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TURBULÊNCIAS EM PARIS E LONDRES

Um Paris Saint Germain classificado, porém empacado e um Chelsea eliminado, apesar de ter goleado. Nada tem estado muito bom nos novos ricos de França e Inglaterra, respectivamente. Algo que ficou evidente na rodada final da fase de grupos da UEFA Champions League que conheceu seus classificados e espera o sorteio do próximo dia 20 para conhecer o chaveamento das oitavas de final do torneio.

 

GRUPO A

Paris Saint Germain 2×1 FC Porto

Paris, França

A semana havia começado quente pelos lados de Paris quando rumores começaram a rolar dando conta da insatisfação do Qatar Investment Authority (QIA), proprietária do PSG, em relação ao trabalho desenvolvido pelo diretor esportivo Leonardo e pelo treinador Carlo Ancelotti.

Os catarianos gostariam de contar com Josep Guardiola nos seus quadros técnicos. Até aí, nenhuma grande novidade, afinal o ex-treinador do Barcelona já foi colocado no comando das Seleções Brasileira, Catariana (visando o mundial de 2022), além de Chelsea e Milan, entre outros.

Os motivos óbvios do descontentamento da QIA seriam a queda de produção do milionário time na Ligue 1 francesa. Situação que culminou com a derrota por 2×1 do PSG frente ao Nice no final de semana e a queda para o medíocre 4º lugar com 26 pontos,5 amenos que o líder Olympique Lyon. Muito pouco para quem foi adquirido e recebeu vultoso aporte financeiro.

Na partida desta terça-feira, o PSG entrou com nova e melhor atitude no seu Parc des Princes em Paris. Contudo, não convenceu totalmente.

Com atuação brilhante de Thiago Silva que fez ótimo trabalho defensivo e marcou o primeiro gol da equipe de cabeça aos 28 minutos de jogo e contando com falha do goleiro Hélton no segundo gol marcado por Ezequiel Lavezzi, os anfitriões conquistaram vitória que asseguraram o 1º lugar da equipe no Grupo A. O bom colombiano Jackson Martínez fez o gol dos portugueses.

Thiago Silva foi destaque do PSG contra o FC Porto

Por ora, o resultado alivia a situação da dupla Leonardo-Ancelotti, mas não definitivamente, haja vista as declarações de Nasser Al-Khelaifi, presidente do clube: “Hoje, Carlo é (técnico).”

Ancelotti tenta manter discurso otimista ao dizer que a situação vai melhorar rapidamente.

Pois é, dinheiro ajuda, e muito, mas, às vezes, não resolve tudo como um passe de mágica.

 

Dinamo Zagreb 1×1 Dymano Kiev

Zagreb, Croácia

Tempestade de neve, cumprimento de tabela e nada mais: ingredientes certos para um público de menos de 4 mil pessoas em Zagreb.

Nevasca em Zagreb

O Dynamo Kiev vai para a Liga Europa.

Classificação final:

Grupo A

 

Casa

Fora

Total

 

 

Clubes

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1  Paris Saint-Germain FC 6 3 0 0 2 0 1 5 0 1 14 3 11 15
2  FC Porto 6 3 0 0 1 1 1 4 1 1 10 4 6 13
3  FC Dynamo Kyiv 6 1 1 1 0 1 2 1 2 3 6 10 -4 5
4  GNK Dinamo Zagreb 6 0 1 2 0 0 3 0 1 5 1 14 -13 1

 

 

GRUPO B:

Olympiakos 2×1 Arsenal

Piraeus, Grécia

Olympiakos derrota Arsenal e ingleses perdem liderança para o Schalke 04

O Arsenal, previamente classificado, jogou com alguns reservas, permitiu a virada dos anfitriões gregos e acabou por perder a liderança do Grupo B na rodada final.

 

Montpellier HSC 1×1 Schalke 04

Montpellier, França

Schalke 04 festeja liderança no grupo

Em jogo onde ambos já tinham situação definida na UCL, houve surpreendente disputa na partida e os alemães conseguiram terminar com campeões do grupo.

Classificação final:

Grupo B

 

Casa

Fora

Total

 

 

Clubes

J

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X

D

V

X

D

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GS

DG

Pts

1  FC Schalke 04 6 1 2 0 2 1 0 3 3 0 10 6 4 12
2  Arsenal FC 6 2 0 1 1 1 1 3 1 2 10 8 2 10
3  Olympiacos FC 6 2 0 1 1 0 2 3 0 3 9 9 0 9
4  Montpellier Hérault SC 6 0 1 2 0 1 2 0 2 4 6 12 -6 2

 

 

GRUPO C:

Málaga CF 2×2 Anderlecht

Málaga, Espanha

Com dois gols do português Duda, o Málaga, já garantido como 1º colocado do Grupo C, empata com o Anderlecht em casa. Posição histórica para o time da Andaluzia.

 

AC Milan 0x1 Zenit

Milão, Itália

Em partida que o Milan entrou classificado em 2º lugar, o visitante Zenit fez as honras e derrotou os anfitriões por 1×0 com gol do luso-venezuelano Danny Miguel, garantindo os russos na Liga Europa.

Luciano Spalletti tenta cumprimentar Hulk

De relevante na partida, a completa insatisfação do brasileiro Hulk ao ser substituído pelo treinador italiano Luciano Spalletti. Se Hulk já enfrentava completa antipatia por parte do elenco do Zenit pelo fato de ter custado caro e possuir rendimentos acima do restante do elenco, agora pode perder os últimos e poucos aliados que possui no clube. Vida complexa do brasileiro em São Petersburgo.

No Milan, ainda que pese a escalação do time misto em jogo cujo resultado não alteraria a situação na tabela, a derrota é nova decepção para os fãs e novo revés para Massimiliano Allegri.

Classificação final:

Grupo C

 

Casa

Fora

Total

 

 

Clubes

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V

X

D

V

X

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DG

Pts

1  Málaga CF 6 2 1 0 1 2 0 3 3 0 12 5 7 12
2  AC Milan 6 0 2 1 2 0 1 2 2 2 7 6 1 8
3  FC Zenit St Petersburg 6 1 1 1 1 0 2 2 1 3 6 9 -3 7
4  RSC Anderlecht 6 1 0 2 0 2 1 1 2 3 4 9 -5 5

 

 

GRUPO D:

Borussia Dortmund 1×0 Manchester City FC

Dortmund, Alemanha

Carlos Tevez não conseguiu ajudar o City contra o Borussia Dortmund

Vitória do Dortmund em casa finaliza campanha decepcionante dos campeões ingleses do Manchester City que sequer alcançaram vaga na Liga Europa.

 

Real Madrid CF 4×1 Ajax FC

Madri, Espanha

Em outra partida tranqüila com grupo definido, o Real Madrid misto vence o Ajax sem dificuldade no Estádio Santiago Bernabéu. O destaque ficou por conta dos dois gols marcados por José María Callejón.

Real Madrid 4×1 Ajax

O Ajax, apesar da derrota, vai para a Liga Europa.

Classificação final:

Grupo D

 

Casa

Fora

Total

 

 

Clubes

J

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X

D

V

X

D

GM

GS

DG

Pts

1  Borussia Dortmund 6 3 0 0 1 2 0 4 2 0 11 5 6 14
2  Real Madrid CF 6 2 1 0 1 1 1 3 2 1 15 9 6 11
3  AFC Ajax 6 1 0 2 0 1 2 1 1 4 8 16 -8 4
4  Manchester City FC 6 0 3 0 0 0 3 0 3 3 7 11 -4 3

 

 

GRUPO E

Chelsea FC 6×1 Nordsjaelland

Londres, Inglaterra

Chelsea 6×1 Nordsjaelland

Apesar de 2º tempo massacrante contra o novato Nordsjaelland e goleada por 6×1, o Chelsea sucumbe na UCL e torna-se o primeiro campeão atual a não avançar às oitavas-de-final. Resta aos campeões europeus a Liga Europa na temporada.

Fernando Torres teve boa atuação e marcou duas vezes, além dos gols de David Luiz de pênalti, Gary Cahill, Juan Mata e Oscar.

De positivo, o fato de Rafael Benítez ter conseguido fazer o Chelsea funcionar ofensivamente, conforme desejava o treinador espanhol.

“Rafa out”

Contudo, nada é certo no futuro do time de Roman Abramovich. Não se sabe qual será o futuro de Benítez. Tudo dependerá do desempenho na Premier League a curto prazo.

 

Shakhtar Donetsk 0x1 Juventus

Donetsk, Ucrânia

Jogando para 50 mil pessoas no Donbass Arena de Donetsk, o Shakhtar foi derrotado pelos campeões italianos da Juventus com auto gol de Olexandr Kurcher.

Olexandr Kucher marca contra para a Juve

A Juventus termina em 1º lugar no grupo, deixando o Shakhtar com a 2ª posição.

Classificação final:

Grupo E

 

Casa

Fora

Total

 

 

Clubes

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D

V

X

D

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GS

DG

Pts

1  Juventus 6 2 1 0 1 2 0 3 3 0 12 4 8 12
2  FC Shakhtar Donetsk 6 2 0 1 1 1 1 3 1 2 12 8 4 10
3  Chelsea FC 6 2 1 0 1 0 2 3 1 2 16 10 6 10
4  FC Nordsjælland 6 0 1 2 0 0 3 0 1 5 4 22 -18 1

 

 

GRUPO F:

Lille OSC 0x1 Valencia CF

Villeneuve d’Ascq, França

No Grupo F, a briga era pela liderança. O Valencia tentou tomá-la, ganhou do Lille na França, mas manteve a 2ª posição no final. Gol do brasileiro Jonas.

 

FC Bayern 4×1 BATE Borisov

Munique, Alemanha

Apesar de já garantido nas oitavas de final da UCL, cerca de 68 mil fãs foram a Allianz Arena para prestigiar e ver o Bayern fazer 4×1 no BATE Borisov da Bielorrússia. Resultado que deu ao Bayern a liderança final do Grupo F. O BATE Borisov alcança a Liga Europa.

Classificação final:

Grupo F

 

Casa

Fora

Total

 

 

Clubes

J

V

X

D

V

X

D

V

X

D

GM

GS

DG

Pts

1  FC Bayern München 6 3 0 0 1 1 1 4 1 1 15 7 8 13
2  Valencia CF 6 2 1 0 2 0 1 4 1 1 12 5 7 13
3  FC BATE Borisov 6 1 0 2 1 0 2 2 0 4 9 15 -6 6
4  LOSC Lille 6 0 0 3 1 0 2 1 0 5 4 13 -9 3

 

 

GRUPO G:

FC Barcelona 0x0 Benfica

Barcelona, Espanha

Já classificado em 1º lugar, Tito Vilanova promoveu modificações na equipe do Barcelona, tais como colocar Lionel Messi no banco de reservas e lançando-o durante a partida.

Lionel Messi sai lesionado

Lionel Messi não alcançou desta vez o recorde de gols em um ano de Gerd Müller (85 gols contra 84). De quebra o supercraque argentino saiu lesionado de campo.

Já o Benfica criou diversas oportunidades de gol e não as aproveitou. Pagou o preço e o 0x0 final custou aos portugueses a classificação.

 

Celtic FC 2×1 Spartak Moscou

Glasgow, Escócia

“The Bhoys” garantem passagem na UCL com gol de pênalti convertido por Kris Commons aos 81 minutos de jogo.

Delírio em Glasgow com a classificação do Celtic

Diante de quase 60 mil pessoas no Celtic Park de Glasgow, o Celtic jogou partida tensa contra o Spartak Moscou.

Na 1ª etapa, um gol para cada lado. Gary Hooper marcou para os anfitriões e o brasileiro Ari empatou para os visitantes.

O gol decisivo de Kris Commons veio em falta cometida sobre Georgios Samaras dentro da área. Entretanto, ficou alguma dúvida sobre o lance.

Classificação final:

Grupo G

 

Casa

Fora

Total

 

 

Clubes

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V

X

D

V

X

D

GM

GS

DG

Pts

1  FC Barcelona 6 2 1 0 2 0 1 4 1 1 11 5 6 13
2  Celtic FC 6 2 1 0 1 0 2 3 1 2 9 8 1 10
3  SL Benfica 6 2 0 1 0 2 1 2 2 2 5 5 0 8
4  FC Spartak Moskva 6 1 0 2 0 0 3 1 0 5 7 14 -7 3

 

 

GRUPO H:

Manchester United FC 0x1 CFR Cluj

Manchester, Inglaterra

Também com o time misto, o Manchester United foi derrotado pelo transilvânico Cluj da Romênia por 1×0 após ótimo 2º tempo da equipe romena.

Luis Alberto marca para o Cluj contra o Manchester United

O gol do Cluj veio com o brasileiro Luis Alberto, mas, apesar dos três pontos, os visitantes conquistaram vaga na Liga Europa apenas.

 

Braga 1×2 Galatasaray

Braga, Portugal

Para alegria da fanática torcida turca do Galatasaray, o time foi a Portugal e fez 2×1 de virada nos anfitriões do Braga com gols de Burak Yilmaz e Aydin Yilmaz, além do gol inicial de Márcio Mossoró para os portugueses.

 

 

Dia 20 acontece o sorteio para definição das chaves das oitavas de final. Vale lembrar que não poderá haver emparelhamento entre que esteve no mesmo grupo nem entre clubes da mesma federação (do mesmo país).

CAMPEÕES SEGUNDOS COLOCADOS
Paris Saint Germain FC Porto
Schalke 04 Arsenal FC
Málaga CF AC Milan
Borussia Dortmund Real Madrid CF
Juventus FC Shakhtar Donetsk
FC Bayern Valencia CF
FC Barcelona Celtic FC
Manchester United FC Galatasaray AS

SOBRE COMO SUPERAR O MAIS FORTE

E foi o que ocorreu nesta última semana, culminando com o empate heroico do Chelsea com o Barcelona no Estádio Camp Nou por 2×2 (3×2 para o Chelsea no agregado) nesta terça-feira: o gigante batido, e não somente uma vez, e não somente pelos londrinos, mas também pelo arquirrival Real Madrid.

Cena do filme Rocky IV: como vencer o mais forte?

Tentar explicar pode passar por algo como recorrer ao lugar comum de dizer que somente o futebol proporciona tal possibilidade. Evidente, não deixa de ser a mais pura verdade, afinal que outro esporte coletivo expõe a derrota de uma equipe mais forte? O basquete, o vôlei, o futebol americano? Muito mais improvável.

O que dizer então das bolas na trave e da penalidade máxima desperdiçada? Fato é que boa pontaria também faz parte dos fundamentos do futebol e, se não for bem executado, é dar sopa para o azar na certa.

Se na quarta-feira da semana passada, o Chelsea contou com toda a sorte do mundo para fazer o placar de 1×0 em Londres, o mesmo já não pode ser dito sobre a partida do último sábado contra o Real Madrid válida pela Liga espanhola quando os merengues se impuseram sobre os blaugranas por 2×1 também no Camp Nou.

Ali, o Madrid fez partida digna de um gigante contra os melhores do mundo, ainda que a posse de bola tivesse se mantido com os catalães na maior parte do tempo como de praxe. Os anfitriões conseguiram o gol inaugural com Sami Khedira logo aos 17 minutos de jogo, mantiveram o Barça em desvantagem até 70º minuto com Alexis Sanchez empatando. Contudo, três minutos depois, voltaram a desempatar em grande jogada entre Cristiano Ronaldo e Mesut Özil com gol do português.

E não foi somente o placar. O time de José Mourinho forçou os campeões do mundo a jogarem fora de suas características habituais: lançamentos em profundidade sem eficácia, tentativas de jogadas de linha de fundo não mais produtivas e jogo aéreo. Algo que, talvez aí resida alguma limitação deste time do Barcelona, os comandados de Josep Guardiola não gostam e não sabem fazer.

No final, vitória justa do Madrid.

E eis que o Barcelona chegava para a segunda perna da semifinal contra o Chelsea, equipe que possui um grupo de atletas cujo núcleo líder detém super poderes e goza da admiração do chefe e proprietário do clube, o bilionário russo Roman Abramovich.

Inesperada festa do Chelsea no Camp Nou

Tamanha força nas mãos de certos jogadores que, a exemplo do que haviam feito com Luiz Felipe Scolari em 2009, fizeram com que não hesitassem em boicotar o treinador português André Villas Boas. Algo que ficou escancarado nas oitavas-de-final da UCL quando os azuis perderam para o Napoli por 3×1 com Villas Boas no banco e, já sem o português persona non grata do citado grupo, como que num passe de mágica, jogaram muito em Londres para virar o placar agregado ao fazer 4×1 em Stamford Bridge.

Este Chelsea era sabedor, já no jogo de Londres, de que jogar no mano a mano com o Barcelona era suicídio, afinal, trancados na defesa, já deram sorte nesta mesma primeira partida.

A solução era repetir a dose e rezar.

Só que no banco dos azuis havia um italiano, Roberto Di Matteo, portanto alguém que, somente pela origem, poderia significar prenúncio de um velho e bom catenaccio.

E lá estava ele, o esquema tático do ferrolho, culturalmente tão admirado pelos italianos para tentar o quase impossível: frear o ímpeto do Barça.

Só que desta feita era um Barça levemente ferido que ia a campo para defender seu título europeu. Duas derrotas consecutivas na temporada, principalmente a última contra o bom Real Madrid de José Mourinho em Barcelona.

E lá foram eles para o jogo.

No Barcelona, a novidade era a ausência de Daniel Alves e a presença de Gerard Piqué ao lado de Carles Puyol com o auxílio de Javier Mascherano e Sergio Busquets como volantes.

Estratégia de Guardiola que se foi quando Piqué lesionou-se e foi substituído pelo brasileiro.

Perdas também no Chelsea com a distensão de Gary Cahill e a promoção de José Bosingwa.

O Barça forçava o jogo a seu estilo e o Chelsea se defendia como podia até os 34 minutos, quando houve a primeira falha defensiva de marcação e Isaac Cuenca teve tempo de cruzar para Busquets marcar.

Mais 3 minutos de jogo e outro sério revés para os ingleses. John Terry é flagrado golpeando Alexis Sanchez nas costas com o joelho e é expulso justamente.

Não bastassem os problemas, o possível golpe de misericórdia viria cinco minutos mais tarde quando Andrés Iniesta ampliou o placar.

A partir daí, a sensação geral era de que a fatura estava concluída, e seria com goleada do Barça.

Ledo engano.

Aos 45 minutos, Ramires recebe pela direita e encobre com maestria o goleiro Victor Valdez. 2×1 antes do final do 1º tempo que classificava o time inglês, apesar de todos os obstáculos.

O que se viu no 2º tempo foi um Chelsea extremamente defensivo e um Barcelona tentando penetrar de todas as formas a seu estilo que, naquele momento, mostrava-se insuficiente.

Aos 4 minutos, penalidade clara de Didier Drogba em Cesc Fábregas. Lionel Messi bateu e acertou a trave. Até os grandes craques têm seu dia de vilão.

 Petr Cech fazia seus milagres, rebatia bolas trabalhadas do Barça na conclusão final, tocava milagrosamente na bola evitando as redes e fazendo-a tocar na trave.

Mas não era dia do Barcelona que pressionara muito, ainda que não apresentasse o mesmo futebol vistoso na 2ª etapa.

E o gol de empate do Chelsea veio com o espanhol Fernando Torres, que entrara no decorrer do jogo. O criticadíssmo Torres recebeu lançamento, avançou livre, driblou Valdez e encerrou a disputa pela vaga.

Os 2×2 finais, sob todas as circunstâncias que o cercaram, pareciam roteiro clichê de Hollywood, como aqueles em que o mais fraco, desacreditado, sofre de todas as formas contra o gigante mais poderoso e, portanto, favoritíssimo, mas com superação vence no final para delírio geral.

Analogias hollywoodianas à parte, mudanças podem ocorrer na equipe catalã. Não se sabe o que será do técnico Josep Guardiola, que não tem contrato para a próxima temporada por ora. Ao mesmo tempo começam a surgir especulações na imprensa italiana de que Silvio Berlusconi estaria disposto a tê-lo na direção técnica do Milan, tendo como outra opção Fabio Capello para o cargo.

O PÊNALTI DA DISCÓRDIA

Com mais futebol, volume de jogo, posse de bola e lance controvertido de penalidade máxima que talvez tenha alterado os rumos da partida, o Barcelona derrotou o Milan por 3×1 no Estádio Camp Nou nesta terça-feira e deu gigante passo para chegar a mais uma final de UEFA Champions League.

 

O lance capital do jogo. Pênalti?

Sim, final, pois em relação à semifinal vindoura, além de ser a quinta consecutiva do clube catalão, o adversário não parece assustar tanto assim como o Milan. Será?

Partida que contava com a volta de Cesc Fábregas no time titular escalado por Josep Guardiola em vez de Seydou Keita, como no jogo de ida em Milão. Mudança que significava mais ofensividade por parte dos anfitriões.

A partida começaria com o mesmo roteiro de San Siro: o Barça com maior posse de bola e o Milan atentamente observando a troca de passes catalã em verdadeiro exercício de paciência e concentração.

A primeira perfuração no ferrolho italiano ocorreria antes dos 10 minutos de jogo em jogada de Daniel Alves, passe de primeira de Fábregas que havia chamado a atenção de toda linha de zaga milanista que largou Lionel Messi e conclusão para fora do melhor do mundo.

Aos 10 minutos, o primeiro pênalti: bola roubada por Messi em falha de Philip Mexes. O argentino avançou, tocou, a bola foi interceptada por Luca Antonini, que ao ver Messi retornando de posição fora de jogo, correu desesperadamente até o argentino para corrigir o erro, mas cometeu penalidade. A dúvida ficou em suposto impedimento de Messi, mas como houve passe de Antonini, intencional ou não, o árbitro não pode ser criticado pela marcação.

Messi bateu no canto de Christian Abbiati e fez o primeiro.

Em seguida, o Milan fez o que deveria ter feito ao não desistir de sua proposta de jogo de marcar os anfitriões a todo custo.

O prêmio pela concentração milanista viria aos 32 minutos em boa jogada de Robinho que tocou para Zlatan Ibrahimovic que fez o pivô para Antonio Nocerino penetrar pela direita e bater na saída de Victor Valdéz.

Empate milanista que classificaria os visitantes. Era a pressão sobre os donos da casa que Massimiliano Allegri queria.

De fato, a partida encaminhar-se-ia para o intervalo com o 1×1, resultado que traria ingredientes de dramaticidade para a 2ª etapa, até que o árbitro holandês Bjorn Kuipers assinalou falta dentro da área de Alessandro Nesta em Sergio Busquets quando o italiano agarrava a camisa do espanhol. Tudo isso com Carles Puyol também empurrando Nesta quase que simultaneamente.

Marcação que causou surpresa até mesmo para os blaugranas, sem mencionar a revolta dos italianos.

Lance que fez com que Messi anotasse os 2×1 em Camp Nou. Lá estava o Barça novamente em vantagem, lá estava o Milan novamente tendo que buscar forças para recomeçar.

A disputa se encerrou aos 8 minutos do 2º tempo com lançamento perfeito de Messi para Andrés Iniesta concluir.

A questão referente ao segundo pênalti estava relacionada mais com o fato de a trajetória da partida ter sido alterada.

Uma virada de tempo em 1×1 daria mais competição e emoção à segunda etapa.

Significaria que o Milan teria vencido? Talvez, mas ainda assim com maior possibilidade para o “não” como resposta. Algo óbvio de se deduzir considerando a qualidade de ambas as equipes.

O que já foi exaustivamente dito e escrito deve ser repetido com o intuito de enfatizar caso haja qualquer sombra de dúvida: o Barcelona é o melhor time do mundo que possui em seus quadros o melhor jogador do mundo.

O Milan de Allegri, sabedor da dura realidade, adotou o velho e bom jogo italiano baseado no catenaccio, ou seja, o ferrolho, a mais pura retranca. Está no sangue do italiano, defender-se no futebol é uma arte. Só que isso não era suficiente. Era necessária maior qualidade na saída de bola milanista, algo que faltou. Somente Kevin Prince Boateng partia para cima quando detinha a posse de bola.

Contudo, funcionou em Milão. Poderia ter funcionado em Barcelona também, mas aí houve o pênalti marcado por Kuipers, dando outro desfecho para o jogo que teria sido muito melhor no 2º tempo em verdadeiro duelo de escolas de futebol. Quem teria vencido? Não dá para saber, apesar do favoritismo e superioridade do Barça.

Foi algo que disse Allegri na coletiva pós-jogo: “um pênalti nós os presenteamos, o árbitro os presenteou com outro.

No outro lado, festa em Barcelona pela quinta semifinal em sequência do time da cidade. Nada mal mesmo!

E a porteira está aberta para o Barça nas semifinais que agora enfrentará o Chelsea que derrotou o Benfica por 2×1 em Stamford Bridge nesta quarta-feira em boa atuação dos portugueses.

A questão é: o que este Chelsea de Roberto Di Matteo poderá fazer contra o todo-poderoso Barcelona? Não muito possivelmente.

Do outro lado da chave, o confronto Real Madrid x Bayern foi confirmado com nova vitória dos bávaros por 2×0 sobre o Olympique Marseille em Munique.

Já os comandados de José Mourinho se divertiram contra o APOEL e fizeram 5×2 no Estádio Santiago Bernabéu.

Tudo se encaminha para uma final entre Barcelona versus Bayern ou Real Madrid, mostrando o maior equilíbrio na chave bávaro-merengue.

 

 

A DECIDIR EM BARCELONA

Aplicando jogo defensivo eficiente, o Milan consegue parar o ataque do Barcelona e garante 0x0 no Estádio San Siro de Milão.

Lionel Messi bloqueado por Massimo Ambrosini e cia.

Em partida movimentada, vários foram os protagonistas da perna inicial da chave.

A começar pelos 25 minutos iniciais avassaladores dos anfitriões que culminaram com duas oportunidades incríveis perdidas por Robinho que chutou longe e Zlatan Ibrahimovic em bola roubada na intermediária e grande defesa de Victor Valdéz.

Já a segunda metade do 1º tempo ficou sob as regras do Barcelona.

No primeiro lance polêmico, Alexis Sanchez divide bola com o goleiro Christian Abbiati. Lance que o árbitro sueco Jonas Eriksson interpretou como legal, mas que provocou uma infinidade de reclamações do Barcelona.

A essa altura da partida já estava identificado outro vilão da partida, velho  e conhecido vilão: o gramado do San Siro que provocava escorregões e passes e domínios de bola imperfeitos, algo que prejudicava a todos, mas sobremaneira os visitantes catalães.

O Barça tocava a bola pacientemente aguardando o momento ideal do bote, nada de novo em se tratando do melhor time do mundo.

A novidade estava na defesa milanista, muitíssimo bem postada com excelente atuação de Massimo Ambrosini, Alessandro Nesta, Luca Antonini e Daniele Bonera.

Para a 2ª etapa a postura não mudou tanto assim.

No Barcelona, Josep Guardiola mostrou traços de certa teimosia. O treinador blaugrana havia iniciado a disputa com Seydou Keita no lugar de Cesc Fábregas no meio. Preocupações talvez excessivamente defensivas que tornaram a equipe menos incisiva. Nada de Fábregas em campo.

O cansaço começava a tomar conta dos milanistas, ainda assim Nesta dava aula de como marcar sem violência ou catimba, o mais puro catenaccio italiano, onde marcar é uma arte.

Cansaço milanista que fez retornar o grande problema do elenco na temporada: a série de contusões. Robinho e Nesta foram substituídos por falta de condições de prosseguir.

Ibrahimovic pouco fez na 2ª etapa.

Carles Puyol seria puxado pela camisa durante cruzamento concluído com cabeceio pelo próprio capitão. Era o segundo lance gerador de reclamações por parte dos catalães.

Cristian Tello entraria para causar sustos na torcida local na parte final do jogo, mas ouviu reclamações de Messi por não ter servido o argentino.

No final 0x0, com reconhecimento da torcida pelo esforço defensivo do Milan, reclamações justas dos visitantes a respeito do gramado cronicamente ruim de San Siro e pelos duvidosos lances de penalidade ignorados pelo árbitro.

Agora a decisão vai para o Camp Nou de Barcelona, onde seguramente a postura do Barça será outra, com gramado perfeito, menos preocupações defensivas de Guardiola e com um Milan que tentará repetir a partida defensiva perfeita, sabendo-se lá com quais jogadores poderá contar o técnico Massimiliano Allegri.

 

Olympique Marseille 0x2 Bayern Munique

Não seria fácil para o 9º colocado da Ligue 1 francesa segurar o todo-poderoso Bayern, nem mesmo jogando em casa, no Estádio Vélodrome de Marselha, parcialmente interditado para reformas.

O Bayern construiu o placar de forma tranquila, com um gol em cada tempo a cargo de Mario Gomez e Arjen Robben.

Com o placar, o Bayern praticamente se garantiu nas semifinais para fazer duelo de titãs contra o Real Madrid.

A ressaltar o momento certeiro de recuperação dos bávaros na temporada. A equipe do técnico Jupp Heynckes teve início de época avassalador, viu seu desempenho cair vertiginosamente, perdendo a liderança da Bundesliga para o Borussia Dortmund, mas volta a jogar seu melhor futebol na hora certa.

Na próxima semana a 2ª perna dos confrontos de quartas de final.

CRISTIANO RONALDO, O “HAT TRICKER”

Em tempos de hegemonia barcelonista, o madridismo teve final de semana de ouro na Espanha.

Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo conduz o Real Madrid a vitória de virada por 4×2 contra o Levante e, de quebra, garante seu 13º hat trick no clube, superando o legendário Ferenc Puskas com 12 e atrás somente de outro mito, Alfredo Di Stefano, que possui a impressionante marca de 22 jogos com três gols marcados.

O jogo começou difícil para o Madrid em seu Santiago Bernabéu. Logo aos 5 minutos de jogo, Gustavo Daniel Cabral abriu o placar para os visitantes.

Aí o jogo ficou truncado e só começou a melhorar para os anfitriões quando Iborra fez pênalti e levou seu segundo cartão amarelo.

Cristiano Ronaldo empatou aos 45 minutos dando início a seu show.

O 2º tempo apresentou maior facilidade para o Madrid com o artilheiro português completando o “hat trick” e tempo de sobra ainda para o Levante reduzir com Arouna Kone e Karim Benzema completar o placar.

Criticado em algumas ocasiões, mais pelo brilho ofuscante do rival Barcelona nos confrontos diretos que pelo próprio desempenho na temporada, Cristiano Ronaldo mostra seu valor e capacidade e ratifica condição de ídolo do Real Madrid.

E, para completar a alegria merengue, o Barcelona sofre nova derrota na Liga. Após o Getafe, foi a vez do Osasuna fazer fama ao bater os campeões do mundo por 3×2 em Pamplona.

Derrota que levou o Madrid a estabelecer-se líder com 10 pontos de vantagem sobre o Barça (58 pontos contra 48).

Derrota que teve efeitos psicológicos no melhor time do mundo às vésperas do reinício da UEFA Champions League.

O capitão Carles Puyol veio a público para declarar com todas as letras: “não somos máquinas”. Mais fundo foi o técnico Josep Guardiola que aparenta ter acusado o golpe: “parece que se não ganharmos a Champions, será um fracasso”.

Fato é que a pressão sobre o Barça na competição europeia aumentou com as chances reduzidas na Liga.

Momento de alívio para Cristiano Ronaldo e o madridismo na avalanche catalã nos últimos tempos.