Arquivo da tag: Palmeiras 2012

TRISTE E INTERMINÁVEL QUINTA-FEIRA

Não foi somente mais uma das tão corriqueiras derrotas. Foi uma derrota da alma alviverde. O desmantelamento de uma das mais significativas e emblemáticas bandeiras de um clube tão recheado delas em seu passado. Com ínfimas em seu presente.

Não questiono a necessidade da demissão. Algo precisava ser feito pra ontem. Não sei se demiti-lo. Juro por Deus que ainda não sei.

Nas parcas palavras que me utilizei nessa infeliz quinta-feira, nenhuma foi capaz de me nortear.

O sentimento é de ultraje. É de perda. É como se eu – sim, eu! – tivesse cometido a maior injustiça da minha vida.

Cada um que grita “Palmeiras minha vida é você!” assina sua parcela de colaboração na vida do Palmeiras. Talvez isso explique meu sentimento.

É como se eu tivesse dado as costas para alguém que tão bem proporcionou a minha vida, ao meu mundo.

Ele nunca marcou gols, nunca fez defesas milagrosas. Mas ainda assim é muito mais importante do que todos os ídolos de vidro que ousam hoje sugerir ao mundo que escreveram ou escrevem páginas gloriosas do meu alviverde imponente.

Seu retorno em 2010 foi tão festejado quanto hoje está sendo dolorosa sua despedida. Talvez para sempre.

Nesse período convivemos muito mais com as tristezas do que com as alegrias. Mas ainda assim o breve período de alegria já foi maior que tudo o que seus antecessores puderam nos oferecer. Só não superando as alegrias que ele mesmo já havia nos dado 12 anos no passado.

Nunca imaginei que as palavras “demissão”, “Felipão” e “Palmeiras” fossem alguma vez ser utilizadas pelos noticiários na mesma mensagem. Nunca pensei que eu estaria aqui neste momento escrevendo essa carta de despedida ao meu grande comandante.

Poucos foram tão Palmeiras na vida. E com ele o Palmeiras pode muitas vezes ser de fato Palmeiras. Ainda que não estivesse sendo.

Independente do merecimento da ocasião. Scolari não merecia isso da vida. O Palmeiras não merece passar pelo que passa. E eu não sei até agora por que estou aqui me sentindo tão mal e me penitenciando por algo que se dependesse de mim nunca teria chegado onde chegou.

Volto a frisar. Não sei se acho correta ou não a demissão. Só sei que eu gostaria que nada disso tivesse acontecido

Essa quinta-feira será longa e triste.

Obrigado por sempre, Felipão!

“NA ALEGRIA E NA TRISTEZA”

“Na alegria e na tristeza” são as palavras que devem ser ditas ao seu futuro cônjuge diante do padre ou de algum outro lider religioso, naquela cerimônia que tem como finalidade selar uma união que na verdade deve ser permeada pelos sentimentos mais nobres, como amor e paixão.

Alegrias e tristezas permeiam a vida do torcedor em sua relação com seu clube do coração. Dualizam mediante o sentimento que nos une a ele: amor, paixão. Irrestritos.

Há dois meses o Palmeiras nos deu razões para estufar o peito de orgulho. Hoje nos dá para temer pelo pior. Há 98 anos nos dá motivos para amá-lo. Amores alegres, amores tristes. Amores.

Se você pediu para o time voltar a atuar ao seu lado, lote o Pacaembu. O Palmeiras precisa de você, precisa da razão pela qual ele existe e pela qual todos viramos únicos.

Serão 18 finais até dezembro. 54 pontos dos quais ao menos 27 precisam ser conquistados para o ano não ter déficit na alegria. A primeira final é amanhã diante do Grêmio, time do Luxa, time daquele outro lá.

O mesmo Luxemburgo que para muitos tem enorme parcela de culpa na queda em 2002. Que tal tentar evitar que algo parecido volte a acontecer 10 anos depois?

Palmeiras X Grêmio, amanhã, às 18:30 – Pacaembu. No quintal da sua casa.

Não a deixe desmoronar.

CHAMEM O STEPHEN HAWKING!

O palmeirense que aprendeu a fazer contas tem muito que lamentar. Ter a sapiência para interpretá-los hoje é quase um tapa na própria alma.

Estão nos ingratos números que a classificação aponta e os futuros que a tabela projeta, a infeliz certeza de que o ano de 2012 caminha, de fato, para uma catástrofe ao seu término.

Tendo fim de mundo ou não, o mundo alviverde caminha para ruir.

Em 2011 o time brigou até as últimas rodadas contra o rebaixamento e se safou por ter tido um 1º turno muito bom, quando com 32 pontos ainda sonhava até com Libertadores.

E se o cenário com 32 pontos nos mostra que houve temor com rebaixamento, o que dizer de agora que o time conta com somente 16 pontos na 20ª rodada, tendo ainda 12 derrotas e somente 4 vitórias?

Pior do que os números é o futebol do time. E não adianta diminuir a Portuguesa para achincalhar o alviverde. A Lusa mostrou que não foi a toa a invencibilidade nos 8 jogos da era Geninho. A derrota ante a Ponte Preta não pode de jeito algum diminuir esse feito e o massacre contra o Palmeiras foi prova disso.

E foi massacre sim. No placar, mas sobretudo em campo. O amplo domínio lusitano mostrou o atual estado de fragilidade do time de Felipão, mas também o bom trabalho de Geninho, que resgatou um time destruído após o rebaixamento no Paulistão. Dando mais indícios de que a janela de bom futebol do Palmeiras na Copa do Brasil é que foi atípica.

Hoje o time voltou a jogar o que apresentava no 1º semestre. Até mostra vontade e dedicação, mas falta qualidade. Em um campeonato longo como BR12, um Henrique e um Barcos não fazem verão.

Os números são ingratos, mas o futebol é mais ainda. Desde 1914 não se delineava um caminho tão certo ruma à série B. Nem mesmo em 2002, quando o time ainda chegou vivo à última rodada.

O Palmeiras é um Buraco Negro que destrói apenas a sí próprio. Seu perfil autodestrutivo é algo a ser estudado por Stephen Hawking.

Quando a temporada anunciava mais uma vez um Palmeiras coadjuvante, surgiu o título da Copa do Brasil e então a aura do alviverde imponente recolocou sobre os ombros do clube a expectativa do protagonismo. Planejamentos para um grande time em 2013, bicampeonato da Libertadores e demais argumentos superlativos reapareceram no cotidiano antes combalido.

Parece que os ombros não agüentaram e voltaram a sucumbir. Pior ainda. Parecem ceder degraus adentro na mediocridade outrora demonstrada.

TIRONE QUER CAVALIERI NO PALMEIRAS(!!)?

Segundo informações do UOL, Arnaldo Tirone não anda muito contente com o atual dono da camisa nº1 do Palmeiras e pensa em buscar um substituto para a disputa da Libertadores em 2013. Seu temor é bater de frente com a maior escola de goleiros do país e gerar algum tipo de crise interna. Bruno é formado na base alviverde.

Se for mesmo verdade, a situação não será novidade. Em 1993, após a geração de Leão, a passagem de Zetti e o surgimento de Veloso (ainda que este tenha passado por outros clubes antes de voltar e se firmar no Palmeiras), além de Cesar, que fora titular e tido como grande promessa em 1992 e depois sumiu, em 1993 já com o super time montado pela Parmalat, Sergio assumiu a camisa 1, mas nunca foi unanimidade. Era tido como uma espécie de patinho feio daquela constelação. Os títulos vinham aos borbotões, mas a confiança não chegava na mesma medida.

Em 1994 Veloso retornou ao clube e ganhou a titularidade, mas a ânsia por um goleiro de experiência internacional para a disputa da Libertadores de 95, aliada a insegurança espelhada em Sérgio fez o clube ir atrás do experiente Gato Fernandez. Que até fez bom papel naquele ano, mas com Veloso voando baixo não havia porque não apostar no goleiro da casa. Veloso então foi titular absoluto até 1999, quando se lesionou e perdeu a vaga para Marcos. Daí em diante todo mundo conhece a história.

Nesse meio tempo o goleiro Sérgio retornou ao clube, já mais experiente e seguro, tendo alcançado bom status junto ao torcedor e merecendo chances para substituir Marcão em suas inúmeras lesões. Inclusive atuando sistematicamente na campanha da série B.

Conto essa história toda pois, 2º a mesma matéria do UOL, o sonho de Tirone e trazer de volta Diego Cavalieri, que vive fase exuberante no Fluminense.

Mais um da escola de goleiros do Verdão, Cavalieri era tido como o substituto de Marcão. Mas com o Santo Goleiro prorrogando sua carreira e Diego crescendo cada vez mais, tornou-se insustentável segura-lo na reserva. Diego foi então vendido ao Liverpool, onde teve poucas chances contra Pepe Reina. Teve ainda breve passagem pelo Cesena da Itália, até ser trazido pelo Fluminense.

No Fluminense Cavalieri vem mostrando que amadureceu e aprimorou seus apurados reflexos. Para muitos, onde me incluo, já merece chance na seleção da CBF.

A história de Cavalieri pode repetir mais ou menos a que foi de Veloso, bem como a de Bruno a de Sergião. E ambos refletem bem o que é a história alviverde e seus goleiros. Alguns geniais, outros ótimos, tantos outros bons, alguns regulares e um santo. Muitos saem e somem. Outros saem, voltam e brilham.

Tirar Cavalieri do Fluminense é pouco provável/quase impossível. Mas imaginando que surgisse a oportunidade, não vejo onde o hipotético retorno de um grande goleiro como Cavalieri possa gerar atrito interno.

REAGE PALMEIRAS!

Ontem o Palmeiras comemorou 98 anos de uma existência muito mais pautada pelas histórias de sucesso do que pelas mazelas. Se 2012 terminasse agora o clube já teria dado ao seu torcedor uma enorme razão para ter este como um ano inesquecível: o título da Copa do Brasil, após 12 anos do último título de relevância nacional e colocando o clube como o maioral no país.

Por outro lado, a 17ª colocação no BR12 levaria o clube ao limbo da série B. Um contraste de emoções pelo qual o torcedor não quer e não merece passar.

Os discursos começam a perder efeito: A ressaca da Copa do Brasil já passou. O time tem condição de ficar na metade de cima da tabela, mas até agora não saiu da zona da degola. O que ainda pode servir de alento é o número excessivo de desfalques – 11- e o bom futebol praticado contra o Santos. Mas jogar como nunca e perder como sempre não serve mais.

ALERTAS!

Faltam 19 rodadas para o término do BR12 e o time precisa conseguir o dobro do que conseguiu nos 19 primeiros jogos para não correr riscos.

Na 19ª rodada de 2011 o Palmeiras aparecia com 32 pontos e na 6ª colocação. Hoje conta com 16 e esta na 17ª.

Na mesma rodada do BR11 o 17º era o Atlético PR com 18 pontos, dois a mais que o Palmeiras na mesma posição em 2012. Ao final o Atlético PR foi rebaixado.

Em 2011 o problema do time foi o excessivo número de empates. Em 2012 são as derrotas que obscurecem o caminho alviverde. Já são 11, o que é mais do que todas as derrotas do time no BR11.

Em 2011 o 17º colocado ao final do campeonato foi o Atlético PR, com 41 pontos. O Cruzeiro com 43 se safou. Se considerarmos então a nota de corte como 43, faltam ao Palmeiras 27 pontos com 57 ainda em disputa.

São 9 vitórias em 19 jogos. Não é impossível, mas o time precisa mais do que qualquer outra coisa vencer em casa e não ser mais presa tão fácil fora, onde obteve somente uma vitória no 1º turno.

A ESPERANÇA É VERDE.

Alguns fatores devem ajudar muito o time nesse 2º turno: Barcos vive grande fase, o que lhe conferiu convocação para a seleção argentina. Valdívia fez boa partida contra o Santos. Em forma e atuando sempre, o Mago deve ser fundamental nessa recuperação. Luan, Maikon Leite e Arthur devem ficar a disposição de Felipão já para o próximo jogo contra a Portuguesa.

O time tem vaga na próxima Libertadores. Ninguém quer disputar a maior competição do continente como um time rebaixado. A doação deve ser redobrada, até por ser de conhecimento público que a diretoria pretende reforçar muito o elenco para a competição e mediante isso, cravar uma vaga no time é objetivo de quem está jogando atualmente. Felipão está de olho.

A situação é preocupante, mas ainda não é desesperadora. Ainda…