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“Ô MEU PAI EU SOU CRUZEIRO MEU PAI”

Em homenagem ao Campeão Brasileiro de 2013, Renné França, professor universitário e cruzeirense, nos conta um pouco de como se tornou um torcedor ‘azul’ diferente dos demais.

Por Renné França 

Meu pai é atleticano. Quando criança, meus colegas mais próximos eram atleticanos também. Mas aí meu tio (e padrinho) me levou para uma final do campeonato mineiro, Cruzeiro e América, despedida do Renato Gaúcho do time azul. E não teve mais jeito…

Torcer por um time de futebol, para mim, é mais sofrer do que prazer. Não sou dos que gritam e pulam. Quando o jogo acaba, eu mais fico aliviado do que comemoro. Não gosto de comentar nada depois da vitória (superstição: uma vez tirei muita onda e o time foi ladeira abaixo. Até hoje sei que a culpa foi minha) e não tenho vontade de conversar depois da derrota. Enfim, não sou um típico torcedor.

Mas estou sempre vendo. E torcendo. E sofrendo. Em 2003 o título foi próximo. Por causa de um convênio da UFMG com o jornal Estado de Minas, passei uma semana cobrindo os treinos do time que viria a ser o primeiro campeão dos pontos corridos. Conversando com os jogadores, indo aos jogos. Além disso, morava perto do Mineirão…

Dez anos depois, o Cruzeiro é campeão de novo, e eu estou em São Paulo (se bem que o time está na Bahia…). Não vou sentir o clima da rua, da Belo Horizonte azul. A quinta-feira mágica amanhã.

Mas não tem importância, vi isso no último domingo (10), as várias camisas estreladas no caminho da partida contra o Grêmio. Antes, fiz questão de ir a Sete Lagoas pegar uma antiga camisa do meu tio para vestir no Mineirão. Porque era só por causa dele que eu estava ali naquele jogo (dele e por causa de outro grande cruzeirense, meu cumpadre Douglas que conseguiu o ingresso pra mim e estava lá também). Era uma forma de ter ele ali comigo, como no primeiro jogo que ele me levou.
Isso tudo aqui é só para agradecer ao Ciro por me fazer cruzeirense.
Minha vida é mais especial assim.

Eu sou Cruzeiro meu pai.
Sou campeão brasileiro. De novo.

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UMA TORCIDA QUE TEM UM TIME

Primeiramente, um clube como o Santa Cruz faz falta à elite do futebol brasileiro. Principalmente por sua história e grandeza. Ou sua fanática e fantástica torcida. Seu belo estádio, coberto pelo bandeirão da Inferno Coral, que colore e mareja os olhos de seu povo ao mesmo tempo em que aterroriza os adversários. O Arruda é um caldeirão. De emoções e sofrimentos.

Foram seis anos de penúria tentando fugir do limbo impiedoso da Série C. A luz no fim do túnel parecia nunca voltar a acender. Enfim o da libertação chegou. Com mais de 60 mil vozes – o Santa tem média maior do que muitos clubes da Série A: 50 mil por jogo -, a equipe pernambucana bateu o Betim por 2 a 1 no último domingo e garantiu o acesso à segunda divisão do ano que vem – tendo a possibilidade real de estar na primeira no ano de seu centenário.

O que chamo a atenção neste post é para a fidelidade e o limite (se é que existe?) que uma torcida pode ter com seu clube de coração. Nesses seis anos, todo aquele que ainda acredita no poder e magia do futebol, comoveu-se com a derrocada do popular Santinha. Afinal, perspectivas de mudanças nas gestões administrativas do clube só cavavam mais a cova, jogando sempre uma pá de terra nos sonhos esperançosos da torcida. Porém, em meio ao turbilhão de decepções, bravamente o seu povo estava sempre lá. Penando, sofrendo e cantando. Vibrando, cobrando, berrando. Sendo torcedor. Sendo Santa Cruz. Na primeira, na segunda, terceira. Onde for. Como for.

Um amor centenário. De um povo. De uma gente. Gente que precisa viver ao invés de sofrer. Pois futebol é vida. E para esse povo, vida é futebol, representada nas cores branco, vermelho e preto.

Parabéns, Santa Cruz. Volte logo para o seu lugar!

Flávio Caça-Rato comemora com a fanática torcia do Santa Cruz gol que garantiu o acesso do clube pernambucano (Foto: Aldo Carneiro/Lancepress
Flávio Caça-Rato comemora com a fanática torcida do Santa Cruz gol que garantiu o acesso do clube pernambucano à Série B (Foto: Aldo Carneiro/Lancepress)

EM BUSCA DO FINAL FELIZ

Falta pouco, torcedor lusitano.

De acordo com alguns matemáticos de plantão, mais três vitórias e a Lusa terá um final feliz neste 2013 que parece interminável. Vivendo sob a incompetência administrativa peculiar que emana nos arredores do Canindé há pelos menos duas décadas, os atletas rubro-verdes têm demonstrado hombridade e, sobretudo, caráter. Afinal, a campanha da equipe no BR13, se não é ótima, ao menos é de regular para boa.

Com o empate diante dos baianos do Vitória, ao término da 30°rodada a Portuguesa soma 38 pontos e ocupa a 13°colocação. Mesmo com as últimas boas apresentações, o risco do rebaixamento ainda ronda o Canindé. Principalmente pelo fato do campeonato estar equilibradíssimo – na parte de baixo, é claro. É de cinco pontos a diferença entre Lusa e Vasco, primeiro time atualmente do temido z4.

Enquanto isso, vislumbrando arrecadar uns trocados a mais para quitar a incômoda dívida salarial com os atletas, Da Lupa e Cia. decidiram usar a velha tática de time pequeno de bairro: vender o mando de campo para um estádio neutro visando lucrar com a renda, ainda mais quando o adversário trata-se de um gigante como o Flamengo, dono da “maior torcida do Brasil”.

Quando atuou fora de seus domínios mas jogou como mandante, a Lusa aplicou sonoros 4 a 0 diante do turbulento Corinthians do, ainda, ameaçado Tite. Só para se ter um exemplo, a renda líquida desta partida foi de R$ 830.425,00. Sem contar a partida de ontem, que também teve pouco público, na última vez que mandou uma peleja no Canindé, a Rubro-Verde arrecadou 15.580,65. Com míseros 3.353 pagantes.

A verdade é que este campeonato está chato pra cacete. O equilíbrio se dá pelo baixo nível técnico das equipes. Como disse nosso ilustre amigo feroz Rene Luis Crema, o popular Parmera, nos canais do F.F.C. no Facebook: “Este Brasileirão 2013 merecia ter ao menos 12 rebaixados”.

Enquanto isso, a Lusa busca mais 9 gloriosos pontos para conquistar o objetivo do ano: fugir da degola.

Na foto, toda a devoção do jovem torcedor lusitano pedindo aos céus por uma vitória de seu time
Na foto, toda a devoção do jovem torcedor lusitano pedindo aos céus por uma vitória de seu time

PORTUGUESA 3X0 SANTOS – RECUPERAÇÃO LUSITANA EM GRANDE ESTILO

Após levar 4 gols do líder Cruzeiro em trinta minutos de jogo, a Lusa se recuperou em grande estilo no BR13 ao vencer, com autoridade, o Santos, em casa, pelo placar de 3 a 0. Embora tenha sofrido a derrota acachapante para a Raposa no meio de semana, a equipe de Guto Ferreira, ainda assim, é a segunda mais regular do segundo turno do certame – com cinco vitórias e apenas duas derrotas. Foram 15 pontos ganhos dos 21 disputados.

O triunfo diante do Peixe, além de marcar a retomada da confiança do elenco, decidiu também a melhor campanha entre os times da capital. Em um ‘pequeno paulistão’, a Lusa lidera, com 4 vitórias, 1 empate, 1 derrota. 12 gols a favor , 6 contra – 13 pontos. Entre esses resultados, estão os 4 a 0 sobre o Corinthians e a vitória contra o alvinegro praiano.

Com 100% de aproveitamento em seus domínios, a sexta vitória seguida no Canindé, além subir a equipe para a décima colocação na tabela, fez a Rubro-Verde alcançar números que podem credencia-la a ser o melhor representante paulista na competição, superando, por exemplo, a bela campanha de 96, quando se sagrou vice-campeã, sendo derrotada pelo Grêmio, no Estádio Olímpico, com um gol de Aírton nos minutos finais.

Colada nos rivais, a possibilidade de terminar à frente de Corinthians e Santos, anima a torcida. A diferença para o Botafogo, atualmente 4°colocado, com 43 pontos, é de apenas 9. Se manter a pegada, quem sabe ano que vem não poderemos ter a Lusa na Libertadores.

Fato é que o objetivo – fugir do rebaixamento -, foi alcançado. Matematicamente ainda é possível, mas o futebol apresentado dentro das quatro linhas não me fazem acreditar que isso voltará a acontecer. A Lusa vive uma grande fase, que talvez não atravessasse desde 2011, quando realizou bela campanha na Série B, sendo apelidada como ‘Barcelusa’.

O único ponto negativo em meio a tantos positivos é o descumprimento da diretoria para com os atletas. A maior parte dos salários e direitos de imagens ainda continuam atrasados. Souza, capitão e líder da equipe, em entrevista coletiva após a partida, cobrou os dirigentes, dizendo que dentro de campo os jogadores estão honrando as cores da Portuguesa, só faltam algumas pessoas fazerem seu trabalho com mais responsabilidade.

O próximo compromisso da Lusa será frente ao Goiás, quinta-feira, no Canindé, às 19h30 (horário de Brasília). Se vencer, os comandados de Guto Ferreira, dependendo dos resultados, poderão colar no G4.

VAI, LUSA!!!

Jogadores da Portuguesa comemoram o gol do lateral Luis Ricardo contra o Santos (Foto: Ricardo Nogueira / Agência Estado)
Jogadores da Portuguesa comemoram o gol do lateral Luis Ricardo contra o Santos (Foto: Ricardo Nogueira / Agência Estado)

UM DIA GOLEANDO, NO OUTRO GOLEADA!

Foi o encontro dos dois times com melhor campanha no segundo turno do Campeonato Brasileiro. De um lado a Portuguesa, em boa fase, ainda mais após a goleada imposta pra cima do Corinthians no último final de semana. Do outro, um líder cada vez mais campeão. Voando baixo e praticamente imbatível em casa. Provando do próprio veneno, o Cruzeiro, assim como a Lusa diante do Timão, não teve dó e foi para cima logo no início. Resultado? 4 a 0 em meia hora de bola rolando. Foi um verdadeiro baile da Raposa. Borges marcou duas vezes. Willian e Everton Ribeiro fecharam a conta. A Lusa, mesmo com a derrota, ao menos, manteve a distância de seis pontos para o Z4.

Jogadores e comissão técnica seguem com o discurso de que foi um jogo atípico. De fato, foi. Afinal, jogar com o líder do campeonato, prestes a ser campeão, não é tarefa fácil pra ninguém. O grande problema foi a forma como a derrota se desenhou. Com erros infantis e sem sorte (dois gols dos mineiros foram com rebotes de bolas que bateram na trave), o Cruzeiro construiu facilmente sua 17° vitória na competição.

Do lado lusitano, a melhor coisa a se fazer no momento é esquecer a goleada e pensar na próxima partida, que será frente ao Santos, domingo, no Canindé. A vitória neste clássico é imprescindível. A boa fase em seus domínios tranquiliza o torcedor, que ficou assustado com o que viu ontem. O problema é que do outro lado, a equipe praiana está embalada, vindo de vitória emblemática contra o ameaçado São Paulo. Promessa de bom jogo.

Fato é que neste Brasileirão não é possível que o torcedor tenha tempo suficiente para degustar uma vitória. Afinal, as brincadeiras com os corintianos duraram apenas até a noite de ontem. O lado bom é que o mesmo acontece quando se perde. A chance da recuperação é logo ali, no próximo jogo. A Portuguesa foi goleada, enquanto o Corinthians venceu o Bahia e deu um tempo na crise. Coisas do futebol…

Que venha logo a recuperação diante do Peixe. A grande novidade será Diogo e o técnico Guto Ferreira. Reforços de peso na luta da Rubro-Verde para se afastar cada vez mais dos riscos do rebaixamento.

Saudações Lusitanas!

Até a próxima.

Borges comemora um de seus gols na goleada do líder Cruzeiro diante da Lusa, no Mineirão (Foto: Douglas Magno/Brazil - Folhapress
Borges comemora um de seus gols na goleada do líder Cruzeiro diante da Lusa, no Mineirão (Foto: Douglas Magno/Brazil – Folhapress