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PAIXÃO DESFEITA

E Valdívia, mais uma vez, se foi. Dessa vez, porém, terá ele vindo mesmo em algum momento destes já longos quase 5 anos? No frigir dos ovos, penso que não. Foram raros e rasos os momentos que o palmeirense irá guardar na memória, potencializados pela eterna expectativa em torno do camisa 10.

Diferentemente da despedida em sua primeira passagem, nesta fica a impressão de que o chileno não deixará saudades. Talvez resquícios daquelas que emplacou entre 2007 e 2008, onde fora, sem sombra de dúvidas, determinante para que o Palmeiras atingisse alguns de seus objetivos.

O meia brilha com sua seleção durante a Copa América, o que deixa um gosto amargo ainda maior por conta das tantas vezes em que o time precisou de seus qualificados serviços e não pode tê-los. Valdívia teve brilharecos nestes quase 5 anos, sempre em momentos onde precisava provar algo para alguém, quase nunca em momentos onde precisava retribuir o apoio quase incondicional e cego que a grande maioria dos alviverdes lhe depositaram.

Ele se vai, mais uma vez para o “mundo árabe” e, sabe-se, não deverá retornar jamais. Fica a decepção pelo potencial técnico desperdiçado, mas, sobretudo, por se ver partir um pseudo ídolo que teve tudo para integrar o panteão dos inesquecíveis alviverdes, mas que aparentemente não fez questão de integra-lo.

Meio como aquela namorada que você ama, entende ser amado, mas não enxerga a entrega mútua.

Que o Palmeiras não se permita mais viver esse tipo de pseudo romance.

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A despedida em 2008:

http://ferozesfc.com.br/chazinho-de-coca-esta-acabando-a-magia/

http://ferozesfc.com.br/chazinho-de-coca-sacramentado-a-magia-acabou/

CHOQUE DE UM SÓ REI

Nas figuras de Valdívia e Rogério Ceni podemos exemplificar o que foi o primeiro Choque-Rei do ano. Para o São Paulo, mais que o clássico, a postura de seu ídolo e capitão ao tentar dar uma rasteira no camisa 10 alviverde, logo após o gol de cabeça do chileno, trata-se de demonstração de desespero e de quem acusa o golpe da inferioridade. Podemos ir além e encontrar não apenas no destempero do sempre tão ponderado Rogério, mas também na postura apática do time, algumas explicações para a performance medíocre que vem tendo desde 2013.

O SP é um time sem vibração, que nada ou pouca coisa produz, além de contar com jogadores que deveriam fazer a diferença em péssimo momento. Ganso só é notado quando tenta dar de calcanhar, quando nem passe de meio metro acerta. E Luis Fabiano, que do centroavante forte e goleador, hoje sucumbe a marcação menos feroz como se fosse um juvenil.

Já Valdívia, se não foi brilhante, fez o que dele sempre se espera. Bem marcado, sua displicência no domínio de bola, na forma de encarar o adversário, não apenas irrita, como leva o marcador a um enfrentamento físico muitas vezes desnecessário.

No 1º gol, Valdívia se meteu entre os zagueiros tricolores, mantendo-se em impedimento na 1ª trave até a cobrança de Mazinho. Jogada ensaiada já tentada contra o Penapolense, mas que funcionou no clássico. Para o desespero do agora destemperado Ceni, que sequer foi notado pelo meia palmeirense em sua tentativa de lhe aplicar uma rasteira.

Além da superioridade técnica, o Verdão dominou o jogo taticamente e também na disposição. Foram raros os momentos em que os são paulinos levaram a melhor em divididas e mais raros ainda foram os lances de perigo a meta de Prass.

Lúcio, que era figura central antes do jogo, levou ampla vantagem sobre os atacantes são paulinos. Destaque também para Marcelo Oliveira e o jovem Wellington.

Neste início de temporada o alviverde de Kleina mostra-se leve e confiante, com suas individualidades em bom momento, contrastando com o perfil afobado e desajustado do tricolor. O Verdão jogou para 2X0, mas ficou nítido que poderia ter jogado para mais. Do mesmo modo que ficou nítido que Muricy terá que trabalhar muito mais o psicológico do que taticamente o seu time. O problema é que Muricy sempre disse que não é pago para ser psicólogo.

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O “EXEMPLO” VALDÍVIA E O SANTOS COLOCANDO O FUTEBOL BRASILEIRO EM SEU DEVIDO LUGAR

Na medida em que tenta ser exemplo fora de campo, o futebol brasileiro deixa de ser o exemplo dentro dele.

Fora de campo com suas readequações estruturais, reposicionamentos econômicos, medidas que afastam o antigo torcedor e trazem uma nova plateia aos estádios. Tenta com ações “politicamente corretas” transformar o futebol em ferramenta de adequação moral. O que ele até pode ser, mas não necessariamente perdendo suas características históricas.

Nessa seara, a conversa do dia é a possível punição que o STJD pode aplicar ao meia Valdívia. Tudo por conta de sua assumida tentativa em receber o terceiro cartão amarelo para ficar de fora de um jogo onde o Palmeiras já não contaria com seu principal jogador, por conta de sua apresentação à seleção chilena.

É um exemplo de moralidade e conduta social a ser aplicado por pais de família? Não. O chileno vacilou ao assumir a intenção? Sim e não. Sim, por ser essa uma prática tão antiga quanto a regra dos cartões e que quase nunca ou nunca mesmo tenha dado ao “infrator” qualquer tipo de penalização, mas geralmente por ser também mascarada pela boleirada com a sabida malandragem. Ele não a teve. Ou a teve e se teve, pode ser que não tenha errado tanto assim. Ao assumir deliberadamente a tentativa, o camisa 10 trabalhou com uma característica pouco aplicada pela cena do boleiro: a sinceridade.

Pode ter sido por conduta própria, mas pode perfeitamente ser pelo conhecido descaso com que os órgãos regulamentadores do esporte bretão costumam ter com esse tipo de prática. Por uma simples questão de retórica.

Valdívia pode ser pego de bode expiatório para servir de exemplo em um mundo onde o exemplo contrário está ai aos montes para quem tiver bons olhos de ver.

Valdivia

Bons olhos de ver que também devem servir ao torcedor para enxergar a amostragem mais pura do atual (baixo) nível do certame nacional. O exemplo abaixo tornou-se regra, mas não há muito como fugir dele.

Há duas semanas o Santos trouxe para a baixada santista um pacote de 8 gols made in Barcelona. Um assombro ao mundo, uma afronta à história do Peixe, a certeza de que esse time alvinegro estaria fadado ao descenso ao término desta temporada. Duas semanas depois e o mesmo Santos empatou contra o campeão mundial, em uma partida onde esteve muito mais próximo da vitória. Na sequencia enfrentou o atual líder do BR13, na casa do adversário e trouxe de lá um empate.

Óbvio que cada jogo é uma história, cada competição tem a sua particularidade. Mas o desenrolar desses jogos não deixa muita margem para dúvidas. O mesmo time que levou 8 gols e foi humilhado perante o mundo, encarou de igual e poderia ter vencido duas das equipes mais qualificadas do país poucos dias depois.

Qual é a realidade que isso nos mostra? O time santista comeu uma feijoada antes de entrar em campo contra o Barcelona ou o nível do futebol brasileiro é de uma pobreza poucas vezes vista?

A distância entre os times na tabela de nossa competição nacional, bem como os jogos equilibrados entre a galera do G4 contra a do Z4 me dá a certeza de ser a segunda a realidade aplicada. Uma tristeza.

VITÓRIA SINTOMÁTICA DO PALMEIRAS DE VALDÍVIA

Palmeiras e Figueirense protagonizaram no último sábado, 20, um jogo que até pouco tempo costumava acontecer em outra divisão: na Série A do Campeonato Brasileiro. Porém, devido ao mau momento em que vivem as duas equipes, a disputa desta vez ocorreu pela 9°rodada da Segunda Divisão Nacional, no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, Santa Catarina.

No Verdão, durante a semana, o discurso de todos eram que o embate diante dos catarinenses serviria como uma espécie de ‘teste’ para os comandados de Gilson Kleina. Até porque, o Palmeiras vinha de 3 vitórias consecutivas sobre adversários, teoricamente, mais fracos que o próprio Figueira – time candidato pleno ao acesso. Uma vitória no sul confirmaria de vez o bom momento e daria mais confiança e, principalmente, tranquilidade ao cada vez mais favorito Palmeiras.

Teste para o Palmeiras, teste também para Valdívia. Afinal, o camisa 10 não atuava 90 minutos há 114 dias. Durante este longo período de invalidez, o Mago passou por dias de penúria, sendo alvo principal de críticas da torcida e imprensa. Disposto, com outra postura, mais focado, comprometido e mostrando ser o suprassumo de qualidade em meio ao voluntarioso e, hoje, equilibrado elenco palmeirense, Valdívia vêm vencendo a cada jogo uma dura batalha: a batalha contra as (ainda) temidas lesões. Até o momento, nas três partidas em que disputou após a parada da Copa das Confederações, na qual sempre foi destaque, o atleta não reclamou, sequer, de dores musculares. Ponto positivo.

A grande verdade é que o Palmeiras se torna outro time com a presença de Valdívia em campo. “Bem fisicamente”, como parece finalmente estar, a qualidade da equipe sobe a um patamar capaz de igualar em força com algumas equipes da Série A. Veremos isto na prática, durante as Oitavas de Final da Copa do Brasil. Por outro lado, qualquer entusiasmo quanto ao estado físico do chileno deve ser contido devido ao seu vasto histórico de contusões. Como disse nos canais do F.F.C., no Facebook: “só confiarei no Valdívia quando tiver uma sequência de 10 jogos. Por enquanto faltam 7.”

Se engatar uma longa sequência de jogos em alto nível, Valdívia possui todos os predicados para retomar o posto de ídolo – hoje vago -, que conseguiu alcançar nas temporadas de 2007/08. Basta querer, se condicionar todos os dias e o principal: jogar bola! É nítido que o gringo ainda é querido por grande parte dos torcedores. Muitos ainda acreditam em seu potencial.

Na goleada contra o ABC, no Pacaembu, por exemplo, o jogador teve seu nome gritado por parte da torcida para que cobrasse o pênalti sofrido por Charles, convertido em seguida por Vinícius. Naquele jogo, assim como diante do Oeste, partida que marcou sua volta, Valdívia passou em branco. Entretanto, a sorte persegue quem é provido de talento. Diante do Figueirense, veio o merecido prêmio. Gol da vitória aos 42′ da segunda etapa. Gol decisivo, em um embate pra lá de decisivo. Gol de quem se espera algo à mais. Algo diferente. Que só alguém da qualidade de Valdívia consegue proporcionar.

Líder, o Palmeiras da Era Nobre segue firme em busca da retomada de seu habitat natural: a elite. Ainda restam 29 batalhas para que o clube que vive hoje dias mais tranquilos, de reestruturação e perspectivas positivas, alcance o grande objetivo. Confiante. Imponente, com raça e organização , e contando com a aliança da torcida que canta e vibra, o Verdão tem tudo e um pouco mais para passar sem sustos por mais este pesadelo.

Rumo ao paraíso. Rumo a Série A!

Valdívia comemora gol decisivo diante do Figueirense, em Florianópolis (Foto: Agência Estado)
Valdívia comemora gol decisivo diante do Figueirense, em Florianópolis (Foto: Agência Estado)

 

REAGE PALMEIRAS!

Ontem o Palmeiras comemorou 98 anos de uma existência muito mais pautada pelas histórias de sucesso do que pelas mazelas. Se 2012 terminasse agora o clube já teria dado ao seu torcedor uma enorme razão para ter este como um ano inesquecível: o título da Copa do Brasil, após 12 anos do último título de relevância nacional e colocando o clube como o maioral no país.

Por outro lado, a 17ª colocação no BR12 levaria o clube ao limbo da série B. Um contraste de emoções pelo qual o torcedor não quer e não merece passar.

Os discursos começam a perder efeito: A ressaca da Copa do Brasil já passou. O time tem condição de ficar na metade de cima da tabela, mas até agora não saiu da zona da degola. O que ainda pode servir de alento é o número excessivo de desfalques – 11- e o bom futebol praticado contra o Santos. Mas jogar como nunca e perder como sempre não serve mais.

ALERTAS!

Faltam 19 rodadas para o término do BR12 e o time precisa conseguir o dobro do que conseguiu nos 19 primeiros jogos para não correr riscos.

Na 19ª rodada de 2011 o Palmeiras aparecia com 32 pontos e na 6ª colocação. Hoje conta com 16 e esta na 17ª.

Na mesma rodada do BR11 o 17º era o Atlético PR com 18 pontos, dois a mais que o Palmeiras na mesma posição em 2012. Ao final o Atlético PR foi rebaixado.

Em 2011 o problema do time foi o excessivo número de empates. Em 2012 são as derrotas que obscurecem o caminho alviverde. Já são 11, o que é mais do que todas as derrotas do time no BR11.

Em 2011 o 17º colocado ao final do campeonato foi o Atlético PR, com 41 pontos. O Cruzeiro com 43 se safou. Se considerarmos então a nota de corte como 43, faltam ao Palmeiras 27 pontos com 57 ainda em disputa.

São 9 vitórias em 19 jogos. Não é impossível, mas o time precisa mais do que qualquer outra coisa vencer em casa e não ser mais presa tão fácil fora, onde obteve somente uma vitória no 1º turno.

A ESPERANÇA É VERDE.

Alguns fatores devem ajudar muito o time nesse 2º turno: Barcos vive grande fase, o que lhe conferiu convocação para a seleção argentina. Valdívia fez boa partida contra o Santos. Em forma e atuando sempre, o Mago deve ser fundamental nessa recuperação. Luan, Maikon Leite e Arthur devem ficar a disposição de Felipão já para o próximo jogo contra a Portuguesa.

O time tem vaga na próxima Libertadores. Ninguém quer disputar a maior competição do continente como um time rebaixado. A doação deve ser redobrada, até por ser de conhecimento público que a diretoria pretende reforçar muito o elenco para a competição e mediante isso, cravar uma vaga no time é objetivo de quem está jogando atualmente. Felipão está de olho.

A situação é preocupante, mas ainda não é desesperadora. Ainda…