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“FUI TRATADO COMO CACHORRO”, DIZ EX-FUNCIONÁRIO DA ARENA AMAZONAS.

Por: Andrea Dip
Após denúncia ao Ministério Público, trabalhadores da Arena Amazônia fazem paralisação e são demitidos. A Pública falou com dois ex-funcionários da obra. Ambos falam em descaso e assédio.

O mecânico V. (que não quer se identificar por temer represálias de seus ex-patrões), 43 anos, trabalhou durante um ano e um mês nas obras da Arena Amazônia em Manaus. Hoje, move um processo contra a empresa Andrade Gutierrez por danos morais. Ele entrou em contato com a Pública após a publicação da entrevista com o procurador do Ministério Público do Trabalho, Jorsinei Dourado, a respeito da denúncia de 500 trabalhadores da Arena sobre maus tratos sofridos no emprego.

V. diz que hoje toma remédios controlados para depressão e ansiedade, além de ter ficado com danos irreversíveis na coluna devido a uma lesão que sofreu na obra por carregar muito peso: “Mandaram quatro mecânicos embora e eu tive de fazer o trabalho deles sozinho” conta. Ele também diz que quebrou o dedo em um acidente de trabalho e, além de não ter sido socorrido, descobriu que não tinha convênio médico – apesar do valor correspondente ao benefício ter sido descontado do salário durante todos o período em que trabalhou lá: “Quando fui questionar a chefia sobre isso, fui demitido” lembra V., que hoje faz  entregas com sua pick up para sobreviver.

“Não tenho curso superior, mas sei como o ser humano deve ser tratado e lá eu fui tratado como cachorro”

O advogado de V., Aron Pereira Whibbe, diz que seu escritório cuida de cerca de 15 ações movidas contra a Andrade Gutierrez por trabalhadores de obras da Copa em Manaus: “Danos morais, acúmulo de função, não pagamento do plus salarial e desvio de função, são os motivos principais” descreve. “No caso de V. nós estamos pedindo a reintegração, já que ele foi demitido após sofrer um acidente no trabalho e isso é proibido por lei; o pagamento destes salários que ele deixou de receber e danos morais”. Whibbe diz que a Andrade Gutierrez não costuma se manifestar ou discutir acordos: “Ela sempre recorre e leva até a última instância. Ao menos é isso que fez até agora”.

No dia 22 de março, cerca de 150 funcionários da Arena entraram em greve reivindicando ajustes salariais, o pagamento correto de horas extras e o fim do assédio por parte dos patrões. Aos jornais locais, os trabalhadores reafirmaram sofrer humilhações e ameaças constantes de demissão. A investigação por parte do MPT-AM, que dá continuação à advertência emitida em fevereiro, segue em sigilo.

Nesta quarta- feira (28) a Andrade Gutierrez se reuniu pela segunda vez com o Ministério do Trabalho e Emprego do Amazonas (a primeira foi no dia da paralisação, quando a empresa teria acordado dentre outras coisas a não demitir os funcionários) e, segundo o superintendente  do Trabalho e Emprego do Amazonas, Dernilson Chagas, concordou em reajustar os salários e benefícios dos trabalhadores.

O Fórum Popular da Copa de 2014 em Manaus, que estava presente na última reunião, afirmou que cerca de 200 funcionários grevistas foram demitidos por conta do ato. E que mesmo com a intermediação da Superintendência Regional do Trabalho, a construtora alegou que não seria possível readimiti-los por questões técnicas. A Pública conversou com um destes trabalhadores, o marceneiro Levy (que preferiu não dar o sobrenome). Ele confirmou as demissões: “Eles desceram, pegaram os nossos crachás e tivemos que ir embora. Nos trataram como capachos. Foram muitos pais de família demitidos e eles tinham prometido que não iriam demitir” disse por telefone.

O superintendente Dernilson falou em 48 demissões, todas por justa causa: “A empresa diz que acabaram as atividades destes trabalhadores na empresa”.

Leia a entrevista com V:

Quanto tempo o senhor trabalhou nas obras da Arena Amazônia?

Durante um ano e um mês. Hoje eu tomo 3 remédios controlados por causa da situação que passei lá: para a cabeça, para a coluna e para ansiedade. Também faço fisioterapia porque tive danos na lombar por carregar muito peso.

Mas por que carregava tanto peso?

Porque mandaram quatro mecânicos embora e eu fazia o trabalho deles. Trabalhava com caminhões, era pesado: de segunda a sábado das sete e meia da manhã às cinco da tarde, com pausa para o almoço às 10 da manhã. Mas este não foi o único acidente. Eu também quebrei o dedo na obra e não só não fui atendido como eles não fizeram a CAT (comunicado de acidente de trabalho). Tive de procurar um hospital público porque descobri que não tinha convênio médico, apesar de ter direito. Não me deram nenhum dia de folga.

Se o senhor tinha direito ao plano de saúde, porque não pôde ser atendido em um hospital do convênio?

Pois é, fui questionar a assistente social e ela mesma me disse que eu poderia processar a empresa, porque eu tinha esse direito. Aí fui perguntar para o meu chefe e ele disse que tinham esquecido de me dar o contrato do plano para assinar! Quando disse que procuraria meus direitos eles me demitiram. Nem poderiam me demitir, porque quando a gente sofre acidente no trabalho, ganha uma licença e fica seguro no emprego por um ano. Mas eles não respeitam nada. Tenho tudo documentado, tudo isso provado. O diretor chegou a me chamar para pedir desculpas e perguntar se eu tinha denunciado a empresa para o Ministério do Trabalho. Disse que não, mas que conhecia meus direitos. Fui demitido.

Como era o clima de trabalho lá?

Era ruim. Eles trabalham com metas então a gente tinha cumprir de qualquer jeito. Era uma pressão muito grande. Por isso tanta gente denunciou a empresa por assédio. Eu vi gente se socar lá dentro. Mas eles abafam essas coisas. Um dia que não esqueço mais foi quando eles me deram uma camisa da FIFA. Aí fui trabalhar com ela, passei pelo meu chefe, pelo moço do Recursos Humanos, pelo porteiro e ninguém disse nada. Quando estava no refeitório, com mais de 200 pessoas, meu chefe, o rapaz do RH e um segurança foram me tirar do almoço dizendo que eu não podia trabalhar com aquela camisa. Na frente de todos, foi a maior humilhação. Olha, eu não tenho curso superior mas sei como o ser humano deve ser tratado. E lá eu fui tratado como cachorro.

E o processo, como anda?

A audiência vai ser em junho e eu espero que a empresa pague pelo que fez. Não está certo. Eu faço fisioterapia até hoje, tomo esses remédios controlados, minha vida virou um inferno. Tenho 43 anos e sou mecânico mas tenho que fazer carreto para sobreviver por causa dos danos na coluna.

PL QUER PUNIR “TERRORISTAS” E GREVISTAS NA COPA

O FFC inicia hoje a parceria com o a Agência PÚBLICA. A idéia é oferecer ao nosso leitor mais uma fonte de informação livre de qualquer amarra jornalística, mas inserido no contexto da verdade nem sempre levada ao público ou nem sempre plenamente levada.

Andrea Dip é o nosso canal com a PÚBLICA e define a agência da seguinte forma:

“A Pública é uma agência independente de jornalismo investigativo sem fins lucrativos e livre reprodução de conteúdo (creative commons).

Inspirada em organizações similares de outros países, foi fundada em março de 2011 com a missão de produzir reportagens de fôlego pautadas pelo interesse público, visando ao fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e à promoção dos direitos humanos.

Atua em parceria com veículos, instituições e jornalistas independentes de todo o mundo, já que cada vez mais os acontecimentos extrapolam as fronteiras nacionais. Entre os parceiros estão centros independentes de jornalismo da América Latina, dos Estados Unidos e Europa além da organização Wikileaks”

O FFC estabelecerá uma plataforma para compartilhamento dos conteúdos inseridos no BLOG DA COPA, este por sua vez dentro da rede da PUBLICA.

Segundo Andrea Dip, “O blog Copa Pública fala, com dois posts por semana, sobre como a população brasileira tem sido afetada pelos preparativos para a Copa e como está se organizando para lidar com essas questões”.

Na contramão do oba-oba da Copa do Mundo de 14, levaremos aos nossos leitores os bastidores e as conseqüências pouco esclarecidas devido a cortina de fumaça causada pelo pão e circo da Copa vindoura.

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PL quer punir “terroristas” e grevistas na Copa

Por Andrea Dip

“É a ditadura transitória da FIFA” diz presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, sobre projeto que corre no Senado em paralelo a Lei Geral da Copa

Enquanto as atenções estão voltadas para o projeto de Lei Geral da Copa (2.330/11) que deve ser votado na Câmara na próxima terça-feira (28), os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), Ana Amélia (PP-RS) e Walter Pinheiro (PTB-BA) correm com outro Projeto de Lei no Senado, conhecido pelos movimentos sociais como “AI-5 da Copa” por, dentre outras coisas, proibir greves durante o período dos jogos e incluir o “terrorismo” no rol de crimes com punições duras e penas altas para quem “provocar terror ou pânico generalizado”.

O PL 728/2011, apresentado no Senado em dezembro de 2011, ainda aguarda voto do relator Álvaro Dias (PSDB-PR) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Se for aprovado, vai criar oito novos tipos penais que não constam do nosso Código Penal como “terrorismo”, “violação de sistema de informática” e “revenda ilegal de ingressos”, determinando penas específicas para eles. Essa lei – transitória – valeria apenas durante os jogos da FIFA.

Na justificativa da proposta, os senadores alegam que a Lei Geral da Copa deixa de fora a tipificação de uma série de delitos, necessária para “garantir a segurança durante os jogos”.

O projeto prevê ainda que quem “cometer crimes contra a integridade da delegação, árbitros, voluntários ou autoridades públicas esportivas com o fim de intimidar ou influenciar o resultado da partida de futebol poderá pegar entre dois e cinco anos de prisão”.

Para quem “violar, bloquear ou dificultar o acesso a páginas da internet, sistema de informática ou banco de dados utilizado pela organização dos eventos” a pena seria de um a quatro anos de prisão, além de multa. E para deixar a aplicação das penas ainda mais eficaz, o projeto prevê a instauração de um “incidente de celeridade processual” (art. 15), um regime de urgência em que a comunicação do delito poderia se dar por mensagem eletrônica ou ligação telefônica e funcionaria também nos finais de semana e feriados.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Paulo Martim Sampaio considera o projeto um “atentado contra o Estado Democrático de Direito”. “É um projeto de lei absurdo que quer sobrepor os interesses de mercado à soberania popular. Uma lei para proteger a FIFA e não os cidadãos e que, além de tudo, abre precedentes para injustiças por suas definições vagas”, diz o advogado.

Para Thiago Hoshino, assessor jurídico da organização de direitos humanos Terra de Direitos e integrante do Comitê Popular da Copa de Curitiba, a questão é ainda mais complicada. Ele acredita que a junção de tantos assuntos em um mesmo projeto é uma tentativa de aprovar leis antigas que endurecem principalmente a legislação penal: “É um bloco perigoso que viola garantias básicas da Constituição. E há sempre o risco de estas leis transitórias se tornarem permanentes. A legislação da Copa é, na verdade, um grande laboratório de inovações jurídicas. Depois o que for proveitoso pode permanecer. É mais fácil tornar uma lei transitória permanente do que criar e aprovar uma nova” explica.

Terrorismo

O que chama a atenção logo de cara no projeto de lei é a tipificação de “terrorismo”, que até hoje não existe no nosso código penal. No PL, ele é definido como “o ato de provocar terror ou pânico generalizado mediante ofensa à integridade física ou privação da liberdade de pessoa, por motivo ideológico, religioso, político ou de preconceito racial, étnico ou xenófobo” com pena de no mínimo 15 e no máximo 30 anos de reclusão. Martim Sampaio diz que este é o artigo mais perigoso por não dar definições exatas sobre o termo: “Da maneira como está na lei, qualquer manifestação, passeata, protesto, ato individual ou coletivo pode ser entendido como terrorismo. Isso é um cheque em branco na mão da FIFA e do Estado”.

Documentos revelados pelo WikiLeaks revelaram a pressão americana para que o Brasil criasse uma lei para o “terrorismo”, principalmente para assegurar os megaeventos. No relatório de Lisa Kubiske, conselheira da Embaixada americana em Brasília, enviado para os EUA em 24 de dezembro de 2010, a diplomata mostra-se preocupada com as declarações de Vera Alvarez, chefe da Coordenação-Geral de Intercâmbio e Cooperação Esportiva do Itamaraty porque a brasileira “admite que terroristas podem atacar o Brasil por conta das Olimpíadas, uma declaração pouco comum de um governo que acredita que não haja terrorismo no País”.

Os banqueiros também pressionam o Estado a criar uma lei antiterrorismo há algum tempo. Também em 2010, a falta de uma legislação específica sobre terrorismo foi o principal foco em um congresso sobre lavagem de dinheiro e financiamento de grupos extremistas organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. A questão poderia custar ao Brasil a exclusão do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi), órgão multinacional que atua na prevenção desses crimes.

Greves

O projeto de lei também mira reduzir o direito à greve, prevendo a ampliação dos serviços essenciais à população durante a Copa – como a manutenção de portos e aeroportos, serviços de hotelaria e vigilância – e restringe a legalidade da greve de trabalhadores destes setores, incluindo os que trabalham nas obras da Copa, de três meses antes dos eventos até o fim dos jogos. Se aprovado, os sindicatos que decidirem fazer uma paralisação terão de avisar com 15 dias de antecedência e manter ao menos 70% dos trabalhadores em atividade. O governo ainda estará autorizado a contratar trabalhadores substitutos para manter o atendimento, o que é proibido pela lei 7.283/1989 em vigor no país, que estabelece 72 horas de antecedência para o aviso de greve e não determina um percentual mínimo de empregados em atividade durante as paralisações.

Eli Alves, presidente da Comissão de Direito Trabalhista da OAB-SP, lembra que o direito à greve também é garantido na Constituição Federal e diz que a sensação que fica é a de que “o Brasil está sendo alugado para a FIFA, flexibilizando suas próprias regras para fazer a Copa no país”. Martim Sampaio lembra que as greves foram proibidas durante a ditadura militar: “A gente conquistou este direito com o fim da ditadura, muitas vidas foram perdidas neste processo. Não é possível que agora criemos uma ditadura transitória da FIFA”. E convoca: “O único jeito de não deixar esta lei ser aprovada é por pressão popular. A gente tem bons exemplos de que isso funciona como a da lei da ficha limpa. É preciso conquistar a democracia todos os dias”.

Você sabe de mais algum projeto de lei que corre paralelo à Lei Geral da Copa? Mande para nós! Vamos fomentar o debate a respeito do assunto!

Foto de abertura gentilmente cedida por Daniel Kfouri

Estádio do Corinthians, não da Copa

Essa é a maquete.

Eu seria louco se dissesse que não quero que o Corinthians tenha seu estádio. Especialmente este, num local em que está concentrada grande parte da torcida, e onde há muito tempo se espera por esta construção.

Mas sabe, eu não queria que a coisa partisse para o nível da picuinha, do egocentrismo de dirigentes, da ideia de conseguir a qualquer custo.

Porque sinceramente, há muito tempo o termo “Seleção Brasileira” está desgastado, e 99,99% disso deve se aos mandos e desmandos do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira. E é justamente a este Ricardo Teixeira que o presidente do Corinthians, Andres Sanchez resolveu se aliar para alcançar o objetivo de construir um estádio para o Timão. Só que por muito tempo, o estádio não será exatamente “do Timão”. Primeiro porque não ficará pronto a tempo de participar do “teste” para a Copa do Mundo, que é a Copa das Confederações. Segundo porque – de acordo com as últimas notícias – o Corinthians provavelmente só poderá fazer uso do estádio após 2015, após a Copa.

Então, eu me pergunto se vale mesmo a pena tanta pompa em torno de um estádio. O que me preocupa são os acordos duvidosos que são firmados, os investimentos exagerados e o uso de dinheiro público para uma obra que – ok, depois vai ficar para uso do clube, mas que talvez não precisasse assumir esse aporte financeiro. Até porque lá na frente a conta pode sair cara, tanto no quesito financeiro como no que diz respeito à reputação do Corinthians, afinal assim como sempre se fala da ajuda do governo estadual para construir o estádio de um de nossos rivais, todo esse arsenal de argumentos deve se voltar contra o Fielzão, palco da abertura da Copa de 2014.

Enfim, o que quero dizer é que acho importante que exista o estádio do Corinthians, e a construção do Fielzão é sim um enorme passo. Mas não precisava ser o estádio da Copa. Pelo menos não de uma Copa que envolva assuntos tão controversos.

Aí eu me deparo com a declaração do diretor de marketing do Corinthians, Luiz Paulo Rosemberg, de que o Morumbi seria a solução para a Copa do Mundo, e que CBF, Fifa e Governo pediu pelo amor de Deus para que a abertura da Copa fosse no estádio do Corinthians, e por isso foi aprovada esta parceria público-privada em torno da construção. Bem, além de achar que tal declaração ainda vai dar muito pano pra manga, acho que é no mínimo uma forma de sair pela tangente de um questionamento a respeito dos gastos acerca da construção.

ANDREW JENNINGS ESTÁ NO BRASIL. A CBF TREME.

O jornalista Andrew Jennings está no Brasil. Certamente Ricardo Teixeira não tem tido boas noites de sono.

Jennings é o autor da obra que coloca todos os pingos nos i´s da corrupção em torno das instituições máximas do futebol no mundo e no Brasil. Seu livro “Jogo Sujo” ataca no ventilador todas as armações e falcatruas realizadas por Joseph Blatter, João Havelange e Ricardo Teixeira. Tornou-se desde então persona non grata em todos os eventos com a chancela da FIFA. O que certamente lhe deu maior notoriedade no mundo. Um tremendo tiro no pé da detentora de tudo e de todos no futebol do planeta bola.

Hoje o jornalista participará de um bate-papo sobre seu livro e distribuirá autógrafos. Os interessados devem comparecer a Livraria Cultura do Shopping Bourbon, em São Paulo.

Sobre o livro, Jennings diz::

Repórteres investigativos nem sempre vivem para ver os caras malvados receberem a merecida punição, mas o mundo inteiro assistiu ao desmantelamento da corrupção olímpica em 1998, quando o Senado dos Estados Unidos investigou o escândalo e fui convidado a depor como testemunha em Washington. Eu podia ter parado por aí. Mas foi então que recebi um telefonema de Colin Gibson, editor de esportes do Daily Mail, pedindo que eu desse uma olhada nas pessoas que comandam o futebol internacional. ‘Ah, Colin, pare com isso. O futebol é coisa graúda. Eu levaria anos para descobrir o que acontece dentro da Fifa.’ Levei anos. As coisas que descobri são tão estarrecedoras que até eu mesmo fiquei chocado. Alguns caras malvados passaram por lá − ou ainda estão lá − tirando tudo o que podem. O futebol ainda é um jogo bonito, é claro. Isso eles não podem roubar de nós. Mas, conforme você vai ler aqui, na Fifa acontecem negócios abomináveis. Eu gostaria que o futebol tivesse a liderança que merece. Nesse espírito, dedico este livro a todos os torcedores e fãs do futebol” Andrew Jennings

Jogo sujo – O Mundo Secreto da Fifa – Andrew Jennings


Confira entrevista com Andrew Jennings – do site A Tribuna do Norte:

http://tribunadonorte.com.br/noticia/nao-ficara-legado-nenhum/187706

Trecho: “Qual o legado que ficará para a população brasileira no pós-Copa?

O mesmo que ficou para a população africana. Ou seja, nenhum. Ainda hoje, as crianças, adolescentes e adultos africanos continuam jogando no chão batido e na lama. Enquanto que os grandes estádios continuam fechados, sem utilização alguma.”

Leia tambémJornalista britânico que investiga Fifa vê interesses por trás do Fielzão (Blog do Luis Nassif):

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/andrew-jennings-e-os-estadios-da-copa-14

Cheers,

Reformulações com vitórias.

Com as obras no Mineirão, que talvez seja a sede de abertura da copa do mundo no Brasil, o São Paulo teve que se deslocar até a cidade de Sete Lagoas para enfrentar a equipe do Atlético Mineiro em um jogo bem disputado.

De lá a equipe voltou com sua terceira vitória, a segunda fora de casa, mantendo os 100% de aproveitamento e ainda a liderança isolada do Brasileirão.

Além disso deu para se notar a entrega do time, com muita luta, muita briga, uma grande união e uma garra enorme. Parece perfeito, mas não e.

Mais uma vez o tricolor paulista abusou no direito de perder gols. Só o Lucas, cansado ou não depois do jogo que atuou pela seleção brasileira, na terça, perdeu três. Numa dessas tentativas carimbou o travessão

De novo, depois de abrir o marcador no primeiro tempo, desta vez com um belo gol do menino Casemiro, a equipe recuou para o seu campo no segundo tempo para jogar num contra ataque que nunca dá certo e ficou levando alguns sufocos.

O treinador do Atlético Mineiro, Dorival Junior, numa atitude rara, fez três substituições de uma tacada só durante o intervalo e que contribuiu mais ainda para sufocar o time paulista, que só voltou aos contragolpes depois dos 30 minutos do segundo tempo, foram três contra ataques em cinco minutos, depois que Dagoberto machucado foi substituido pelo William Jose.

Sobre a arbitragem o apitador Sandro Meira Ricci esteve bem. Sempre muito perto dos lances evitando assim de soprar infrações quando os jogadores, principalmente os atleticanos, se atirassem para cavar faltas e pênaltis.

Em entrevista coletiva Paulo César Carpeggiani disse que o time tem muito o que melhorar, o que eu concordo plenamente com ele.

Três pontos fora de casa é o que todos querem, mas não precisa ser tao sofrido como foi no jogo dessa na quarta-feira à noite. O tricolor pode jogar de igual para igual com qualquer um. E não ficar só se defendendo e aguardar pelo contra-ataque. Desta vez deu sorte, que pode não vir sempre.

Radiohead – Just

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=R5X7HKxpiQA[/youtube]