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R49? NÃO SEI.

Sempre fui fã de Ronaldinho Gaúcho e não é porque sua passagem pelo Flamengo deu no que deu que vou evitar comentar o caso.

Quando se deu a informação de que ele voltaria a atuar por um clube brasileiro, fui um dos poucos a apreciar a idéia. E não por imaginar que ele voltaria a ser o Ronaldinho do Barcelona, mas por imaginar que aquele Ronaldinho que vinha sim sendo importante no então combalido Milan poderia ser fator de desequilíbrio em nosso mediano cenário.

A trama toda começou errada e por parte do jogador e de seu irmão/empresário. Se a idéia era resgatar Ronaldinho para o futebol e até aproveitá-lo na seleção da CBF, o mais correto era a escolha ser técnica, mas ancorada em seu berço, onde ele surgiu para o mundo, de onde saiu pela porta do fundo, mas poderia voltar a entrar pela porta da frente no cenário da pelota. Logo se a verdadeira intenção em seu retorno era essa, o Grêmio era o caminho natural.

Então o leilão promovido já indicava que não era só aquilo que de fato interessava. A Traffic resolveu bancá-lo no Flamengo e o rubro-negro mais do que depressa aceitou a oferta. Mais do que despreparado, sem sustentação orçamentária, sem planejamento de marketing algum, Patrícia Amorim e seus asseclas promoveram um enorme carnaval imaginando que aquilo por si só fosse suficiente.

Ao contrário de seu xará rechonchudo, Ronaldinho teve a mídia ao seu lado somente enquanto manteve-se atuando em altíssimo nível. Não é um homem de mídia nato, não gera simpatia como Ronaldo. E em campo, também diferente de Ronaldo, Ronaldinho não conseguiu ter sequer 6 meses de bom futebol em seu retorno.

O que disso é reflexo dos atrasos de salários (e eu acho que tem total influência), não se pode dimensionar com plena certeza. Mas até pelos atrasos em seus vencimentos, não se pode eximir o Flamengo de enorme culpa no cartório. Como cobrar profissionalismo de alguém que não recebe salários? Esperar amor a camisa de alguém que deu as costas para as suas raízes é de uma inocência sem tamanho. Vomitar o eterno discurso da maravilha que é atuar por um Flamengo é de uma falácia sem igual no futebol mercantilista de hoje.

Amparado pela lei Ronaldinho pulou fora. E seu empresário – muito mais que irmão – tratou logo de amarrar seu burro em outro terreno.

Dessa vez sem leilão, sem chamar atenção e contando com a colaboração estapafúrdia de Patrícia Amorim que direcionou seu discursinho de 5ª para outros quintais, enquanto Ronaldinho já ciscava de Galo.

Mas e agora, vale a pena investir em Ronaldinho?

Pelos 300 mil noticiados, ainda acredito que sim. Bem como disse Paulo Vinicius Coelho em seu blog, o fato de Ronaldinho aceitar ganhar no Atlético MG ¼ do que deveria receber no Flamengo, pode dar a entender que seu negócio é recuperar o terreno perdido e nem tanto encher os bolsos de grana.

Não cravo isso, mas também não descarto.

Pensando no âmbito técnico, tenho lá minhas dúvidas. Ainda que por “apenas” 300 mil, Ronaldinho deve chegar e jogar. Jogar na meia esquerda, onde sempre gostou, onde hoje joga e joga bem o jovem Bernard.

Cuca irá desfazer o esquema que vem dando resultados no atual líder do BR12 para encaixar sua nova estrela?

Complicado. Como é também deixá-lo no banco.

Ao contrário de quando foi anunciado que Ronaldinho voltaria ao Brasil, hoje já não sei se vale a pena apostar em seu jogo. Nem pela falta dela, que ainda acho que ele possua suficiente para acrescentar a qualquer time brasileiro, mas sim pela carga de desconfiança que o próprio acabou alimentando em seu infeliz retorno ao país.

VÁRZEA FUTEBOL CLUBE

Não precisava ser um torcedor fanático rubro-negro para saber o que estava por acontecer na Gávea quando o assunto era “Ronaldinho Gaúcho”.

Todos sabiam que a trajetória do ex-melhor do mundo estava por um fio. A começar pela própria instituição que o contratou. O clube carioca e sua parceira Traffic, por sua vez, não estavam honrando seus compromissos para com seu camisa 10, sendo assim, era questão de tempo para que Ronaldinho desse um ‘bico para fora’ e alavancasse sua retirada, pela porta dos fundos, do clube que um dia chegou “amar”.

Chegou ao fim o casamento entre Ronaldinho Gaúcho e Flamengo

Se o seu irmão e empresário, Roberto Assis, promoveu um leilão público pelo jogador no início de 2011, era de se imaginar que um atraso de tantos meses não seria tolerado. E de fato não foi.

Da parte da agremiação, os seguintes argumentos: atrasos para os treinos, vida boêmia, aparições sem condições para treinar, mau relacionamento com alguns companheiros e, sobretudo, pouco retorno técnico eram pistas de que o “casamento” havia chegado ao fim.

Todos esses argumentos mostrados pela direção do clube contra R10, são verdadeiros. Ao todo, o jogador teve meros lampejos de genialidade com a camisa rubro-negra e acabou desagradando dentro das quatros linhas. Porém não há mocinhos nessa história. Direção e jogador agiram de forma equivocada e antiética.

De fato é que, quando assumiu o comando presidencial do clube, Patrícia Amorim demonstrava ser a salvação para os inúmeros problemas enfrentados anos antes pelo Mengão, porém com uma possível dívida em torno de R$ 40 milhões com seu ex-camisa 10 e outras pataquadas no caminho, tornaram sua administração apenas mais uma a fracassar, escancarando o nível das pessoas que comandam hoje, um dos maiores e mais importantes clubes do país e do mundo.

O patético apelo aos torcedores pedindo união contra Ronaldinho é de uma hipocrisia poucas vezes vista. É uma tentativa torpe de colocar a massa contra o (ex-) atleta e aliviar a própria barra. Muitos cairão nessa conversa e odiarão Ronaldinho como faz a torcida do Grêmio. Uma contratação de impacto para tentar acalmar os ânimos provavelmente fará parte desse roteiro.

Além disso, outra polêmica. Não satisfeita, Amorim levou à CBF uma série de comprovações de que o Palmeiras (clube interessado no Gaúcho no início de 2011), teria aliciado o jogador meses antes dele rescindir com o Fla. Alegando o clube paulista de ser um dos responsáveis pela saída do atleta. Fala sério?!

Justamente o time carioca que, no ano passado, tentou tirar Kleber do alviverde e promoveu um verdadeiro inferno astral no clube.

Por enquanto, a diretoria palmeirense trata do assunto com calma e tranquilidade, porém Arnaldo Tirone promete forte argumento contra os cariocas, que após toda essa história envolvendo seu “ex-pseudo-ídolo” estão loucos para jogar a culpa pela incompetência em alguém.

O amadorismo do futebol brasileiro impressiona até àqueles que o acompanham há muito tempo. QUE VÁRZEA!!!

A Presidenta Patrícia Amorim em um momento amigável com seu ex-jogador, o R10

 

Surpreendente!

No segundo tempo, Liedson teve mais liberdade para atacar. Foto: Lancenet

Para os corintianos que assistiram ao jogo contra o Atlético-MG até o final do primeiro tempo, a perspectiva era de um desastre ainda maior do que o 2 a 0 que se apresentava. Até porque Tite montou um time lento, muito diferente do padrão da equipe que conquistou a liderança do Brasileirão. Porque – convenhamos – por mais que tenha feito boas apresentações com a camisa do Timão neste campeonato, Danilo é um jogador lento. Dividindo o meio de campo com Alex, destoou do ataque e Liedson se viu obrigado a ir buscar a bola, que não chegava. Jorge Henrique, sem saber se era meia ou segundo atacante, e ainda foi castigado com a marcação de um pênalti duvidoso.

Sheik foi o nome da virada de ontem.

Eis que – no momento em que muitos corintianos foram dormir – Adenor acordou. Improvisou JH na lateral-esquerda, mandou Welder para sua posição de origem (onde realmente ele sabe jogar) e colocou o Sheik no lugar de Alessandro, que parecia ter comido uma feijoada antes de entrar em campo – praticamente andava, não corria.

Aí a história mudou. Emerson fez chover: fez gol, deu assistência, sofreu pênaltis – dois, que Alex cobrou de maneira idêntica. Acertou um, errou o outro.

Por mais que o treinador tenha sido obrigado a improvisar um meia-atacante na lateral, não dá pra dizer que Tite foi um “professor Pardal” ontem. Pelo contrário, consertou a invenção mal-sucedida. Saiu do estranho esquema 4-2-3-1, que sacrificava Liedson e colocou o time pra jogar no tradicional 4-4-2. Deu muito certo, e foi premiado com a merecida virada.

Para o próximo jogo, contra o Figueirense, no Pacaembu, no próximo sábado, Tite contará com a volta de Chicão. Resta saber o que pode ser feito para suprir a falta de um lateral-esquerdo. Quem diria que – com dois jogadores na posição (por mais que se questione a qualidade de ambos) – o time ainda teria dificuldades por este lado?

Com os demais times grandes capengando, Corinthians e Flamengo parecem estar caminhando para uma disputa isolada pelo Campeonato. É preciso consciência: ainda há muito pela frente. Mas é muito estranho ver o Santos, por exemplo, na situação que se encontra. Também é estranho ver o Palmeiras, comandado com mão de ferro por Felipão, mas cheio de problemas internos. Assim como é estranho ver o São Paulo, com elenco razoável, tendo tantas dificuldades pra ter opções válidas para montar uma equipe coesa, obrigando o apenas esforçado treinador Adílson Batista a despertar sua mania de inventor, a mesma mania que tinha seu antecessor Paulo César Carpegiani. Com todos estes problemas nos adversários, a oportunidade está aí. Resta saber se Adenor e seus comandados saberão aproveitá-la.

É isso aí. Fiquem com o Molotov tocando “Gimme tha power”. Abraços.

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Café com Leite: Invictus

Texto: Beto Almeida

Fotos: UOL

Issoaí galera, acabou a Copa do Mundo, tudo volta como dantes no quartel de Abrantes e a bola volta a rolar no Brasileirão, apelido carinhoso e aumentativo do Campeonato Brasileiro de Futebol.

A volta do Timão aconteceu na noite de quarta-feira passada contra o Ceará lá em Fortaleza, por motivos de força maior e menor não pude escrever a coluna. Mas o jogo que terminou num empate de zeros dispensou comentários mesmo.

Então falemos do jogo de ontem, que rolou no Pacaembu e cujo adversário foi, nada mais, nada menos, que o Atlético Mineiro, uai. O time dos comedores de queijo veio desfalcado de Diego Tardelli, artilheiro da equipe dirigida por Wanderley Luxemburgo. O que não quer dizer muita coisa, tanto o desfalque como o comandante da equipe.

Logo antes de começar a partida percebe-se que a Copa 2010 me deixou marcas indeléveis no coração: a bola do Brasileirão é FEIA bagarai! Saudades da Jabulani, que todo mundo reclamava, mas era linda.

Falando em beleza: Lari Riquelme, donde estás que me olvidaste?

Ah, Copa do Mundo… Eu que não olvidei você. Nem da África do Sul, terra linda dum povo massacrado pelo apartheid, mancha na história da humanidade que sempre foi desumana com os carentes e oprimidos.

E a África do Sul me faz lembrar do filme “Invictus”, dirigido por Clint Eastwood e com Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela. O filme conta a história da seleção sul-africana de rúgbi que, logo após o fim do apartheid, venceu a Campeonato Mundial de forma invicta. Daí o nome do filme, é óbvio.

Como é óbvio que escrevi todo esse intróito só pra dizer que o Todo-Poderoso é o único invicto do Brasileirão, aleluia! E sempre vencendo em casa, que beleza!

É agora que recebo o prêmio Pulitzer por escrever uma matéria jornalística de forma tão original.

Aprendam cronistas esportivos de cérebro mais diminuto que um polvo, aprendam colunistas e repórteres de revistas e jornais e Internet, é assim que se faz: tudo começa por ler vários e bons livros, seus babacas.

Depois deste humilde conselho aos profissionais da imprensa nacional, zeladora do prédio onde moram a verdade e justiça verde-amarela, aquele prédio onde o carteiro nunca consegue achar o endereço, voltamos a falar do jogo.

Que começou com um Corinthians arrasador, trocando passes tal qual a seleção espanhola: uma Fúria alvinegra. E foi assim que logo no primeiro minuto Dentinho sofre pênalti.

Chicão, nosso capitão e batedor oficial de penalidades, chutou pra fora. Tá vendo como a Jabulani faz falta?

Tudo bem, corintiano tem de sofrer mesmo, questão de DNA. E durante os primeiros 15 minutos do primeiro tempo, só deu a gente. Depois os mineirim até que igualaram as ações dentro de campo, mandaram uma bola no travessão num lance esquisito onde a bola feia bateu na coxa dum jogador atleticano e encobriu o goleiro.

O primeiro tempo terminou assim.

As duas equipes voltaram para o segundo tempo com mudanças: no Corinthians, Jorge Henrique substituiu Iarley, que estava devagar. No Atlético, Fabiano substituiu João Paulo, que sei lá.

E tal qual no primeiro tempo o Todo-Poderoso se impõe na partida, com um toque de bola refinado e de muita movimentação, porém falhando muito nas finalizações. Bruno César era o destaque do match, chutando muito de fora da área. Tava na cara que o gol corintiano era só uma questão de tempo.

Aos onze minutos Luxemburgo fez a alteração que iria determinar o resultado da partida: colocou Diego Souza em campo, no lugar de Neto Beirola. A entrada do pé-frio, o Mick Jagger do Parque Antártica, ex-jogador palmeirense, portanto, acostumado a derrotas, foi a chama que incendiou o ânimo alvinegro.

E foi com Bruno César, num chute de longe que desviou num zagueiro do Galo, que o Timão abriu o marcador. Mais não precisava, seguramos o 1 x 0 até o final. Três pontinhos, liderança isolada e tal.

Pra completar a alegria deste que te escreve, leitor, só o faz-me rir habitual que o desempenho dos rivais proporciona: o Verdinho é aquilo, leva o pau de sempre; o Tricocô ainda acha que Fernandão é craque; e Sardinha é bom de se comer na praia mesmo.

Agora é pegar o lanterna em Goiás. Mais três pontos garantidos.