No que possa parecer improvável apreciar queimar a própria lingua, abro aqui hoje uma grata excessão.
E não foi por degustar um prato de fino trato gustativo, nem mesmo ao saciar o vício em café.
A mais notória e agradável queimada de lingua dos últimos tempos vem acontecendo aos poucos, durante os últimos meses, a passadas firmes e dribles rápidos.
Tem por nome Lucas e infelizmente irá empobrecer o futebol brasileiro com sua partida para o velho mundo.
Mas felizmente, para o são paulino, não irá partir sem ter fixado seu nome na história do clube, sendo protagonista de um título que traz de volta aos holofotes o tricolor paulista.
Pilar central da mais bem sucedida negociata de um clube brasileiro, pode-se considerar os valores investidos pelo bilionário PSG ao contratá-lo. Mas não dá para desconsiderar o que fez o garoto nesses seus últimos meses, já com suas canelas valendo 45 milhões de euros.
Ali, quando foi fechado o negócio, a minha opinião foi a de que “vendeu, entrega”. E ainda hoje se ocorrer outra venda semelhante, voltarei a cravar a mesma coisa. Entretanto com a eterna ressalva de Lucas.
Ao contrário de zelar pela sua manutenção física para não melar a venda, Lucas tornou-se definitivamente a peça chave na arrancada são paulina na 2ª metade do BR12 e também rumo ao titulo da Sulamericana.
Apanhou muito, sobretudo na final contra o Tigre. Sangrou, caiu, rolou. Mas se levantou, encarou o adversário e continuou partindo pra cima, sem zelo burocrata, mas zelando pelo bem do seu jogo e do clube que o projetou.
O que será dele na Europa só o tempo irá dizer. Hoje ele é uma realidade e é merecedor dos aplausos por ter queimado a minha lingua.