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IDAS E VINDAS

“Costumo brincar que cheguei ao Corinthians pela porta dos fundos, pois assinei meu contrato no mesmo dia em que o Ronaldo Fenômeno foi apresentado. Poucos me conheciam. Mas, independentemente da maneira com que aconteceu meu desligamento, considero que saio pela porta da frente. Não tenho nenhuma dúvida de que escrevi meu nome na história deste maravilhoso clube. Com esta camisa conquistei tudo.
Aqui fiz amigos e passei por grandes momentos, como o nascimento dos meus filhos. Não quero entrar em detalhes do que aconteceu. Tenho meus julgamentos, mas vou guardar para mim. Tenho um carinho especial por várias pessoas no clube e é este carinho que quero levar comigo para o resto da vida. Aproveito para agradecer o Duílio (Monteiro) e o Edu (Gaspar) e o Roberto (Andrade). Grandes profissionais.

Sobre os torcedores fica difícil até de falar. Eles são fantásticos! Sei que terei meu nome lembrado pela torcida por muitos anos. Obrigado demais pelo carinho durante todos esses anos, pelo apoio nos momentos alegres e tristes e por todos os pedidos para que eu permanecesse, mas não dependia de mim. Faço questão de repetir o meu muito obrigado.”

Assim termina a vitoriosa passagem de Jorge Henrique pelo Corinthians. Me parece que a situação que culminou em sua negociação com seu novo clube, o Internacional, deve ter sido mesmo insustentável. Uma pena. Fica para nós a lembrança do baixinho raçudo, que sempre honrou a camisa do Timão, com belas jogadas e muita vontade, especialmente na marcação. Não é um craque, mas é um jogador que, como eu mesmo disse há alguns posts atrás, transcende a esquemas táticos. Deve ser muito útil ao Internacional, e provavelmente fará falta ao Corinthians. Agradecemos pelos serviços prestados.

Encerrou-se o ciclo de Jorge Henrique no Corinthians.
Encerrou-se o ciclo de Jorge Henrique no Corinthians.

Dito isso, tem início no Timão a busca por reforços para dar sequência à disputa do Brasileiro. Já chegaram os volantes Maldonado (inexplicável contratação, espero que nos surpreenda) e Jocinei (uma aposta. Por enquanto, temos apenas que torcer para que jogue parecido com seu “quase xará” Jucilei). Devem chegar o zagueiro Wanderson, do Sertãozinho, e Ibson (outra contratação inexplicável, se pensarmos nos últimos anos de atuação do meia pelo Santos e pelo Flamengo, clube que o revelou), recém saído da Gávea.

Paulinho, autor do gol salvador no empate da Seleção Brasileira com a Inglaterra, também deve sair em breve. O assédio tem sido forte, embora não haja propostas. Seu substituto direto, Guilherme, ainda não está pronto para a posição, mas não tem comprometido.

Tite disse que Ibson não vem para brigar por uma vaga de volante, numa hipotética saída de Paulinho. Será um meia. Sendo assim, disputa vaga com Danilo, Douglas, Renato Augusto e até Romarinho. Como Danilo é um dos motores do time, a chance de sair é pequena. Renato Augusto começou muito bem até se machucar, e espera-se que volte no mesmo nível. Douglas vem jogando muito bem ultimamente, e até ganhou vaga no time titular. Romarinho briga mais por vaga no ataque.

Já o ciclo de Ibson está se iniciando. Espera-se que afaste as atuações abaixo da média recentes.
Já o ciclo de Ibson está se iniciando. Espera-se que afaste as atuações abaixo da média recentes.

Não dá pra saber o que vem disso, mas o que se espera é que a equipe decole no campeonato, até porque até agora o que se vê não são apresentações de encher os olhos. Que os reforços possam mudar isso.

FEZ TODA A DIFERENÇA

 

Meus amigos, há algum tempo eu vinha dizendo a diferença que faz Danilo no time do Corinthians e como as suas atuações e posicionamento influenciam nos resultados do time ao longo dos campeonatos. Não vou tirar os méritos do nosso maestro, até porque ele é sim muito decisivo. Mas o ponto de equilíbrio da equipe do Adenor realmente é Paulinho. Tanto é assim que nos últimos dias, neste esquema que vem sendo adotado, o maior problema foi o fato do volante (?) ter atuado muito perto de Ralf, mais dedicado à marcação. Tite insistia em lançar Romarinho, jogador de maior explosão, ao invés de Jorge Henrique, mais marcador e tático do que técnico, embora também tenha seus momentos de habilidade. E eu não entendia a razão. Agora eu entendo. Havia um problema com o baixinho.

Uma das coisas mais emblemáticas deste Corinthians comandado por Tite sempre foi o propagandeado bom ambiente. Como sabe bem quem trabalha com gestão de pessoas, fatores determinantes para um bom desempenho de seus comandados são o clima  e a cultura organizacionais. Onde o clima é ruim e os colaboradores não estão engajados a respeito da cultura, dificilmente é possível obter um bom trabalho. O que se sabia do Corinthians até agora era isso. Com a exceção óbvia para Adriano, que todo mundo sabe que começou e terminou errado. O ex-Imperador já chegou ao Timão se despedindo, sejamos claros.

Não cabe aqui ficarmos especulando o motivo, até porque só interessa ao clube e a ele. O jogador já admitiu que errou. Mesmo assim, o clima é de despedida, Tite e a direção parecem irredutíveis, e a tendência é que ele seja negociado.

Fato é que – voltando ao início da nossa conversa, pela falta de um marcador no meio de campo, sobrou a função para Paulinho, um “todo campista”, como definiu Mauro Beting. E Paulinho foi marcador. Mas não foi armador, não foi finalizador. E o Corinthians penou. Chegou à final sem brilho algum, na disputa por pênaltis contra o São Paulo, onde ninguém jogou bem.

Contra o Santos, a mudança foi a seguinte: a escalação permaneceu a mesma, mas Tite mudou um detalhe. Não promoveu aquela rotação no meio de campo. Danilo se manteve por dentro, com Emerson e Romarinho partindo dos lados e Guerrero isolado na frente. Com um meio de campo sem muitas variações, Paulinho pôde partir de trás e por vezes formar a linha com os demais jogadores no meio. Linha esta que sufocou o Santos. Só deu Timão no primeiro tempo.

Se o meio de campo do Corinthians atuou com eficiência, não podemos dizer o mesmo sobre o do Santos. No improviso, sem o cara do setor (Montillo, que também não vinha atuando com maestria), Muricy Ramalho teve de se virar com Arouca na armação ao lado de Cícero, com Marcos Assunção e Renê Júnior de volantes. Não deu liga, e o Peixe viu o Corinthians abrir o placar aos 41 minutos do primeiro tempo com Paulinho, depois de falta cruzada na área e com vacilo de Assunção. Teve mais aos 29 do segundo tempo, com belo chute de Paulo André. Mas Muricy deu um jeito no Santos na segunda etapa. Com Felipe Anderson substituindo Marcos Assunção, colocou Arouca em sua real posição, acertou um meio de campo um pouco mais “clássico” e liberou Neymar para aparecer um pouco mais. Na cobrança de falta de Felipe Anderson, aos 36 do segundo tempo, surgiu a chance que Durval aproveitou. E equilibrou a disputa. Agora está tudo aberto novamente, e o Peixe pode muito bem sonhar com o título na Vila. Não dá pra duvidar. Mesmo que o Corinthians seja um time com muito mais identidade em termos de elenco.

Mas precisa?

Causa estranheza a notícia de que o Corinthians pensa em contratar Maldonado, que vem se recuperando no clube. Daquelas contratações que a gente não consegue entender muito bem para que servem. Ao estilo do que foi a passagem de Anderson Polga pelo Timão.

A FORMAÇÃO IDEAL?

Amigos, em primeiro lugar peço desculpas pelo sumiço. Foi necessário, mas vamos seguindo agora.

Émerson foi fundamental no jogo.

Pois bem, na última quarta-feira o Corinthians enfrentou o Nacional do Paraguai, pela Libertadores. E especialmente neste jogo, a equipe de Tite jogou com a formação que hoje considero a ideal para o time. Edenilson, por exemplo, parece muito bem adaptado à lateral direita, e vai ser difícil para o Alessandro recuperar a posição de titular.

Outro que não pode sair do time de jeito nenhum é o bravo Jorge Henrique. O baixinho foi quem abriu o placar, depois de belo passe do Danilo, outrora muito contestado, mas que hoje é um dos principais jogadores da equipe, e certamente o jogador com maior regularidade na equipe, desbancando os badalados Alex e Douglas (esse último inexplicavelmente incapaz de entrar em forma rapidamente).

Além de Danilo, quem se destacou foi Émerson Sheik, que além de fazer o segundo gol, ainda criou a bela oportunidade para Élton fechar o placar, pouco tempo depois de o Nacional marcar o seu.

Fato é que, embora o time do Corinthians não ande frequentemente dando show (exceção para este confronto contra o Nacional), Tite tem esta equipe em suas mãos, e parece saber exatamente o que fazer para mantê-la nos eixos. Calou a boca deste colunista, outrora  ferrenho crítico de seu trabalho nesta segunda passagem pelo Timão. Faz parte, e hoje tenho que aplaudir o treinador. Se ainda não dá pra garantir que o time vencerá a competição, ao menos parece uma equipe muito segura e com maturidade suficiente para ir longe. É o que a torcida espera.

 

Agora, classificado para a próxima fase da Libertadores, a hora é de pensar no Campeonato Paulista, no qual o Timão disputa com o São Paulo a liderança da competição. A meu ver, o páreo é muito mais duro para o Corinthians, que enfrenta a Ponte Preta, lendária pedra no sapato do time do Parque São Jorge, sempre dando trabalho. O São Paulo enfrenta o Linense, praticamente uma carta fora do baralho, time sem grandes pretensões. Vejamos o que acontece.

Abraços!

 

Superação!

Prezados amigos, hoje vou me dar ao luxo de falar um pouco sobre administração de empresas, psicologia e até de física, tudo isso para contextualizar a rodada deste último final de semana.

Prometeu e cumpriu: Sheik entrou em campo dizendo que o Timão viraria o jogo.

Existe um termo chamado resiliência, oriundo da física, que se refere à capacidade de alguns materiais de armazenarem energia quando submetidos a situações de estresse sem ruptura, sendo possível voltarem a seu estado original após cessar a tensão. Este mesmo termo é usado na administração de empresas e na psicologia, onde se diz que o ser humano resiliente é aquele capaz de superar situações estressantes sem se deixar abalar, prosseguindo com seu trabalho, contornando as adversidades.

No jogo contra o Avaí, havia muitos motivos para jogar a toalha. Ao tomar o gol de Robson, o time parecia ter sentido o golpe. Não se imaginava que o resultado pudesse ser revertido (neste momento, eu assistia Vasco x São Paulo, e tentava acompanhar o jogo do Pacaembu pelo celular). Ainda no primeiro tempo, Tite teve que substituir Jorge Henrique, lesionado, por Emerson Sheik, que entrou com muita vontade e foi, junto com Willian e Liedson, o protagonista da virada.

Logo no início do segundo tempo, aconteceu a expulsão de Leandro Castán, deixando a defesa do Corinthians vulnerável. Foi aí que se deu a concretização do que eu chamo de resiliência. A equipe foi capaz de se adaptar e acreditar que a virada era possível. E ela aconteceu. Primeiro com o grande esforço de Willian e Sheik, que empatou o jogo. Com a Fiel empurrando o time, o Timão chegou à virada, com um gol que muito classificaram como “chorado”, o que eu não concordo. Simplesmente porque Felipe foi buscar a bola dentro do gol. Bem, se a bola ultrapassou a linha, não foi gol chorado, foi apenas gol. E definiu o resultado. Pra melhorar, o Vasco não saiu do empate com o São Paulo, muito disso graças à atuação do goleiro Denis, que merecia receber o salário dos zagueiros do São Paulo, pelo tanto que trabalhou ontem.

Agora, resta ao Timão manter a atitude vencedora, pois por mais que não dê para se fazer previsões, tem um caminho muito mais tranquilo do que o adversário direto, o Vasco, a ser percorrido. Para o próximo confronto, contra o desesperado América-MG, Chicão pode voltar à equipe, já que Paulo André tomou o terceiro cartão amarelo e Castán foi expulso. Vamos ver como irá se comportar o ex-capitão.

E aqui fica meu reconhecimento ao trabalho do treinador Tite, a quem tanto critiquei neste mesmo espaço. Neste momento, com um bom elenco e boas peças de reposição, o técnico tem conseguido engajar seu grupo. Se o título vier, grande mérito dele. Acho que a hora é de dar crédito. Vamos torcer.

Fiquem com uma música da trilha do filme “Backbeat – Os cinco rapazes de Liverpool”, executada pelo supergrupo Backbeat, formado por Greg Dulli (The Afghan Wighs), Dave Pirner (Soul Asylum), Thurston Moore (Sonic Youth), Don Fleming (Gumball), Mike Mills (REM) e Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters e uma pá de bandas que você conhece). Aqui, “Money (That´s what i want)”.

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Fim de feira

Moradei foi infeliz nos dois lances capitais do jogo contra o Botafogo.

Numa de nossas conversas no grupo do Ferozes FC no Facebook, João Paulo Tozo cravou que este é o campeonato com o mais baixo nível técnico dos últimos anos. Realmente, os clubes parecem estar contando os dias para o ano acabar, e essa disputa ponto a ponto entre os times no topo da tabela tem um quê de apática e desinteressada. Um clima de “tanto faz”. Tanto é verdade, que a maioria dos clubes já começa a revelar seu planejamento para o próximo ano.

Montillo seria uma boa opção no meio de campo corintiano?

Prova disso é a informação de que o Corinthians estaria interessado na contratação do meia Montillo, do Cruzeiro, time que enfrenta uma crise monstruosa, e que corre sério risco de disputar a série B no próximo ano. Segundo circula por aí, o Timão inclusive cogita usar Jorge Henrique como moeda de troca na transação envolvendo o meia argentino. Especulações à parte, está claro que falta ao Corinthians um meia que atue pelo lado direito, além do fato dos atuais donos do meio de campo alvinegro atuarem melhor quando jogam avançados. A armação das jogadas fica um tanto prejudicada. Não resta dúvida que a contração do argentino seria uma boa. Eu preferiria que JH ficasse no Corinthians, mas se este fosse o preço para ter um bom jogador, não me oporia. Vamos ver no que dá.

Outro nome especulado foi o do rebeldinho Kléber “cotovelo”… ops, digo “gladiador”, em sério litígio com o Palmeiras, depois de vários desentendimentos, que chegaram ao ápice na discussão a respeito da confusão que envolveu o volante João Vitor. Sinceramente? Além de não enxergar necessidade alguma de um jogador como Kléber no elenco corintiano, ainda acho que não vale a pena investir em um jogador caro e com um histórico de indisciplina e atitudes duvidosas.

Também em crise em seu clube atual, o Manchester City, Carlitos Tevez voltou à pauta no Timão.  Neste caso, a diretoria não nega o interesse em sua contratação, mas para isso o valor de seu passe teria de ser reduzido. Aparentemente, o caso parece caminhar para um acordo entre Tevez e seu treinador Roberto Mancini, culminando em sua reintegração ao elenco do City. Ou também a possibilidade – mais realista, convenhamos –  de Carlitos acertar com algum outro time europeu .

Além destes, fala-se na contratação do volante Guilherme, da Lusa, e do atacante Osvaldo, do Ceará, também pretendido pelo São Paulo.

Enquanto isso, os holofotes se dividem entre as fanfarronices do presidente Andres Sanchez e os altos e baixos do time comandado por Tite. E a liderança caiu no colo do Timão outra vez, por conta do empate do Vasco contra o Atlético-PR.

Confesso que peguei no sono assistindo ao jogo contra o Botafogo, logo após o gol do Loco Abreu, e não sei o que opinar sobre a partida. Só sei que era pedir demais que Moradei fizesse duas partidas seguidas jogando bem. Pelo que soube, os dois gols do Botafogo foram desviados por ele. Aí fica difícil.

Hoje na trilha, uma versão ao vivo de “Stripsearch”, do Faith no More. Abraços.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=EsnipPuN3rU[/youtube]