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KLEINA SUBIU NO TELHADO?

Na análise da 1ª partida entre Palmeiras X Atlético PR, defendi a capacidade técnica do time alviverde em fazer frente a equipes da série A. Aquele jogo do Pacaembu, diante de um dos líderes do BR13 dava essa sensação. O atropelo alviverde contra as equipes da série B dava a prova cabal que era aquele time, se não um time para disputar a série A como um verdadeiro Palmeiras, estava acima do nível da série B. Em torneios eliminatórios como a Copa do Brasil as discrepâncias técnicas tornam-se muitas menos evidentes.

Eu disse também, que um possível revés diante do mesmo Atlético PR no jogo de volta não apagaria o que esse time alviverde vinha fazendo até então. Mas os 3X0 do jeito que foram fazem necessária uma reavaliação.

Até onde vai esse “até então”?

Esqueça a derrota contra o Boa, com time misto, em semana decisiva pela Copa do Brasil. As últimas vitórias haviam acontecido com enormes dificuldades, já sem o encantamento que essa equipe havia gerado no início da série B. Sempre de virada, sempre baseado na atuação destacada de uma ou duas peças.

O Atlético PR não é o Paysandu, não é o Paraná. E por mais absurdo que possa parecer, a perda da qualidade no jogo alviverde se deu desde a nova contusão de Valdívia – que ficou fora da 3ª decisão em mata mata do Palmeiras no ano, onde perdeu as 3. O time não pode depender de um cara com o qual não pode contar.

Internamente o clube vive momento de paz. A politica de contenção de gastos tem gerado resultados, fechamentos no azul e pagamento de parte das dívidas com os jogadores. Por que então a acomodação das últimas partidas? O oba-oba desmedido vendido pela imprensa e comprada pela torcida? Muito provável.

Gilson Kleina faz muito bom trabalho, mas não passa a impressão de ser um técnico casca grossa. Deve ser bom treinador, não um bom líder. Mas sem saber como ocorre internamente, ficamos apenas nas impressões. Como é latente a impressão que tenho sobre não ser ele o técnico dos sonhos de Paulo Nobre, que nunca discursou palavras de encantamento pelo treinador, mas diante dos bons resultados pouco tinha a fazer no sentido de mudanças.

Torcedor no papel de gestor, Nobre mete os pés pelas mãos quando fala, em nome do Palmeiras, como torcedor. Tem todo o direito de ser contrário a alguns aspectos do trabalho da comissão técnica. Ele vive o dia a dia do clube, sabe melhor que ninguém o que ocorre. O torcedor das ruas não. E é esse torcedor que irá replicar por ai a impressão deixada por seu presidente.

Esse torcedor aprendeu a conviver na virada do ano com o discurso de ser a série B a obrigação desse time.  O que é a realidade. Os resultados nesses campos vieram, gerando tempos de paz. A enorme diferença do time para os outros da série B, trazendo à tona a possibilidade de igualar forças com gente da elite, transformou a parcimônia do torcedor em sonho palpável, que acabou destruído na noite dessa quarta-feira. Não terá Libertadores no ano do centenário. Esse é o fato.

E esse centenário parece transformar o clube em refém. Será Kleina o técnico com gabarito para conduzir o time em temporada tão importante?

O título na Copa do Brasil poderia gabarita-lo a ser. Não será mais. A taça da série B, como é dito, não passa de obrigação. Se Nobre aguardava os resultados dos campos para acreditar em Kleina no Centenário, a derrota do jeito que veio diante do Furacão parece ter atestado ao mandatário que ele precisará ir ao mercado. Mas buscar quem? Seu amigo Luxemburgo, empregado e em péssima fase? Tirar Mano Menezes do Flamengo me parece improvável. Técnicos estrangeiros e acostumados a lidar com elencos riquíssimos podem ser apostas perigosas.

Não são tempos nebulosos no alviverde, por ora. Mas são tempos de muita ponderação. O mais correto é terminar a temporada como está, com Kleina conduzindo o time. Buscar refazer aquela aura perdida nos últimos jogos e voltar a cumprir com sua obrigação na série B. Que é o que sobrou para o Palmeiras até o fim de 2013.

 kleina

SÉRIE A É ESPELHO PARA O PALMEIRAS BUSCAR O BI/TRI DA COPA DO BRASIL

Ontem ao término da boa vitória palmeirense pela Copa do Brasil, ponderei nos canais do Ferozes FC:

“Vejo os comentários dando conta que o Corinthians faz um jogo sofrível contra o Luverdense. Enquanto isso assisto Cruzeiro X Flamengo e noto que o volante Souza, que saiu sem deixar saudades do Palmeiras, virou titular absoluto do líder do BR13 da série A. Por outro lado, volto do Pacaembu, onde o Palmeiras, na série B, venceu o Atlético PR, 5º colocado da série A, por 1X0, mas que poderia ter sido muito bem ser uns 2 ou 3 a zero.

A pergunta que fica – e que não é nova nesse tipo de situação: Esse Palmeiras faria que papel na série A?

No que eu mesmo respondo: indícios são somente indícios. Mas eles nunca foram tão enfáticos assim nesse tipo de comparativo.

Concluo sem responder: Que belo trabalho de reestrutura faz o alviverde nesse 2013”

Isso significa que o Palmeiras é um time de série A? Não necessariamente. É sim um clube de série A, momentaneamente na série B, com um time que, em princípio e baseado em fatos aplicados no campo de jogo, mostra que poderia fazer bom papel diante das equipes que hoje atuam na elite.

Mas falamos de Copa do Brasil, onde esse mesmo Palmeiras defende o título. Esse mesmo clube, não o mesmo time. Façamos um exercício de comparação entre o time que entrou em campo contra o Coritiba, na partida final da edição passada e o time que subiu ao gramado ontem, na estreia alviverde contra o bom Atlético PR:

Na final de 2012 – Bruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno (Leandro Amaro) e Juninho; Henrique, Marcos Assunção, João Vitor (Márcio Araújo) e Daniel Carvalho (Luan); Mazinho e Betinho

Contra o Furacão, nas 8ª´s de final da edição 2013: Fernando Prass; Luis Felipe, Vilson, Henrique e Juninho (Ronny); Márcio Araújo, Charles (Eguren), Wesley e Mendieta; Ananias (Serginho) e Alan Kardec

E contra o Atlético PR poderia muito bem ainda ter entrado Valdívia, Leandro e Vinicius, que ficaram fora por razões diversas. O que não me faz ter muito trabalho para cravar que este Palmeiras de 2013 é bem superior ao que faturou a Taça em 2012.

Dá para sonhar com o bi/tri campeonato na competição? Ontem mostrou que sim. E independente de tomar uma invertida na Arena da Baixada na próxima quarta, ao atuar melhor que o 5º colocado da série A, esse Palmeiras de Gilson Kleina deu sim uma clara demonstração que é um time de série A que carrega na série B um piano que não é seu.

Terá, entretanto, um caminho bem mais árduo para chegar ao êxito. Os times que disputaram a Libertadores estão ai com o mesmo objetivo. O que por outro lado lhe tira das costas a obrigação e qualquer favoritismo contra estes potenciais adversários. Afinal, a obrigação palmeirense em 2013 é atropelar a série B sem sustos e retomar o posto que lhe é direito por natureza. E isso, como bem se sabe, está sendo feito da melhor maneira possível.

A Copa do Brasil e consequentemente a disputa da Libertadores no ano do centenário são sonhos possíveis ao alviverde.

Copa do Brasil - Palmeiras x Atletico-PR

 

Dois lados da mesma moeda

Emerson marcou o segundo gol no jogo contra o Atlético Paranaense. Foto: Terra

É pra ficar impressionado. O Corinthians que atuou contra o Atlético Paranaense no Domingo assumiu comportamentos distintos nos dois tempos de jogo. No primeiro tempo, parecia ter superado toda a apatia com que atuou no jogo anterior, contra o América-MG (que por sinal acabou ajudando o Timão nesta rodada, ao tirar do Fluminense a chance de assumir a liderança). Foram dois gols logo no início do jogo, um de Paulinho e outro de Emerson. Daí em diante, o time jogou bem, e o cenário que parecia se desenhar era de uma goleada. Mas não foi o que aconteceu. Com um bom resultado, o Timão voltou ao segundo tempo aparentemente sem a menor vontade. O castigo veio rapidamente, com o gol do mais que veterano Paulo Baier, após um vacilo da zaga. Estava de volta o time apático da rodada anterior, e cheguei a pensar que o Atlético Paranaense fosse empatar o jogo.

Adenor não foi bem nas alterações.

Sobre as substituições promovidas por Tite, achei que ele tentou mudar o esquema do jogo em momento inapropriado, primeiro tirando o único atacante de área, Liedson, pra promover a entrada de Morais no meio de campo, o que não melhorou em nada o time. Logo depois, recompôs o ataque promovendo a entrada de Adriano no lugar de Willian, voltando ao esquema de dois atacantes. Adriano, visivelmente mais magro (embora tarde demais, digamos) se movimentou bem e procurou o gol, mas não adianta, ainda lhe falta muito ritmo de jogo, que não será alcançado nesta temporada. Wallace, que entrou no lugar de Welder no finalzinho, não teve tempo de fazer alguma diferença.

Bem, de resto, não há novidades: o Corinthians continua líder, com o Vasco (que ganhou do Botafogo com direito a espetáculo de Dedé) em sua cola, e vai contando com muita sorte neste campeonato nivelado por baixo. O mínimo que podemos esperar é que o Timão vença os próximos jogos, para conquistar este título com um pouco mais de emoção. Vamos torcendo.

Pra finalizar, fiquem com a banda que anunciou seu retorno com a formação clássica, o Black Sabbath, aqui tocando a faixa-título de seu disco de 1978, “Never say die”:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=FnMoLwmGaBE[/youtube]