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Olê, olê, olê, olê, Telê, Telê…

Se hoje em dia os treinadores reclamam de um calendário apertado, que fazem suas equipes jogarem apenas duas vezes por semana, em 1994 o mestre Tele Santana teve que preparar dois times do São Paulo Futebol Clube para jogarem no mesmo dia.

Em uma noite em que o jogador Juninho Paulista atuou nas duas partidas, o tricolor jogou pela Copa Conmebol contra o Sporting Cristal do Peru e pelo Campeonato Brasileiro contra o Grêmio e venceu as duas por 3 a 1. Contra os peruanos, Juninho fez um dos gols.

Tele Santana, que hoje, 26 de julho, estaria completando 80 anos de idade, é um dos grandes responsáveis por esse amor incondicional que eu tenho pelo futebol, e o grande responsável pela minha única superstição futebolística, a de usar uma Lacoste vermelha nos jogos clássicos e decisivos do tricolor.

A minha admiração por ele começou bem antes da sua chegada pelos lados do Morumbi, onde veio para tirar o time do fundo do poço e o levar para à final do Brasileiro, contra o Corinthians, e mesmo perdendo o título, Telê tinha a aprovação da torcida, que o fez permanecer no clube.

Ele foi o treinador da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 82, na Espanha, a primeira que eu acompanhei de verdade, colecionei figurinhas e tive orgulho de ter nascido em um país que tinha um
selecionado que encantava o mundo com um futebol bonito e envolvente.

Infelizmente não trouxemos o caneco, depois da fatídica derrota pelo placar de 3 a 2, para os italianos, que se sagrariam campeões daquele ano.
Derrota essa conhecida até hoje como a “Tragédia do Sarriá”.

Não conseguindo ganhar também a Copa do Mundo de 1986, no México, Telê então foi marcado com a pecha de “pé-frio” por parte da imprensa brasileira.

Marca essa que ele chutou para bem longe nos anos em que ele treinou a equipe do São  Paulo, onde levou o time a vencer 10 títulos importantes (fora torneios menores), entre eles, 2 campeonatos
paulistas, 1 Campeonato Brasileiro, 2 Libertadores e 2 Mundiais de Interclubes.
E com uma formula bem simples: jogar pra ganhar, sempre, em qualquer situação.

Na Libertadores de 92, o primeiro grande título internacional do Tricolor: campeão em cima dos argentinos do Newell’s Old Boys, o Palmeiras havia inaugurado sua parceria com a Parmalat indo pra final do campeonato paulista com o São Paulo e tomando uma golada de 4 a 2 no primeiro jogo. No intervalo do primeiro para o segundo jogo da final, o São Paulo foi até Tóquio e ganhou o Mundial de Interclubes em cima do todo-poderoso Barcelona espanhol e voltou para consagrar o
paulistão daquele ano.

Tem treinador que reclama de um calendário apertado. Eu reclamo desse calendário ter passado rápido demais e ter levado o treinador mais importante que esse pais já teve!

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O TRI JÁ É PASSADO !

O dia 22 de junho de 2011, mais precisamente o dia do Tri Campeonato da América parece ter anestesiado os santistas e tudo que aconteceu e vai acontecer daí pra frente não importa mais, pelo menos até o Mundial de Clubes. Porém, a vida de um clube grande não se resume em apenas uma conquista, por mais expressiva que ela possa ser, a manuntenção delas é o que faz um time grandioso e estar sempre entre os melhores é o que atrai investimentos, bons jogadores, torcedores e consequentemente outras conquistas, pode-se dizer que é um ciclo buscado por qualquer time.

Obviamente manter-se nesse patamar de títulos e glórias é complicado e exige um planejamento bem feito e a longo prazo, já que os melhores jogadores de um clube vencedor tornam-se peças de alto valor no mercado europeu e requisitadas nas seleções nacionais. É exatamente esse quadro descrito que reflete a atual realidade do Santos.

O clássico frente ao Palmeiras explicitou a necessidade que o alvinegro tem de contratar (URGENTEMENTE !) peças de reposição para não fazer um papelão no campeonato mais disputado do mundo. É totalmente compreensível a ressaca após um título, ainda mais de Libertadores, mas isso já é passado e o foco agora deve ser a construção de um elenco sólido para a disputa do Mundial, e o Campeonato Brasileiro é o ”palco” ideal de testes para uma equipe que provavelmente enfrentará um dos maiores de todos os tempos, o temido Barcelona.

Por isso está na hora da diretoria se mexer e contratar, não só jogadores tecnicamente exemplares, mas também preparados para vestir o manto alvinegro e disputar campeonatos de alto nível, o que obviamente não é o caso de Diogo, Richely, Roger Gaúcho, Possebon e etc.

É maravilhoso ser campeão da Libertadores, com certeza é, mas não podemos viver dessa conquista para sempre. Temos o restante do Brasileirão, o Mundial e é claro, a Libertadores do ano que vem para pensar.

Portanto nada de comodismo, já está na hora de abrir os olhos !

PRA CIMA DELES SANTOS !

MAZEMBE FEZ HISTÓRIA

O Internacional perdeu para o Mazembe na semifinal do Mundial Interclubes. Uma decepção retumbante para o torcedor colorado, óbvio. Mas fracassou na temporada um clube campeão da América?

“Fracassou” é um termo pesado demais. Ele diminui o êxito que conduziu o clube ao jogo de ontem e mais, diminui o feito histórico dos africanos.

Saiba o amigo que me acompanha que ontem o Mazembe fez história em Abu Dabhi. Colocou pela 1ª vez o continente africano em uma final de mundial.

Sabe quando foi a única vez em que uma final da competição não teve um sul-americano e um europeu? Na conturbada edição de 2000, disputada no Brasil e que teve dois sul-americanos na final.

O Mazembe pôs fim a idéia dos que sempre se perguntam “o que asiáticos e africanos fazem no mundial?”

Eles disputam a final. Essa é a resposta.

É feito suficiente para por fim a outra atrocidade.

Ou alguém acha justo que o próximo clube africano tenha que disputar um jogo a mais que sul-americanos e europeus? Mantida a atrocidade, que então o próximo sul-americano dispute esse jogo. Ou o europeu, dependendo do que a Inter de Milão fizer hoje.

O Mazembe acabou com a fina casca de moralidade que dava aval a essa regra estapafúrdia.

Chazinho de Coca – Dona Fifa, por que não deixar o seu Mundial mais interessante?


O ser humano nunca está contente com nada mesmo.No futebol a coisa não é diferente.
Vide a eterna discussão acerca da forma de disputa de determinadas competições e para onde elas levam nossos clubes.

Teve início hoje, o Mundial de Clubes da Fifa, onde nenhum brasileiro encontra-se envolvido, dado o fato de o campeão da Libertadores ser o argentino Estudiantes. O que se é lamentável por um lado, exclui aqui qualquer chance para possíveis teorias da “dor de cotovelo”.

Quando a disputa não era oficializada pela Fifa e o campeão mundial surgia da disputa de uma única partida, realizada entre o campeão sul-americano e o europeu, muitos diziam não ser aquela uma formula justa de se apontar o grande campeão do ano, dado o fato de a competição não levar representantes de todos os continentes para sua disputa.

Bem, então no ano de 2000, a Fifa resolveu tomar as rédeas de um “verdadeiro” mundial, globalizando a sua disputa. Torneio realizado no Brasil, em 2 grupos com 4 clubes cada.

Aparentemente tudo lindo. Não fosse a pouca vergonha causada pela exclusão do então atual campeão da América, o Palmeiras, colocando em sua vaga o Vasco da Gama. Teorias conspiratórias a parte, a sua fórmula era de fato interessante.

Hoje a Fifa continua organizando o torneio com representantes de todos os continentes, mas beneficiando os campeões da Libertadores de da Champions League, que entram direto nas semifinais. Obviamente isso esvazia a 1ª fase e conseqüentemente impede maior visibilidade dessa competição.

Hoje li em alguns blogs o descontentamento com os modorrentos jogos da 1ª fase.

Já que não se paga para fazer sugestões, deixo aqui a minha.

Por que não voltar a fórmula de 2000? – a melhor de todas, na minha opinião – e já que o interesse comercial está mesmo nos clubes sul-americanos e europeus, poderia se levar 2 representantes de cada. E aqui fica uma 2ª sugestão, que ao meu modo de ver, valorizaria a Copa Sulamericana e a Copa da Uefa.

Campeões de Libertadores e Champions League teriam suas vagas garantidas. Os vice-campeões dessas competições disputariam a 2ª vaga de seus respectivos continentes contra os campeões da Sulamericana e da Uefa.

Isso daria sentindo a hoje sem sentido Copa Sulamericana e também a Copa da Uefa, além de valorizar o trabalho dos vice-campeões continentais.

No Mundial o Campeão da Libertadores seria cabeça de chave do grupo onde teria o campeão da Uefa ou da disputa entre Campeão da Uefa X vice da Champs. Da mesma maneira que o campeão da Champs seria cabeça de chave do grupo onde teria o 2º representante sul-americano.

Acho deveras bacana essa idéia. Pena que ela já começa derrotada, devido ao fato de Libertadores e Sulamericana possuírem patrocinadores distintos e que não dão um passo adiante na busca de uma maior valorização de suas próprias competições. A Conmebol, cega que só, parece também não enxergar isso.

Fica a dica.

Do blog do André Rizek: LDU!

E tem gente (despeitada) que continua acreditando que os europeus não ligam para esse negócio de ser campeão mundial de clubes. Geralmente, o apelo é usado quando o time do Velho Continente perde o jogo. “Também, eles não se importam”, costumam dizer.

Parecia que o Manchester, até pela maneira como a imprensa inglesa tratou o Mundial, também não ligava. Não foi o que se viu nessa final de domingo. De novo. No campo e nas entrevistas depois do jogo.

No primeiro tempo, jogo de um time só. Os ingleses não saíram do campo da LDU. E, mais uma vez os arautos do “eles são bons, nós sul-americanos pobretões não somos de nada” se animaram com o que acontecia em campo. Veio o segundo tempo e a LDU ficou com um homem a mais logo no começo. E aí o jogo ficou divertido…

É divertido ver Cristiano Ronaldo desarmado com categoria por um beque da LDU dentro da área, que sai jogando de cabeça erguida. É divertido assistir ao Van der Saar ter de fazer três belas defesas (uma delas já nos descontos) para ser campeão. É divertido ver o Manchester ter que respeitar um pobre time equatoriano. No esporte (na vida), quase sempre torcemos para o David contra o Golias. O barato do futebol é ver que nestes 90 minutos, por algum motivo, estamos diante da maior chance de assistir ao extraordinário, o pequeno vencer o grande.

Quase deu…

Sei que para a LDU era um jogo mais importante que para o Manchester (estava na cara). Mas os ingleses tomaram um belo susto. Que hombridade, que time comprometido, organizado, raçudo essa LDU. Que ano maravilhoso dessa equipe.

Cada vez mais, eu gosto desse Mundial da Fifa…

É o último jogo que comento em 2008. Ainda responderei os comentários (de maneira “picada”) até o dia 24. O blogueiro se despede feliz de ver que, apesar dos milhões que cada vez mais separam Europa e América do Sul, futebol ainda é futebol! Futebol ainda é futebol…

Um ótimo fim de ano!

Nos vemos dia 05 de janeiro.

Muita paz para todos nós.

http://colunistas.ig.com.br/andrerizek/