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QUANDO O TREINADOR É O CRAQUE DO TIME

Ele não entra em campo, não faz gol, nem tampouco mágica, mas é o responsável direto pelo bom funcionamento de um clube de futebol. Desde a parte psicológica até a tática. Por princípio, o técnico de futebol é aquele que deve conhecer muito bem a sua equipe e, principalmente, o adversário. Mesmo com a profissão ultimamente superdimensionada, às vezes, lhe é concebida uma responsabilidade que não condiz com suas obrigações, mas às vezes também ele acaba sendo o craque do time. Capaz de conduzir o time ao objetivo planejado, assumindo – nas entrelinhas-, o papel de protagonista. Temos inúmeros exemplos de treinadores que adotam ou já adotaram este tipo de postura. Atualmente, no BR13 temos dois exemplos claros: o ascendente São Paulo de Muricy, e a emergente Portuguesa de Guto Ferreira – clubes que ainda flertam com a zona de rebaixamento, mas que alcançaram a “calmaria” após a mudança no comando técnico.

O bom momento vivido pela Lusa se deve exclusivamente ao excelente trabalho de seu treinador. Após a saída de Gilson Kleina da Ponte Preta, em setembro do ano passado, Guto assumiu a equipe campineira e a levou a disputa da Sul-Americana. Este ano, pegou a Portuguesa entregue, afundada no limbo da tabela e sem perspectivas de mudança. Mas ele mudou. Tudo. E todos. O clima, antes pesado devido ao conturbado e recorrente ambiente político, hoje foi blindado pelo treinador, que deu tranquilidade a equipe, tirando de cada jogador o seu melhor.

Dona de uma das melhores campanhas do segundo turno, com 5 vitórias nos últimos sete jogos, a Portuguesa venceu mais uma na luta contra o rebaixamento. A vítima da vez foi o oscilante Internacional, em Novo Hamburgo. A vitória fez a equipe rubro-verde alcançar o 14°lugar na tabela, com 28 pontos. Quatro a mais que o Criciúma, primeiro do Z-4.

De acordo com levantamento realizado pelo globoesporte.com, desde que chegou para o lugar do polêmico Coronel Pimenta, em 28 de julho, a Portuguesa de Guto somou metade dos pontos que disputou (21 de 42), fazendo crescer o aproveitamento, antes de 25,9%, para 40,6%. Para se ter uma dimensão do momento, com este número, jamais uma equipe foi rebaixada no Brasileirão de pontos corridos.

No caminho certo, a meta agora é vencer os times de cima, como aconteceu ontem diante do Colorado. Nas 14 partidas até aqui sob o comando de Guto, a equipe venceu seis; cinco foram contra concorrentes diretos: São Paulo, Bahia, Ponte Preta, Vasco e Náutico.

Fato é que o trabalho de Guto começa até a chamar atenção de clubes maiores que a Lusa. Você apostaria no trabalho de técnicos como Guto para comandar seu time? Eu, sim.

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PORTUGUESA 2 X 0 VASCO – VITÓRIA IMPORTANTE PARA EMBALAR E FUGIR DA DEGOLA

Após passar um turno inteiro amargando o limbo da zona de rebaixamento, a Portuguesa iniciou a segunda metade do BR13 com o pé direito. A vitória de ontem, no Canindé, diante do Vasco, por 2 a 0, tirou a equipe rubro-verde das últimas quatro posições da tabela. Com quatro vitórias e apenas uma derrota nos últimos quatro jogos a equipe de Guto Ferreira começa a mostrar que pode brigar de igual para a igual pela permanência na elite. Clubes como Atlético-MG, Flamengo, Fluminense e São Paulo também estão na disputa para fugir do Z4.

Com a chegada de Guto, que estava na Ponte Preta, é nítido que o limitado elenco lusitano obteve melhora significativa no certame nacional. Antes do treinador assumir o comando técnico da Lusa, a equipe havia vencido apenas uma partida. Outro fator positivo é que peças importantes do plantel, que não rendiam no começo do campeonato, hoje passaram a ser protagonistas. Como é o caso da dupla Diogo, garçom da Lusa,  e Gilberto, artilheiro da Rubro-Verde, com 7 gols. Souza, líder e camisa 10, vêm recuperando seu bom futebol e desempenhando papel importantíssimo na meia-cancha, assim como o goleiro Lauro, na meta defensiva.

Fato é que o time está em plena ascensão, buscando uma arrancada na tabela, enquanto os adversários seguem perdendo pontos, principalmente em confrontos diretos. Porém, em meio aos bons resultados, a torcida deve sempre manter aquele “pesinho” atrás, pois se trata de PORTUGUESA – um dos clubes mais azarados do mundo. Qualquer zica é pouco. O que mais me entristece é ver um clube simpático, tradicional do futebol brasileiro, lutar ano após ano somente para fugir do rebaixamento. Em meio a tudo isso, a cada dia, é impressionante como a torcida fica mais fanática.

Na próxima rodada, a 21ª da competição, a Portuguesa terá pela frente outra equipe carioca. Os rubro-verdes encaram o Fluminense, às 21 horas (de Brasília), sábado, no Maracanã, em duelo de “seis pontos” contra a degola.

Corrêa comemora gol da Portuguesa diante do Vasco em duelo do Brasileirão no Canindé (FOTO: REGINALDO CASTRO/ESTADÃO CONTEÚDO)
Corrêa comemora gol da Portuguesa diante do Vasco em duelo do Brasileirão no Canindé (FOTO: Reginaldo Castro/ESTADÃO CONTEÚDO)

A LEI DE LAURO

Ontem em Brasilia, região do país onde são criadas as leis, tivemos conhecimento de mais uma num país tão cheio de regras e obrigações, essa lei aprendida foi a Lei de Lauro.

Antes de falar sobre a lei, gostaria de falar mais sobre Lauro Júnior Batista da Cruz, nascido em Andradina no ano de 1980, interior do estado de São Paulo, começou a agarrar a pelota embaixo das traves pelo grande Radium Futebol Clube da cidade de Mocóca, clube que disputou a primeira divisão de São Paulo em 1952 e tinha no seu elenco nomes consagrados como Caju, Olegário, Baía, Bagunça, Nego e Mamão. Do Radium pra Ponte Preta, Cruzeiro, Internacional, até ser emprestado a Portuguesa.

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Mas uma particularidade curiosa foi revelada ao mundo na noite de ontem no estádio Mané Garrincha, no jogo válido pela décima segunda rodada os torcedores do Flamengo descobriram que a cada 10 anos o goleiro Lauro fará um gol de cabeça contra o seu time.

Aqui é o gol marcado jogando pela Ponte Preta em 2003, há 10 anos, contra o mesmo Flamengo, praticamente igual!

Pois é Flamengo, o jeito é torcer pro Lauro não estar jogando nem showbol, nem botão, nem Playstation daqui a 10 anos, por que se não vocês já sabem, a Lei de Lauro será cobrada novamente!

POR NÃO TER O QUE DIZER

Constantemente, algumas pessoas me perguntam se parei de escrever sobre a Lusa no Ferozes. Sempre respondo que não, o que é verdade. Porém, o que mais me incomoda no dia a dia da equipe é a falta de assunto. Afinal, sempre procuro em meus textos referentes à Rubro-Verde não ser repetitivo. Entretanto, percebi que isto é praticamente impossível; o cenário não muda. A situação é precária (em todos os sentidos e setores). Desesperadora. O risco do rebaixamento, novamente, é grande. Iminente.

Como é do conhecimento de todos, o nível técnico do Campeonato Brasileiro da Série A tem sido alto nos últimos tempos – principalmente após alguns jogadores brasileiros (ou estrangeiros) consagrados na Europa retornarem ao Brasil buscando recuperar a boa forma ou mesmo encerrar a carreira em um clube de coração, como é o caso de Alex, hoje no Coxa. Aliás, o camisa 10 do Coritiba é, até então, o melhor jogador do torneio.

Fora isso, a saúde financeira das equipes, que a cada ano contam com patrocínios cada vez mais alto$ e cotas de TV cada vez mais gordas, tem aumentado. Em contrapartida, neste atual mundo cheio de cifra$, alguns clubes não aprenderam como se faz, pois ainda viabilizam a qualquer custo contratações astronômicas, pagando, na maioria das vezes, salários milionários – dignos de alguns gigantes do Velho Continente.

Dito isto, aquele clube que se der ao luxo de não organizar-se administrativamente, verá, no campo, que o nível de competitividade futebolística atual não permite mais gestões amadoras e, tampouco, retrogradas. Como é o caso de Juvenal Juvêncio, presidente há um certo tempo do turbulento São Paulo, e Manuel Da Lupa, mandatário da surrada Portuguesa.

O problema da Lusa é INTERNO. E não é de hoje. De ontem. Ou 10 anos atrás. Não! O problema é velho. Velho, como os velhos que estão à frente da Nau Lusitana, que afunda a cada rodada. Em 8 partidas disputadas na competição, a Portuguesa somou apenas 7 pontos: com 1 vitória, 4 empates e 3 derrotas. A última, sofrida no fim de semana diante do Goiás, fora de casa. Com um pífio aproveitamento de 29,2 %, os números refletem perfeitamente a atual posição da tabela: a “honrosa” 19° colocação.

Assistindo a equipe paulista jogar, é nítido que alguns atletas, a maioria fracos tecnicamente, atuam no limite máximo de suas respectivas capacidades. O elenco é grande, mas quantidade não representa qualidade. O técnico é teimoso, e trabalha à base da improvisação. Complicando ainda mais sua já desgastada relação com a impaciente e calejada torcida rubro-verde.

No frigir dos ovos, está tudo errado pelos lados do Canindé.
Confesso não saber mais o que fazer. Principalmente por não ter o que dizer.

Jogadores da Portuguesa lamentam mais uma derrota no Campeonato Brasileiro 20133  (Foto: Ale Vianna/Agência Estado)
Jogadores da Portuguesa lamentam mais uma derrota no Campeonato Brasileiro 2013
(Foto: Ale Vianna/Agência Estado)

IGUALDADE NO PLACAR, DESCONFIANÇA NO AR

O jogo de extremos entre Corinthians e Portuguesa, válido pela 5°rodada do Brasileirão, terminou frustrante para os alvinegros e até certo ponto bom para os lusitanos. 0 a 0 no Pacaembu. 1 pontinho para cada lado e fim de papo.

Luta, movimentação e raça não faltaram. Mas futebol, o principal, sim. O embate de ontem não lembrou em nada os memoráveis duelos de outros tempos. Entretanto, no ‘frigir dos ovos’, foi uma partida razoável. Assistível. Com chances claras para os dois lados.

O Corinthians, de fato, ainda está muito aquém do time aplicado taticamente e mortal nos contra-ataques que vimos ano passado. Pato, principal contratação do futebol brasileiro na temporada, não marca há 10 jogos. Paulinho, craque do time e volante titular da seleção, vive a iminência de uma possível (e provável) transferência para o futebol europeu. E para completar o enredo de azar, Paulo André e Alessandro se lesionaram. Enfim, a fase não é mesmo das melhores. Tanto é que as cobranças e, principalmente, cornetas já começaram a soar pelos lados de Pq. São Jorge. As recém-chegadas de Maldonado e Ibson dividiram opiniões entre os torcedores. Muitos desaprovaram os novos “reforços”. Fato é que o Corinthians, pelo elenco que tem, ainda é – no papel -, disparado um dos favoritos a conquista da competição. Basta provar tal status no campo.

Pelo lado rubro-verde, jogando mais um ano novamente para não cair, o placar no “clássico” foi comemorado como uma vitória. Demonstrando muita gana e vibração, a equipe do polêmico Coronel Pimenta teve “coração”, equiparando na base da vontade a técnica do adversário. Se não fossem uma bola na trave e algumas boas intervenções do gigante Cássio, a Portuguesa poderia ter deixado o Pacaembu em silêncio e com os três pontos na conta. Destaque especial para o meia Marcelo Cañete, vindo por empréstimo do São Paulo. Ao lado do experiente Souza, o argentino chegou, vestiu a camisa e tem decidido. Contra o Inter, na última quarta, no Canindé, o jogador deixou sua marca, garantindo o empate. Por outro lado, o elenco continua limitadíssimo para a força que exige o campeonato. Caso a inoperante e amadora diretoria não reforce o plantel em algumas posições cruciais, novamente o torcedor da Lusa sofrerá este ano. Abre o olho, Da Lupa. E o bolso também!

Analisando o BR-13, por enquanto monótomo e nivelado por baixo, nota-se que o resultado de igualdade tem sido até o momento a grande tônica da competição. Portuguesa e Corinthians, por exemplo, empataram três vezes cada. Porém, a equipe alvinegra ocupa a 12°colocação por que venceu uma partida, ao contrário da Lusa, que soma três empates, integrando atualmente o Z-4, na 18°posição, com 3 pontinhos.

PRÓXIMOS JOGOS – Pela disputa da final da Recopa Sul-Americana, o Corinthians volta a campo dia 3 de Julho, contra o São Paulo, no Morumbi. Já a Lusa, em duelo atrasado ainda do Nacional, enfrenta o Fluminense, na próxima quarta, no Canindé, às 19h30.

A esperança de corintianos e lusitanos, e muitos outros times, é que após a parada da Copa das Confederações, as equipes engrenem e façam boas campanhas. Caso contrário, teremos um Brasileirão pra lá de chato, com muitos clubes em crise e vários treinadores no mercado. Este é o futebol brasileiro.

Corinthians e Portuguesa empataram sem gols no Pacaembu, no último sábado (Foto: Fernando Borges / Terra)
Corinthians e Portuguesa empataram sem gols no Pacaembu, no último sábado (Foto: Fernando Borges / Terra)