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…PERO QUÉ PASA EN ARGENTINA?

Jogadores argentinos saindo de campo insatisfeitos com o placar

E foi dada a largada para a 43ª edição da Copa América, o torneio da CONMEBOL de seleções, na Argentina. E os anfitriões, juntamente com os uruguaios, são os maiores vencedores com 14 conquistas cada. O Brasil fica em terceiro lugar com 8 títulos. São doze seleções na disputa do título sul-americano. Além das dez nações que habitualmente disputam as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo (Argentina, Bolívia, Colômbia, Brasil, Venezuela, Paraguai, Equador, Uruguai, Chile e Peru), dois times extracontinentais baixam em terras porteñas como convidados: México e Costa Rica. Mas ora, não são membros da CONCACAF? O que fazem por essas bandas afinal? Assim como o que já fizeram por aqui Estados Unidos e Japão? Ok, há o lado mercadológico da coisa, etc. Ou então pode-se alegar a necessidade de haver doze concorrentes na competição, pois só assim é possível organizar três grupos com quatro equipes. E não daria para fazer dois grupos de cinco times? Enfim, não deixa de ser esdrúxula a inclusão de não membros da CONMEBOL no evento.

Banega e Romero não evitam. Gol da Bolívia.

 Passando para os jogos que já rolaram, pelo grupo A, a Argentina de Lionel Messi e Carlos Tevez enfrentou em La Plata a modesta Bolívia. E as dificuldades foram enormes para o time do técnico Sérgio Batista. No 1º tempo, Messi tentou sua mágica, tomava a bola, driblava dois ou três adversários e procurava fazer as assistências. Em uma delas tocou para Tevez que desperdiçou boa chance. Além de não contar com os mesmos companheiros do Barcelona, Messi enfrentava um gramado que não permitiam a fluidez e a velocidade da bola. Seu melhor jogo estava comprometido. Na 2ª etapa, Edivaldo Rojas toca de letra para o gol, interceptação sem sucesso de Banega e gol para a Bolívia. Não passaria em branco na imprensa argentina a origem brasileira de Edivaldo. A Argentina só empataria a partida com golaço de Sergio Aguero após bela matada de peito de Nicolas Burdisso. O 1 a 1 final mostrou que Messi ainda não caiu nas graças dos compatriotas. Faz lembrar Rivaldo no Brasil até antes de 2002. O fato de Messi ter deixado o país ainda muito jovem também faz com que o torcedor argentino tenha preferência aberta por Carlos Tevez, que se consagrou no Boca Juniors. A esta altura, perguntar não ofende. Será bom o relacionamento entre os dois maiores astros da seleção argentina no momento?

 Fechando a rodada do grupo A, a Colômbia não deu sopa para o azar e venceu a Costa Rica por 1 a 0 com gol de Gustavo Adrian Ramos em Jujuy. O gol solitário foi o suficiente para os colombianos assumirem a liderança do grupo A.

Neymar disputando bola.

Pelo grupo B, outra surpresa. O Brasil foi ineficiente contra a Venezuela e empatou em 0 a 0. Os astros brasileiros Alexandre Pato, Robinho, Neymar e Ganso ficaram devendo em La Plata contra uma Venezuela que mostra evolução no seu jogo. Só que a evolução dos adversários não justifica a atuação do time da CBF. Se até pouco tempo atrás o Brasil vencia os fracos e era derrotado pelos fortes, hoje, na era Mano Menezes, o Brasil continua a perder para os fortes (Argentina e França) e tem empatado com os fracos (Holanda desfalcada ou Venezuela). Falta mais poder ofensivo para o time da CBF de Mano Menezes.

 E, encerrando as surpresas, ainda pelo grupo B, o Paraguai também ficou no 0 a 0 com o Equador, em Santa Fé.

 Pois é, exceto pelo resultado da Colômbia, o inesperado tem sido a tônica na Argentina até o momento. Terá o inverno porteño afetado os favoritos na Copa América? Afinal, o que acontece na Argentina?

 Superclássico das Américas

 Até 2019, Brasil e Argentina disputarão uma nova copa denominada “Superclássico das Américas” no sistema de ida e volta. A primeira edição da copa está marcada para os dias 14 de setembro na Argentina e 28 do mesmo mês no Brasil. Trata-se de reedição da antiga Copa Roca. A AFA e a CBF deverão chamar somente jogadores atuando nos países para as partidas.

Fique com o belo gol de Sergio Aguero para encerrar.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=nJsM8J_ijpo[/youtube]

A AMÉRICA VESTIDA DE BRANCO E PRETO

Enfim !

Após 48 anos de espera a taça da Libertadores da América está de volta ao seleto repertório de conquistas alvinegras.
Convenhamos, ela já estava com saudades do Santos !

Três títulos em 1 ano e meio já eram suficientes para eternizar a geração atual de meninos da Vila, mas repetir um feito conseguido ”apenas” por Pelé e Cia foi a consagração de um grupo de jogadores que nunca sairá da memória dos santistas. As dificuldades enfrentadas ao longo da competição, a desconfiança que tomou conta após o sofrimento da fase de grupos, a arbitragem conivente com a pancadaria imposta pelos rivais, tudo isso foi superado na base da união, afinal de contas, Libertadores é isso !

Deve se exaltar muitos nomes responsáveis por essa conquista: a diretoria que soube manter na medida do possível as principais peças do elenco, o técnico Muricy que deu padrão tático e equílibrio aos seus jogadores, mas principalmente as defesas milagrosas de Rafael, a eficiência de Durval e Edu Dracena, a raça de Léo, o vigor de Adriano, a experiência de Elano, a classe de Ganso, a qualidade de Arouca, a velocidade de Maikon Leite, a superação de Zé Eduardo e a alegria e ousadia de Neymar. Fora as participações de Jonanthan, Alex Sandro, Possebon, Bruno Rodrigo, Bruno Aguiar, Pará, Keirrison, Diogo, Felipe Anderson e Alan Patrick. Todos tiveram sua parcela nessa conquista.

A partida de n°100 da equipe santista em Libertadores confirmou a superioridade de um time sobre o outro explicitada ao longo da competição. O Peñarol se credenciou a final com menos gols marcados do que sofridos, além de 5 derrotas, sendo 2 por goleadas e por isso seria muito injusto prevalecer tanta instabilidade.

Méritos o nosso adversário teve, derrubou 2 gigantes do continente durante o mata-mata (Inter e Velez) além da Universidade Católica, todos fora de seus domínios, mas infelizmente pra eles quando viram aquele mar branco que tomou conta do Pacaembu foram impotentes para sequer chutar uma bola no gol. Como nem sempre ocorre em Libertadores, dessa vez o talento prevaleceu sobre a catimba e depois de 6 decepções (Palmeiras 2000, São Caetano 2002, Santos 2003, Grêmio 2007, Fluminense 2008 e Cruzeiro 2009) contra nossos rivas sul-americanos, enfim o futebol brasileiro pôde levantar uma taça em cima deles.

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Abaixo alguns depoimentos de figuras emblemáticas desse Tri Campeonato:

“É um sonho se tornando realidade. Reunimos funcionários, jogadores, diretoria, torcida, todos com a mesma vibração, por um sonho que exigia muita energia positiva. Na minha vida, costumo sonhar e acredito que ir atrás do sonho faz a gente crescer, mas eu nunca pude acreditar que pudesse ser do jeito que foi”- Presidente Luis Alvaro.

“Esse é o dia mais feliz da minha vida” – Neymar

“Estou muito contente de poder me despedir com esse título e levando mais três (Paulistas e Copa do Brasil). Queria muito poder jogar o Mundial, mas o que mais vou levar daqui é a família que a gente formou” – Zé Eduardo

“Estamos marcando a nossa história na equipe do Santos. Muita alegria por poder me superar, voltar nessa final e ajudar Peixe a levar a Libertadores” – PH Ganso

“Torcida santista, vocês merecem muito, vocês foram fundamentais” – Arouca

” OBRIGADO SANTOS FUTEBOL CLUBE POR NOS FAZER TÃO FELIZES E ORGULHOSOS” – Nação Alvinegra



UM AMOR SEM LIMITES

Um post com a análise do jogo, bastidores, números e opiniões sobre a campanha vitoriosa do Santos na Libertadores talvez não ilustrariam tão bem o momento vivido por cada santista como essa história que vou relatar sobre a trajetória de dois torcedores apaixonados que enfrentaram todas as adversidades, simplesmente para soltar o grito de ”Campeão” o mais próximo possível de seus ídolos e da nação alvinegra presente no Pacaembu. ______________________________________________________________________________________________________________________________

Algumas tentativas frustradas de conseguir ingresso e até mesmo outros meios para entrar no Pacaembu não foram suficientes para tirar a vontade de dois torcedores santistas de fazerem parte da festa do Tri Campeonato da Libertadores e mesmo sem qualquer credencial para adentrar o palco da grande final, os dois amigos partiram para o jogo com alguns trocados no bolso e muitas esperanças para dar o último suspiro na busca por um ingresso ou alguma forma de participar da grande festa.

A caminhada até o metrô durou alguns minutos, suficientes para ouvir muitas gozações dos torcedores rivais que secavam e alguns gritos de apoio de muitos santistas que começam a preparar o ambiente para o jogo em suas casas, ou até mesmo rumavam para o Pacaembu como os dois amigos.

A cada estação a emoção crescia, os santistas começavam a tomar conta dos vagões, misturados com os trabalhadores paulistanos que voltavam para suas casas após mais um dia árduo no trabalho.

Terminadas todas as baldiações enfim chegamos aos arredores do estádio, o clima tomou conta do coração desses dois torcedores que junto com a nação alvinegra caminhavam e entoavam gritos de incentivo ao Santos.

As bandeiras tremulavam, as filas de torcedores eram pura alegria e otimismo, os vendedores ambulantes já comercializavam faixas e camisas do título e a procura por algum torcedor com ingresso sobrando ou até mesmo cambistas era grande. Os dois torcedores tentando não se dispersarem recebiam um balde de água fria atrás do outro com cifras absurdas por um ingresso que chegaram até a R$ 800,00.

Até que um santista que por sorte conseguiu além da pulseira para um dos camarotes, um ingresso apareceu entre nós oferecendo-o por um preço bem abaixo do esperado apenas para não ficar com ele na mão. Só que um ingresso não era suficiente e mesmo com essa oportunidade única os dois torcedores decidiram permanecer juntos e na procura, ou os dois entravam ou nenhum entrava.

O horário do jogo se aproximava e enquanto isso os dois tentavam por meio de ligações para conhecidos que poderiam coloca-los pra dentro ou na procura por cambistas, entrar no Pacaembu para ver de perto seus ídolos e soltar a voz para incentiva-los, podendo assim comemorar mais um título com a nação alvinegra presente.

Cada minuto que passava tirava  um pedacinho do sonho de estar lá fazendo parte desse momento histórico. Sabendo da dificuldade que teriam antes mesmo de partir e depois sentindo ela na pele na incessante procura por ingresso, os dois amigos decidiram procurar o primeiro bar que vissem para pelo menos acompanhar o jogo pela TV.

Ao sentar na mesa daquele bar se deparam com muitos torcedores que abriram mão de seu solitário ingresso para dar ao filho ou até mesmo compraram ingressos falsos e o sentimento de frustração era grande. Porém a vontade agora era de comemorar o título independente da forma ou lugar, todos ali se confraternizavam como se fossem velhos amigos e aquele momento uniu a todos de tal forma que tudo que ficou pra trás foi esquecido. O amor pelo Santos era o único foco para todos aqueles fiéis torcedores a partir dali.

Tomado por santistas e até mesmo por um uruguaio torcedor do Nacional e que naquela noite vestiu-se de branco e preto, o bar tornava-se praticamente uma extensão do Pacaembu. A explosão na hora dos gols foi algo ímpar e infindável, os abraços emocionados entre os torcedores, o choro de crianças, adultos e todo tipo de pessoa que se pode imaginar contagiou o lugar e os gritos de  ”Tri Campeão” ecoaram por todas as partes.

O apito final do árbitro iniciou a correria de uns, o agradecimento aos céus de outros e aqueles dois amigos, agora Tri campeões da América correram pelas ruas sorrindo e ao mesmo tempo chorando, um misto de sensações que é impossível de explicar, possível apenas de sentir. Os torcedores que estavam dentro ou fora do estádio tornavam-se uma só massa, uma só nação, que não se continha em lágrimas, gritos, sorrisos e muita alegria.

Essa atmosfera indescritível tomou conta das ruas da cidade e parecia que o mundo havia parado, ou melhor, a América havia parado para ver a festa do Santos. Os problemas foram esquecidos e aqueles dois torcedores se abraçaram, chorando e certos de que tudo aquilo tinha valido a pena, cada segundo, cada suspiro fora eternizado no coração de cada um deles e de cada um presente.

Nem a madrugada inteira enrolados na bandeira alvinegra, passando frio ao lado de outras dezenas de torcedores tirou a alegria dos dois amigos. A espera por horas para o metrô se abrir e os dois poderem voltar para suas casas passaram como minutos inesquecíveis. Cada rosto, cada santista que assim como eles dormiram em escadas, enconstados na parede, ou até mesmo em pé serão lembrados.

Ao pegar o último ônibus de volta para a casa um dos dois amigos, o último a chegar em seu lar quase com o dia amanhecendo, olhou para trás, lembrou de tudo e sorriu, apenas sorriu, certo de que ele fez parte da história.

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A história de muitos torcedores se coincide com a desses dois amigos. Todos os santistas nos quatro cantos do mundo que sofreram, choraram e vibraram com essa conquista são merecedores de tudo isso.

No Pacaembu, na Vila, em sua casa, nas ruas e bares ou em qualquer lugar que você esteve na noite do dia 22 de junho de 2011. Saiba que você fez parte dessa história !

PARABÉNS NAÇÃO ALVINEGRA, A AMÉRICA É SUA PELA TERCEIRA VEZ !

OBS: Em breve um post sobre a conquista em si e sobre toda essa geração de meninos que foi consagrada com esse título. Já são 4 em dois anos. Prepare sua garganta torcedor santista, a promessa é de muito mais !

O TRI DO SANTOS, O ABISMO SEM FIM DO RIVER PLATE E A FINAL DA COPA OURO

Pelé e Muricy, umas das cenas mais legais da festa

Em noite mágica no Pacaembu, o Santos Futebol Clube conquistou o título da Copa Libertadores da América pela terceira vez na história ao vencer o Peñarol por 2 a 1.

Neymar sem perdão no gol defendido por Sosa

Após um 1º tempo de domínio territorial, mas com poucas chances efetivas de gol, o Peixe tratou de começar a 2ª etapa do melhor modo possível. E foi com o craque Neymar. Em bela trama, Arouca tocou para Ganso que devolveu de letra para o próprio Arouca avançar e assistir o ídolo santista que fuzilou de primeira.

 Com o 1 a 0, o Peñarol não teve alternativa a não ser lançar-se ao ataque. Demais para uma equipe coesa, disciplinada, mas sem craques. A porteira estava aberta para o Santos. Contando com falha defensiva carbonera, a jogada do segundo gol santista sairia pelos pés de Elano que tocou para Danilo colocar no canto com categoria e ampliar.

 O título estava quase garantido. Quase, pois o Peñarol era tinhoso, apesar das limitações. Aos 34 minutos, Estoyanoff cruzou pela direita e Durval, ao tentar interceptar, marcou contra. Pouco demais, tarde demais. Santos campeão.

Briga no final

Cenas emblemáticas e outras nem tanto ao final. Briga e troca de pontapés entre santistas e carboneros após o apito final. É fácil cair no discurso da turma do “deixa disso”. Difícil é estar na pele de quem acabou de perder. Segundo declarações de Luis Aguiar e Alejandro Martinuccio após o jogo, um torcedor entrou em campo e começou a provocar os jogadores do Peñarol. Ok, aquela história, nada justifica a violência. Sem dúvida. Mas quem levaria numa boa esse tipo de situação no calor da coisa?

 De mais belo, além dos holofotes apontados para Neymar, a celebração do título entre Pelé e Muricy Ramalho. O Rei dispensa comentários. O maior jogador de todos os tempos. Muricy é o treinador que aliou disciplina tática com técnica e habilidade. E somente ele conseguiu. Em nenhum momento o Santos foi tão consistente na defesa. Diminuíram os gols lá na frente? Sem dúvida. Mas escassearam também as derrotas. Espetáculo aliado à competição. O melhor dos mundos.

 Inevitável a expectativa criada para um possível duelo contra o Barcelona no mundial de clubes da FIFA em dezembro. Ainda que este Santos seja mais time que o Internacional de 2010, favor não esquecer os “Mazembes” no meio do caminho. Mas, por enquanto, a ordem é comemorar com justiça o momento de glória de Neymar e companhia.

River Plate: abismo sem fim

Festa do Belgrano após gol

Que o futebol prega peças com certa frequência não é novidade para ninguém. Mas, esquecido às vezes pelos fãs é que sequer os gigantes do esporte escapam das vicissitudes reservadas pelo mundo da bola. Que o diga o River Plate.

 Como explicado anteriormente, o River iniciou ontem sua tenebrosa jornada pelo vale da morte da “promoción” no campeonato argentino, o derradeiro fio de esperança do clube para permanecer na série A nos torneios Clausura e Apertura. E iniciou do pior modo possível. Derrota no jogo de ida por 2 a 0 para o Belgrano em Córdoba com gols de César Mansanelli, de pênalti após toque de mão de Adalberto Román, aos 25 minutos do 1º tempo e César Pereyra aos 4 minutos da 2ª etapa.

Torcida do River interrompe jogo após 2º gol do Belgrano

Em noite com ares de série B, era visível a incredulidade de jogadores, dirigentes e torcedores. Pânico coletivo em Córdoba. Pênalti infantil de Román, quinto cartão amarelo para Matías Almeyda que o tira do jogo de volta, torcida invadindo o campo após o segundo gol para pedir raça, ausência do presidente Daniel Passarella, além de jogadores deixando Córdoba e chegando a Buenos Aires sob proteção policial. Agora teme-se reação violenta da torcida. Cogita-se a realização da partida de volta no Monumental de Nuñez a portas fechadas. Inferno astral sem fim para os “milionários”.

 A partida de volta está marcada para o próximo domingo em Buenos Aires. O time necessitará de dois gols para manter-se na divisão principal. Certo é que o desespero bateu sobre toda uma nação chamada River Plate. Confira como foi.

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As semifinais da Copa Ouro

E deu a lógica. Estados Unidos e México disputarão a final da Copa Ouro da CONCACAF. A dupla finalista derrotou Panamá e Honduras respectivamente ontem em território americano.

 Os donos da casa jogaram em Houston para 70 mil pessoas que viram a revanche da fase de grupos da competição quando os panamenhos impuseram um placar de 2 a 1 sobre os americanos. Mais concentrada, a equipe do técnico Bob Bradley tomou a iniciativa na maior parte do tempo, mas não teve facilidades. O gol da classificação sairia somente aos 33 minutos da etapa final com Clint Dempsey após boa jogada do ataque americano. Veja como foi.

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Já os favoritos mexicanos precisaram da prorrogação para abrir o placar e conseguir a classificação ao bater Honduras por 2 a 0 também em Houston. Jesus De Nigris aos 3 minutos e Chicharito Hernández fizeram o serviço. Confira.

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MENOS PRESSÃO DO QUE SE ESPERAVA

Peñarol e Santos iniciaram ontem no Estádio Centenário de Montevidéu a definição do título da Taça Libertadores da América de 2011. Em jogo duro, prevaleceu o equilíbrio entre as equipes e a partida terminou empatada em 0 a 0.

Torcida carbonera em festa

Depois de longa data, o Centenário, palco da final da Copa do Mundo de 1930, volta a ser cenário de grande espetáculo internacional. Tudo graças aos bons ventos que sopram por terras uruguaias. O quarto lugar da seleção do país na última copa em 2010 somado ao Peñarol de Diego Aguirre e Alejandro Martinuccio na Libertadores são os responsáveis pelo revigoramento do futebol celeste.

E foi assim, com o Centenário lotado, em festa, que Peñarol e Santos iniciaram a disputa que relembra tempos românticos do futebol como os confrontos das edições de Libertadores de 1962 e 1965.

A partida começou com o Santos mantendo mais posse de bola. Ambas as equipes jogavam com duas linhas de quatro e dois atacantes. O que se viu foi um Santos cauteloso e na expectativa de Neymar aplicar sua mágica. Não menos precavidos estavam os donos da casa. O Peñarol se armou de acordo com o que se viu durante a campanha carbonera em todo o torneio: muita força de vontade e raça compensando um time tecnicamente limitado que tem suas esperanças depositadas no atacante argentino Alejandro Martinuccio.

Olivera e Rafael em dividida

No 1º tempo, o Peñarol chegou com perigo em duas oportunidades. Aos 6 minutos com Juan Olivera que aproveitou falha da zaga santista e recebeu de Matias Mier para dividir com Rafael. Aos 44 minutos, os carboneros tiveram a melhor oportunidade quando Dario Rodriguez recebe pela direita após bola aérea e encobre Rafael. Por pouco o Peñarol não abre o placar. O Santos teve seus bons momentos com Neymar que, na sua melhor jogada aos 19 minutos, aplicou seus dribles pela direita, carregou a bola, atravessando todo o meio de campo, invadiu a área e assistiu, tocando para trás, Alex Sandro que fuzilou, obrigando o goleiro Sebastián Sosa a espalmar para escanteio. No minuto seguinte, Bruno Rodrigo acertaria o travessão através de cabeceio após cobrança de corner.

Rodriguez em desespero

Para a 2ª etapa, o Santos reinicia nova pressão. Logo aos 3 minutos, após chute de Elano e desvio de Danilo, Zé Eduardo chuta e Sosa faz grande defesa cedendo escanteio. Aos 10 minutos, o técnico Diego Aguirre tenta dar novo ânimo ofensivo à equipe com Fabián Estoyanoff no lugar de Mier. Aos 26, a grande chance para Zé Eduardo. Após boa jogada e cruzamento de Alex Sandro pela esquerda, o atacante santista cabeceia livre, no chão, mas para fora. Aos 29, a resposta do time local, Olivera e Martinuccio se atrapalham e o tiro ao gol vai para longe. A partir daí, o que se viu foi pressão do Peñarol à base do incentivo da torcida. O Centenário entraria por um breve momento em ebulição com o gol de Diego Alonso, recém entrado em campo ao substituir Olivera. O atacante, que concluiu a gol após chute cruzado de Martinuccio, estava em posição fora de jogo. Méritos para a arbitragem de Carlos Amarilla e seus auxiliares Nicolás Yegros e Rodney Aquino.

De resto, algumas jogadas esporádicas de perigo. Uma conclusão fraca no meio do gol de Martinuccio para fácil defesa de Rafael após lance de escanteio, outra conclusão de Neymar no meio do gol para defesa de Sosa, alguma catimba dos uruguaios sobre Neymar com alguma valorização ao estilo “cai-cai” do astro da Vila Belmiro, um Elano em final de temporada, inativo em campo, além de um Zé Eduardo falhando muito nas finalizações. E foi só. 0 a 0 no final. Nas estatísticas, mais equivalência de forças, pelo menos ontem. Maior posse de bola do Santos (52% a 48%) e mais chutes a gol do Peñarol (15 a 12).

Neymar marcado

Neymar viveu situação limítrofe entre ser considerado jogador que se joga ao chão ao menor sinal de perigo e ser vítima de deslealdade dos adversários. É melhor aprender. Vida de superstar do esporte bretão é assim. Vide Lionel Messi. Apanha, não valoriza, não se amedronta e parte com mais ímpeto para o gol adversário como um trator inatingível.

Para o Peñarol fica o consolo do bom retrospecto da equipe como visitante na competição. Se duvidar é só perguntar ao Internacional. Claro, livrou-se de eliminação em Buenos Aires via erro de arbitragem e infelicidade de Santiago Silva na cobrança de pênalti para o Velez Sarsfield, mas tudo bem. Há que se ter sorte na jornada da vida também.

Já o Santos pode contar a seu favor o fato de ter uma equipe tecnicamente superior. Não há dúvida sobre isso. Superioridade técnica que se tornou fortaleza tática através da chegada de Muricy Ramalho. Retranca com Neymar e, quem sabe, Ganso a resolver as coisas na frente? Pode ser. De qualquer forma, fato é que o Santos entrou bem postado em campo. Apenas foi dominado nos momentos finais do jogo graças à atmosfera motivacional empreendida pela torcida do Peñarol.

Contudo, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém e é bom lembrar: nas 10 últimas edições da Libertadores, foram 6 vitórias para os visitantes nos jogos de volta das finais contra apenas 4 sucessos dos anfitriões. Óbvio, história não entra em campo, não ganha jogo, mas vale como alerta para o clima de oba-oba. Afinal, o Santos precisará de qualquer vitória. Idem o Peñarol. Com empate rola aquela prorrogação esperta. Se permanecer a igualdade, pênaltis na cabeça.