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OBRIGAÇÃO E MISSÃO

Não se comemora feitos dentro de obrigações. Comemora-se quando algo além é atingido. Obrigações nós fazemos por ser, como o próprio termo diz, uma obrigação. Muitas vezes não é prazeroso, muitas vezes o fazemos com desdém, sem vontade, sem tesão.

Muitas vezes o que nos é obrigação, para outros é na vida projeção. É horizonte. É norte. É razão. A obrigação que você não cumpre com honra, pode vir a ser tomada por outro que tenha vivido sempre na sua contramão.

Foi prova viva, prova de vida. Às 16:00 horas de São Paulo do 26 de novembro de 2013, no estádio do Pacaembu, foi cumprida mais que uma obrigação, mas a validação de uma retórica de estirpe, de existência. Às 18:00, pouco mais, talvez, 16 milhões que honraram com sua missão ao longo de mais uma temporada de amor e dedicação, puderam enfim, não se sentir de volta ao seu lugar de origem, pois a eles nunca lhe foi negada essa condição, mas respirar e viver a certeza de que voltou o seu Verdão, dentro de regimentos e regimes que lhe impuseram condenação, ostentar o lugar que é seu por sua existência e missão.

PALMEIRAS

É isso o que somos!

TERMINA LOGO 2013

Estranho em um ninho onde nenhum outro adversário consegue cantar de galo, o Palmeiras se vê obrigado a terminar uma etapa em sua história onde seu término já está definido desde sempre.

OK, galo e ninho não são exatamente referências complementares. Mas Palmeiras e série B definitivamente não se pertencem. As sobras técnicas, orçamentarias e estruturais com as quais o time alviverde se sobressai ante adversários anos luz inferiores, parecem não servir mais de conforto para o torcedor, que já não aguenta mais os jogos as terças e sábados, as vitórias conquistadas sem grandes esforços, a impiedosa presença em um nível onde o desnível é flagrante.

É cada vez mais evidente a angustia dos torcedores para se livrar o quanto antes deste martírio. A desonrosa missão está definida com honras, com sobras e com a obrigação cumprida.

Se em sua história esse segundo rebaixamento não agregou nenhuma glória a se ostentar futuramente, a não ser a desnecessária comprovação de que sua existência não lhe confere martírio semelhante, deve obrigatoriamente ter servido aos dirigentes como lição de vida e de moral, a obrigação condizente ao posto. Que reside, sobretudo no discurso de Paulo Nobre, quando em sua posse disse que sua missão é fazer com que o torcedor alviverde não tenha mais a sensação de que seu time entra em campeonatos para brigar contra rebaixamentos, a retórica que deve virar mantra de todo e qualquer cidadão que ostentar por períodos a digna função de conduzir este gigante em caminhos que lhe dignifiquem.

E que 2013 termine o mais depressa possível.

Hulk_Palmeiras1

SÉRIE A É ESPELHO PARA O PALMEIRAS BUSCAR O BI/TRI DA COPA DO BRASIL

Ontem ao término da boa vitória palmeirense pela Copa do Brasil, ponderei nos canais do Ferozes FC:

“Vejo os comentários dando conta que o Corinthians faz um jogo sofrível contra o Luverdense. Enquanto isso assisto Cruzeiro X Flamengo e noto que o volante Souza, que saiu sem deixar saudades do Palmeiras, virou titular absoluto do líder do BR13 da série A. Por outro lado, volto do Pacaembu, onde o Palmeiras, na série B, venceu o Atlético PR, 5º colocado da série A, por 1X0, mas que poderia ter sido muito bem ser uns 2 ou 3 a zero.

A pergunta que fica – e que não é nova nesse tipo de situação: Esse Palmeiras faria que papel na série A?

No que eu mesmo respondo: indícios são somente indícios. Mas eles nunca foram tão enfáticos assim nesse tipo de comparativo.

Concluo sem responder: Que belo trabalho de reestrutura faz o alviverde nesse 2013”

Isso significa que o Palmeiras é um time de série A? Não necessariamente. É sim um clube de série A, momentaneamente na série B, com um time que, em princípio e baseado em fatos aplicados no campo de jogo, mostra que poderia fazer bom papel diante das equipes que hoje atuam na elite.

Mas falamos de Copa do Brasil, onde esse mesmo Palmeiras defende o título. Esse mesmo clube, não o mesmo time. Façamos um exercício de comparação entre o time que entrou em campo contra o Coritiba, na partida final da edição passada e o time que subiu ao gramado ontem, na estreia alviverde contra o bom Atlético PR:

Na final de 2012 – Bruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno (Leandro Amaro) e Juninho; Henrique, Marcos Assunção, João Vitor (Márcio Araújo) e Daniel Carvalho (Luan); Mazinho e Betinho

Contra o Furacão, nas 8ª´s de final da edição 2013: Fernando Prass; Luis Felipe, Vilson, Henrique e Juninho (Ronny); Márcio Araújo, Charles (Eguren), Wesley e Mendieta; Ananias (Serginho) e Alan Kardec

E contra o Atlético PR poderia muito bem ainda ter entrado Valdívia, Leandro e Vinicius, que ficaram fora por razões diversas. O que não me faz ter muito trabalho para cravar que este Palmeiras de 2013 é bem superior ao que faturou a Taça em 2012.

Dá para sonhar com o bi/tri campeonato na competição? Ontem mostrou que sim. E independente de tomar uma invertida na Arena da Baixada na próxima quarta, ao atuar melhor que o 5º colocado da série A, esse Palmeiras de Gilson Kleina deu sim uma clara demonstração que é um time de série A que carrega na série B um piano que não é seu.

Terá, entretanto, um caminho bem mais árduo para chegar ao êxito. Os times que disputaram a Libertadores estão ai com o mesmo objetivo. O que por outro lado lhe tira das costas a obrigação e qualquer favoritismo contra estes potenciais adversários. Afinal, a obrigação palmeirense em 2013 é atropelar a série B sem sustos e retomar o posto que lhe é direito por natureza. E isso, como bem se sabe, está sendo feito da melhor maneira possível.

A Copa do Brasil e consequentemente a disputa da Libertadores no ano do centenário são sonhos possíveis ao alviverde.

Copa do Brasil - Palmeiras x Atletico-PR

 

A SÉRIE B SEPARA MENINOS DOS HOMENS

O Palmeiras é lider do BR13(B), tem duas vitórias em dois jogos, quatros gols marcados e nenhum sofrido. Bateu tranquilamente sua Asa “Negra” e segue sua vida de favorito destacado para o acesso à elite, seu lugar de origem e de direito.

E diante desse quadro todo favorável, vos digo: Não faz mais que a obrigação. Vou além: Fez menos que a obrigação.

O caminho na tortuosa 2ª divisão começou todo errado nos bastidores, com a direção cobrando os absurdos 60 unidades de Dilmas para “atrair” seu entristecido torcedor. Óbvio que foi estratégia equivocada. Confira o post onde trato do tema ( http://www.ferozesfc.com.br/chazinho-de-coca/p-brunoro.html/ ). A prática foi tão mal planejada que já foi abandonada. O jogo de sábado contra o América MG terá valores praticados na casa das 40 unidades de Dilmas, o que já é alto, sabendo que esse é o valor praticado na séria A.

No vazio estádio de Itu, contra um dos candidatos ao acesso, o alviverde fez partida insossa, tecnicamente abaixo de qualquer crítica. Mas enfim, venceu. O torcedor pensa: “é estréia, tá valendo”.

Contra o Asa, na temida Arapiraca, o 1º tempo de fato foi bom. Destaque para o atacante Leandro, que destoa de todo o time do meio pra frente, e até o centroavante Kleber, que se mostrou pelo menos mais ativo no jogo. Os 3X0 refletiram bem a diferença entre os times.

Os mesmos 3X0 devem ter deixado o alviverde seguro dos 3 pontos, tanto que fez um dos 45 minutos finais mais tenebrosos de que tenho lembranças. Recuou demasiadamente, trocava passes lateralmente, sem objetividade alguma. Não registrou um ataque, uma ameaça ao gol adversário. Acabou atraindo o Asa para dentro de seu campo, que rondou perigosamente a área de Bruno. Ao final do cotejo os donos da casa chegaram a balançar as redes alviverdes, mas o impedimento já havia sido assinalado.

Seria normal não fosse o Palmeiras disputando uma segunda divisão. Não tivesse o Palmeiras uma dívida moral com seu torcedor. Não tivesse esse Palmeiras jogadores que cairam junto com o time em 2012 e que mais que qualquer outro, precisam suar sangue mesmo em partidas onde a vitória estejam asseguradas. Afinal, nada justifica um baita zagueiro como o Henrique, que negou propostas de clubes da série A para subir com o alviverde, sair de campo extenuado, fisicamente arrebentado dado sua entrega 100% ao longo do cotejo, enquanto um Wesley, de investimento astronomico e até hoje não justificado, sair ileso, sem uma gota de suor em sua milionária testa.

Existem disparidades claras nesse elenco palmeirense. Disparidades técnicas, mas sobretudo de entrega.

O acesso me parece questão de tempo. Tempo suficiente para separar os meninos dos homens.

PALMEIRAS

 

P****, BRUNORO!

Na manhã da última quarta-feira, o gerente de futebol do Palmeiras, José Carlos Brunoro, soltou uma nota dando conta que durante a tarde daria uma coletiva para esclarecer alguns trâmites. Por trâmites, tanto torcedores quanto jornalistas, tinham dois tipos de expectativa:

1ª: Brunoro esclareceria os boatos que davam conta da possibilidade do clube contratar até três jogadores de “renome” para a disputa da série B.

2ª: Brunoro daria explicações acerca do absurdo aumento para “módicos” R$60,00 para os quatro primeiros jogos do clube na digníssima série B.

Em se tratando de Palmeiras nos últimos anos, qualquer possibilidade, seja positiva ou negativa, surte efeito contrário. Ou prima por correr na contramão do mais viável.

Assim sendo, Brunoro veio à público dar satisfações sobre o preço abusivo dos ingressos.

Oras, como não?

O tema é complexo, afinal existe o aluguel do estádio em Itu, por conta ainda da punição aplicada ao clube com a perda de mandos de campo desde aquela fatídica tarde de quebra quebra no Pacaembu, ainda no BR12, em clássico contra o Corinthians.

Então surgem encargos, solicitações do Ituano e afins. Ainda assim, SESSENTA reais para um jogo de série B, com o Palmeiras contando com um time “digno” de série B, passa a ser demais pra cabeça de qualquer torcedor. Mesmo dos que enxergam boa vontade nas iniciativas da atual direção.

A justificativa foi a de valorizar o sócio torcedor – o que é plausível, sim – mas essa valorização já se dá na prioridade de compras antecipadas. E ainda que ações tenham que ser feitas para aumentar o número dos associados, dobrar o custo do ingresso impacta também no valor pago pelo associado. Então a justificativa é nula.

O exemplo do Corinthians mais uma vez aparece como validação de sucesso. O alvinegro consegue hoje ter média de mais de 25 mil por jogo por conta das cotas aplicadas aos sócios-torcedores. Os que mais frenquentam estádio, mais chances tem de conseguir seus ingressos. Evitam assim que o torcedor viva de oba-oba e só queira ir “na boa”, mas principalmente, acabam por fidelizar esse torcedor, que acaba, ainda que por osmose, adquirindo o prazer por frenquentar os jogos do clube do coração.

O Palmeiras deu enorme passo rumo ao sucesso de seu sócio torcedor na renovação de seu Avanti. Conseguiu na esteira do título da Copa do Brasil alavancar o programa, mas depois caiu em desgraça junto com queda à série B. O próximo passo a ser dado é esse: Criar cotas para os que realmente fazem jus ao termo “torcedor”. Valorizar esse torcedor trará seguramente os que ainda não entenderam que torcida se faz na arquibancada e não de panfletagem e mimimi em rede social.

Aplicar valores absurdos nos ingressos, entretanto, poderá surtir efeito contrário. É bom que abram os olhos.

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