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Grupo D – Argentina, Islândia, Croácia e Nigéria – Análise

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Não existe nenhum grupo da morte nessa Copa, mas se me obrigarem a dar esse título à algum grupo, provavelmente daria para o D. Uma seleção sul americana com uma camisa que entorta qualquer varal, os talentosíssimos croatas, uma Islândia em franca ascensão com o apoio de uma torcida apaixonada e apaixonante e a sempre difícil, caótica e talentosa seleção nigeriana. Quatro forças que podem transformar a batalha por duas vagas em uma experiência incrível para quem acompanhar essa Copa.

Argentina e Nigéria parecem ter imãs, desde 1994 já caíram quatro vezes no mesmo grupo, o encontro não tem sido muito positivo para os africanos, que perderam todas as partidas, tá certo que sempre por um gol de diferença, mas as dificuldades criadas contras os hermanos param por aí, resta saber se será diferente desta vez. Falando em Argentina, essa sim tem tudo o que precisa para ser primeira disparada do grupo, seleção muito instável defensivamente, mas que conta, sem sombra de dúvidas, com o ataque mais mortal e talentoso do mundo hoje, com certeza uma das favoritas a vencer o mundial.

Croácia e Islândia são as sensações europeias do presente e do passado, a Croácia nunca mais conseguiu repetir o feito de 1998, quando encantou o mundo com um bom futebol e conquistou o terceiro lugar, já a Islândia quer ver o quão longe irá a sua jornada Viking, que começou com uma Euro surpreendente, a afirmação de uma boa seleção com a conquista da vaga direta para a Copa e a prova de fogo para o menor país do mundo a se classificar para um mundial, sobreviver à um grupo cheio de armadilhas e de seleções tão fortes quanto ela.

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A Argentina não teve vida fácil nas eliminatórias sul americanas, podemos dizer facilmente que se não fosse um tal camisa 10 da seleção, talvez os hermanos passariam o vexame de não se classificarem para a Copa na Rússia. Mas eles chegaram e tem uma missão difícil, quebrar um jejum de 25 anos sem títulos, ou 32 anos sem vencer uma Copa do Mundo. Será, provavelmente, a última vez que jogadores como Di Maria, Agüero, Banega ou Higuaín, terão a chance de vencer uma Copa. É certo que bateu na trave na última vez, uma final equilibradíssima contra a Alemanha que acabou sendo definida em detalhes como o gol bizarro perdido por Higuaín ou o lance individual de Mario Götze que acabou com um golaço que decidiu a parada para os germânicos, mas no fim das contas, a realidade é que passou da hora de uma seleção gigantesca como a Argentina levantar um caneco.

Por isso não tem jeito, as esperanças todas recaem sobre esse tal camisa 10, Lionel Messi, um dos maiores gênios da bola tem a difícil missão de fazer chover em um time que defensivamente é fraco e que não consegue achar uma solução para esse problema a pelo menos 16 anos. A quanto tempo você lembra da conversa de que o ataque argentino é fantástico, já a defesa…Pois é, esse é o grande desafio de Jorge Sampaoli, equilibrar um time que conta com o ataque mais talentoso do planeta e uma defesa fraca, do goleiro ao volante. O amistoso contra o pífio Haiti não pôde nos mostrar alguma evolução e assim será contra Israel em um polêmico amistoso que acontecerá em alguns dias, mas a favor da Argentina existe o fato de terem sido a única seleção a derrotar o Brasil na era Tite, mesmo tendo levado uma aula de futebol no Mineirão. A coisa anda bem instável do lado de lá da fronteira, mas os talentos existem aos montes no nosso rival, por isso, recai sobre Sampaoli a ingrata missão de achar a firmeza e o equilíbrio necessários em um time que precisa ganhar uma Copa do Mundo, aguardemos para as próximas cenas deste grande drama argentino em terras russas.

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Uuuuuh!!! Esqueça a geração belga, CR7, o brilhante jogo defensivo da Itália ou o futebol moderno da França, quando se falar da última Euro em 2016, a primeira coisa que lembraremos será a seleção da Islândia e a sua incrível torcida. Estima-se que 10% da população islandesa irá à Rússia acompanhar a última sensação da Europa, algo perfeitamente compreensível, uma vez que, além de ser o menor país na história a se classificar para uma Copa, conta com um bom time, que não para de empolgar a fantástica torcida da Islândia que empurra a sua seleção com a mais fantástica ainda saudação viking, com as palmas e um grito em uníssono que fazem tremer qualquer adversário grande.

A troca de comando na seleção não abalou o time, aliás, parece ter feito melhorar a equipe, que agora apresenta mais volume de jogo e melhores alternativas, o que resultou em uma campanha, que apesar de dificuldades como a perda por contusão do seu atacante Sigthórsson, atuando pelo Galatasaray, conseguiu a classificação direta ficando em primeiro lugar no seu grupo durante as eliminatórias europeias, deixando para trás Ucrânia, Turquia e Croácia. Essa última caiu no mesmo grupo da Copa e muito provavelmente, a segunda vaga será decidida na última rodada em um confronto direto que pode desempatar a série dessa jornada que conta com uma vitória para cada lado durante as eliminatórias. De qualquer forma, com exceção de Sigthórsson, a base do time continua a mesma da última Euro, resta saber se essa ascensão que encanta o mundo futebolístico será interrompida ou continuará gerando fãs ao redor do globo, porque carisma e encanto, esta seleção tem de sobra.

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Se algo que uma Copa do Mundo mostrou de forma clara é que grupos rachados, com relacionamentos complicados, dificilmente conseguem obter sucesso, sequer passam da primeira fase. E essa é a realidade do bom time croata, uma seleção técnica, de muita força e organização, com uma camisa nova, mas que já tem algum peso, muito pela campanha incrível realizada na Copa de 98, na França, onde conseguiu um terceiro lugar encantando o planeta inteiro e eliminando gigantes como a Alemanha e a Holanda.

Assim como a de 98, essa geração croata é excepcional, porém já está envelhecida e terá a sua última chance de conquistar algo grande, o que fica ainda mais complicado quando o principal adversário está dentro dos vestiários, uma divisão interna e brigas que envolvem jogadores, diretores e até mesmo políticos tira a paz do time e pode ter reflexos negativos em uma Copa. Se conseguir superar isso, terá em campo uma forte seleção, o que pôde ser observado muito bem no primeiro tempo do jogo contra o Brasil, onde conseguiu dificultar a saída de bola não muito criativa do adversário e ocupou o campo ofensivo por boa parte dos primeiros 45 minutos. Jogadores importantes que atuam por grandes clubes na Europa não faltam, Modric, Rakitic, Mandzukic, Perisic e Kalinic são ótimos jogadores, rodados e que com certeza podem reestabilizar esse time em campo, complicar a vida da Argentina e de quebra acabar com o sonho islandês.

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Não sabemos o quão longe a Nigéria irá, mas a seleção africana já fez um barulho enorme nessa Copa sem nem entrar em campo, com o lançamento de um uniforme maravilhoso que se esgotou na loja em questão de horas. Estilo nunca faltou aos nigerianos, um povo sofrido na mesma proporção que são criativos, mas conseguirá a Nigéria encantar em campo tanto quanto o seu fardamento encantou fora dele? Bom, algumas amostras já foram dadas pelo time africano mais experiente em copas, como por exemplo, a vitória contra a Argentina, terceira adversária da fase de grupos, em solo russo, o título continental africano 6 anos atrás e a classificação para a Copa em um grupo muito difícil, que contava com Zâmbia, Camarões e Argélia, os dois últimos presenças constantes em Copas.

A última Copa foi um pouco turbulenta para a Nigéria, não só pela eliminação nas oitavas para a França, mas também por conta de brigas e boicotes dos atletas causados por problemas com o pagamento de premiações dias antes do jogo decisivo contra a França pelas oitavas de final. Pegou tão mal esse episódio que a Federação Nigeriana pediu um adiantamento de verbas à FIFA, em parceria com a CAF, e já deixou certo todo o orçamento de premiações, inclusive adiantando alguns bichos. Tal fato ajudou a estabilizar a seleção nigeriana, junto à renovação de contrato do treinador alemão Gernot Rohr, que vem fazendo um grande trabalho com os nigerianos. A dois anos no comando, o treinador perdeu apenas uma partida, armou o time com um poderoso e efetivo contra-ataque, montou um sistema defensivo agressivo e muito competente e deu ao Obi Mikel a função de organizar o jogo, explorando sua criatividade e encorpando a equipe da Nigéria com um futebol bem organizado. O grupo se fez muito complicado para o time africano, mas a seleção possui todos os requisitos para se tornar uma agradável surpresa nessa Copa de 2018.

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Argentina – Lionel Messi

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Quais títulos definem um gênio, um grande jogador? Se esse jogador ainda é tido como o maior da história por uns, o que resta a ele fazer? Pelé venceu 3 copas do mundo, uma a mais que a Argentina e o que de fato isso significa? Que Messi precisará operar um milagre até 2026 para tentar provar ao planeta que ele é o maior da história com a bola nos pés? Ou as coisas são um pouco mais complexas do que isso? Tenho a impressão de que essas perguntas jamais começarão a ser respondidas se Messi sequer levantar uma taça de Copa do Mundo pois, no fim, quando todos os argumentos esgotarem, esse será o desempate, esse será o questionamento que finalizará a discussão, e aí nem em terras argentinas Messi seria unanimidade como o maior da história, ficaria atrás de Maradona.

Messi pode ser considerado já, um dos maiores da história mas, se quer ser o melhor de todos os tempos, o tempo corre contra o argentino. Não vencer uma Copa do Mundo será sempre um fantasma, um carrasco que o jogará para um degrau abaixo do Olimpo onde reinam absolutos Pelé e um pouco abaixo, Maradona. Cruel para o canhoto que pode ter em 2018 o seu “agora ou nunca”, certamente está em melhor forma do que estará em 2022. De tantos questionamentos, a grande pergunta é: o que um gênio como Messi poderá fazer com uma última chance? O que um gênio como ele poderá espremer dessa Copa? Veremos. Fato é que essa é a última barreira para que ele entre no seleto e minúsculo clube dos maiores esportistas de todos os tempos, de qualquer maneira, é um privilégio para essa Copa a presença de Messi, que trata todas essas questões com muita maturidade ao afirmar que não é uma boa ideia deixar o seu desejo virar uma obsessão, pois a pressão cresce e as possibilidade de tudo dar errado só aumentam, ouviu Neymar?

Islândia – Sigurdsson

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Os momentos foram de tensão para a estreante em mundiais, Islândia, e o meia atacante Gylfi Sigurdsson. Há 3 meses do mundial, o jogador do Everton sofreu uma lesão no joelho que por pouco não o tirou o sonho de disputar uma Copa da Mundo, mas o destino foi generoso com ele na mesma proporção que foi cruel com outros jogadores. Sigurdsson voltou a atuar no dia 02 de Junho por meia hora em um amistoso contra a Noruega. E foi uma volta triunfal, a torcida fez o grito viking, o jogador entrou em campo e ao final da saudação o craque, em questão de segundos, foi lá e balançou as redes.

Bom presságio para o meia que terá a dura missão de estrear em copas tendo como adversário Lionel Messi e seus hermanos bicampeões do mundo. Tudo certo para quem se acostumou a viver abaixo de zero e se destacando nas ligas inglesas abaixo da Premier League. Com ótima movimentação e caindo bem para ambos os flancos, o meia é muito bom nas articulações e decisivo ao distribuir bem o jogo e chegar de trás marcando alguns gols, um deles, inclusive, assegurou a vaga da Islândia em seu primeiro mundial. Um herói nacional? Pode apostar que sim.

Croácia – Luka Modrić

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Peça importante no time mais vencedor do momento, o Real Madrid, Luka Modrić é um exímio camisa 10, aliás, deu a estabilidade que a camisa 10 do Real não via a muito tempo. Ótimo finalizador, bate na bola como poucos com ambas as pernas e sua capacidade de decidir é tamanha que na seleção croata o meia joga ainda mais adiantado do que joga no clube merengue, muito mais próximo dos atacantes e das chances de definir um jogo.

Terá pela frente uma batalha árdua para conduzir a Croácia rumo às oitavas, mas ainda sim um desafio muito mais leve do que tem enfrentado nos tribunais croatas por falso testemunho em um caso de corrupção envolvendo transferências no futebol local, pode pegar até 5 anos de prisão, mas isso não parece ter o afetado dentro de campo. O jogador é o principal responsável pelas articulações na equipe croata, o que pode mudar o destino da seleção na competição, uma vez que Modrić vive o melhor momento de sua carreira.

Nigéria – Obi Mikel

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O meia que atuou por 10 anos no Chelsea e marcou apenas 6 gols, tomou o caminho da China, mas isso não o fez perder importância na seleção nigeriana, pelo contrário, o técnico alemão Gernot Rohr o deu a braçadeira de capitão e aproveitou de sua técnica para o lançar um pouco mais a frente nas escalações da seleção africana, dando à Obi Mikel a função de armar as jogadas, distribuir e organizar o jogo da Nigéria, função que desempenhava com grande criatividade no início de sua carreira, a ponto de chamar a atenção de grandes clubes e ser o centro de uma batalha entre Chelsea e Manchester United pela sua contratação, Chelsea levou a parada, mas com Lampard voando, sua posição foi alterada e ele teve que se adaptar à função de volante.

De qualquer forma, a alteração de posição, voltando as origens de meia armador, foi ótima para Mikel e deu bons resultados durante as loucas eliminatórias africanas. É peça importante por ser o ponto de equilíbrio de uma equipe muito jovem, cadencia bem o jogo e por vezes é a base sólida de um time que comete alguns erros bobos no decorrer dos 90 minutos. Já que falamos em voltar às origens, é bom lembrar que Obi Mikel foi bola de prata no mundial sub-20 de 2005, perdendo a bola de ouro para um colega de grupo meio desconhecido, Lionel Messi. O reencontro em São Petersburgo promete.

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ARGENTINA
Ana Helder – Chabond

ISLÂNDIA
Maggi – Pull The Trigger

CROÁCIA
Josip Bocek – Dinamit

NIGÉRIA
William Onyeabor – Fantastic Man

 

Grupo C – França, Austrália, Peru e Dinamarca – Análise

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Grupo relativamente fácil somente para uma das favoritas da copa, a França, que vem para a Rússia (dessa vez no verão) com um plantel cheio de talentos e um jogo por vezes envolvente, por vezes meio apático. Chegando após o trauma do vice em casa na Euro depois de perder na prorrogação para a regular seleção de Portugal, os talentos individuais franceses podem resolver e, quem sabe, levar os Bleus rumo á taça. Mas a verdade é que a França não encanta, muito por conta de um trabalho opaco do treinador Didier Deschamps.

Abaixo da campeã mundial de 98 é que o bicho vai pegar, a boa seleção da Dinamarca terá que conseguir bater um Peru desfalcado da sua principal estrela em uma punição com uma severidade muito questionável. O time dinamarquês vem em grande fase, com uma boa reta final nas eliminatórias europeias, mas não reacenderá as esperanças no coração de seus torcedores como fez a Dinamáquina nos anos 80 e 90. Correndo por fora vem a inconstante seleção da Austrália, que dá todos os sinais de que será, mais uma vez, figurante e candidata a lanterna do grupo C.

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Um time recheado de talentos mas que parece não conseguir desempenhar o máximo do seu potencial, muito por conta do trabalho regular que executa o técnico Didier Deschamps à frente da seleção em que ele se sagrou campeão na Copa de 1998 como jogador. O próprio treinador considera a equipe um nível abaixo de Alemanha, Espanha e Brasil.

Bem, não é o que pensa esse humilde blog. Apesar de ser um time não tão bem treinado assim, ainda é uma equipe extraordinária, mesmo com o Benzema de fora por conta de atritos com o treinador e também um episódio bizarro de chantagem com o seu companheiro de seleção, Valbuena.

Os Bleus contam com um ataque jovem e muito intenso, Mbappé, Griezmann e Dembelé. O meio campo formado pelo habilidoso Pogba, pelo aguerrido Matuidi e pelo combativo Kanté impõe muita dinâmica ao jogo. A defesa é bem equilibrada e cedeu apenas uma derrota durante as eliminatórias europeias, para a Suécia de virada, com um gol impressionante do meio de campo aos 48 do segundo tempo. A França tem obtido um certo sucesso nos jogos onde entrega a bola ao adversário por ser um time muito rápido no contra-ataque, mas a verdade é que qualidade não falta aos franceses, resta saber se haverá organização tática, estratégica e capacidade de controlar as partidas o suficiente para fazer jus a posição de uma das favoritas dessa Copa.

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Se a teoria dos terraplanistas de que a Austrália não existe é verdadeira ou não, não sabemos, mas o que sabemos é que mais uma vez os Socceroos abrilhantarão a copa com os seus cangurus infláveis, suas cores vivas e mais nada. Poderão dificultar a vida de Peru e Dinamarca e decidir o segundo lugar do grupo involuntariamente, mas não parece que vão além de uma apagada figuração no grupo C. Vinham fazendo um bom trabalho com o técnico grego Ange Postecoglou, inclusive sendo campeões da Copa da Ásia de 2015, mas misteriosamente após obter a classificação na repescagem contra Honduras, o comandante abandonou o barco e a chance de ir a uma Copa pela segunda vez, vai entender…

O que pode ser considerado uma pena, uma vez que o técnico grego tinha uma proposta ousada de jogo, bem agressiva, ofensiva, porém, muito inconstante e desequilibrado, estilo de jogo que com certeza agitariam a competição. De qualquer forma, disputar a copa em um país com dimensões continentais não será um problema para a Austrália, a seleção viajou mais de 250 mil quilômetros durante as eliminatórias asiáticas, chegou muito perto de não se classificar e agora vai lutar para que essa longa jornada não acabe na primeira fase, missão difícil.

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Sofreria um duro golpe com a injusta punição ao principal jogador do time, Paolo Guerrero, o que faria diminuir consideravelmente as chances do time sul-americano passar de fase, uma vez que perderia sua força de decisão de forma dramática, mas graças à um recurso na justiça, Guerrero conseguirá, com muito merecimento, realizer o sonho de disputer uma Copa do Mundo. Provas de que a vida nunca foi fácil para os peruanos em Copas, a última que participaram foi a 36 anos atrás. O castigo foi merecido após um dos episódios mais tristes da história do esporte na Copa de 78, mas para a Rússia, a seleção peruana olha para a frente. Com uma classificação para lá de emocionante, tanto nas eliminatórias quanto na repescagem contra a Nova Zelândia, a equipe chega para a Copa dirigida por Ricardo Gareca que apostou em uma renovação e de certa forma, em um retorno às origens do Peru, com um jogo de muitos passes e posse de bola.

Tecnicamente falando, o Peru está relativamente bem servido, tem em seu goleiro que atua no México, Pedro Gallese, um guarda redes de confiança, Trauco do Flamengo dá um bom suporte ao sistema ofensivo quando atua pela lateral esquerda do time, o são-paulino Cueva é uma incógnita graças à sua indisciplina, inclusive já revelou algumas broncas do astro Guerrero e teve que ser supervisionado por Gareca em um período turbulento pelo tricolor, mas mesmo assim, trata-se de um jogador muito importante, talentoso e habilidoso.

Além da presença do camisa 9, Guerrero, a responsabilidade de estrelar o Peru recai também sobre os ombros de Farfán, mais um jogador que não vai estranhar a Rússia, uma vez que atua pelo Lokomotiv Moscow. Marca muitos gols, é habilidoso e manda bem na bola parada, sem dúvida uma esperança para a aliviada seleção do Peru.

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A Dinamarca voltou a empolgar, chega perto de ser a Dinamáquina que encantou a Europa décadas atrás, pode alcançar as oitavas, mas o adversário natural seria a Argentina, e aí a disparidade é grande demais para apostas mais ousadas. A seleção nórdica fez bonito no final das eliminatórias européias e deixou a sua torcida animada com uma sequência de goleadas, incluindo uma por 5 a 1 contra a Irlanda, fora de casa durante a repescagem, carimbando a vaga para a copa, o que não acontecia desde 2010, e outra goleada por 4 a 0 contra a líder do grupo, Polônia.

Com um time muito direto e perigoso na frente, a Dinamarca pode ser uma das surpresas da Copa se conseguir fazer com que a defesa, um tanto quanto instável, não atrapalhe o bom desempenho ofensivo da equipe. Trata-se de uma seleção com boa técnica e com jogadores que podem fazer a diferença, como o meia do Tottenham, Christian Eriksen e o volante do Werder Bremem, Delaney, que costuma chegar de trás com muito perigo. É um ótimo time e precisará ser impecável logo no primeiro jogo contra o Peru, que muito provavelmente decidirá a vida das duas equipes na competição.

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França – Griezmann

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Centro de uma polêmica possível transação entre Atlético de Madrid e Barcelona, Antoine Griezmann é o grande destaque da talentosa seleção francesa. Dono de uma canhota certeira e por vezes bem agressiva, o atacante flutua e atua bem em ambos os lados do campo, marca muitos gols e é um jogador habilidoso, capaz de desmontar qualquer marcação mais intensa. Descoberto pelo Real Sociedad em um torneio organizado pelo PSG e levado cedo para a Espanha, Griezmann tem muito da escola espanhola em seu futebol, passes precisos e técnica apuradíssima. Essa mistura trás para a seleção francesa uma riqueza no ataque que a coloca em uma posição de favoritismo maior ainda quando “Le Petit Diable” entra em campo com a camisa azul.

Austrália – Tim Cahill

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O inesgotável Tim Cahill. Disputará sua quarta Copa do Mundo como o segundo jogador mais velho do torneio, perdendo apenas para o goleiro egípcio El-Hadary, que tem 45 anos. Autor do gol mais bonito da última Copa na derrota australiana por 3 a 2 contra a Holanda, onde ele acertou um voleio em cheio na área holandesa, sem defesa para o goleiro, o meia ainda é o maior destaque dos Socceroos. Depois de inúmeras transferências nos últimos anos, Cahill teve o seu contrato rescindido pelo tradicional clube londrino, Millwall, ficando sem ter onde jogar na próxima temporada, mas isso não tira a motivação do australiano que buscará nesta Copa igualar o recorde de Pelé, Klose e Seeler marcando gols em 4 copas consecutivas, mostrando que ainda tem muita lenha para queimar e que mais uma vez, pode ser a peça mais importante do elenco da Austrália.

Peru – Paolo Guerrero

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A Copa nem começou e a história de Paolo Guerrero já pode ser considerada um dos dramas mais emocionantes do mundial, um grande jogador que por pouco não perdeu a chance única de participar de uma Copa do Mundo, já que atua por uma seleção com fraca tradição em torneios internacionais e somado a isso passou recentemente por um caso de doping, por conta do consumo de um remédio para gripe que continha em sua formação elementos proibidos, o que o fez ser vítima de uma punição completamente descabida.

O centroavante é sempre decisivo e tem estrela em momentos importantes, como no Mundial de 2012, onde marcou todos os gols do Corinthians na competição, sendo peça chave na conquista do segundo mundial alvinegro. Dono de um domínio raro e com faro de gol, o Peru faz crescer bastante as suas chances com a volta de Paolo Guerrero, que inclusive, no seu primeiro jogo após todo o drama, voltou marcando dois gols na vitória por 3 a 0 contra a Arábia Saudita.

Dinamarca – Christian Eriksen

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O meia do Tottenham disputará sua primeira Copa cercado de expectativas, o principal nome de uma seleção com vários talentos, conta com uma habilidade de articulação muito criativa e com um poder de finalização quase impecável. Há quem o chame de novo Laudrup por terras nórdicas, se será tão grande, não sabemos, mas fato é que o camisa 10 já marcou história na seleção com um desempenho excepcional durante as eliminatórias europeias, marcando 11 gols em 12 jogos, incluindo um hat-trick no jogo decisivo contra a Irlanda.

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FRANÇA
Phoenix – Lisztomania

AUSTRÁLIA
Tame Impala – Mind Mischief

PERU
Mario Allison y su Combo – Louie Louie

DINAMARCA
The Asteroids Galaxy Tour – The Golden Age

 

Grupo B – Portugal, Espanha, Marrocos e Irã – Análise

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De cara parece um grupo muito fácil para previsões, bolões e afins. A fase de Portugal é muito boa, com moral pela conquista da Europa e com um futebol mais eficiente do que dois anos atrás, chega para dividir o posto de favorita do grupo com uma das favoritas da Copa, a Espanha. Que por sua vez, conta com a base da melhor geração de sua história e ainda conseguiu revelar alguns talentos na última safra, resta ver se fará história ou se repetirá as campanhas vergonhosas da Euro 2016 e da Copa de 2014.

Já Irã e Marrocos são times que não parecem que jogarão mais do que três partidas na competição, são seleções muito abaixo das ibéricas, fazem um jogo excessivamente defensivo e por isso mesmo, o máximo que podem fazer nessa Copa é dificultar a vida das duas favoritas com um jogo feio e definir, involuntariamente, quem será o primeiro e o segundo do grupo.

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O campeão europeu chega à essa Copa com o próprio técnico, Fernando Santos, dizendo que luta em um grupo de forças inferior à Brasil, Alemanha, Argentina, Espanha e França. É um time com certa limitação técnica e tática, e de fato não pode ser considerado um dos favoritos, apesar do surpreendente título da Eurocopa dois anos atrás. Não vai fazer uma Copa tão dependente assim dos seus talentos individuais como fez em 2014, ou na própria Eurocopa, o time evoluiu demais, muito por conta do amadurecimento de jogadores como Bernardo Silva, destaque do Manchester City.

Fez uma ótima eliminatória na Europa, ficando em primeiro no grupo de uma Suíça muito defensiva, que dificilmente levava gols, assumiu a ponta e obteve a qualificação direta em um jogo onde dominou a seleção suíça no Estádio da Luz sob os olhares ilustres de Madonna. Os conterrâneos de Bruno Aleixo chegam com um ataque muito mais agudo, porém, com uma defesa um pouco envelhecida e composta pelo intempestivo Pepe, que pode acabar com as esperanças portuguesas em qualquer jogo com o mínimo estalo de desequilíbrio.

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“La Roja”, campeã do mundo em 2010 na África do Sul, chega para a Copa da Rússia com a mesma base da geração vencedora da última década. Após uma Eurocopa deprimente, onde foi eliminada pela Itália logo nas oitavas em um jogo onde foi completamente dominada, e uma Copa do Mundo patética em 2014, onde foi eliminada logo de cara na primeira fase, vem para 2018 com leves sinais de recuperação, fez uma eliminatória impecável e invicta em um grupo que contava com Itália e bem, nada mais.

O técnico Julen Lopetegui soube manter o que era primordial na estrutura espanhola, o que rendeu a melhor defesa das eliminatórias europeias. De Gea, Carvajal Sergio Ramos, Piqué e Jordi Alba formam um sistema defensivo quase impenetrável, muito mais sólido do que o prestígio de Piqué com a torcida espanhola, por conta da polêmica acerca da independência catalã. Conta com um meio campo muito imaginativo, com Busquets, Iniesta e David Silva, além de um banco repleto de boas opções. Sem dúvida, em um torneio de tiro curto, é uma das favoritas, mesmo com a absurda crise que tomou conta da Espanha a dois dias da estreia, quando Lopetegui assinou com o Real Madrid e prontamente a bomba caiu, o comandante foi demitido, deixando a Espanha sem técnico e com Hierro assumindo a vaga interinamente para o mundial. Faltou ética ao treinador e ao Real Madrid e muito bom senso à Federação, que podia ter administrado a crise de outra forma, com certeza o time vai sentir, mas o futebol jogado é um dos melhores do mundo junto a Brasil e Alemanha.

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Os leões chegam à Rússia com uma marca surprendente, passaram quase ilesos, tomando apenas um gol, nas loucas e sensacionais eliminatórias africanas. Sem participar de copas desde 1998, onde foram eliminadas na primeira fase, caindo no grupo do Brasil, por quem foram goleados por 3×0, os marroquinos chegam com uma estrela na zaga, Benatia, defensor da Juventus que anda dizendo por aí que a seleção não será turista, difícil acreditar quando se tem Espanha e Portugal como companheiras de grupo. Pode ser que consiga algo apostando no ferrolho, mas a verdade é que Marrocos não é um time tão criativo assim, por isso não deixe que algumas goleadas durante as eliminatórias te enganem, pois o 0x0 foi uma presença constante na sua campanha.

Com certeza será osso duro para as potências ibéricas, podendo decidir quem ficará em primeiro ou segundo no grupo caso qualquer uma destas seleções não consiga fazer um jogo muito criativo ou efetivo contra Marrocos, mas precisará ser um daqueles casos que lembraremos para sempre para conseguir avançar mais do que a primeira fase.

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É um país que causa mais tensão com seus acordos nucleares do que exatamente em um grupo de Copa do Mundo, sem julgamentos de valor, afinal de contas o mundo é um caos e ninguém parece ter muita razão em nenhuma estratégia política que siga. Mas voltando ao que realmente importa, a seleção iraniana é treinada pelo temperamental português Carlos Queiroz, que comandou Portugal na Copa de 2010 e o próprio Irã na Copa de 2014. Montou um time para contra atacar não importa o que aconteça. Fica o jogo inteiro tomando pressão para sair em velocidade quando puder.

De qualquer maneira, esse futebol acabou trazendo resultados muito bons para os asiáticos e fez do técnico português um herói nacional. A seleção iraniana inclusive andou se empolgando nos últimos amistosos e se soltou um pouco mais, tentando impor um jogo mais ofensivo por vezes, mas não me parece que irá arriscar esse estilo de jogo contra Espanha e Portugal. Mesmo com jogadores que foram jogar pela Europa para tentar ganhar um pouco mais de bagagem, está na fase de grupos como franca atiradora.

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Portugal – Cristiano Ronaldo

B-03-destaque-portugalFonte: Getty

Cinco vezes melhor do mundo, quatro vezes campeão da Liga dos Campeões, o maior artilheiro da atualidade, campeão europeu, feito que Eusébio bateu na trave, maior jogador da história do seu país, principal astro do maior clube do mundo, ufa! O que dizer mais sobre Cristiano Ronaldo? Será o principal jogador de uma seleção que evoluiu e não depende mais 99,9% dele. Estará bem de saúde, o que não aconteceu 4 anos antes e parece ficar melhor a cada ano que passa, cada vez mais físico, cada vez mais decisivo, resolvendo jogos com um toque e com uma velocidade incrível. Com certeza o português da Ilha da Madeira fará uma grande copa se os tarolos e canhões surtirem o efeito que um famoso meme indica por aí ou se simplesmente jogar metade do que sabe.

Espanha – Andrés Iniesta

B-03-destaque-espanhaFonte: Reuters

É difícil escolher apenas um destaque na riquíssima seleção da Espanha, mas dessa vez escolhemos Andrés Iniesta, um dos maiores jogadores da história espanhola ou o maior para muitos, o craque que deixou o Barcelona nesta temporada fará a sua última Copa do Mundo pela “Roja”. Jogador extremamente cerebral e de raras virtudes, joga com uma elegância poucas vezes vista em campo e ainda é um grande driblador, foi um dos mais completos da história e já venceu tudo que um jogador de alto nível pode vencer. Foi do pé direito dele que saiu o chute mais importante da história da Espanha, o gol que deu aos espanhóis sua primeira Copa do Mundo.

Marrocos – Benatia

B-03-destaque-marrocosFonte: Getty

Nascido na França, Benatia se naturalizou marroquino e disputa sua primeira Copa do Mundo. O zagueiro da Juventus é de suma importaria para uma seleção que tem como defender a sua principal missão. Foi essencial na campanha marroquina nas eliminatórias onde a equipe levou apenas um gol no jogo de volta da segunda fase, contra a Guiné Equatorial. É um daqueles zagueiros muito equilibrados que cometem poucas faltas, tem uma boa saída de bola e um forte jogo aéreo. Sem dúvida um ponto fora da curva em uma seleção com certas carências técnicas.

Irã – Sardar Azmoun 

B-03-destaque-iraFonte: The-Afc.com

O iraniano vai se sentir em casa nessa copa, atua no russo Rubin Kazan e é um finalizador nato. O jovem atacante é promessa e seus gols já despertaram o interesse do Liverpool, tem no mundial de 2018 a chance de virar a chave da sua carreira. Ótimo finalizador com a cabeça, driblador e especialista em bolas paradas, uma pena atuar em uma seleção tão fraca, o que dificulta se destacar como a revelação que tem o potencial de ser nessa copa.

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PORTUGAL
Paulo Alexandre e Os Telstars – T4

ESPANHA
LED’s – Beautiful Stranger

MARROCOS
Zohra – Badala Zamana

IRÃ
Golden Ring – Shekar Dar Kohestan

 

 

 

Grupo A – Rússia, Arábia, Egito e Uruguai – Análise

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Como vem acontecendo desde a Copa da Alemanha em 2006, o grupo A sempre é a divisão com o anfitrião do torneio. Mas desta vez o dono da casa não terá vida tão simples assim, apesar de toda a torcida a favor. Posicionada na colocação de número 65 do ranking da FIFA, a Rússia terá missão difícil, mesmo em um grupo que parece ser fácil.

Com muitas limitações técnicas, a vida russa será dificultada pelo Uruguai, time bi-campeão do mundo e que conta com um ataque de peso; pelo Egito, que tem em seu plantel uma das sensações do futebol mundial; e nem tanto assim pela Arábia Saudita, país que coleciona duas copas seguidas não disputadas, três técnicos demitidos em menos de um ano e boa parte do seu elenco em uma espécie de exílio na Espanha. Contra os sauditas, muito provavelmente, a Rússia realizará, o que promete ser, o pior jogo de abertura da história dos mundiais, no dia 14 de junho.

Confira abaixo a análise desse que pode ser um dos grupos menos brilhantes, porém, mais disputados e emocionantes da competição.

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Talvez a seleção anfitriã mais fraca da história, junto com a África do Sul em 2010. Com um time que joga praticamente inteiro na liga russa, a seleção europeia tem como maior vantagem o fator casa, o que é muito pouco para um grupo que parece ser muito mais fácil do que de fato é.

Pelo fato de ser o país-sede e não ter disputado as eliminatórias, o time russo fez poucos jogos e teve uma atuação pífia na Copa das Confederações do ano passado, não perdendo apenas o jogo contra a fraca Nova Zelândia. Como se isso fosse pouco, ainda existe o fato de que o melhor centroavante do país, Igor Denisov, se envolveu em uma briga com o técnico Cherchesov ainda em tempos de Dínamo de Moscou e não foi convocado.

É um time com sérias dificuldades técnicas, que por vezes troca a tática pela raça e não consegue se mostrar competitivo o suficiente para almejar qualquer tipo de campanha heróica, como por exemplo, a Coreia do Sul em 2002.

A-arabia

 

 

A Arábia Saudita ou os falcões verdes, como é conhecida a seleção asiática, é uma verdadeira trituradora de técnicos. Foram três só no último ano. O holandês Bert Van Marwijk conseguiu o feito de classificar a seleção para a primeira copa desde 2006, mas ao se recusar a ficar alguns meses a mais no país preparando a equipe, foi prontamente substituído por Edgardo Bauza, que por sua vez foi demitido dois meses depois e teve a sua vaga preenchida por Juan Antonio Pizzi, que carimbou o seu passaporte para a Rússia (ao que tudo indica) mesmo depois de ter fracassado na missão de classificar o Chile para o mundial.

É uma seleção inexperiente que tentou minimizar este problema emprestando alguns de seus jogadores á clubes espanhóis com o objetivo de ganhar bagagem para a copa. O que acabou gerando uma certa polêmica entre a Associação de Futebolistas Espanhóis e a “La Liga”. A associação alegou que o acordo priorizava o aspecto econômico em detrimento do esportivo, além de prejudicar a revelação de novos talentos na Espanha. Aguardemos o pontapé inicial da Copa para ver se a medida surtirá efeito, mas a verdade é que a Arábia terá feito grande campanha se não sofrer goleadas homéricas como o 8×0 que levou da Alemanha em 2002.

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Pode ser uma grata surpresa nessa copa. O futebol africano sempre encanta pela leveza, criatividade, força e ofensividade. Bem, definitivamente não é o caso desta seleção africana. O time comandado pelo argentino Héctor Cúper é criticado pelo jogo truncado e falta de criatividade, porém conta com um sólido sistema defensivo e tem se mostrado uma seleção muito mais competitiva do que a anfitriã Rússia, por exemplo. Chegou a final da Copa Africana de Nações de 2017 onde perdeu de virada para Camarões por 2×1 e sofreu apenas duas derrotas nas dificílimas eliminatórias africanas.

O maior campeão do torneio continental africano, com 7 títulos, vive uma boa fase, muito por conta da incrível performance atual da estrela do time, Mohamed Salah, eleito o melhor jogador da Premier League e quase eleito presidente do Egito. Bem, este segundo funcionou apenas como piada ou protesto, o atacante do Liverpool ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais do seu país, mas a sua missão não é tão complexa assim, precisa conduzir os Faraós à segunda fase da Copa fazendo o que vem fazendo nos últimos meses, decidindo jogos enquanto a retranca egípcia funciona. Salah participou de sete dos oito gols que sua seleção marcou.

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Com um dos ataques mais estrelados do planeta e a segunda colocação nas eliminatórias sul-americanas, o Uruguai é o franco favorito do grupo A. Venceu duas Copas do Mundo, tem camisa, história, um time equilibrado e uma dupla de ataque de rara eficiência, formada por Edinson Cavani e Luis Suárez. Mais atrás o destaque vai para o entrosamento da dupla de zaga do Atlético de Madrid, Gimenez e Godín. Trata-se de uma seleção com muita experiência na frente e um meio campo muito jovem, que garantiram à celeste uma rara classificação tranquila para a Copa de 2018, o que não acontecia em anos anteriores onde pareciam ter assentos reservados nas temíveis repescagens entre América do Sul e Oceania.

Se fosse Fórmula 1, diríamos que o jogo ofensivo definido pelo técnico Óscar Tabárez parecem ter dado sinais de perda de potência nos últimos dois amistosos, mas também foi essa filosofia que garantiu uma bela campanha nas seletivas do cone sul. Algumas modificações na equipe precisam ser feitas para que o voo uruguaio se faça mais tranquilo na primeira fase e chegue mais estável às oitavas, onde aí sim a Celeste encontrará verdadeiros desafios, provavelmente ibéricos, Portugal ou Espanha.

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Rússia – Yuri Zhirkov

A-03-destaque-russiaFonte: Twitter FC Zenit

O canhoto de 34 anos nascido ainda na União Soviética, atua pelo Zenit da Rússia, suas passagens mais relevantes foram pelo CSKA e pelo Chelsea, onde protagonizou a maior transação da história do futebol russo, 18 milhões de libras. Jogando como meio campo e por vezes na lateral, é um oásis de técnica no nem tão técnico elenco da dona da casa. Viveu seu auge quando foi escolhido um dos melhores jogadores da Eurocopa de 2008, onde, atuando de lateral esquerdo, ajudou a levar a Rússia até as surpreendentes semifinais do torneio, sendo eliminada pela campeã Espanha.

Arábia Saudita – Al-Muwallad

A-03-destaque-arabiaFonte: AFP

O meia de 23 anos é um dos nove jogadores envolvidos no polêmico empréstimo ao futebol espanhol realizado pela federação árabe com o objetivo de fazer alguns atletas ganharem experiência para a Copa. Um plano nem tão efetivo assim visto que, Al-Muwallad, pouco tem sido relacionado, jogou apenas um jogo depois de protestar sumindo por dias após ir ao funeral de um parente. Estava no banco durante a heróica vitória por 5 a 4 do Levante sobre o Barcelona, evitando assim o título invicto do time catalão, de qualquer forma, nele está contido e se apoia boa parte das esperanças sauditas de protagonizar qualquer tipo de supresa na Copa.

Egito – Mohamed Salah

A-03-destaque-egitoFonte: PA

Salah está na crista da onda, vive um momento mágico. Eleito o melhor jogador do ano na liga inglesa e cogitado para ser eleito o melhor do mundo, ainda que ele mesmo afirme não estar no nível de Messi e CR7, o atacante do Liverpool tomou o protagonismo da temporada com números impressionantes. Seu poder de drible, criação de jogadas e de finalizações vem encantando o planeta inteiro, a ponto de já podermos considerar o Egito um dos queridinhos da Copa. Tanto carisma já rendeu inclusive uma música da conservadora torcida inglesa dizendo que virariam muçulmanos por ele, vamos ver se ele consegue repetir seu grande desempenho do Liverpool nesse mundial, mesmo que isolado na frente em uma seleção que não disputa uma Copa a 28 anos.

Uruguai – Luis Suárez

A-03-destaque-uruguaiFonte: Andrés Cristaldo/EFE

Um dos tripés do trio de ataque que andou encantando o planeta a algumas temporadas, o uruguaio de 31 anos vem para essa copa mais leve após enfrentar uma seca de gols no início do ano no Barcelona. É um dos jogadores mais completos do mundo, veloz e imprevisível, bate bem com ambas as pernas, marca de cabeça, tem boa presença de área, faz muitos gols e dá muitas assistências, é o motor do atual trio MSC e com certeza é o sonho de consumo de muitos dos principais times do globo, mesmo apesar de ter uma postura um tanto quanto controversa em campo. Se conseguir controlar os seus impulsos caninos, com certeza será de suma importância para a Celeste.

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A-sons

RÚSSIA
Kino – Posledni Geroi

ARÁBIA SAUDITA
Talal Maddah – Zaman al Samt

EGITO
Hamid El Shaery – Ayonha

URUGUAI
Limonada – Ojos Que Miran Lejos

PORQUE NEM EU NEM VOCÊ (PROVAVELMENTE) DAMOS A MÍNIMA PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA?

A seleção brasileira deveria nos encher de orgulho e despertar em nós o maior interesse futebolístico do mundo, sem ufanismo, pachequismo e afins, o que particularmente abomino; a questão é que ao longo dos anos, o Brasil produziu times tão incríveis que a seleção acabou por ultrapassar os limites do esporte e se tornou uma expressão cultural, que continha o próprio jeito do povo brasileiro levar a vida e principalmente o nosso jeito de jogar um jogo que é idolatrado pelo planeta inteiro. Nós fomos os melhores um dia, os mais belos e a inspiração para uma geração de craques e técnicos do mundo inteiro que marcaram história no esporte.

Porém de forma muito melancólica não é o que acontece hoje com o time da CBF, com uma seleção que conta com jogadores “chineses”, um técnico testa de ferro que tem raiva da própria sombra, um craque mimadão e jogadores psicologicamente despreparados, o Brasil mais do que nunca vai se apequenando como seleção não pelos maus resultados, mas pela indiferença que transmite e que causa em sua torcida.

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Eu e você, provavelmente, não damos a mínima para a seleção, convenhamos, preferíamos assistir nosso clube do que ter que ver Galvão Bueno, Ronaldo e companhia tentando vender uma farsa na TV, xingamos quando o melhor jogador do nosso time de coração é convocado para esquentar o banco de algum jogador mediano provido de algum time sem expressão da Europa ou da Ásia e vemos o 7×1 mais como piada do que tragédia. A própria CBF demonstra desprezo pela sua “propriedade” ao não parar  o calendário do futebol nacional durante competições internacionais como a recém iniciada Copa América Centenário, como se seleção e futebol brasileiro não tivessem qualquer ligação, é um toca o futebol de vocês dai que a gente toca a nossa seleção daqui.

Mas porque a seleção não nos interessa tanto mais?

Alguns fatores podem ser apontados, e o primeiro tem a ver com sua gestora, a digníssima Confederação Brasileira de Futebol. A CBF perdeu o pouco da confiança que tinha com a população brasileira com os casos de corrupção que vieram a tona 2 anos atrás, que digamos assim, não deixou ninguém perplexo, a instituição se mostrou um balcão de negócios imundo, a prática dos diretores da Confederação Brasileira de Futebol são inaceitáveis pra dizer o mínimo, olhamos para o time do Brasil e vemos o reflexo de uma instituição sem nenhuma identidade, que segue contaminando cada vez mais os laços entre povo e seleção.

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Porém isso não é um fator decisivo visto que a corrupção no futebol dá sinais claros de ser global, é preciso muito mais do que corrupção para minar a relação entre um time nacional e sua população, a gente sabe que paixão e moralidade não andam exatamente de mãos dadas.

As confederações de futebol da América do Sul são tão corruptas quanto e mesmo assim o cenário é oposto nos nossos vizinhos sul-americanas por exemplo, que tem torcidas apaixonadas e apaixonantes, dá gosto de ver, enquanto a torcida da seleção brasileira, se é que podemos chamar a maioria de torcida, dá sono, preguiça.

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A atividade de torcer perde espaço para as selfies e tchauzinhos para os telões. E esse é um sintoma claro da ligação rompida entre seleção e população, a festa que vem da arquibancada sempre anda lado a lado com uma identidade forte do time nacional com as suas raízes, um belo exemplo é a estreia nesse fim de semana da seleção mexicana na Copa América contra o Uruguai, em que o estádio em Glendale, Arizona foi tomado por camisas verdes que cantaram os 90 minutos embaladas por um jogo ótimo que terminou 3 a 1 para os mexicanos, com um ritmo alucinante compatível com o bom futebol praticado hoje, que como disse Juca Kfouri, conseguiu ofuscar no próprio EUA o segundo jogo da final da NBA vencido de lavada pelo Golden State Warriors contra o Cleveland Cavaliers

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Produzimos seleções sem identidade e deveríamos fazer o que então? Olhar e nos inspirar na conexão torcida/time através da raça e da vontade dos uruguaios e dos argentinos, NÃO! É preciso afirmar isso em letras garrafais pois esse pensamento nos produziu episódios bizarros como a escolha do bronco Dunga para técnico por duas vezes.

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A seleção brasileira recuperará a conexão e a torcida dos brasileiros quando entender que deve investir em recuperar nossa identidade, e não copiar a de outros, raça e vontade são atributos emocionais, nossa identidade é a de jogadores técnicos, habilidosos, de diferenças individuais que conseguem resolver um jogo em um conjunto que pode encantar o mundo. O problema do futebol brasileiro hoje é um problema de pensamento, estrutura e de filosofia.

Falhamos na formação de jogadores e isso evidencia que o problema é conceitual, hoje as bases dos clubes brasileiros só formam volantes, zagueiros e afins para exportação. Não se vê aquele moleque habilidoso, que nos jogos de rua deixava a vizinhança inteira no chão chegar a base de algum clube, certa vez um jovem de 12 anos da base de um time grande de São Paulo foi perguntado por um comentarista se ele se divertia jogando, e sua resposta foi a de que era muito chato ser da base, reclamou do excesso de treinos táticos e das repetidas vezes que tinha que furar o dedo e entregar uma gota de sangue para uma máquina que dizia o quanto seria o seu crescimento ósseo em um ano. Ou seja, não se produz mais no Brasil material humano para atender uma filosofia de jogo que condiz com a nossa identidade, isso representa a morte do nosso futebol, e nem vou citar casos de corrupção e venda de vagas nos times de formação dos grandes clubes.

Outro fator grave é que fisicamente a seleção também vai ficando cada vez mais distante, por conta de contratos muitas vezes fraudulentos, de origens estranhíssimas, jogos do Brasil são realizados na China, na Inglaterra, e não em Recife, São Paulo, Porto Alegre, que laço crio com um time que sequer joga no meu continente?

Sem contar que a seleção brasileira hoje é uma seleção gourmet, quando acontece do Brasil jogar no Brasil, os ingressos da “Seleça” (sim, soube que esse é o apelido para a seleção dado pelos minions de Thiago Leifert por ai) são cada vez mais caros e afastam o torcedor comum do estádio. Que sentido tem uma seleção que muitos brasileiros não podem ver, inclusive o presidente da CBF quando o jogo é fora?

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O problema é que países como China e Inglaterra continuam pagando muito alto para ter jogos da seleção brasileira, enquanto essa prática continuar e o Brasil seguir tendo esses mercados ricos facilmente, a CBF não mudará seus modelos de gestão, que claramente precisam ser descontruídos.

Ter um presidente da CBF que sequer pode ir para jogos internacionais, mostra a total falta de moralidade da instituição, não é a toa que sua camisa, que deveria ser usada como homenagem aos grandes que a vestiram como Rivelino, Pelé, Garrincha, Zico, Sócrates, hoje é vestida por movimentos que tem a intenção de atentar contra a democracia do país.

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A consequência pode ser gravíssima e acho que nem damos muita bola, a única seleção a disputar todas as copas do mundo corre o risco mais sério de todos os tempos de não embarcar para a Rússia. O mais triste é saber que existe muito brasileiro torcendo para isso, e esse é o pior sintoma, a falta de interesse da torcida brasileira em uma seleção que é um patrimônio, que teve times que facilmente poderiam ter sido eleitos como a 8a , 9a, 10a maravilhas do mundo moderno.  Que mostrou o Brasil ao mundo através de quadros belíssimos, não deveria ser normal ouvir que odiamos quando tem jogo da seleção, deveria ser um dia de festa, de comunhão.

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Longos jogos horríveis virão pela frente e não devemos nos iludir com o fato de que o 7×1 esta ficando cada vez mais pra trás por hoje termos escalado um time sem mais nenhum remanescente do Mineirazo, até porque o problema do Brasil é o de negar suas próprias raízes.

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Títulos como os de 94 e 2002 vieram, e virão, mas como disse Djalminha no Resenha ESPN dessa semana, eles não importam, o que importa é um time que seja referência, que seja um norte, que encha os olhos como foi o Brasil de 82, até hoje reconhecido como uma das tragédias mais lindas do futebol, é esse tipo de conexão que faz com que um moleque descalço pegue sua bola surrada e vá pra rua perder o tampão do dedo tentando imitar a bica do Carlos Alberto Torres em 70 ou mesmo o chapéu seguido de gol do Ronaldinho Gaúcho contra a Venezuela, o Brasil precisa reencontrar esse moleque, o Brasil está em dívida com esse moleque, porque é esse moleque que representa o que é o futebol brasileiro, não uma Confederação corrupta, um sentimento vazio de raiva e mágoa travestidos de raça e garra ou um pragmatismo futebolístico europeu.

Ser quem somos nos traz identidade, e só sabendo a beleza de ser o que somos que podemos viver histórias tão incríveis e emocionantes quanto as que já vivemos antes, de Garrincha a Sócrates, e porque não, de Ghiggia a Paolo Rossi.

Ah é, o Brasil, 6o nas eliminatórias para o mundial, estreou na Copa América Centenário com um futebol pequeno que virou seu habitual e empatou em 0 a 0 com o Equador, 2o nas eliminatórias, que foi operado e viu a justa vitória ser arrancada de seus braços. Mesmo resultado do último jogo do Brasil no Rose Bowl em Los Angeles, contra a Itália em 94.