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FEZ TODA A DIFERENÇA

 

Meus amigos, há algum tempo eu vinha dizendo a diferença que faz Danilo no time do Corinthians e como as suas atuações e posicionamento influenciam nos resultados do time ao longo dos campeonatos. Não vou tirar os méritos do nosso maestro, até porque ele é sim muito decisivo. Mas o ponto de equilíbrio da equipe do Adenor realmente é Paulinho. Tanto é assim que nos últimos dias, neste esquema que vem sendo adotado, o maior problema foi o fato do volante (?) ter atuado muito perto de Ralf, mais dedicado à marcação. Tite insistia em lançar Romarinho, jogador de maior explosão, ao invés de Jorge Henrique, mais marcador e tático do que técnico, embora também tenha seus momentos de habilidade. E eu não entendia a razão. Agora eu entendo. Havia um problema com o baixinho.

Uma das coisas mais emblemáticas deste Corinthians comandado por Tite sempre foi o propagandeado bom ambiente. Como sabe bem quem trabalha com gestão de pessoas, fatores determinantes para um bom desempenho de seus comandados são o clima  e a cultura organizacionais. Onde o clima é ruim e os colaboradores não estão engajados a respeito da cultura, dificilmente é possível obter um bom trabalho. O que se sabia do Corinthians até agora era isso. Com a exceção óbvia para Adriano, que todo mundo sabe que começou e terminou errado. O ex-Imperador já chegou ao Timão se despedindo, sejamos claros.

Não cabe aqui ficarmos especulando o motivo, até porque só interessa ao clube e a ele. O jogador já admitiu que errou. Mesmo assim, o clima é de despedida, Tite e a direção parecem irredutíveis, e a tendência é que ele seja negociado.

Fato é que – voltando ao início da nossa conversa, pela falta de um marcador no meio de campo, sobrou a função para Paulinho, um “todo campista”, como definiu Mauro Beting. E Paulinho foi marcador. Mas não foi armador, não foi finalizador. E o Corinthians penou. Chegou à final sem brilho algum, na disputa por pênaltis contra o São Paulo, onde ninguém jogou bem.

Contra o Santos, a mudança foi a seguinte: a escalação permaneceu a mesma, mas Tite mudou um detalhe. Não promoveu aquela rotação no meio de campo. Danilo se manteve por dentro, com Emerson e Romarinho partindo dos lados e Guerrero isolado na frente. Com um meio de campo sem muitas variações, Paulinho pôde partir de trás e por vezes formar a linha com os demais jogadores no meio. Linha esta que sufocou o Santos. Só deu Timão no primeiro tempo.

Se o meio de campo do Corinthians atuou com eficiência, não podemos dizer o mesmo sobre o do Santos. No improviso, sem o cara do setor (Montillo, que também não vinha atuando com maestria), Muricy Ramalho teve de se virar com Arouca na armação ao lado de Cícero, com Marcos Assunção e Renê Júnior de volantes. Não deu liga, e o Peixe viu o Corinthians abrir o placar aos 41 minutos do primeiro tempo com Paulinho, depois de falta cruzada na área e com vacilo de Assunção. Teve mais aos 29 do segundo tempo, com belo chute de Paulo André. Mas Muricy deu um jeito no Santos na segunda etapa. Com Felipe Anderson substituindo Marcos Assunção, colocou Arouca em sua real posição, acertou um meio de campo um pouco mais “clássico” e liberou Neymar para aparecer um pouco mais. Na cobrança de falta de Felipe Anderson, aos 36 do segundo tempo, surgiu a chance que Durval aproveitou. E equilibrou a disputa. Agora está tudo aberto novamente, e o Peixe pode muito bem sonhar com o título na Vila. Não dá pra duvidar. Mesmo que o Corinthians seja um time com muito mais identidade em termos de elenco.

Mas precisa?

Causa estranheza a notícia de que o Corinthians pensa em contratar Maldonado, que vem se recuperando no clube. Daquelas contratações que a gente não consegue entender muito bem para que servem. Ao estilo do que foi a passagem de Anderson Polga pelo Timão.

PALAVRA DE JOGADOR

Por Ciro Barros
Paulo André, do Corinthians: “Hoje temos cargos políticos e não técnicos para conduzir o futebol”

Será que a discussão sobre os impactos da realização da Copa do Mundo no Brasil não esqueceu de incluir ninguém? Especialistas, dirigentes, políticos, a própria Fifa… Muitas são as vozes ouvidas neste debate. Mas e os jogadores? O que os grandes protagonistas do evento têm a dizer sobre ele?

O Copa Pública convidou o zagueiro Paulo André, atualmente no Corinthians, para refletir sobre a organização da Copa do Mundo de 2014 e apresenta aqui um jogador que foge ao discurso insosso adotado por alguns de seus companheiros de profissão, ensaiados nos “media-training” das assessorias de imprensa, e não teme polêmicas, criadas a qualquer declaração das estrelas da festa, os jogadores.

“Muito provavelmente a gente não vai ter legado, não vai ter boas coisas após a Copa do Mundo a não ser dívidas milionárias que serão pagas por nossos impostos” diz sem medo de melindrar ninguém. Paulo André se preocupa com as condições de trabalho dos atletas, a decadência técnica e a gestão do futebol brasileiro. Articulado, o zagueiro é autor do livro “O Jogo da Minha Vida” (Editora Leya), lançado em 2012, e parece determinado a incluir de vez a voz dos protagonistas do futebol na sociedade.

O que você acha do Brasil sediar a Copa do Mundo?

Bom, inicialmente (sou a favor) sim. Como trata-se do maior evento esportivo do planeta e sendo o país do futebol, eu acho que é interessante para um país que está se desenvolvendo receber a Copa do Mundo. Então, na essência eu sou a favor. Mas aí quando você entra nos pormenores, nas entrelinhas, acho que o foco deveria ser o legado que deixa para as futuras gerações como centros esportivos e formação de jovens atletas. Muito provavelmente a gente não vai ter esse legado, não vai ter boas coisas após a Copa do Mundo a não ser dívidas milionárias pagas com os nossos impostos.

O atleta, enquanto protagonista da Copa do Mundo, enquanto protagonista da Copa do Mundo, poderia participar mais da organização da competição?

De alguma maneira os jogadores estão alienados com relação ao evento. A gente fica só esperando, a gente enquanto classe, assim como a população em geral, fica esperando 2014, a realização dos jogos para comemorar, para festejar e acaba ficando um pouco alheio a toda a política e tudo o que envolve essa montagem do palco, ou dos palcos para a Copa do Mundo. Não sei se caberia aos atletas se envolver na organização, porque essa discussão é entre governos federal, estadual e municipal, além é claro da Confederação e das Federações de futebol. Acho que ex-atletas deveriam ter cargos dentro dessas federações e confederações e aí sim representar de alguma maneira e através da sua experiência os atuais jogadores.

A Copa não poderia também levantar a bola da decadência técnica do futebol brasileiro?

Acho que não precisaríamos receber uma Copa do Mundo para perceber ou enxergar que a gente ficou um bom tempo estagnado. Só os últimos resultados da seleção e assistindo ao Barcelona podemos nos dar conta de que nós paramos no tempo e precisamos aprender coisas novas e evoluir. Então esse ano a gente já viu algumas coisas na CBF começando a ser discutidas. Estamos começando a nos movimentar de novo e eu espero que a gente saiba aonde quer chegar.

Então o futebol brasileiro aprendeu alguma coisa após os 4 a 0 que o Barcelona fez no Santos na final do último Mundial Interclubes? 

Acho que sim, até escrevi um texto no meu blog sobre isso. Acho que enquanto a gente perdia um jogo aqui e um jogo lá, ainda desconfiava de que éramos os melhores do mundo, o país do futebol, e que tínhamos os melhores jogadores. E esse jogo foi interessante por isso, porque a gente viu o Neymar, que é o nosso melhor jogador e a nossa grande esperança de alegria para a Copa do Mundo, saindo do jogo dizendo que o Santos tinha acabado de receber uma aula de futebol. Ou seja, ele foi muito honesto, sábio e fez uma leitura perfeita do jogo. Acho que a partir dali coisas começaram a se movimentar. Muito lentamente, acho que há um bom caminho a ser seguido, e esse caminho passa pela capacitação de profissionais não só na formação, mas na gestão do futebol do Brasil. Hoje nós temos cargos políticos e não temos cargos técnicos de pessoas qualificadas para levar o futebol no caminho que ele tem que ir.

 

 Hoje nós temos cargos políticos e não temos cargos técnicos de pessoas qualificadas para levar o futebol no caminho que ele tem que ir

 

O que você acha que precisaria ser mudado no futebol brasileiro em termos de gestão e de formação de atletas? 

Bom, com relação à gestão é como eu disse: quem quer assumir a CBF, ou está lá, tem que saber exatamente aonde quer chegar. Qual é o tipo de jogo que o Brasil quer apresentar daqui a dez anos? Como fazer isso? Como formar esses jogadores? É preciso acompanhar isso do começo. É lógico, nem tudo é errado, nem tudo está perdido, mas tem muitas coisas que podem ser mudadas e melhoradas. Infelizmente hoje, temos que copiar os outros, a gente não está mais inventando toda a coisa. Com relação à formação, acho que um calendário único (poderia ser feito) para que você possa otimizar a formação e não pensar em resultado. Na minha opinião, teríamos que dar mais tempo aos jovens. A gente é muito precoce e nossos jogadores, com 17, 18 anos já têm que estar no profissional quando eles não estão maduros o suficiente para isso. Eles não têm uma formação adequada não só dentro de campo, como principalmente fora de campo, como cidadãos e seres humanos.

Falta investimento no esporte no Brasil de uma maneira geral? Os atletas, por uma série de fatores, deixam de reivindicar e pleitear mais investimento?

Acho que o futebol é um caso a parte. O futebol tem investimento necessário e os clubes recebem bastante dinheiro para sobreviver. Os outros esportes, os olímpicos em especial, passam enormes dificuldades, pois não há investimento na formação dos atletas e esse investimento só ocorre quando os atletas já são campeões mundiais ou olímpicos e chegaram lá de alguma forma que não através do investimento do governo. Sem dúvida nenhuma, uma grande parcela de culpa é dos atletas que não se unem e não reivindicam os seus direitos ou melhorias e todo mundo tem medo de falar pela possibilidade de ser retaliado depois. Ou seja, você tem um fenômeno no atletismo que acabou de surgir em que a pessoa não pode falar mal da federação ou da confederação porque ela depende daquele dinheirinho que recebe mensalmente para sobreviver e para viajar para os campeonatos. Então, é bem difícil. Esses dias o Aldo Rebelo falou uma coisa que me chamou bastante a atenção e acho que ele tem razão. Ele disse: não falta dinheiro para as federações e confederações, o que falta é capacidade de gestão. E os políticos que estão lá há mais de dez anos, na maioria dos casos, estão ultrapassados e não têm a menor ideia do que é gerir uma federação ou confederação de esporte, seja do futebol ou dos esportes olímpicos.

Como você reagiu quando o Ronaldo, que foi seu companheiro de elenco, assumiu o Comitê Organizador Local (COL)? Você acha que há conflito de interesses por ele ter uma agência que gere a carreira de alguns atletas? 

Acho que o Ronaldo é um cara que quer fazer bem para o Brasil e que quis ajudar o país a ter uma boa imagem e a observar o que estava acontecendo ali dentro. Talvez não tenha sido bem explicado qual seria a função dele, ou a obrigação dele como um representante do COL e isso passou meio que batido. Mas o Ronaldo é uma pessoa idônea e o mínimo que a gente pode esperar dele é que ele busque o bem do futebol e o bem do país. Não consigo cobrar, mesmo ele sendo meu amigo, e não sei se eu consigo cobrá-lo como brasileiro porque eu não sei qual é a função dele. O COL vem sendo muito criticado e tem tido muitos problemas.

Então o que vai ficar para os jogadores depois da Copa? O que um jogador iniciante que está lendo esta entrevista pode esperar?

Sem ser muito pessimista, eu vejo os estádios que estão sendo construídos, teoricamente de última geração, que vão melhorar um pouco a qualidade e as condições de trabalho dos atletas. Na formação, a gente vê pouca coisa mudando devido à Copa. Então acho que de legado mesmo, só os estádios. Fora isso, pouca coisa vai mudar.

http://apublica.org/2012/05/palavra-de-jogador/

 

GOLAÇO LITERÁRIO – O JOGO DA MINHA VIDA.

Por: Fábio Vanzo

Além de bom zagueiro – Bola de Prata em 2011 –, Paulo André, que atua pelo Corinthians, e já teve passagens por Guarani, Atlético-PR e Le Mans (França), é quase um homem da renascença futebolística: mantém um blog [ http://pauloandre-13.blogspot.com.br ] com textos muito bem escritos, dá boas entrevistas, sem aquele papo decorado de sempre, joga tênis, pinta quadros (!) e ainda se envolve em questões sindicais de sua categoria profissional. Nada mais justo que ele expressasse suas reflexões também em livro.

Longe de ser um intelectual no sentido estrito – e é exatamente esse o ponto, não há pseudofilosofias, nem citações empoladas, apenas um cara que usa o cérebro que tem – vamos acompanhando uma trajetória comum a muitos jogadores que não são acima da média. Se um craque como Neymar é descoberto cedo ou tarde e sua carreira tem tudo para despontar, não há nenhuma garantia de que um jogador que não seja extraordinário, mas apenas competente, consiga lugar ao sol.

E lá vão temporadas em alojamentos precários, peneiras e mais peneiras, empresários espertalhões, falsos amigos dando maus conselhos e a permanente angústia de apostar tanto em algo tão incerto. Como ele mesmo diz em uma de suas reflexões:

“Eu pensava muito sobre o valor das escolhas e das prioridades que havíamos assumido tão cedo. Pergunto-me até hoje por que eu e tantos outros tivemos de passar tanto tempo ali, alojados, concentrados? Por que treinar em dois períodos nessa idade, tão jovens? Por que se especializar tão cedo em uma área e deixar todo o resto de lado? Na minha cabeça éramos tratados como cavalos que comem e descansam para depois correr… até hoje penso no deixamos de viver e aprender nesse período. Por que não desenvolver outras habilidades além do futebol?”

Uma vez profissionalizado, não pense que a coisa sossega: além de os empresários espertalhões e os falsos amigos continuarem rondando, surgem as contusões, as transferências para o exterior que nem sempre dão certo, a insegurança de precisar disputar lugar no time (lembre-se de que ele não é um craque incontestável, que chega jogando em qualquer time) e as intermináveis concentrações.

Tudo isso vivido por pessoas muito jovens – Paulo André tem apenas 28 anos e tanto para contar – que precisam amadurecer muito cedo e que têm no esporte, muitas vezes, a única garantia de não passar fome e de dar uma vida digna aos pais e irmãos.

Tendo como eixo sua própria carreira, Paulo André aproveita sua trajetória para contar os inevitáveis “causos” (quando sua postura contida até demais se torna um pouco mais solta) e dar conselhos para jovens jogadores e seus familiares. É uma tentativa de que seus erros e acertos sirvam de exemplo aos mais jovens.

Num universo que se divide entre marrentos, bonzinhos evangélicos e aqueles que só repetem o que o assessor manda, o livre-pensamento de Paulo André é mais do que bem-vindo. E com certeza você passará a respeitar mais aquele jogador do seu time que, se não é um craque, dá conta do recado com seriedade, pois ele ralou muito para estar ali.

 

O jogo da minha vida: histórias e reflexões de um atleta
Paulo André

Editora leYa | 306 páginas | Preço médio: R$ 35

Na hora certa e no lugar certo

Já houve momentos em que esqueci que Ramirez está no elenco do Corinthians.

Quem escreve sobre futebol tem que se preparar para cair em contradição a qualquer momento. Por exemplo: recentemente eu disse que a noção que se tem de equilíbrio no Corinthians não é verdadeira (e ainda acredito nisso, de certo modo). Também sempre critico neste espaço, as más decisões do treinador Tite ao longo dos jogos, o que às vezes prejudica a equipe.

Pois bem. No confronto contra a equipe do Ceará, que o Corinthians venceu pelo humilde resultado de 1 a 0, o nobre Adenor, além de fazer uma boa substituição, fazendo entrar em campo o peruano Ramirez, responsável pelo gol que garantiu os três pontos que podem ser importantes na escalada rumo ao título do Campeonato Brasileiro 2011, ainda conseguiu manter um pouco do tão apregoado “equílibrio”  de que gosta tanto.

No decorrer do jogo, o que vimos foi o Corinthians tentando segurar os avanços do time do Ceará, que tinha no atacante Oswaldo, aquele pretendido por boa parte dos grandes times da série A (inclusive o próprio Corinthians), a principal opção ofensiva. E foi aí que entrou em ação a estrela do goleiro Julio César,  que com boas defesas, impediu que o Ceará atrapalhasse o caminho do Timão rumo ao título.

Falando sobre a suposta “união” do grupo em torno do objetivo de chegar ao título, no final do jogo, os jogadores Alessandro e Paulo André foram os responsáveis por conversar com a imprensa, de modo a aliviar a pressão sobre Tite. Pareceu sincera a atitude.

Sobre a entrada de Cachito Ramirez, é importante notar o contexto em que ele entrou. Era necessário um jogador que tivesse a característica um pouco parecida com a de Paulinho, suspenso para este jogo, e substituído por Edenilson, que embora seja da mesma posição, especialmente contra o Ceará adotou um comportamento mais defensivo, tirando um pouco o poder de finalização e dos chutes de fora da área. Ramirez teve estrela para mudar a postura da equipe.

Mas Ramirez é craque? Não, certamente. Até acredito que o jogador não reúne condições para um dia chegar à titularidade, e talvez tenha menos chances ainda no próximo ano, caso cheguem novos reforços. Mas é um bom jogador, e estava no lugar certo e na hora certa.

O empate do Vasco com o Palmeiras, que deve ter desagradado a uma parte da torcida do Verdão, embora não houvesse escolha, acabou sendo benéfico ao aumentar um pouco a distância do Timão e do time cruz-maltino. Mas ainda não está nada decidido no campeonato, e temos três jogos que não serão fáceis, sendo bem sincero. Nos resta torcer. Para o jogo contra o Atlético-MG, teremos casa cheia. Isso é importante.

Pra terminar, aproveitando a vinda do Alice in Chains ao Brasil (não deixe de ler aqui o relato de João Paulo Tozo sobre o show da banda no SWU), vamos relembrar um som da banda paralela do saudoso vocalista Layne Stayley com o guitarrista Mike McCready do Pearl Jam (outro que esteve no país recentemente), o Mad Season, com “River of Deceit”. Abraços.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Fm72DPJCX58[/youtube]

O grande esforço

Jogando um pouco mais livre para criar e finalizar, Danilo foi o nome do jogo contra o Vasco

Prezados ferozes, tenho tudo pra dizer que o Corinthians não ganhou um ponto no jogo de ontem, mas sim perdeu dois pontos. Por mais que o time do Vasco seja a equipe mais regular do campeonato, e que esteja merecidamente na liderança da competição, ontem o Timão foi o protagonista da partida, e mesmo tomando um gol logo no início, dominou o jogo o tempo todo, com um futebol cadenciado e altamente esforçado. Faltou o que já vem faltando há tempos: a pontaria. Vontade não faltou. Willian tentou chegar ao gol o tempo todo, com grandes arrancadas, Jorge Henrique voltou a ser aquele jogador voluntarioso, que corre pela equipe, dando canseira no fraco Márcio Careca. Aliás, o lado esquerdo do Vasco parecia não existir. Foi presa fácil para a correria dos corintianos, especialmente para Danilo, que (minha mão à palmatória, novamente) foi o nome do jogo. Aliás, será que havia mesmo algum problema com a preparação física? Não sei, mas o fato é que o time parece ter ganhado muito mais fôlego, é impressionante.

Depois de alguns tropeços, Tite finalmente montou uma equipe coesa e disciplinada taticamente

Um ponto negativo é que – sem o batedor oficial, Chicão – o time tem pecado um pouco nas cobranças de falta, que neste jogo ficaram a cargo de Alex. Falando em Chicão, apesar do time ter ido bem sem ele, ainda defendo um retorno dele ao time, especialmente pela questão das faltas. Acho que em uma dupla com Paulo André (que ontem falhou na hora de cobrir o erro de Alessandro, mas no geral foi bem), o capitão voltaria a se destacar. Mas ao menos por ontem, não posso criticar Leandro Castán, que também não comprometeu.

Ademais, na medida do possível, Tite parece ter feito a escalação correta do time. Só não entendi no final, a substituição do meia-esquerda Alex pelo lateral-direito Welder. Mas como o jogo estava no finalzinho, nem deu pra perceber quem assumiu a posição de meio campista.

O próximo confronto será contra o Atlético-GO, no Pacaembu, e poderá ter a estréia de Adriano. Daqui por diante, volta o dilema: qual deve ser a dupla titular do ataque? Adriano e Liedson? Adriano e Sheik? Liedson e Sheik? Um trio, com Adriano, Liedson e Sheik? E Willian? E Jorge Henrique? O que vocês acham? Cartas para a redação, ou melhor: comentários aqui na coluna.

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E hoje dou boas-vindas aos novos leitores do Ferozes FC! Fiquem à vontade para opinar, questionar, discordar, elogiar e recomendar. Um grande abraço.

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Como trilha, escolho o som que dá nome à coluna de hoje, “O grande esforço”, da banda goiana Violins, que disponibiliza o álbum “Direito de ser nada” para download gratuito em seu site, www.violins.com.br. Não tem clipe, mas vale conhecer o som. Até mais!

 [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=FdFkfRsty9c[/youtube]