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O VERDÃO DO ASSUNÇÃO. O PEIXE SEM NEYMAR (E AGORA SEM GANSO) E O TIMÃO TEMENDO O TIME ERRADO.

-Dos 8 passos necessários ao alviverde dar para se livrar do fim de ano melancólico, o 1º foi muito bem dado. Na estréia de Gilson Kleina o Verdão venceu o Figueirense por 3X1 em um verdadeiro jogo de 6 pontos.

A aparente tranqüilidade para se chegar ao êxito não deve, porém, mascarar os problemas de sempre e que voltaram a aparecer contra o Figueira, dentre as quais a nítida dificuldade de marcação no meio campo. Com 10 minutos de jogo o Verdão já vencia por 2X0. Teve ainda um gol anulado pelo juiz e chegou ao 3º gol quando o adverdário ameaçou a tranqüila vitória.

Além de falhas do goleirão Wilson, o que determinou a vitória alviverde foi o retorno, agora em condições físicas, de Marcos Assunção. Não a toa os 3 gols (além do anulado) tiveram participação direta do capitão. O mesmo Assunção cravou ao término do jogo que a mudança de postura foi a responsável pelo bom jogo. Sinceramente e respeitando demais o grande Assunção, não vi no Palmeiras nada de diferente do que já mostrou nos últimos jogos. Mesmo contra Corinthians, Galo e Vasco o Palmeiras não jogou mal, muitas vezes foi ate melhor que o adversário, mas se perdia ao tomar o revés. O time correu e se dedicou, mas além do mal momento, não contou com a “sorte”, além dos graves erros da arbitragem. Em todos esses jogos Assunção não esteve em campo (esteve contra o Corinthians, mas visivelmente no sacrifício). Então podemos, na mesma medida em que o Santos é outro time com Neymar, dizer que o Palmeiras com Assunção é um outro time. Muito mais letal ao adversário e com a força de um legítimo líder dentro de campo. Trocando em miúdos, acho justíssimo apontar que Marcos Assunção é o Neymar do Palmeiras.

Para o jogo contra a Ponte Preta, Kleina terá uma semana para enfim emplacar seu estilo. Até agora a mudança tática foi ínfima. O que ele fez foi trazer de volta ao grupo alguns jogadores que não vinham sendo aproveitados e deu a chance para o bom João Denoni, algo que muitos esperavam que Felipão tivesse feito há tempos. Kleina melhorou o ambiente interno, juntou novamente as peças e contou com o retorno de seu melhor jogador.

O caminho ainda é longo e árduo, mas o primeiro dos passos foi promissor. Restam sete. E nas palavras de Assunção o torcedor deve reconquistar seu fio de esperança. “Enquanto houver esperanças eu vou acreditar. Se tiver que deixar a vida em campo eu irei deixar”.

 

-Também no sábado, o “Santos sem Neymar” foi atropelado pela Portuguesa. E vale demais frisar que existem dois Santos – o com e o sem Neymar. Com Neymar o aproveitamento peixeiro é de time que brigaria pelo titulo. Sem sua jóia é de time candidato ao rebaixamento.  O que demonstra a enorme capacidade de decisão de Neymar, mas por outro lado me mostra a fragilidade do grupo, mas também o trabalho ruim de Muricy neste momento. Aliás, o trabalho ruim que Muricy faz desde que chegou ao Santos, exceto na janela em que proporcionou ao time ser campeão da Libertadores. Que deve ser sim depositada em sua conta, mas não somente na dele. Havia um trabalho em curso e ofensivamente o time continuou o mesmo. Muricy fortaleceu o setor defensivo. Depois disso, nunca mais brilhou quando atuou sem Neymar – muitas vezes não brilhou mesmo com o craque em campo.

Acho Muricy extremamente competente e seus resultados históricos testemunham ao seu favor. Mas frente ao Santos o seu brilho resume-se à Libertadores de 2010 e com as ressalvas necessárias.

O Peixe que, além da ausência de Neymar, vinha da ressaca pela consumada perda de Ganso para o São Paulo.

A novela mais chata do futebol brasileiro terminou como já se esperava. E tenho para mim que a torcida santista tem todo o direito em criticá-lo. Ganso não demonstrou pensar sequer um minuto na torcida que o elevou ao patamar onde hoje reina sozinho Neymar. Seu silêncio deu todas as chances para terminar a novela com o papel de vilão. Em alguns momentos Ganso chegou a ser apontado como a verdadeira jóia. E foi para mim, assim como o trabalho de Muricy, uma passagem onde houve apenas um momento de brilho. Na temporada 2010, quando junto com Neymar ele explodiu. Foi preponderante nos títulos do Paulistão e da Copa do Brasil daquele ano. Em 2011 fez temporada razoável, alternando bons jogos e outros onde não aparecia como deveria. Suas contusões o atrapalharam, mas também sua conduta, claramente guiada por quem “cuida” de sua carreira, o transformaram em uma pálida lembrança do ídolo que pareceu ser.  A gélida relação com o clube que o revelou, ainda que a direção santista tenha tido sua enorme parcela de culpa nesse desgaste todo, não deveria (como não passou) incólume pelo filtro do torcedor. Por ele Ganso devia sim mais respeito. Foi através dele (torcedor), também permeado pelo seu bom futebol em 2010, que o jogador deixou de ser mais um e passou a ser PH Ganso. Seu silencio ensurdecedor deu margem para as críticas, que vieram e ainda continuam chegando. Para o santista, Ganso não deixará saudades. Para o Santos certamente, ainda que sua lembrança seja já de um passado que começa a ficar distante.

Ao são paulino a festa vale e muito. O clube mostrou força ao levar para o Morumbi um dos jogadores mais decantados dos últimos anos. Mais ainda por tirá-lo de outro gigante, de um rival histórico. Mas vale também os exemplos deixados por Ganso em sua passagem pelo Peixe e também pelo seu discurso na apresentação. Ao dizer que a partir de hoje é são paulino desde criancinha, PH Ganso deixa óbvio que sua relação com os clubes não é nada muito além do que a profissional. Esperar dele uma relação de ídolo é meio que esperar que chova no deserto.

Acompanhe as excelentes análises da contratação de Ganso pelas perspectivas santistas e tricolores.
http://www.ferozesfc.com.br/uma-triste-pagina-virada/

http://www.ferozesfc.com.br/seja-bem-vindo-ganso/

– E para finalizar, tivemos hoje logo cedo o sorteio dos duelos do Mundial de Clubes. Um sorteio que não diz muita coisa, já que não se sabe quem serão os representantes africano e japonês e que em disputa contra o Auckland City, será o adversário do Corinthians na semifinal.

Ao Corinthians coube comemorar o não cruzamento contra o Monterrey do México. Um temor que eu não entendo, já que em todos esses anos de Mundial nunca houve um mexicano chegando à final, logo nenhum deles foi páreo para sul americanos ou europeus.

Quem pode chegar é o Mazembe, que está nas semifinais africana ao lado de Espérance, Sunshine Stars e Al-Ahly.  Embora pelo time que tem e pelo que tem jogado, não cabe ao Corinthians temor contra nenhum desses rivais. E o Chelsea é assunto para a possível final.

Cheers,

 

MAZEMBE FEZ HISTÓRIA

O Internacional perdeu para o Mazembe na semifinal do Mundial Interclubes. Uma decepção retumbante para o torcedor colorado, óbvio. Mas fracassou na temporada um clube campeão da América?

“Fracassou” é um termo pesado demais. Ele diminui o êxito que conduziu o clube ao jogo de ontem e mais, diminui o feito histórico dos africanos.

Saiba o amigo que me acompanha que ontem o Mazembe fez história em Abu Dabhi. Colocou pela 1ª vez o continente africano em uma final de mundial.

Sabe quando foi a única vez em que uma final da competição não teve um sul-americano e um europeu? Na conturbada edição de 2000, disputada no Brasil e que teve dois sul-americanos na final.

O Mazembe pôs fim a idéia dos que sempre se perguntam “o que asiáticos e africanos fazem no mundial?”

Eles disputam a final. Essa é a resposta.

É feito suficiente para por fim a outra atrocidade.

Ou alguém acha justo que o próximo clube africano tenha que disputar um jogo a mais que sul-americanos e europeus? Mantida a atrocidade, que então o próximo sul-americano dispute esse jogo. Ou o europeu, dependendo do que a Inter de Milão fizer hoje.

O Mazembe acabou com a fina casca de moralidade que dava aval a essa regra estapafúrdia.