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Os dois lados da moeda: Vai uma uva ai!?

Não assisti o jogo contra o Goiás, apenas ouvi a repercussão por torcedores do Timão. Parece que a situação continua complicada pelos lados do Parque São Jorge – e tende a piorar com a insatisfação crescente da torcida.

Um dirigente da agremiação goiana provocou, ouvi Corinthianos provementedo retribuir em campo as tais palavras de desdém e… nada. Ou, melhor dizendo, pior que nada: o Corinthias patronicou a vitória da equipe goiana com participação ativa nos gols do Goiás… “pobre” Bóvio.

Será que tem fundo o poço do Alvi-Negro da Capital?

Os dois lados da moeda – será que volta?

Bom, a Net me prometeu o retorno da minha TV a cabo para amanhã. Será que saio do exílio futebolístico?

Vamos a uns pitacos sobre a semana passada:

1. Flamengo 0x0: O time da Gávea ganhou de 3 pela Libertadores e perdeu de 3 na semi-final da Taça-Rio. Mas, no caso, a Libertadores valia mais, entao ficamos num “empate fora de casa é bom resultado”.

2. Ponte x Guara: Ponte larga na frente. O time de maior torcida no interior do estado (foi o que eu ouvi dizer) tem minha preferência, seria uma bela final, seja com São Paulo, seja com Palmeiras. Sem desmerecer o Guará, que desde o jogo inaugural com o Tricolor do Morumbi já vinha prometendo bela participação no Paulista.

3. São Paulo x Palmeiras: A torcida do São Paulo não compareceu no número esperado. Fora isso, todos os ingredientes de um clássico: gol de manchete, penalti esquisito, jogo combativo e, no fim, a vitória do melhor time em campo.

4. Grêmio: vinha invicto, perde duas partidas em uma semana e está fora das duas competições que disputava. Vai Celso Roth, não para de lutar!!!

5. Brasiliense, o primeiro campeão estadual do ano.

Os dois lados da moeda – a volta (provisória) do exílio

Falar sobre futebol com a Tv a cabo funcionando como radio monofônico é tarefa ingrata. Ainda assim, em tal condição precária, escutei dois bons debates no “Arena Sportv” essa semana.

Na quarta o convidado do programa foi o presidente do Flamengo, Márcio Braga. Entre um “causo” interessante e outro, ele comentou acerca da Timemania, jogos na altitude, propôs a volta do torneio Rio-São paulo com o exugamento do número de participantes dos campeonatos estaduais. Falou do bom relacionamento que o rubro-negro mantém com times como Botafogo e Corinthians e, com auto-crítica, disse que os maiores responsáveis pela atual situação do futebol brasiliero são as próprias agremiações, que não utilizam (unidas) sua força para lutar por interesses comuns.

Terça-feira o programa enveredou por uma discussão sobre o papel da imprensa esportiva. Embora recheada de clichês, foi louvável a iniciativa do Cleber Machado de, tal qual o presidente do Flamengo, olhar e expor o próprio umbigo. Alias, diga-se, não é a primeira vez que o programa explora esse tema. Sugiro, no entanto, que para uma discussão mais profícua trouxessem algum Teórico da Comunicação com mais embasamento. Acho isso mais interessante do que ficar analisando 10x seguidas o replay de um lance com múltiplas interpretações.

Fechando com dicas musicais frescas:

Camille Dalmais – Music Hole
Portishead – Third
M83 – Saturdays = Youth

Os dois lados da moeda: O trivunvirato e a farsa

Após marcar dois gols no primeiro jogo do São Paulo no campeonato paulista – curiosamente contra o líder Garatinguetá – Adriano, “o Imperador”, afirmou que não queria mais esse tal apelido lhe fosse atribuído. Queria ser, simplesmente, Adriano. Mas, como não se pode ser tudo o que se quer, será que o “Imperador” poderia tornar-se “plebeu”?

Adriano veio ao São Paulo para recuperar-se após péssimas temporadas na Itália. O clube alardeia seu potencial para fazê-lo, diz que sua infra-estrutura está aberta para o atleta que estiver disposto a utilizá-la. Em um segundo momento, como parte dessa recuperação, pareceu interessante que o jogador passasse seis meses atuando pelo time do Morumbi.

Dai o projeto de “recuperação” de Adriano começa a misturar-se com idéias menos “pudicas”.

O São Paulo é o time mais competente no Brasil no que se refere a marketing. Imediatamente foram tomadas as medidas para capitalizar em cima do “Imperador”, ofertando-lhe a camisa 10. Em poucos dias o produto já estava nas lojas, sucesso de vendas garantido. Fosse Adriano o plebeu, tal medida seria tomada? Obviamente não.

A mídia também quis sua fatia e, em momento algum, deixou de atribuir-lhe o codinome. Não seria possível ignorar a presença do “Imperador” entre nós, tapuias, cada vez mais acostumados a ver em nossas equipes frutos promissores ainda verdes ou heróis de outrora que há muito caíram do pé. Adriano imperou nos noticiários e, tal qual o título que lhe é atribuído impõe, um séqüito de repórteres – inclusive importados da Europa –
formou-se em torno do jogador.

E a tal “recuperação”? Parole, parole…

Não apontamos o time e a mídia para excluir a responsabilidade do próprio jogador pela situação em que se encontra. As benesses que se oferece a um Imperador são sedutoras e deve ser difícil não ouvir o cantar das sereias. Com todas as facilidades que tal condição lhe confere, que como dissemos, ao invés de contestada foram, sim, fomentadas, Adriano voltou a imperar, infelizmente não nos gramados.

Um triunvirato (clube, mídia, jogador) insano que jamais conduziria alguém do trono para as ruas – ou, no caso, para os campos. Uma metáfora para se compreender como, em nossos dias, é elevado à realeza alguém que não tem meios de sustentar tal condição.

Os dois lados da moeda – Flamengo x Cienciano

FLAMENGO X CIENCIANO – 27.02.2008

FLAMENGO: Bruno, Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Kléberson (Jônatas), Cristian, Ibson e Toró (Obina); Diego Tardelli (Marcinho) e Souza.Técnico: Joel Santana

CIENCIANO-PERF: lores, Solís, Marengo e Romaña; Bazalar, Guizasola, Ortiz, García (Olcese) e Chiroque; Sawa (Corcuera) e Vassallo.Técnico: Franco Navarro

Num joguinho mequetrefe o Flamengo garantiu, ontem, seus primeiros três pontos na Copa Libertadores vencendo o Cicenciano do Peru, pelo apertado placar de 2×1. Em que pese o jogo ter tido poucos momentos luminosos, não faltou emoção, com Marquinhos marcando o gol da vitória aos 43 minutos do segundo tempo.

O a partida teve o Cienciano marcando bem e os criativos Juan e Leo Moura, o que diminui bastante o poderio do time da Gávea. O primeiro gol do Flamengo saiu numa jogada com a cara do seu marcador, Souza. Meio sem jeito, mas com disposição, um chute forte pelo lado direito da área peruana. Os visitantes empataram com gol de Vasallo, após bobeira da defesa e do goleiro do Fla, Bruno.

A expectativa de um segundo tempo melhor frustrou os torcedores na primeira apresentação o Flamengo em casa nessa edição do torneio Sul-americano. O time pouco criou e Joel Santana promoveu substituições: entraram Marcinho e Obina para a saída de Toró e Diego Tardelli.

Marcinho, substituto imediato de Renato Augusto – um dos destaques do time no campeonato carioca ainda que pouco comentado – salvou o Mengão de um resultado que o complicaria na competição, com gol as 43 do segundo tempo.

Com o resultado o Flamengo ocupa o primeiro em seu grupo na tabela da Libertadores.

Comentários pós-jogo:

1.

O Flamengo ainda não possui um time definido do meio-campo para a frente. Isso é mal. Felizmente hoje a equipe tem elenco de bom nível que permite ao treinador substituições caso a coisa não ande bem durante a partida. Foi o que vimos ontem. Sinto que Joel Santana ainda está vacilante para montar um time para iniciar a partida, não por conta das características do adversário, mas por dúvidas quanto formação que dará melhor poder de fogo a seu ataque.

2.

Muito se critica que os jogadores de hoje são apáticos, as entrevistas por eles dadas são repetitivas, ou seja, que algo da aura alegre e caricatural do futebol estaria se perdendo em tempos de profissionalismo e globalização. Ontem Souza comemorou seu gol com gestos de choro, numa clara alusão ao comportamento dos botafoguenses depois do clássico do final de semana. É certo que provocações causam descontentamento, mas não seria esse um dos ingredientes que tornam o futebol um esporte tão querido por nós? Essa tal provocação que não é violenta mas alegórica, como o famoso porquinho de Viola contra o Palmeiras (time que posteriormente defendeu) me parece bem-vinda. Vivemos num tempo que não se pode driblar pois isso é considerado humilhação por quem sofreu o drible.

Junto dos belos cânticos que as torcidas vem criando para saudar seus times, talvez devêssemos trazer de volta o conceito de “espírito esportivo” em detrimento desse gélido “profissionalismo” que é tão insuflado pela mídia, técnicos, jogadores e dirigentes ultimamente.