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Chazinho de Coca – Super Clássico

Há tempos que não percebo uma mobilização tão grande acerca de um clássico. Domingo próximo, Palmeiras e Corinthians escreverão mais um capítulo dessa riquíssima história, cheia de personagens históricos. Pelos lados alviverdes espera-se muito de Keirrison, Cleiton Xavier e Diego Souza, já os alvinegros depositam suas esperanças na tão aguardada, na tão comentada, mas na improvável participação de Ronaldo Fenômeno, o Mister Encrenca. Não podendo usar a sua grande estrela, caberá a Douglas, Dentinho e ao zagueiro artilheiro, Chicão, darem conta do recado contra o embaladíssimo Palmeiras.

A se considerar as últimas atuações corintianas e as formações adotadas por Mano Menezes, enxergo um favoritismo alviverde, até pelo momento do time de Luxemburgo. Mano tem abdicado muito do ataque, tendo atuado no clássico contra o São Paulo sem um único atacante de oficio. Se voltar a armar algo semelhante e chamar esse veloz Palmeiras para cima, corre um sério risco de sofrer uma derrota vexatória.

Enxergo uma grande oportunidade para o Corinthians, sobretudo se conseguir se aproveitar da atual pane do sistema defensivo do Verdão. Para isso acho de extrema importância escalar um jogador de área, que seja o criticado Souza, além de abrir o jogo pelas pontas com Dentinho, obrigando Marcão ou Maurício Ramos darem combate, abrindo possibilidades de faltas próximas à área. Nesse cenário, ou Edmilson se conscientiza de que sua primordial função é defensiva e não ofensiva, ou a chance de o Palmeiras levar gols de jogadas aéres serão enormes.

Mas cabe também a Mano Menezes largar mão de ser tão defensivo, para não dizer retranqueiro, e forçar o Palmeiras a ter preocupações na sua inconstante retaguarda. Caso contrário, volto a dizer, o Corinthians pode sair de campo com muitos gols na lomba.

E você, caro e feroz leitor, o que espera desse classicaço? Quem vence a bagaça? A enquete já está no ar. VOTE!

Ao som de Janes Addiction – Just Because

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Rapidinhas:

Antes do mega clássico contra o maior rival, o Verdão encara hoje, o grande jogo do ano até então. Válido pela 2ª rodada da Libertadores, o Palmeiras recebe, em casa, o time chileno do Colo-Colo. A vitória é muito mais do que uma obrigação, mas a sustentação das chances de classificação permanecerem exclusivamente em suas mãos. Qualquer outro resultado, o Verdão pode começar a torcer contra os demais.

Jogão!

Cheers,

La Mano de Dios – Ensina aí…

Ensina aí…

O Oeste jogou ontem contra o São Paulo da mesma forma que todos os times menores jogam: com nove jogadores atrás da linha da bola e um atacante lá na frente tentando fazer um milagre.

E novamente o Tricolor teve trabalho para superar um adversário retrancado. Porém, diferente dos jogos contra Ituano e Independiente de Medellín, ontem tanto esforço teve recompensas: foram três belos gols e mais duas bolas na trave.

Washington marcou o seu, desencantou depois de três partidas sem estufar as redes. Borges infernizou a defesa adversária, mandando duas bolas na trave. André Dias deixou mais um de cabeça (está se tornando o elemento-surpresa essencial do tricolor) e Hernanes só botou pra dentro depois de linda jogada de Jean, o craque da partida.

Mesmo assim, demorou para o São Paulo engrenar. Com o adversário fechado, foi na base da jogada aérea e da habilidade de seus jogadores que o Tricolor resolveu a partida. A bem da verdade, a porteira só foi aberta depois do primeiro gol, quando o fraco Oeste tentou esboçar uma reação. Aí, meu amigo, foi caixa.

O time ainda peca pela falta de criatividade. Quando pega adversários fechados, fica limitado a um número muito baixo de jogadas. Talento no time (e na comissão técnica) não falta para que esse problema seja resolvido. Mas é preciso abrir os olhos.

O São Paulo precisa aprender a mostrar com gols que é o melhor time em campo. Merecia ganhar? Merecia. Dessa vez conseguiu. Só que o futebol, assim como a vida, às vezes não é justo.

Ao som de Buzzcocks – You Tear Me Up. É punk, 77. Vai que é gol!

Rapidinhas: Jean mostra a cada partida que é um jogador diferenciado. Comeu a bola ontem e deu dois passes para gols de companheiros. Abre o olho, esse tem futuro.

Duas perguntas – Será que Keirrisson termina o ano no Palmeiras? Será que Ronaldo vai mesmo jogar?

Chazinho de Coca – Foi em 1920

Foi em 1920.

Foi ainda como Palestra Itália, no longínquo ano de 1920, que o agora Palmeiras conseguiu, pela última vez, ter um início de temporada tão sensacional como o de agora. Nem na época das Academias, nem o time de 93/94 e nem mesmo o de 96, foram capazes de começar o ano com uma arrancada tão positiva como a que o time alcançou ontem. São 8 vitórias nas 8 primeiras partidas da temporada.

Na vitória por 3X2 sobre o Mirassol, o time não brilhou como nas partidas anteriores, mas fez o suficiente para vencer sem sustos e com autoridade.

O 1º tempo teve um nome – Diego Souza.

Criticado, sobretudo no 2º semestre de 2008. Diego carrega o fardo de ter sido a contratação mais cara do futebol brasileiro na temporada passada, mas sua irregularidade fez pairar dúvidas quanto a sua qualidade.

Ontem, se não foi brilhante, foi eficaz. Abriu o placar com uma tijolada em cobrança de falta. Fez linda tabela com Keirrison e deixou o matador na cara do gol para finalizar e marcar o 2º do time. Comandou as ações do meio campo, em noite apagada de Cleiton Xavier.

Diego tem sim muita qualidade, sabe se utilizar da condição física para prevalecer sobre o marcador, é hábil e finaliza bem, mas precisa soltar a bola mais rapidamente. Nesse atual Palmeiras, quem der mais de 3 toques sem passar a bola já começa a ficar para trás.

Em noite onde até Jefferson joga bem, não tem como dar outro resultado se não a vitória. Saiu dos pés do lateral esquerdo o míssil que matou de vez as pretensões do bom Mirassol, que por sua vez chegou aos 2 gols com Anderson Paim, em cobrança de falta que desviou na barreira e matou Bruno, e Wesley, em falha de Danilo.

O time do interior não se intimidou com o atual momento do Palmeiras e partiu para cima, com boas jogadas do atacante Leandro Fonseca, mas esbarrou na falta de qualidade no meio. Prevaleceu o toque rápido da equipe de Luxemburgo, que desarmava tudo a partir da ótima atuação de Pierre e ligava contra-ataques em altíssima velocidade com Williams, que precisa urgentemente aprender a finalizar.

Dessa vez Edmilson jogou como autêntico 3º zagueiro, já Cleiton Xavier pouco se aventurou no ataque, talvez aí a razão da atuação destacada de Diego Souza, então, único meia na partida de ontem.

Ainda me agrada mais ver o Palmeiras como o de domingo. Com Edmilson flutuando entre a zaga e o meio, deixando Cleiton Xavier livre para armar e formando um ataque à moda antiga, com 2 pontas abertos (Diego e Williams), com Keirrison enfiado no meio da zaga adversária.
De toda forma, ver um time com tantas variações táticas é agradável e mostra claramente a mão do treinador, que voltou a ser, meramente, um treinador, o ótimo treinador que sempre foi antes de inventar suas múltiplas funções.

Confira os lances do jogo:

Escrevo a coluna na manhã dessa quinta-feira chuvosa, acinzentada, com cara de inverno, mas abafada como no verão. O som que embala esse clima todo foi – Fade to Grey do Visage.

Cheers,

Tricolor e Timão prometem clássico efervescente para domingo.

A história dos dois clubes já é suficiente para se imaginar um duelo quentíssimo, independente de momento, independente de que campeonato seja. São Paulo e Corinthians são gigantes do futebol que por si só, já proporcionam grandes espetáculos.

Mas um ingrediente extra está elevando os ânimos de dirigentes, comissões técnicas e, conseqüentemente, deverá chegar aos jogadores – a cota de ingressos.

Amparada pela regulamentação e sustentada pela vontade de sua torcida, a diretoria do São Paulo resolveu acabar com a história de “campo neutro”, classificação dada ao Morumbi em clássicos paulistas.

Obviamente que o flagrante racha entre as instituições São Paulo e Federação Paulista de Futebol tem peso determinante na decisão, mas não há do que se reclamar. O São Paulo tem o direito de destinar apenas 10% às equipes adversárias, da mesma forma que está ciente de que os mesmo 10% lhe serão destinados quando as situações se inverterem. Se caberia um acordo entre cavalheiros ou não, são outros 500, e nem é essa a intenção da postagem.

Em nota, a diretoria corintiana afirma que a cúpula tricolor constrangeu a nação alvinegra. Diz ainda o texto que os dirigentes são paulinos são elitistas e arrogantes, típicos dos que administram clubes de pequena expressão.

Em campo, ambas as equipes ainda não encontraram o melhor futebol, apesar da boa classificação na tabela. Com seis jogos cada, o Timão ocupa a vice-liderança com 14 pontos. O Tricolor vem logo atrás com 13. Ambos com um jogo a mais que do líder, Palmeiras.

Em 3 jogos realizados no Morumbi, o São Paulo tem 1 vitória, 1 empate e 1 derrota.

É nesse clima de ebulição, de enfrentamento de bastidores, que lhes deixo a pergunta:

Quem levará a melhor no clássicaço de domingo?

A enquete está no canto superior direito do blog – vote!

Chazinho de Coca – Sustentação Alviverde.

Sustentação Alviverde.

Os 4X1 do Palmeiras sobre o Santos, marcaram a sétima vitória do time de Luxemburgo, em sete partidas realizadas no ano. Cinco delas pelo Paulistão e outras duas pela Libertadores.

Um pilar de sustentação tem dado o tom do time nesse início de temporada. A zaga com Danilo, que as vezes tem a companhia de Maurício Ramos, outras de Jeci, além da cadeira cativa de Edmilson, deixou de ter as panes da temporada passada. Ajustar alguma coisa nas bolas aéreas ainda se faz necessário, mas é algo que pode ser feito, já que muito pouco falta se ajustar nesse surpreendente Palmeiras de 2009.

Armero entrou e dominou o setor esquerdo. Pierre continua sendo o cão de guarda do meio campo. Mas está em seu atual companheiro de setor, o grande diferencial desse Palmeiras.

Muito se fala em Keirrison, e não por menos. Aos 20 anos, o K9 tem uma postura digna de quem já está há tempos comandando ataques de grandes equipes. A espantosa marca de 7 gols em 5 partidas lhe dá a condição de ser apontado como o principal destaque dessa equipe. Não apenas ele, porém.

Mais do que o K9, que todos já sabiam que jogava essa bola, o termômetro desse time chama-se Cleiton Xavier. Destaque de um pouco destacado e rebaixado Figueirense, ele chegou como o menos badalado dos contratados. De cara ganhou a camisa 10, vaga desde a saída de um dos grandes ídolos recentes do clube, o chileno Valdívia.

Apesar da 10, Luxemburgo arma o time com Cleiton Xavier como segundo volante. Mas contra um Santos com apenas um atacante, Luxa não precisava atuar com três zagueiros. Avançou
Edmilson para ser volante e Cleiton passou a ser efetivamente o armador, exclusivamente um armador.

Os 1º´s 30 minutos foram um massacre alviverde. A primeira etapa poderia ter terminado 5X0 sem grandes exageros e quase, para não dizer todas as bolas, passavam pelos pés do camisa 10. Ele inclusive quase marcou um golaço dando um tapa por cima de Fábio Costa, mas a bola passou rente a trave.

Xavier não faz firula, mas não faz o óbvio. Não tem a habilidade do Valdívia, mas tem a frieza que muitas vezes faltou ao craque chileno. Ele é um legítimo 10, mas poderia usar a 8 e fazer a função que coube aos grandes “8” do futebol. O que lhe garante essa possibilidade é a sua condição física.

Em uma mesma jogada você consegue vê-lo dar combate na saída de bola adversária, depois desarmando no meio, o que faz com grande capacidade, e no que o time recupera a bola, já está avançado, como um legítimo 10. Ali ele não enrola, recebe a bola e a distribui com tapas simples e eficazes, como no 4º contra o Santos.
Dificilmente veremos um chapéu ou algum lance de mais efeito de Cleiton Xavier, ainda que sua capacidade o permita, mas ele prefere clarear as coisas para os atacantes, outras vezes, para si próprio.

Para mim, surpreendentemente, assumo, o grande destaque desse Palmeiras de 2009.

Acompanhe os lances do clássico:

No embalo de Cut Copy, com a sensacional Lights and Music.

Cheers,