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Chazinho de Coca – "Vou de Taxi"

Novamente no 4-4-2, o Palmeiras não teve grandes problemas para bater o Noroeste pelo placar de 2X0. Keirrison foi o nome do jogo, assinalando os dois gols ainda no 1º tempo.

Quem criou dificuldades para o Verdão foi a chuva, que impossibilitou o ônibus do time de chegar ao Palestra Itália, fazendo com que os 30 membros da delegação tivessem que chegar de taxi ao estádio.

Novamente com Sandro Silva ao lado de Pierre e atuando somente com 2 zagueiros, o Palmeiras chega ao seu 2º jogo consecutivo sem levar gols. Obra do acaso? Certamente que não. A proteção criada pela dupla de volantes praticamente impossibilita que o atacante rival fique no mano a mano com os zagueiros do time, que não primam pela velocidade. Facilita tamém a cobertura das laterais, quando Armero e/ou Capixaba avaçam ao ataque, dificultando lançamentos nas costas dos laterais e diminuindo consideravelmente os cruzamentos na área, tormento do time na temporada. Enfim esse 4-4-2 só trouxe benefícios.

Ao lado de Keirrison, Cleiton Xavier e Armero foram os destaques.

No 2º tempo o time tirou o pé do acelerador. Com a vitória assegurada, o time praticamente garantiu presença nas semifinais do Paulistão. Os 36 pontos deixaram o Palmeiras com 6 de vantagem sobre o Corinthians, 2º colocado. No Paulistão de 2008, a Ponte Preta classificou-se em 4º com 35 pontos.

Apesar de Luxemburgo dizer que ainda não se considera classificado, fica cada vez mais evidente que a partir de agora, as atenções estarão voltadas para os duelos decisivos contra o Sport, pela Libertadores. O 1º deles ocorre no dia 08 de abril, na Ilha do Retiro e a vida do time na principal competição do 1º semestre depende de vitória nos dois jogos contra o algoz da temporada passada.

Acompanhe os gols e os melhores momentos da partida de ontem:

No embalo do aguardadíssimo Radiohead – Blow Out

Cheers,

Chazinho de Coca – 4-4-2 finalmente.

Luxemburgo parece ter enxergado o óbvio ou então leu meus comentários aqui no FFC – basta dois zagueiros bem postados, quando se tem 2 volantes com qualidade no desarme, mas que também saibam ajudar na armação.

Óbvio que o técnico sabe disso, assim como é óbvio que estou brincando quando digo que ele leu minhas colunas. Mas demorou um pouco além do necessário para ele escalar o time no 4-4-2. No Paulistão até estava funcionando, mas na Libertadores está sendo um fiasco.

Sábado contra o Barueri, Luxa mandou a campo o time com Capixaba, Danilo, Mauricío Ramos e Armero – Pierre e Sandro Silva, além de liberar Cleiton Xavier para jogar mais avançado, armando as jogadas ao lado de Diego Souza, com Williams e Keirrison no ataque.

Basta dizer que o placar de 3X0 não condiz com as inúmeras chances de gols perdidas pelo time, só Keirrison perdeu 4 claríssimas. Basta dizer que a zaga não teve problemas – aleluia – e que até Pierre, no jogo onde recebeu justa homenagem pelo seu centésimo jogo pelo time, marcou um belíssimo gol de fora da área.

Luxa já sinaliza que poderá repetir o esquema, disse inclusive que Edmilson pode fazer a função realizada por Sandro Silva no sábado.

Vale ressaltar que Lenny entrou e fez uma partidaça, brindando a torcida com uma jogada de craque, achando Diego Souza livre para marcar o 2º gol. O mesmo Diego parece ser, finalmente, o jogador que todos esperavam que fosse quando contratado a peso de ouro em 2008.

E Keirrison, que parecia estar em má jornada, mas que de tanto insistir achou seu gol. Aí está a diferença do centroavante diferenciado. Souza por exemplo, não perde gols pois não procura os gols, logo não os soma na competição. Keirrison procura o gol a todo instante, finaliza muito, perde muitos, mas guarda outros tantos. Seus 14 gols na temporada na são obra do acaso.

No Paulistão a classificação é questão de tempo. Na Libertadores a situação é complicadíssima, mas o time ainda depende apenas de suas forças. Forças que parecem ser mais bem aproveitadas nesse 4-4-2 tão aguardado por todos.

Confira os lances da partida:

Coluna escrita no embalo de She and Him – Why Do You Let Me Stay Here?

Cheers,

Chazinho de Coca – Exageros em Itu.

Itu é uma cidade muito interessante, conheço bem o lugar. Ruelas com clima histórico, população educada e que costuma te receber muito bem. Itu ostenta a fama de ser a cidade onde tudo é grande, exagerado. Na principal praça da cidade, você se depara com um orelhão maior que muita seringueira, encontra uma loja que vende escovas, pentes, clipes, lápis, tudo gigantesco.

Na cidade onde tudo é exagerado, o Palmeiras exagerou em errar. O Ituano acertou 4 bolas na trave durante a partida, talhando com machadadas de irônia, a escrita iniciada na partida contra o Santos, no mesmo estádio, quando o Peixe meteu 7 bolas na trave do adversário. É o estádio do “quase gol”, dos quase muitos gols.

Luxemburgo levou novamente a campo uma equipe composta em sua maioria por reservas. Segundo o técnico, existe um “desgaste” devido ao excessivo número de jogos.

Meu Deus! Me lembro e não faz tanto tempo assim, que os clubes que disputavam a Libertadores também brigavam pela Copa do Brasil. O mesmo Palmeiras, em 1999, chegou as quartas de final da Copa do Brasil, a final do Paulistão e a final da Libertadores. Foi campeão continental, vice paulista, tendo jogado a 1ª partida com o time todo reserva, aí sim justo pois disputava na mesma semana a final da Libertadores. Era um exagero de jogos, é fato. Mas hoje não há esse exagero todo e ainda assim os jogadores se “desgastam” muito facilmente. E não só do Palmeiras, que fique bem claro.

Luxa disse que esse time atingiria seu ápice no 2º semestre. Depois de toda a reformulação, trata-se de um diagnóstico normal. Mas o time mostrou que pode atingir um patamar próximo do ideal antes disso, só que agora esbarra nessa de “desgaste”.

Enfim, foi um jogo duro de assistir, com a zaga errando tudo, com Marquinhos fazendo valer a perseguição da torcida, com Jumar sendo expulso ainda na 1ª etapa e Bruno, o melhor em campo ao lado de Armero, tendo que se desdobrar para evitar que as bolas insistentemente desviadas pela sua zaga entrassem. Quando passava por ele, não passava pela abençoada trave alviverde.

Na 2ª etapa Luxa promoveu a entrada de Cleiton Xavier, Keirrison e Pierre. Pierre entrou muito bem, mas os outros não. Ainda assim a equipe melhorou substancialmente e chegou a dominar a partida em alguns momentos, mas errava todo bendito último passe.

Os gols? Bem os gols foram assinalados ainda no 1º tempo. Alex Afonso, “aquele”, ajudado por um dos vários desvios da zaga alviverde e que matou Bruno. E Lenny pelo Palmeiras, depois de grande jogada de Armero.

O time é bom, quando completo é garantia de grande atuação ofensiva. Mas a zaga, ahhhh essa zaga. Ouso dizer que se não melhorar minimamente, o time não vai chegar a lugar algum esse ano.

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O som que embala esse post todo exagerado é também um mar de exageros, belíssimos exageros. Da linda Scarlett Johansson, com a linda Falling Down, do discaço Anywhere I lay my head.

Cheers,

Chazinho de Coca – Pinceladas do clássico e os 3 atos de Ronaldo.

Um clássico que marcou uma saudável união entre as diretorias, que por sua vez estendeu-se a grande maioria dos torcedores. Ontem durante flashes de TV antes do jogo, ví certas coisas que me fizeram acreditar que ainda há esperanças para o problema da violência entre as torcidas e elas passam, em grande parte, pelas ações entre os mandatários dos clubes.

Nesses flashes, eu ví com meus próprios olhos, um corintiano com bandeiras e demais adereços, na fila de entrada da torcida do Palmeiras, sem que ele fosse perturbado. Ví ônibus de torcedor alviverde passando diante de membros da diretoria corintiana e não ser direcionado um único xingamento, apenas cantorias de festejo ao time do coração. Ví outro corintiano com a camisa roxa do Timão, parado e conversando com amigos diante do hotel onde estava a delegação alviverde, obviamente cheio de torcedores do time, sem que isso gerasse uma única confusão entre eles.

Como nem tudo são flôres, um ônibus de torcedor “organizado” do Palmeiras foi parado em blitz policial e com alguns membros, apreendidas bombas de fabricação caseira. Um foco de bandidagem no mar de esperanças que foi o clássico.

Foi dado um grande 1º passo, o exemplo foi mostrado, cabe agora a todas as diretorias de grandes clubes darem continuidade a essas ações e não repetir o clima de animosidade criado por tricolores e pelos mesmos corintianos no clássico anterior. Não cabe também espaço para notas como a emitida ela diretoria são paulina, tentando desqualificar a ação feita pelas diretorias de Palmeiras e Corinthians. Por que não a marca “Trio de Ferro” e não apenas “Derby”? Esse foi o tema da sensacional coluna do Mauro Cezar da ESPN, que disponibilizarei logo mais.

O Jogo.

A retranca armada por Mano Menezes não surpreendeu, o que me deixou perplexo foi a guilhotinada de Luxemburgo no tão elogiado esquema de velocidade que ele vinha implantando no time. Ao escalar 2 volantes, Luxa fez aquilo que eu vinha tanto cobrando em jogos de Libertadores, um meio mais pegador, mas com qualidade na saída de bola, afinal Sandro Silva faz muito bem a função de marcador, mas também a de ajudar na armação.

Cleiton Xavier foi liberado para armar, assim como Diego Souza, mas deixar Keirrison isolado no ataque foi um balde de água fria. O técnico sacou Williams e manteve os 3 zagueiros.

Com 6 defensores em campo, não dava para se esperar grandes coisas dos empobrecidos ataques e o 1º tempo foi um sono só, muito também devido ao calor provocado pelos 5 sóis para cada um no estádio. Keirrison pouco era acionado e Souza, péssimo, era um jogador a menos para o Corinthians

Na 2ª etapa, Luxa acordou e colocou Williams e desde então passou a ter o domínio do jogo.

Em bela enfiada de bola de Keirrison, Felipe errou bisonhamente, Diego Souza limpou o goleiro e fuzilou. Poderia ter saído outros gols, mas não era tarde de Keirrison, nem mesmo de Cleiton Xavier.

Quando Mano colocou Ronaldo, não que o Corinthians tenha melhorado substancialmente, mas voltou a ter 11 em campo, já que Souza saiu. O Verdão continuava melhor, mas pecava nas finalizações. Enquanto isso, o “gordinho” ensaiava o seu 3º e grande ato. O 1º deles foi feito pela ponta, onde levou a marcação do zagueiro e cruzou, na cabeça de Dentinho, que não conseguiu finalizar. Depois, fazendo aquilo que se espera de qualquer atacante e que Souza não consegue, mas Ronaldo faz de maneira brilhante, o Fenômeno mandou um balaço de fora da área, acertando caprichosamente o travessão de Bruno, que já estava batido no lance. E então, quando tudo parecia deteminado, a câmera mostrava Marcão colado em Ronaldo, escanteio pela esquerda, na cobrança, Ronaldo dá um passo para trás, suficiente para subir livre, no 2º pau e marcar o seu 1º gol depois de mais de 400 dias, um gol que o Corinthians não marcava no maior rival desde 2006.

Gordo, jogando com 1 saco de laranja nas costas, visivelmente sem ritmo, mas ainda assim, bastou sua presença para o Timão comemorar algo que nenhum dos outros atacantes nesses mais de 2 anos, havia conseguido lhe proporcionar.

No embalo de The Libertines – Last Post on the Bugle.

Cheers,

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Segue agora a coluna do Mauro Cezar Pereira da ESPN.

União entre Corinthians e Palmeiras gera reação lamentável do São Paulo.

“Em pouco tempo só existirão cinco grandes no Brasil. Pensei que Palmeiras e Corinthians anunciariam fusão para ficarem entre eles”. A frase, publicada na coluna Painel F.C. da Folha de S. Paulo, é atribuída a Adalberto Baptista, diretor de marketing são-paulino. O motivo? A reunião na qual palmeirenses e corintianos apresentaram suas ações conjuntas para o derby deste domingo em Presidente Prudente. Provocação típica de torcedor, nada além disso. E ainda dizem que os dirigentes do São Paulo são diferentes dos demais, melhores, superiores… Talvez até sejam, afinal, a referência, em geral, é pífia, o parâmetro está sempre bem lá embaixo mesmo…Também pode ser que tal frase esconda o receio de que os dois maiores rivais estejam começando a acordar.

O Palmeiras tem na presidência um homem inteligente e de bom senso. O Corinthians nem tanto, mas a simples aproximação dos clubes é bom sinal. Claro que a convivência pacífica entre cartolas não irá tornar amáveis as relações entre as torcidas organizadas dos times, tampouco reduzirá a violência associada a tais grupos. Mas é um movimento saudável, capaz de gerar dividendos, como transformar um jogo que pouco vale em grande evento.

E o são-paulino, integrante de uma equipe que recebe elogios até pelas mais tolas ações ditas de marketing, como a venda de pedaços do gramado e o tal batismo tricolor, parece acusar o golpe. Se forem tão evoluídos como tentam nos convencer, os dirigentes do São Paulo se aproximarão de alvinegros e alviverdes para formar ações sob o rótulo “Trio de Ferro”.

Corinthians e Palmeiras não precisam se fundir para aumentar suas chances de superar o dono da hegemonia do futebol nacional. Basta que tenham pelo menos um olho nessa terra de cegos que é a cartolagem brasileira. Como faz a turma do Morumbi, que deve manter o dela bem aberto, afinal, unidos os dois podem, com um par de olhos, enxergar melhor do que os visionários tricolores.

http://espnbrasil.terra.com.br/maurocezarpereira/post/38004_UNIAO+ENTRE+CORINTHIANS+E+PALMEIRAS+GERA+REACAO+LAMENTAVEL+NO+SAO+PAULO

Chazinho de Coca – Foi feita história.

Pegue um dos maiores clássicos do planeta. Junte a isso a estréia (de verdade) daquele que, com toda certeza, está no patamar dos mais fantásticos gênios da história do mais vibrante dos esportes.

Palmeiras + Corinthians + Ronaldo = Está escrita a história.

O palmeirense saiu com gosto amargo na boca. Mas mesmo ele, mesmo o torcedor do Palmeiras, vitorioso até os 47 da etapa final, a mais de 2 anos sem levar gol do maior rival, duvido, aposto e ganho, que ficou, não feliz, mas pelo menos emocionado com o desfeche do clássico.

Mais que isso, ver aquele cara que fora condenado a encurtar sua genial carreira devido as seguidas contusões, mas que antes já havia escrito sua história no futebol, dando ao país títulos mundiais, conquistas pessoais, mas que sempre nos encheram de orgulho. Uma bandeira, uma marca, um nome, um ídolo. E que me desculpe os corintianos, não apenas um ídolo deles, mas de todos nós.

O jogo terminou 1X1, o Palmeiras continua líder e invicto, o Corinthians continua na vice-liderança e também invicto. Na tabela de classificação, pouca coisa mudou. Na história do clássico, foi um capítulo fabuloso nessa milionária história. Foi o maior dos clássicos, trazendo um dos maiores dos jogadores da história. Um “mero” 1X1, com gol (de cabeça) do Fenômeno. Quer melhor roteiro?

A leitura do jogo fica pra depois. Nesse momento, mais do que falar sobre o jogo, tornou-se necessário falar sobre o momento histórico