Arquivo da tag: Os dois lados da moeda

Flamengo Campeão Brasileiro de 2009

Marchando trôpego pela Domingos de Moraes, acompanhando uma leva de Flamenguistas vindos dos mais diversos rincões desse Brasil, liguei para meu amigo JP, ciente da não classificação do Palmeiras para a Libertadores. Sei que o JP é um sujeito sanguíneo então ele podia me mandar à merda ou compreender a alegria de um torcedor que ansiava 17 anos por esse título. Resolvi arriscar.

Não escutei muita coisa do que ele falou no meio do ziriguidum em que eu estava imerso, só sei que combinamos de eu escrever um texto sobre o triunfo Rubro-Negro na tarde de ontem. Irei fazê-lo de uma forma bastante pessoal, talvez para tentar traduzir um pouco o que é ser flamenguista – ser flamenguista em São Paulo.

Fui assistir ao jogo final no bar em que se reúne a torcida flamenguista em São Paulo, trajando meu manto versão retro Campeão Mundial 1981. Na plataforma um rapaz me aborda perguntando se eu estava indo para o referido bar, pois ele, vindo de Vitória, não sabia nele chegar. No percurso juntou-se a nós outro flamenguista, esse oriundo de Brasília. Quando chegamos ao local, aquela cena que nos encanta: várias, várias camisas rubro-negras reunidas, das mais diversas idades, origens geográficas e sociais cantando os temas que enaltecem nosso time de coração.

Minha experiência de mais de 25 anos de torcida pelo Flamengo já dizia: não será fácil. Não importa com quem fosse esse jogo: reservas do Grêmio, o time titular do Barcelona ou a seleção do meu condomínio. Não seria fácil – com o Flamengo nada é fácil.

Não tenho muito a escrever sobre o jogo de ontem porque, sinceramente, pouco consegui assisti-lo. A tensão era tamanha e tudo o que eu conseguia fazer era cantar, gritar e fechar os olhos nos momentos decisivos. Fiquei especialmente contente pelo Angelim ter feito o “gol-do-título” de cabeça, tal qual um ressurgimento do Rondinelli, o eterno “Deus da raça”, naquele grande vitória contra o Vasco em 1978.

Flamenguistas, São Paulinos, Palmeirenses, Colorados, Atleticanos e Cruzeirenses sabem o quão parelho foi esse campeonato, permeado pela irregularidade das campanhas: Inter, Atlético e Palmeiras começaram bem . O Atlético e o Palmeiras caíram demais enquanto que o Inter teve uma queda com uma recuperação na reta final. Cruzeiro, São Paulo e Flamengo, o oposto: começaram mal e foram tomando corpo ao longo da temporada. O São Paulo, contrariando o que costuma acontecer, refugou no momento decisivo. O Flamengo não.

A chegada do Andrade a condição de técnico foi a grande virada. O Flamengo tende a funcionar melhor quando alguém que fez história no clube assume a equipe. Segundo soubemos, Andrade com seu jeito simples conquistou o elenco que se fechou em torno dele ele e sagrou-se hexa-campeão brasileiro. Conseguiu, também, mudar o padrão de jogo que o Flamengo vinha tendo desde Ney Franco passando por Joel Santana e Cuca: o time passou a ter um jogo mais leve e fluente. Claro que isso também se deve ao retorno do Pet à Gávea. E com ele, queimei a língua – agora presto minha reverencia. Sua entrada na equipe foi pra lá de fundamental.

O Ronaldo disse algo muito curioso sobre os corinthianos: parece que quanto mais sofrem mais apaixonadamente torcem. A sensibilidade rubro-negra do maior artilheiro das copas sabe do que está falando, afinal, com o flamengo não é diferente – é verso do hino Rubro-Negro: “na regata ele me mata, me maltrata, me arrebata, que emoção no coração”.

Pois é isso, ser Flamengo não é pra quem tem coração fraco nem para os apreciadores de um texto leve e bem resolvido. Não. Ser flamenguista é para quem gosta de drama. E assim o foi!

Dedico esse texto ao Guilherme e ao Felipe, os torcedores rubro-negros que conheci ontem no metro e também ao seu Luis, um senhor simpaticíssimo que, antes do jogo de ontem, contou histórias sobre os jogos que assistiu no Maracanã nos anos 50.

Por Gustavo Dean.

————————————————————————————————-

PS: Ano passado quando o Palmeiras foi Campeão Paulista (só paulista, mas campeão), a 1ª pessoa para qual liguei foi justamente o Gus. Não para extravasar, não para azucrinar, mas para desabafar e para pedir algo. Dos que formavam comigo a trupe do blog naquela época, eu o considerava o mais “sóbrio” como torcedor. Um paulistano flamenguista não era exatamente o perfil de um sanguíneo torcedor, como ele me classificou acima. O doce e sublime sabor de uma conquista, independente do seu tamanho, me embebeda a alma, entorpece o meu pensamento, me cega. Enxerguei nele a chance de levar ao blog um texto coerente, sem grandes inflamações e que certamente seriam postas num texto meu.

Compreensivo ele escreveu, buscou expor o sentimento que ele capitaneou naquela minha ligação. Posteriormente eu acabei escrevendo algo. Dentro de um sentimento de paixão e alívio, tentando me conter ao máximo na minha “sanguinolencia”. Percebi ali que, por mais riscos que possamos assumir quando falamos da paixão clubistica, não se pode entregar a outro a responsabilidade de dizer a sua “nação” o que certamente todos eles estão sentindo também.

É por isso que, independente da ligação que ele me fez ontem, o espaço para as palavras do Campeão Brasileiro de 2009 seriam dele, seria do único flamenguista que eu conheço pessoalmente. Do único amigo que não é palmeirense, corintiano, são paulino ou santista. Do flamenguista que por ser paulistano, transparece certa frieza sentimental no que tange o futebol, mas que com toda a certeza, flagrantemente exposta ontem na voz já semi embargada pela conquista e por umas e outras, é um sanguíneo de veias hoje dilatadas de tanta ebulição causada pelo seu rubro-negro tão amado.

O Retorno

Enfim, começamos 2009. Não que esse escriba tenha permanecido esses dois primeiros meses de férias absolutas. Acho que elegi um período sabático, concentração em outros projetos, coisas assim.

Ou não – levaria mais de uma vida para conhecer todas as minhas verdades, então aqui só poderia arrolar algumas hipóteses. Bem, isso fica para o outro blog porque aqui o assunto é a redonda. Resta-me agradecer aos amigos que seguraram a onda com toda malemolência nesse período de recesso.

Alguns pitacos:

Botafogo x Rezende. Deu obvio – o obvio que não é ululante por conta das crises sem fim do Rubro-negro carioca. O Botafogo fez sua lição e o Ney Franco mostra, novamente, que tem mais competência que lhe costumamos atribuir.

Inter x Gremio – O colorado sai na frente. Mas o Tricolor não faz feio. O Rio Grade do Sul definitivamente é a segunda força no futebol brasileiro.

Santos x SPFC – O equilíbrio entre os 4 grandes é a novidade no paulistão 2009. Caso esses times chegues às semi-finais termos o paulista mais interessante dos últimos 7685 anos. Tomara!

Feliz 2009!

Os Dois Lados da Moeda: Eu e minha má vontade com o SPFC.

Chegamos ao final de um disputadíssimo Brasileirão e, salvo a remota hipótese de cometer um tropeço gigantesco, o tricolor do Morumbi já é sagrado e consagrado campeão. Vendo a tabela, seria difícil acreditar que a taça pudesse escapar das mãos de qualquer que fosse o clube que estivesse nas condições do atual líder da competição. Em se tratando do São Paulo, arriscaria alto para dizer: é impossível que ela mude de dono.

Pois assim sempre foi o São Paulo – ao mesnos desde que comecei a acompanhar futebol. Salvo raríssimos momentos (uma janela na virada do milênio) o SPFC não patinou. São os germânicos do futebol brasileiro. Não se afobam, trabalham em silêncio e, quando vemos, lá estão.

Como é irritante um time organizado como o São Paulo. Não é novelesco, raramente consegue-se criar uma polêmica com os ventos vindos do Morumbi. Lida com suas pendengas de forma tão adulta que se torna tedioso.

Costumo pensar que isso deriva de uma certa postura que o SPFC faz questão de manter, desde a diretoria: o culto à personalidade pelas plagas do tricolor é contido, exige eleições de dois em dois anos. Isso, possivelmente, irradia. Ninguém no SPFC é maior que o SPFC. Nem o agora tri-campeão Muricy, nem o maior goleiro artilheiro da história Rogério, nem JJ nem Marco Aurélio Cunha nem a própria torcida. O SPFC consegue equilibrar as tensões de todos os lados e com isso chegar a resultados.

Vejamos o caso curioso da torcida. Há três rodadas o SPFC possivelmente não estava entre os 10 maiores públicos do Brasileirão. Até que Muricy convocou e os São-Paulinos compareceram.

Diz-se que o torcedor São-Paulino é blasé e menos apaixonado – até oportunista, só acompanha o time na final. Pode ser. Mas também pode ser que o torcedor são-paulino nutra um amor mais maduro pelo seu time: “Você sabe que estou aqui. Mostre-me que você vale meu amor e estarei ao seu lado, mas não me iluda com promessas vãs, Imperadores e que tais”.

O universo do futebol traz a tona nossas emoções mais primitivas. Como é detestável um time como o São Paulo, que, num cenário de clubes que ainda engatinham em termos de organização, já chegou, há muitos anos, na maioridade.

Enfim, só me resta dizer: SPFC, a medida da minha indisposição contigo é a mesma da minha admiração e, porque não dizer, inveja. Parabéns pelo Hexa!

Os Dois Lados da Moeda: Entre a divisória e a instalação do ar….

…assisti ontem o final dos jogos do Palmeiras e do Grêmio pelo Campeonato Brasileiro.

Para quem dava o tricolor gaúcho como fora da competição depois da goleada sofrida frente ao Colorado na antepenúltima rodada, a vitória sobre o Botafogo serviu de aviso e, ontem, contra o Santos, o Grêmio se manteve na condição de legítimo pleiteante ao título de 2008.

Empate fora de casa, a essa altura, já não pode ser considerado bom resultado. Ontem, contra o Figueirense, o Palmeiras perdeu pontos que poderão fazer falta no compito final. Ou já fazem, já que manter a pontuação elevada no momento pressiona os rivais.

Um possível reflexo de um jogo no outro: o Santos ainda não está totalmente fora distante da zona de rebaixamento. O Palmeiras ainda tem uma partida contra o alvinegro da Vila Belmiro. Um clássico paulista disputado uma equipe tentando escapar da série B e outra lutando pelo título tende a ser difícil para os dois lados.

***********************************************

Algo sobre a tabela

Pensando nas próximas partidas que os 5 maiores favoritos ao título ainda têm pela frente, me parece que quem pode respirar com algum alívio são os tricolores paulistas. Palmeiras e Flamengo, além de confrontos diretos, disputam clássicos regionais. Em que pese o Flamengo ter vários jogos em casa, dois deles são contra Vasco e Fluminense, que também estarão em casa e fugindo da degola. Grêmio e Cruzeiro, nesse quesito, não tem perspectivas nem tão favoráveis nem tão desfavoráveis assim.

Os Dois Lados da Moeda: F1 – Corrida ensaboada em Spa


Depois de ter feito um GP belissimo, a chuva castigou Haikkonen na penultima vota do GP da bélgica, um dos cirtuicos favoritos deste que vos escreve. As duas últimas voltas do GP foram divertidissimas com a pista molhada. Depois de muitas rodadas Hamilton conseguiu legar seu Mclaren ai primeiro lugar e Massa garantiu a segunda posição.

POST- SCPRITUM

Após chegar em 1º na Bélgica, Hamilton é punido, e Massa herda vitória
Do UOL Esporte (http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas/2008/09/07/ult4361u1787.jhtm)

Kimi Räikkönen tinha o GP da Bélgica na mão neste domingo. Vinha em corrida perfeita, mas uma chuva no final, ainda que leve, fez o piloto perder o controle de sua Ferrari e deixar a vitória no colo de Lewis Hamilton. Ainda assim, quem levou os 10 pontos foi Felipe Massa, depois que a organização da prova decidiu punir o corredor da McLaren com 25 segundos e o derrubou para o terceiro lugar geral.

Classificação (ATUALIZADA)

1 Hamilton 10 4 0 6 8 10 0 0 10 10 4 8 6 – – – – – 76
2 Massa 0 0 10 8 10 6 4 10 0 6 0 10 10 – – – – – 74
3 Kubica 0 8 6 5 5 8 10 4 0 2 1 6 3 – – – – – 58
4 Räikkönen 1 10 8 10 6 0 0 8 5 3 6 0 0 – – – – – 57
5 Heidfeld 8 3 5 0 4 0 8 0 8 5 0 0 8 – – – – – 49
6 Kovalainen 4 6 4 0 0 1 0 5 4 4 10 5 0 – – – – – 43
7 Trulli 0 5 3 1 0 0 3 6 2 0 2 4 0 – – – – – 26
8 Alonso 5 1 0 0 3 0 0 1 3 0 5 0 5 – – – – – 23
9 Webber 0 2 2 4 2 5 0 3 0 0 0 0 1 – – – – – 19
10 Glock 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 8 2 0 – – – – – 15
11 Vettel 0 0 0 0 0 4 1 0 0 1 0 3 4 – – – – – 13
12 Ângelo Piquet 0 0 0 0 0 0 0 2 0 8 3 0 0 – – – – – 13
13 Barrichello 0 0 0 0 0 3 2 0 6 0 0 0 0 – – – – – 11
14 Rosberg 6 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 – – – – – 9
15 Nakajima 3 0 0 2 0 2 0 0 1 0 0 0 0 – – – – – 8
16 Coulthard 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 – – – – – 6
17 Bourdais 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 – – – – – 4
18 Button 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 – – – – – 3
19 Sutil 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 – – – – – 0
20 Davidson 0 0 0 0 – – – – – – – – – – – – – – 0
21 Fisichella 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 – – – – – 0
22 Sato 0 0 0 0 – – – – – – – – – – – – – – 0