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Blog do Cosme Rimoli em dois tempos.

Adriano pode ir para uma clínica de reabilitação

Parecia indisciplina, farra, desleixo com a carreira.

Tédio com os milhões de euros guardados e os milhares recebidos religiosamente.
Mas o problema de Adriano se mostrou muito mais sério do que as pessoas próximas imaginavam.

Ou não queriam ver.

“O Adriano é uma pessoa meiga, simples, educada.O que ele está fazendo não é indisciplina.Não está aprontando contra a entidade Inter de Milão.Está fazendo contra ele.Chegou a hora dele ser cuidado.”

As frases são de Carlos Alberto Parreira….

…continua (a coluna é longa, mas vale a pena conferir):
http://blogdocosmerimoli.blog.uol.com.br/arch2009-04-05_2009-04-11.html

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Guará: os bastidores da queda de um clube empresa

11/2/2008
“Nosso time tem a mentalidade empresarial. Nossa folha de pagamento é de R$ 300 mil.

Recebemos R$ 1,2 milhão para disputar o Paulista. Visamos o lucro com o futebol.

Nossa organização de uma empresa faz com que pensemos em comprar um clube europeu.

É mais do que possível. Basta continuarmos trabalhando da maneira empresarial.

Vamos buscar esse clube europeu, sim.”

6/04/2009

“Peguei o meu carro fiquei rodando, desnortado pela cidade.

Foram umas duas horas após o jogo.

Dirigia e chorava.

Fiquei dando voltas pelo estádio.

Só dormir, as 5h30, quando não tinha mais lágrimas.

Só sofri assim com a morte do meu pai.”

As declarações são da mesma pessoa, Carlos Arini, presidente do Guaratinguetá, rebaixado ontem para a Série A2.

Em pouco mais de um ano, Carlito sentiu na pele que não basta ter dinheiro, planejamento, pagar salário em dia.

Ter sete patrocinadores.

Fazer pré-temporada em Jarinu, onde o Internacional queria fazer a sua.

Duas inter-temporadas no luxuoso e caro hotel Bourbon, em Atibaia, local frequentado pelo Palmeiras.

Nada disso valeu.

O futebol exige mais e não tolera erros.

E costuma cobrar caro.

Carlito, explique o rebaixamento do Guará, que era apresentado com um exemplo de modernidade…

Era, não. É. Mas dentro de um conjunto de erros que cometemos, o que determinou a queda do Guara foi um só: a falta de fome.

Os jogadores, os treinadores. Ninguém pode reclamar de nada. Demos toda a infraestrutura, salário em dia.

Condições de trabalho. Faltou fome. Tiveram tudo do bom e do melhor.

Não há planejamento capaz de prever a falta de empenho, a falta de luta, de dar um pouco mais.
Amor à camisa não se compra.

Porque se tivesse para vender, nós tínhamos comprado e dado para vários jogadores que não tiveram vergonha na cara.

Vocês erraram na formação da equipe?

Nós buscamos jogadores experientes, vividos. Sabíamos que a competição iria ser dura.

O Paulista tem dois meses e meio. E tínhamos bem claro o peso que seria o rebaixamento.

Mantivemos a base, estávamos com o Argel como treinador.

Os resultados não vieram, o trocamos pelo Estevam Soares. Não esperávamos, mas ele nos abandonou, indo para o Barueri.

Trouxemos o Márcio Araújo. Três treinadores para um período de dois meses e meio foi terrível para o time.

Como foi o drama do dia do rebaixamento, o domingo?

Nós entramos em campo sabendo que a nossa chance, segundos matemáticos, era de 1% de rebaixamento.

Mas os jogadores sabiam disso. Precisávamos apenas empatar com o Oeste de Itápolis.

A partida era em casa. Eu reuniu as sete torcidas uniformizadas e acompanhei a partida na arquibancada, junto com eles.

Foi um sofrimento terrível.

Durante a partida, o gandula sabia que o time estava caindo e invadiu o campo, chorando, e chacoalhou o nosso goleiro Fernando.

Ele gritava: “Avisa o time que estamos caindo. Estamos caindo”.

Alguns jogadores até deram a alma. Outros, não. Deu para perceber quem só estava usando a camisa do Guará para ganhar dinheiro.

Não conseguimos empatar. Foi uma tristeza. Torcedor chorando, se enrolando na bandeira.

E eu lá, desesperado, envergonhado.

O que você falou para os jogadores depois da partida?

Primeiro fui dar parabénsa ao árbitro Paulo César de Oliveira. Disse a ele que nós caímos por incompetência. Ele não nos prejudicou.

Com os jogadores eu fui duro. Falei que eles não tinham o direito de ter destruído uma história tão linda de dez anos de sonhos.

E deixei claro que sabia quem era quem. Que sabia que iriam mostrar lágrimas de crocodilo e depois iriam comer pizza e dormir com seu bagaço (sua amante, na linguagem do futebol).

Avisei também que vários deles nunca mais vestiriam a camisa do Guará. Quarta-feira eles vão saber quem não ficará mais no clube.

E os que forem dispensados não pensem em pedir referências. Se alguém estiver interessado neles e me telefonar perguntando quem é quem, eu vou falar a verdade.

Não vou mentir. Quem só pensa em dinheiro, que assuma isso. Todos sabem quem só pensou em dinheiro e não estava nem aí para o Guará.

E o treinador Márcio Araújo?

Esse foi homem. Ele trabalhou como um louco para o Guará não cair. Quando o time foi rebaixado, ele me chamou e foi direto.

Disse que não tinha coragem, condições psicológicas de continuar na cidade que o havia tratado como um rei.

O Márcio chorou demais comigo e disse que não queria ver a tristeza dos habitantes de Guaratinguetá.

Foi embora com dignidade.

E a Prefeitura de Guaratinguetá? Cobrou alguma coisa?

Não. Nem tem o direito. O dinheiro da prefeitura não chega no clube. É um princípio nosso, que somos donos do Guará. A prefeitura que invista em saúde, escola, estradas.

O dinheiro do Guará é nosso, dos sócios. Nós administramos nas horas boas, em que conseguimos vários acessos. E também administraremos agora, no rebaixamento.

Quais são as consequencias práticas do rebaixamento?

Além da dor? Além de ter de reconquistar a confiança do nosso torcedor, o amor próprio do cidadão de Guaratinguétá?

Sendo prático, em vez de R$ 1,2 milhão que a Federação Paulista dá aos times pequenos da Série A, vamos receber R$ 60 mil na Série A2 no próximo ano.

É duro, mas a vida vai seguir. Estamos na Copa do Brasil e vamos enfrentar o Atlético Mineiro na outra quarta-feira.

Depois virá a Série C do Brasileiro.

Fomos rebaixados, doeu, mas não estamos mortos. Vamos seguir com o trabalho, com os investidores, com a mentalidade de empresa.

Não deu certo, despede quem tem de despedir e segue o rumo.

E os planos para comprar um time europeu?

Toda empresa que sofre um revés precisa adiar seus planos de expansão.

Ainda queremos controlar um time europeu. Vamos fazer isso.

Com o rebaixamento o plano foi adiado. Só adiado.

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Fonte:
http://blogdocosmerimoli.blog.uol.com.br/arch2009-04-05_2009-04-11.html

Os dois lados da moeda – será que volta?

Bom, a Net me prometeu o retorno da minha TV a cabo para amanhã. Será que saio do exílio futebolístico?

Vamos a uns pitacos sobre a semana passada:

1. Flamengo 0x0: O time da Gávea ganhou de 3 pela Libertadores e perdeu de 3 na semi-final da Taça-Rio. Mas, no caso, a Libertadores valia mais, entao ficamos num “empate fora de casa é bom resultado”.

2. Ponte x Guara: Ponte larga na frente. O time de maior torcida no interior do estado (foi o que eu ouvi dizer) tem minha preferência, seria uma bela final, seja com São Paulo, seja com Palmeiras. Sem desmerecer o Guará, que desde o jogo inaugural com o Tricolor do Morumbi já vinha prometendo bela participação no Paulista.

3. São Paulo x Palmeiras: A torcida do São Paulo não compareceu no número esperado. Fora isso, todos os ingredientes de um clássico: gol de manchete, penalti esquisito, jogo combativo e, no fim, a vitória do melhor time em campo.

4. Grêmio: vinha invicto, perde duas partidas em uma semana e está fora das duas competições que disputava. Vai Celso Roth, não para de lutar!!!

5. Brasiliense, o primeiro campeão estadual do ano.