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A MAIOR CULPADA É A CONIVÊNCIA

É paliativa e ineficaz a medida da MP em optar por torcida única no primeiro clássico do futebol paulista em 2015. Fora o já tão discutido aspecto da falência de nossas instituições, assume-se que não há uma estratégia que envolva inteligência – do sentido literal, mas principalmente do serviço.

Quem ainda ostenta cabelos suficientes para dizer que não se sabe quem são os culpados? E não aponto pra organizada X ou Y, mas sim para os indivíduos, com nome, endereço, rg e cpf, constantemente captados por imagens de câmeras.

O maior culpado de tudo isso é a conivência, não o torcedor. Mas é ele quem irá pagar pelo despreparo de outrem. As leis existem, os meios de se chegar aos verdadeiros culpados por qualquer tipo de barbárie, idem. O que não existe é ação efetiva.

Cresci vendo o Morumbi 50% a 50% em clássicos. Já acho os 5 miseráveis % destinados aos visitantes de hoje um absurdo. Barrar o torcedor adversário por completo é um aborto ao maior dos esportes.

Apontam hoje o Pacaembu como o único estádio com condições de receber jogos dessa envergadura. Mas Allianz Parque e o Estádio do Corinthians passaram por todo o tipo de análise antes, durante e depois de suas construções. Não se previa em seus projetos os acessos de A, B ou C? Hoje cravar que não são seguros é mais uma vez assinar o atestado de incompetência própria. O que fica ainda pior quando colocam o Morumbi na mesma situação. Então por décadas sabia-se disso e ficou assim mesmo?

Parece-me uma imensa cortina de fumaça, óbvio. Mais ainda sabendo que os maiores focos de violência entre torcidas passam longe dos estádios. A logística aplicada na condução do torcedor visitante, a área reservada dentro do estádio e a liberação posterior aos mandantes dão muito mais controle sobre a massa em foco. Impedi-la de ir ao estádio e pulveriza-la por ai só tende a piorar a situação de quem quer e irá arrumar confusão, independente de onde esteja, principalmente sem um olhar ao menos inibitório.

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O LIBERTADOR

A temporada, enfim, começou. Não só para o corintiano, mas para o brasileiro.

Confesso: fiquei ansioso pelo jogo do Corinthians. Não pelo adversário colombiano, que seria fraco demais diante do “cascudo” time alvinegro, como, de fato, foi. Estava é com saudades da Libertadores. Em 2015 “estarei mais uma vez de fora”. Porém, nada que me impeça de curtir bons jogos. E o melhor: vibrar com eles. Mesmo que em um deles esteja o meu maior rival.

É impressionante como a maioria das partidas dessa competição costumam ser boas mesmo quando a técnica não é protagonista. A atmosfera que cerca o torneio é, por si só, o grande barato. Por outro lado, é impossível ignorar as lacunas e irregularidades da péssima administração por parte dos amadores da Conmebol – o câncer do futebol sul-americano.

A intensidade de Corinthians 4 x 0 Once Caldas prova que essa Libertadores será inesquecível. Principalmente porque há 14 campeões entre os 32 participantes. E, todos, com equipes competitivas.

Na mesma medida em que exaltamos a beleza que impera – com merecimento – na Champions League, muitas vezes, criticamos o descaso visto constantemente em nossos quintas – também com merecimento – porém com ressalvas a serem feitas: nem tudo é essa porcaria toda.

A Libertadores ainda é diferente de qualquer outra competição.

Quando digo isso não falo das tradicionais (infelizmente) cusparadas ou dos casos de racismo que sujam a imagem do campeonato mundo afora. Falo do jogo jogado. Aqui é diferente, sim. É preciso saber jogar como pede a Libertadores. Com raça, atitude, malandragem e muito coração. O segredo para vencê-la ainda é o mesmo: jogar futebol. Mas um futebol que não se ganha somente com os pés. E, sim, com a cabeça.

Assim como na final em 2012, Emerson Sheik soube usá-la corretamente durante os 90 minutos da última quarta, na Arena, tornando-se peça fundamental na vitória corintiana. Não só pelo gol-relâmpago. Mas sim pela postura gigante. Típica de jogador decisivo que sempre foi. Daqueles que conhecem o caminho. Que sabem como chegar. E funcionou de novo. Em um momento de risco. Até porque, durante parte do primeiro tempo o Timão se encolheu e chamou muito o adversário, que quase chegou lá. Parando em Cássio.

Muitos torceram o nariz e previram o pior quando Guerrero foi pouco inteligente e saiu de cena mais cedo. Sorte do Bando de Loucos que lá estava Sheik, o comandante de um time que fez uma partida tanto na parte tática, quanto individual impecável. Deixando boas impressões para um temporada árdua.

Dentre os destaques individuais da estreia corintiana na Libertadores, não há como negar que o camisa 11 roubou a cena, demonstrando o que todos já conhecem dele. Rejeitado em 2014, Sheik é, com certeza, o cara do time. Tite sabe muito bem disso. Ontem, o autor dos gols que libertaram o Corinthians há 3 anos, foi, também, o cara da primeira grande partida do futebol brasileiro no ano.  O mesmo cara que pode novamente reescrever sua história onde já faz parte dela.

Em meio a vários destaques, Sheik foi o melhor em campo na goleada sobre o Once Caldas, pela primeira fase da Libertadores (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)
Em meio a vários destaques, Sheik foi o melhor em campo na goleada sobre o Once Caldas, pela primeira fase da Libertadores (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)

 

O BOM PAI A CASA TORNA!

Segunda-feira, 19 de janeiro de 2015, Hotel Trianon. Era para ser um evento secreto, mas como bem disse um torcedor para o diretor do filme “Vai Corinthians”, o inglês Chris Watney, surpreendido pelo número de pessoas presentes muito a cima do esperado, nada com o Corinthians é segredo por muito tempo. Tratava se de uma sessão de autógrafos de um time da oitava divisão inglesa que é protagonista de uma das maiores histórias do futebol, time que, apesar de amador, tem no seu currículo uma goleada por 11 a 3 sobre o Manchester United, que foi o único clube a fornecer um time base a seleção da Inglaterra em toda sua história, seleção essa que usa branco por conta dele, time que foi inspiração, também, para a camisa branca do Real Madrid.

Chris Watney e seu desejo por contar a maior história do futebol sendo realizada.
Chris Watney e seu desejo por contar a maior história do futebol sendo realizada.

Time que foi o maior do mundo no começo do século XX e que 100 anos atrás teve que abandonar no meio do caminho a primeira visita ao seu filho brasileiro para que seus jogadores ou qualquer um que tivesse identidade britânica, fosse lutar a primeira guerra mundial que começou na Europa enquanto o time estava no navio a caminho do Brasil, quase todos os jogadores foram mortos e a história desse clube mudou para sempre. Trata-se do pai do Corinthians e de uma das maiores paixões do futebol mundial, o Corinthian-Casuals.

Aliás, paixão e histórias foi o que não faltaram nessa quente tarde de segunda. O Corinthian-Casuals vem ao Brasil enfrentar o Corinthians ou, o “Póulishta”, como eles mesmo dizem, em um amistoso que visa financiar um filme que vem sendo rodado sobre sua história, enquanto se cantava o hino corintiano e os ingleses com a cara rosada pelo calor tentavam entender e participar do “poropopó”, eu conversava com o diretor e um dos organizadores do jogo Chris Watney que se dizia surpreendido com a recepção e mal via a hora do time entrar em campo para contar, o que ele considera, a maior história do futebol. E conversando sobre o jogo entre os dois times que aconteceu em 88, ele solta que logo ali no hall do hotel havia um senhor que entregou a camisa para um jogador que trocou de time no meio desse jogo.

Empolgação e emoção do elenco do Casuals deu o tom durante todo o evento "secreto"
Empolgação e emoção do elenco do Casuals deu o tom durante todo o evento “secreto”

Seu nome era David e o jogador em questão era nada mais nada menos do que a lenda Doutor Sócrates. Cheguei em dois homens que observavam a festa de longe e perguntei quem era David, um senhor tímido, magro e já nos seus 70 e poucos anos com uma voz rouca diz que é ele e conta que entregar a camisa do Casuals para Sócrates jogar os 15 minutos finais do amistoso de 88 foi uma das maiores honras da sua vida, já com lágrimas nos olhos ele diz que nada foi maior do que aquele momento. Enquanto ele contava isso, o homem ao seu lado, M. Maidment, que se apresentou como o coordenador das categorias de base do Casuals, conta que na sede, ao sul de Londres, logo na entrada há uma foto enorme do eterno doutor vestindo com a classe de sempre a camisa rosa e chocolate do clube, completa dizendo que no Corinthian-Casuals, todos consideram que aquele foi o maior momento da história, deixando para trás outros incontáveis momentos notáveis do clube.

Maidment me conta mais sobre o seu trabalho e na dificuldade de implantar a filosofia de jogar futebol apenas pelo prazer de se jogar futebol nas crianças, que hoje em dia crescem encantadas com jogadores como o Tévez, que atuou pelo seu outro time, o West Ham, e que troca qualquer clube por alguns milhões a mais em sua conta. Ele também fala com orgulho sobre o Corinthian-Casuals ter sido sempre amador, aliás, foi um dos clubes que brigou com a FA no início do século XX para que a profissionalização do futebol fosse proibida. Futebol acima de tudo, eles dizem.

É quando vem outra surpresa, Maidment aponta para David e diz, ele pode te falar melhor sobre essa paixão pelo futebol amador. A razão? Acontece que esse senhor não só foi o homem que entregou a camisa do Casuals ao Sócrates, mas foi também um jogador do clube por anos, estreou em 1953, e participou da conquista da Surrey Senior Cup, um dos raros títulos do clube, desde então, nunca deixou o Corinthian-Casuals, 62 anos dedicados a uma paixão.

Por um momento todos param e observam emocionados a festa incrível entre jogadores, diretores e torcida, e eu em um inglês tão atrapalhado quanto o centroavante Jamie Byatt, digo que não há grandeza de clube ou dinheiro nesse mundo que pague o que estávamos vendo, e que é uma honra imensa recebermos eles aqui. Nesse momento vejo lágrimas nos olhos dos dois e consigo enxergar como nunca a ligação entre os dois clubes, entre Corinthian e Corinthians. É a ligação de um pai e um filho, é aquela paixão que meu pai me passou quando me levou nos ombros ao Pacaembu pela primeira vez, é a paixão pela simplicidade da bola que o pai inglês passou ao seu filho brasileiro o carregando nos ombros a mais de 100 anos atrás. Dei um abraço no David e pedi uma foto, o que o surpreendeu, talvez tenha o feito se sentir como uma lenda, um ex-jogador do Corinthians Paulista, essa foi a intenção!

David Harrison, a lenda que conheci do Corinthian-Casuals. De jogador ao homem que entregou a camisa ao Sócrates em 88.
David Harrison, a lenda que conheci do Corinthian-Casuals. De jogador ao homem que entregou a camisa ao Sócrates em 88.

Foi quando mais empolgado ele disse seu nome completo em um tom muito claro, como se fosse para eu nunca mais esquecer, e eu nunca irei, Mr. David Harrison, nem dos seus olhos cheios de lágrima denunciando a paixão de ser Corinthians, a mesma paixão que dividimos mesmo separados por um oceano, a simples e inexplicável paixão pelo Corinthians.

O jogo desse sábado é extremamente necessário para a alma corintiana no momento, é uma chance de lembrar de suas raízes, de viver a “corintianiedade” de forma mais intensa e esquecer arena, discussões financeiras e outros assuntos sem vida do futebol moderno e elitizado. Sábado será dia de lembrar e reviver Corinthians, duas paixões se encontrarão para contar a maior história do futebol.

Sai do hotel com uma camisa Rosa e Marrom no ombro e uma certeza, que a paixão é o principal personagem dessa história. O Corinthians hoje é gigante enquanto o Corinthian-Casuals foi e sempre vai ser um time amador, porém a paixão pelos Corinthians vão sempre ser um sentimento simples, divididos por dois países tão distintos, pois como disse a lenda Sócrates.

“O Corinthians é um estado de espírito”.

Os Corinthians são um estado de espírito!

Vai Courântiãns!!

Obs: Agradecimentos especiais ao Felipe Reis! Valeu!

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NINGUÉM QUER SER O FLAMENGO DE 2009

Petkovic e Adriano festejam o Hexa do Flamengo, em 2009 (Imagem: Google)
Petkovic e Adriano festejam o Hexa do Flamengo, em 2009 (Imagem: Google)

E agora? Ninguém quer ganhar o BR14! O líder Cruzeiro, pelo visto, entrou em modo “stand by”, proporcionando oportunidades de ouro para que alguém tome sua liderança e conquiste seu título – semelhante ao que ocorreu lá em 2009, quando o Palmeiras, do presidente Belluzzo e dos técnicos Luxemburgo, Jorginho e Muricy chegou até a 38°rodada disputando o título e acabou fora da Libertadores.

O mais incrível é que esta fatalidade não acontecerá com o Cruzeiro, embora seja possível.

O que salta aos olhos é que desta vez não há nenhum concorrente que se assemelhe ao Flamengo, campeão daquele ano de maneira espetacular. Na época, o Rubro-Negro, regido pela dupla Petkovic e Adriano, no melhor estilo come-quieto sob a batuta do interino Andrade, abocanhou o hexa no embalo da torcida e, principalmente, no vacilo alheio, chegando a última rodada brigando com mais três, mas dependendo apenas de uma vitória simples para fazer a festa. No final, todos sabem o que aconteceu.

Voltando ao presente, o São Paulo, do quarteto que ultimamente vem desafinando em apresentações importantes, praticamente saiu de cena por errar a letra novamente. O empate sem gols em Chapecó tratou de confirmar o que tem sido a tônica neste campeonato da equipe do Morumbi: os inalteráveis sete pontos de diferença para o primeiro colocado. Só lembrando que em 2009, a esta altura, o Flamengo tinha 6 pontos de diferença para o líder Palmeiras.

E o que dizer do Internacional, que teve o título na mão a poucas rodadas? Logo após ser goleado pela Chapecoense, em seguida, o Colorado jogou pela honra contra o Fluminense, venceu sob lágrimas, empolgou a torcida mas voltou ao normal. Os últimos dois tropeços foram cruciais para, praticamente, liquidar às chances dos gaúchos de sair da fila. Nem a vaga para a Libertadores-15 virou uma certeza no Beira-Rio, já que a equipe de Abelão deixou o grupo dos quatro primeiros.

Após uma semana da eliminação histórica para na Copa do Brasil, o Corinthians emplacou dois bons resultados, um deles diante do Inter, fora de casa, e ocupa agora a terceira colocação, com 52 pontos. Teoricamente, ainda há esperanças. Em contrapartida, o futebol dentro de campo pouco empolga.

Dos outros três, talvez o único que carregue consigo meras semelhanças com o Fla-09 seja o próprio Galo, semifinalista, assim como rival local, da Copa do Brasil. Líder do segundo turno, com 21 pontos, o Atlético sofreu recentemente um tropeço frente ao Bahia, fora de casa, resultado que ainda o manteve no G4. Resta saber se a equipe de Levir Culpi reunirá forças para brigar e bicar os dois troféus.

Fato é que não existe razão que possa explicar tamanha irregularidade de elencos tão caros e, até certo ponto, qualificados (no papel) por sucumbirem de maneira tão pífia da briga por um título cada vez mais palpável.

O Cruzeiro, que agora necessita de apenas 4  vitórias para levar o bi, mostrou nas últimas partidas que não é o super time que muitos diziam ser imbatível, porém ainda assim consegue a proeza de ser regular até na sorte.

Aos concorrentes, somente uma sequência de vitórias que beire à perfeição para mudar a certeza. Para mudar a história.

DIRETORIA ISOLADA E CRIATIVIDADE ZERO INTENSIFICAM FASE SONÍFERA CORINTIANA

E o Robin Hood do Brasileirão 2014 atacou mais uma vez esse domingo em Porto Alegre, bateu o vice Inter no novo Beira-rio ao sol das “15 horas” por 2 a 1, totalizando assim 20 pontos ganhos dos 24 disputados com os quatro primeiros colocados da competição. Não gosta de números? Pois é, eu também não, mas segure a paciência só um instante porque nesse caso a aritmética nos diz muito.

O Corinthians junto ao Cruzeiro é o time que menos perdeu no campeonato, 6 derrotas, porém tem o dobro de empates do líder, 10 enquanto a Raposa tem 5, foi responsável por um terço das derrotas cruzeirenses no Brasileiro. E dos 15 pontos disputados com os times presentes hoje na zona de rebaixamento, ganhou apenas 4, é forte contra os times de cima da tabela, mas fraco e improdutivo contra os times de baixo, o que vem sendo uma tradição corintiana de uns anos para cá.

Seria o Corinthians um time de alma tão caridosa, de um coração tão grande que nem cabe dentro do peito? Não. A questão é que não há padrão de jogo no alvinegro, o Corinthians hoje é um time sem um pingo de criatividade, existe um deserto entre Cássio e Guerrero, aliás, os dois maiores destaques do time nos últimos meses, mas o real problema do time é que ele não tem qualidade o suficiente, tanto técnica quanto tática, de propor o jogo, de dominar e ditar o ritmo, por isso sofre na mão de times ruins, porque criativamente é tão pífio (abraço Mauro Cezar) quanto esses times de campanhas fracas, o jogo se equilibra e na vontade, geralmente os times que lutam para saírem da zona de confusão (abraço Pofexô), acabam superando a equipe do Parque São Jorge. Já contra os melhores do campeonato a banda toca diferente porque o Corinthians tem a possibilidade de ser “malandro”, aceita ser agredido, dá espaço para o adversário, assim encontrando campo para jogar e criando chances, mesmo que escassas, de definir o jogo.

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Grande parte da torcida parece já ter escolhido o responsável por seu sono/raiva pós jogo corintiano, Mano Menezes, e já pede por seu pé na bunda. Não acho o Mano um técnico ruim apesar de ter um ódio brando pela escola gaúcha (brando graças ao Tite), na realidade acho Mano Menezes um dos técnicos mais ofensivos desse estilo e seu trabalho na seleção e no Corinthians da era Ronaldo me agradaram, porém ele precisa repensar sua carreira, fracassou nas 3 principais instituições futebolísticas brasileiras e já parece não ter muito o que oferecer ao mundo da bola, talvez seja o caso de se reciclar assim como fez o Tite anos atrás, penso que ares novos seriam interessantes ao gaúcho, mas não coloco o peso da má fase do Corinthians totalmente em suas costas.

Pois parte da culpa dessa fase sonífera corintiana deve recair sobre os ombros da diretoria, que deveria ter se atentado e atendido melhor os sinais claros de que o plantel precisava ser renovado e reforçado, trouxe Pato por uma fortuna que abalou os cofres e depois o cedeu gentilmente ao rival São Paulo, trouxe Lodeiro que já mostrava ineficiência e desagradava a torcida do Botafogo, tudo bem que deu azar no caso do Elias que parece ter esquecido o futebol dele em terras lusitanas e com as seguidas lesões do Valdívia corintiano, Renato Augusto, que em campo vem tendo atuações apagadas, mas não poderia jamais entregar à torcida corintiana um elenco tão fraco para a temporada.

Toda essa crise me parece consequência do crescente isolamento do presidente Mário Gobbi no clube que já não conta com o apoio de muita gente, inclusive gente que era ligada a ele, fato é que seu mandato vem chegando ao fim de forma melancólica, e sem o delegado no 5º andar do Parque São Jorge, a exclusão de Mano Menezes do comando da equipe é dada como certa. Só um milagre não deixaria Mano desempregado, me arrisco a dizer que só o título do Brasileirão 2014 já dado como certo para os lados de BH e distantes do alvinegro o fariam continuar no Corinthians. Mas isso é só um palpite, resta esperar até o fim do campeonato, são 9 rodadas até lá e o Corinthians enfrenta agora o fraco Vitória em Cuiabá, seguindo a lógica dessa temporada prevejo um jogo difícil e sonolento, mesmo sendo ele logo mais as 19h30, no elefante branco do Pantanal, com o 16º colocado da competição e o time que também parece ser um elefante branco, com muita pompa e pouca efetividade. É esperar para ver.

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