída de Cicinho que o clube não acerta nos nomes para a posição.
No primeiro minuto da etapa complementar, Cássio errou e quase virou protagonista. Entretanto, mesmo sem ser o mesmo de um ano atrás, o Corinthians tem acertado muito. Assim como acertou Renato Augusto, no lindo e decisivo gol marcado em cima do errado Rogério Ceni. Adiantado mais uma vez.
O resultado de 2 a 1 a favor dos Alvinegros pode até não significar tanto, afinal esta decisão simboliza nada mais do que um título simbólico criado pela Conmebol para encher linguiça no já estufado e errôneo calendário do futebol brasileiro. Mas trata-se de um clássico. Um clássico que há algum tempo tem ganhado um teor de rivalidade gigantesco. Um clássico capaz de instalar crises. Um clássico. O clássico.
O tabu corintiano continua no Morumbi. Cabe ao São Paulo, agora no Pacaembu, na segunda partida, reverter a situação e jogar o que não tem jogado: futebol. Ao time do Adenor, basta continuar sendo o Corinthians dos últimos tempos: campeão.